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Síntese aula 10

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Tópicos Avançados em Contabilidade – Aula 10 – Governança Corporativa
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer a evolução histórica da Governança Corporativa;
2- Identificar objetivos, concepções e valores da Governança Corporativa;
3- Reconhecer o código das melhores práticas de Governança Corporativa;
4- Avaliar os principais modelos, teorias relacionadas à Governança Corporativa e Lei Sarbanes-Oxley;
5- Reconhecer as tendências da Governança Corporativa no Brasil.
O homem constitui diversas organizações, visando à satisfação das necessidades sociais. Todas elas têm cunho econômico, pois buscam atender os propósitos para os quais foram constituídas, realizando atividades, adquirindo e captando recursos, para que possam distribuir seus bens e serviços.
Estas entidades são envoltas em relações complexas com consumidores, investidores, fornecedores, funcionários, governo etc., dando causa a diversas práticas relacionadas à maximização da eficiência de seus recursos, à competitividade e à obtenção de resultados que satisfaçam aos atores relacionados ao mercado.
Neste cenário, os modelos de gestão buscam os melhores conceitos e práticas de forma a compreender as relações ambientais e à aplicação de práticas que as conduzam em direção à efetividade nas operações.
A Governança Corporativa, em franco desenvolvimento, procura exatamente estudar e desenvolver as melhores práticas gerenciais de forma a maximizar a eficiência destas relações com o ambiente, bem como entre os elementos que compõe a estrutura organizacional.
A Governança no mundo
Desde o início dos anos 1990, as premissas de Governança Corporativa têm sido alvo de estudos e expansão, tanto nos mercados desenvolvidos, quanto em desenvolvimento.
No entanto, o emprego da Governança, nos diversos países, possuem diferenças quanto ao estilo, à estrutura e ao enfoque, não havendo convergência completa da aplicação destes modelos.
O que se pode observar é que todos adotam como princípios a transparência, a independência e a prestação de contas (accountability), a fim de atrair investimentos para as corporações e entes públicos.
Desta forma, no intuito de obter a confiança dos investidores, observou-se a necessidade (Estas necessidades regulatórias deram origem aos Códigos de Governança, que vêm se adaptando às diferenças culturais e históricas regionais e como ponto de convergência, estes documentos pretendem aumentar os padrões de Governança, para atrair investidores, reduzindo seus custos dos investimentos.) de aplicar regras de conduta fundamentadas em sistemas regulatórios e legislações de proteção aos acionistas, de auditoria independente, de votação em assembleias e maior transparência nas informações prestadas pelas empresas.
Principais modelos de Governança
De acordo com o IBGC, podem-se dividir os sistemas de Governança Corporativa utilizados no mundo em:
OUTSIDER SYSTEM: 
Sistema em que os acionistas são pulverizados, estando tipicamente fora do comando diário das operações da companhia. 
É o Sistema de Governança conhecido como anglo-saxão, sendo adotado nos EUA e no Reino Unido, possuindo as seguintes características: 
- estrutura de propriedade dispersa nas grandes empresas; 
 - papel importante do mercado de ações na economia; 
 - ativismo e grande porte dos investidores institucionais; 
 - foco na maximização do retorno para os acionistas (shareholder oriented).
INSIDER SYSTEM:
Sistema em que os grandes acionistas estão tipicamente no comando das operações diárias diretamente ou via pessoas de sua indicação.
Sistema de Governança da Europa Continental e do Japão, possuindo as seguintes características:
- estrutura de propriedade mais concentrada; 
- presença de conglomerados industriais-financeiros; 
- baixo ativismo e menor porte dos investidores institucionais; 
- reconhecimento mais explícito e sistemático de outros stakeholders não financeiros, principalmente funcionários (stakeholder oriented). 
Principais modelos de Governança
No início da década de 1990, em um movimento iniciado nos Estados Unidos, os acionistas e os proprietários despertaram para a necessidade de novas regras e condutas que os protegessem dos abusos das diretorias executivas corporativas, da inoperância dos conselhos de administração e das omissões das auditorias independentes.
De forma a superar os conflitos de agência, decorrentes da separação entre a propriedade e a gestão do negócio, surgiram as premissas da Governança.
Neste modelo de agenciamento do executivo, o proprietário (acionista) delega a um agente profissionalizado as decisões sobre sua propriedade.
O grande problema é que, nem sempre, os interesses destes agentes estavam alinhados com os do proprietário, resultando em conflitos de agência ou conflitos agente-principal.  
Os modelos de Governança Corporativa buscaram alternativas aos citados conflitos, baseados em conjuntos (Estes conjuntos objetivam proporcionar aos proprietários (acionistas ou cotistas) uma gestão estratégica de seu empreendimento, o monitoramento dos seus executivos, assegurando o controle da propriedade sobre a gestão, o conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal.) eficientes de condutas, incentivos e monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com os interesses dos acionistas.
