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JUSCELINO KUBITSCHECK

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JUSCELINO KUBITSCHEK
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Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu no dia 12 de setembro de 1902 na cidade de Diamantina, Minas Gerais, filho de João César de Oliveira e Júlia Kubitschek. Durante sua infância JK (apelidado de Nonó por sua mãe) morou em uma casa colonial junto com os pais e sua irmã, Maria da Conceição, a mesma apelidada de Naná. Sua mãe trabalhava como professora primária e seu pai como caixeiro-viajante, também conhecido como mascate. 
JK perdeu o pai muito cedo, apenas com dois anos de idade. O mesmo contraiu um resfriado, em uma de suas viagens, que se transformou em uma pneumonia e que deu origem a uma tuberculose. Com medo de contaminar a família, decidiu por si próprio viver isoladamente em outra casa, apenas recebendo visitas de seus amigos e familiares. Acabou vindo a óbito com no dia 10 de janeiro de 1905. Sua mãe que agora tinha se tornado viúva com 32 anos e com pouco tempo de casamento, também virou a única fonte de renda da família. A mesma não quis casar novamente e se dedicou ao trabalho e aos dois filhos. 
Além de sua filha, Maria da Conceição, Júlia perdeu também um bebê nos primeiros anos de vida, cujo nome era Eufrosina, nascida em 1900.
EDUCAÇÃO E CARREIRA (__________________________)
Juscelino terminou o curso primário em 1914. Pagando uma mensalidade cara, acabou indo estudar no seminário diocesano de Diamantina que era dirigido por padres Iazaristas. Era ótimo aluno, mesmo apresentando dificuldades em Aritmética. Como não conseguiria sair da cidade para ir estudar em Belo Horizonte por ser menor de idade, dedicou-se a estudar sozinho, conseguindo a ajuda de alguns professores. Teve cursos de língua inglesa com um professor chamado José e língua francesa com a professora Madame Louise. 
Em meio a dificuldades financeiras, conseguiu obter os exames preparatórios exigidos para o curso de medicina. Sua escolha se deu através de um acidente quando criança, em uma brincadeira de esconde-esconde com o primo, na qual Juscelino acabou machucando o dedo mínimo do pé direito. Apesar de tudo isso teve duas consequências para sua vida: A primeira era que pelo o acidente ele não poderia mais fazer longas caminhadas, já que a pressão do sapato iria incomoda-lo. A segunda foi a escolha de sua vocação, a medicina.
Em 1919, prestou em BH um concurso para telegrafista na agência central da cidade. Infelizmente para poder participar o candidato teria que mais de 18 anos, o que não era o caso de JK, pois no momento ele tinha dezesseis anos incompletos. Como solução a este problema, ele conseguiu, junto com o oficial de registro de Diamantina, uma certidão forjada que marcava como se tivesse nascido em 1900. Ele foi classificado em décimo nono lugar.
No final de 1920 ele se mudou para BH, com sua mãe lhe sustentando em condições precárias. Dois anos depois do concurso, em maio de 1921 ele foi nomeado, ou seja, promovido, para telegrafista auxiliar. No ano seguinte, ele prestou o vestibular e matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1926, recebeu a notícia que estava doente, especificadamente de Estertores no pulmão, tendo que se afastar 6 meses para repouso e recuperação. No penúltimo ano da faculdade, logo após sua melhora, ele começa a trabalhar com seu cunhado e amigo Júlio Soares como interno na enfermaria da clínica cirúrgica da Santa Casa.
Juscelino gostava de dançar e, por isso, criou-se a fama de ser um "pé-de-valsa". Numa festa em 1926, conheceu Sarah Gomes de Sousa Lemos, filha do deputado federal Jaime Gomes de Sousa Lemos. A partir de então começaram a namorar. Em 17 de dezembro de 1927, formou-se em medicina, na mesma turma de Pedro Nava; foi na cerimônia de colação de grau que a mãe dele conheceu Sarah. Após a formatura, deixou os Correios, passando a trabalhar em uma clínica cirúrgica particular, com o cunhado na Santa Casa e como assistente do professor universitário Baeta Viana em duas cadeiras, a da Clínica Cirúrgica e Física Médica. Além disso, foi nomeado como médico da Caixa Beneficente da Imprensa Oficial do Estado. No final de abril de 1930, viajou de trem para o Rio de Janeiro, onde partiu para a França no navio Formose.
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VIAGENS E ESPECIALIZAÇÕES PROFISSIONAIS (_____________________________)
Juscelino, ao longo dos anos viajou muito, e a cada viagem foi se especializando muito mais e ganhando várias experiências. 
A primeira viagem, foi realizada no final de 1930, com paradas em: Senegal (Seu primeiro país estrangeiro), mais especificadamente na cidade de Dakar. Logo depois nas cidades de: Casablanca, localizada em Marrocos (África), e em Porto Portugal, na Europa e em Vigo, Espanha, próximo a Bordéus, onde com um trem foi logo a cidade de Paris. Onde inscreveu-se num curso de cultura francesa da Aliança Francesa, atualizando-se no idioma e visitando museus e lugares históricos, mas o objetivo principal da viagem era se especializar em urologia com o doutor Maurice Chevassu, atividade que durou três semanas. 
A segunda foi em agosto de 1930, com as férias de verão dos professores, JK embarcou no navio Lotus para uma viagem pelo Mar Mediterrâneo. O navio partiu de Marselha e faria uma volta completa pelo Mediterrâneo oriental. Em sua estadia na Europa, conheceu outros lugares, como: Viena, onde frequentou hospitais e enfermarias a fim de assistir operações; a Tchecoslováquia, terra de seu avô materno; e Berlim, cidade em que cumpriu um amplo programa de conhecimentos médicos em sua especialidade.
Depois de chegar em Berlim, ele volta a Paris, no fim de confirmar com a Embaixada Brasileira sobre os boatos da Revolução de 1930, a época em que Vargas chega ao poder. Após saber das novidades, JK e seus amigos Cândido Portinari e Leopoldo Fróes saíram pelas ruas a comemorar. No início de novembro de 1930, embarcou no navio Almirante Alexandrino, donde partiria para o Brasil e chegaria em 21 de novembro de 1930 no Rio de Janeiro. Ao chegar, pediu a sua amada Sarah em casamento
CASAMENTO E CARREIRA NA MEDICINA (______________________________)
Ao retornar para Minas Gerais, Juscelino montou um consultório próprio na rua São Paulo, trabalhou na Santa Casa de Misericórdia e lecionou. Em março de 1931, com a ajuda de Gustavo Capanema, o secretário de Justiça, JK foi nomeado para a Força Pública, indo servir como capitão-médico no Hospital Militar, e ficando encarregado do Laboratório de Análises Clínicas.
Em 30 de dezembro de 1931, casou-se com Sarah na Igreja da Paz, em Ipanema, Rio de Janeiro. O vestido de Sarah era longo, sem véu e sem grinalda. A festa foi simples e íntima e o casal passou a lua-de-mel em um hotel da avenida Atlântica. Juscelino, que então morava com a irmã em Belo Horizonte, alugou uma casa na Avenida Paraúna, próximo a irmã. Após quase doze anos de casamento com Sarah, nasceu em 22 de outubro de 1943 sua primeira filha, Márcia. Na época, JK queria um menino. Em 1947, Juscelino e sua esposa adotaram Maria Estela, que tinha quatro anos de idade e fora dada para a adoção pelos pais biológicos.
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA (_________________________)
Em julho de 1932, irrompeu a Revolução Constitucionalista, um conflito entre São Paulo e o Governo Vargas. Enquanto os paulistas organizavam-se para atacar o presidente, os mineiros organizavam-se para o defende-lo. este contexto, Juscelino foi convocado pelo comando geral para atuar como médico das tropas mineiras que lutavam contra os paulistas na Serra da Mantiqueira. Instalado em Passa Quatro, JK começou a atender, de forma improvisada, feridos nas batalhas. Mais tarde, relembrou:
"Nunca pude me esquecer daquele espetáculo. Começaram a descer feridos. Uns tinham a farda ensanguentada, mas ainda caminhavam. Outros, sustentados pelos padioleiros, gemiam, com a roupa estraçalhada, deixando ver ferimentos de estilhaços de granada nas partes expostas. Muitos deixavam-se levar, inertes, os braços caídos e a fisionomia contraída pela dor. Alguns já se encontravam em agonia. Intermitentemente, faziam-se ouvir aspeças de grosso calibre, canhões e morteiros. As granadas, explodindo a intervalos, davam-me impressão tão estranha quanto sinistra. Faziam-me pensar, estourando de um extremo a outro, que o Anjo da Morte distendia um imenso sudário para amortalhar a Mantiqueira."
Em certo dia, JK recebeu um jovem militar gravemente ferido e que precisava de uma cirurgia de emergência. Tendo que fazer isso, acabou pedindo ajuda para uns dos coronéis que se encontrava presente e o mesmo o negou o auxílio necessário. Mesmo assim com a ajuda de uma freira e um veterinário ele fez a cirurgia e conseguiu salvar o pobre soldado. Tempos depois recebeu a vista de um capitão do quartel que viera abrir um inquérito contra o coronel que negou a ajuda-lo, mas por pedido de JK, o caso não prosseguiu. E com essa atitude ele aumentou a simpatia entre ele e os soldados.
Durante a revolução, conheceu o padre esloveno Alfredo Kobal, que serviu no Exército austríaco na Primeira Guerra Mundial, e Benedito Valadares, prefeito de Pará de Minas. Quando os combates acabaram, JK ficou responsável por transferir os feridos para as cidades de Varginha e Guaxupé. Com o fim do conflito na região, em 13 de setembro e resultando na vitória militar de forças pró-Vargas, JK voltou para casa, recebendo pessoalmente de Olegário Maciel, presidente do Estado, agradecimento pelo serviço prestado.
INÍCIO DA CARREIRA POLÍTICA (_____________________________)
Em 1933, com a morte de Olegário Maciel, Vargas nomeou Benedito Valadares para o cargo de presidente de estado. Valadares e JK se tornaram amigos após a campanha eleitoral de 1932, e o novo presidente do estado nomeou Juscelino para o ocupar o lugar de chefe de gabinete. O mesmo não aceitou de cara a proposta alegando que não iria deixar sua profissão e de que não tinha objetivos políticos. Mas mesmo assim,, Valadares continuou persistente, e anunciou pessoalmente no hospital militar em que trabalhava JK, durante a homenagem a Maciel, sobre sua escolha. Fazendo que com JK fosse nomeado por “imposição”. Entre suas principais tarefas estavam em cuidar da agenda de Valares e resolver conflitos conversando com as autoridades. Entre suas realizações temos:
Ele conseguiu abrir estradas e preservar edifícios históricos em Diamantina.
E construiu a sua primeira obra pública: uma ponte sobre o Ribeirão do Inferno, ligando Diamantina à cidade de Rio Vermelho.
Durante o período que ficou nesse cargo, seu consultório foi desativado e também a sua tese foi abandonada, a qual ele usaria para se candidatar a uma cátedra na Faculdade de Medicina.
Em outubro de 1934, JK foi eleito deputado federal, filiado ao recém-criado Partido Progressista de Minas Gerais. Ele licenciou-se de suas funções em Belo Horizonte e passou a morar no Rio de Janeiro, a capital federal, onde iniciou seu mandato em 3 de maio de 1935. JK passou mais tempo em seu estado natal do que no Rio de Janeiro e não esqueceu de suas bases eleitorais. Por ser o diretor da secretaria do PP desde setembro de 1934, gastava boa parte de seu tempo organizando o partido no interior mineiro. Em 1937, engajou-se na campanha de José Américo de Almeida, candidato à presidência da República para a eleição programada de 1938. 
Como deputado, Juscelino atuava nos bastidores, articulando e defendendo os interesses do governo de Valadares. JK raramente discursava na tribuna, preferindo atuações menos expostas, como nas comissões. Também fez várias viagens, inclusive acompanhando Vargas em uma visita à Argentina e ao Uruguai. JK exerceu o mandato de deputado até o fechamento do Congresso Nacional, em 10 de novembro de 1937, com o golpe do Estado Novo, promovido por Vargas. Após o impedimento de seu mandato, confidenciou à esposa que sairia definitivamente da política naquele instante, voltando a exercer medicina em seu consultório particular e no Hospital Militar.

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