As organizações optantes pelas práticas de Governança Corporativa adotam (Para tanto, o conselho de administração deve exercer seu papel, estabelecendo estratégias para a empresa, elegendo e destituindo, executivos, fiscalizando e avaliando o desempenho da gestão e escolhendo a auditoria independente. ) como linhas mestras a transparência, a prestação de contas, a equidade e a responsabilidade corporativa.
De acordo com o IBGC, no Brasil, em função da ausência de conselheiros qualificados e de bons sistemas de Governança, tem-se observado fracassos decorrentes de:
- abusos de poder (do acionista controlador sobre minoritários, da diretoria sobre o acionista e dos administradores sobre terceiros); 
- erros estratégicos (resultado de muito poder concentrado no executivo principal); 
- fraudes (uso de informação privilegiada em benefício próprio, atuação em conflito de interesses).
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
Órgão criado em 27 de novembro de 1995, inicialmente sob a sigla IBCA – Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração .
Tem como propósito ser uma referência em Governança Corporativa, contribuindo para o desempenho sustentável das organizações e influenciando os agentes da sociedade a buscarem maior transparência, justiça e responsabilidade na gestão corporativa.
Inicialmente, a ideia era fortalecer a atuação na supervisão e controle nas empresas, entretanto, com o passar do tempo, as preocupações se ampliaram para questões de propriedade, diretoria, conselho fiscal e auditoria independente.
Em 1999, o Instituto passou a se denominar Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Hoje, é reconhecido nacional e internacionalmente como a principal referência na difusão das melhores práticas de Governança na América Latina.
Definições de Governança
Segundo o IBGC, a Governança Corporativa é o sistema pelo qual as entidades são dirigidas e monitoradas, envolvendo relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. Ressalta ainda que, as boas práticas de Governança Corporativa tem a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao crédito e contribuir para a sua perenidade.
É o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada.
Técnica utilizada por empresas para fazer com que a grande massa acredite que não há informações privilegiadas circulando no mercado de capitais.
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedadessão dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.
Relação entre agentes econômicos (acionistas, executivos, conselheiros) com capacidade de influenciar/determinar a direção e o desempenho das corporações. A boa Governança Corporativa garante, aos sócios, equidade, transparência e responsabilidade pelos resultados.
Fonte: www.hotsitespetrobras.com.br/rao2008/i18n/pt/home/glossario.aspx
Pilares da Governança Corporativa
A concorrência é um fator preponderante, pois as organizações concorrem, tanto na obtenção de recursos, quanto na colocação de seus produtos e serviços. 
Ao competir por recursos, sejam financeiros, humanos, tecnológicos etc., depara-se com as alternativas disponíveis em outras entidades para o emprego desses recursos.
Investidores e fornecedores de capital, da mesma forma, exigem um retorno mínimo sobre a aplicação dos seus recursos. Caso não sejam atendidos, provavelmente, buscarão um investimento diferente para aplicação desses recursos.
Assim, a competitividade da empresa pode ser caracterizada, tanto sob a ótica do mercado consumidor de seus produtos, quanto sob a ótica do mercado fornecedor de recursos.
Sob esse enfoque, as atividades internas de uma empresa, como compras, produção, vendas, finanças, embora voltadas para o atendimento de necessidades internas, encontram-se permanentemente concorrendo, entre si e por fornecedores externos.
SAIBA MAIS:
As atividades ditas anteriormente, mantidas internamente, devem ser competitivas, para contribuírem favoravelmente com os resultados globais do empreendimento. Caso contrário, não se justifica mantê-las no ambiente interno, tendo em vista a existência de alternativas de mercado mais interessantes para a obtenção dos produtos gerados por essas atividades (terceirização).
 Com base nestes argumentos, a boa governança permite o estabelecimento de condutas internas e o acesso a um conjunto de recursos mais abrangentes e de custos mais adequados, aumentando a credibilidade da empresa e melhorando a imagem e o poder institucional, melhorando a qualidade da gestão e seus resultados, através do acesso a parceiros e alianças mais benéficas, fruto do esforço competitivo.
O sistema também cria a necessidade de cumprimento de padrões éticos e legais, incentiva a responsabilidade pelos resultados e a busca por estratégias mais adequadas, bem como a melhor capacitação e qualificação dos recursos humanos e possibilitando ações corretivas em períodos de crise.
Com algumas variações conceituais a Governança Corporativa está calcada em quatro pilares, conforme a seguir:
A transparência (disclosure) baseia-se na capacidade de divulgação de informações, úteis, confiáveis, consistentes e tempestivas, a fim de conferir êxito neste atributo. Seus principais instrumentos são as divulgações sobre a Estrutura Societária, o Relatório Anual da Administração; os Informativos, as Políticas de Divulgação e de Comunicação, os Demonstrativos Contábeis (BRGAAP, USGAAP e/ou IFRS), os sites de Relações com Investidores, a Área de RI, entre outros instrumentos que agreguem valor aos processos de divulgação e comunicação.
A equidade (fairness) caracteriza-se pelo tratamento justo e igualitário de todos os grupos de investidores e outros fornecedores de capital ou demais partes relacionadas (stakeholders). É essencial que haja total alinhamento de interesses no ambiente corporativo, entre acionistas controladores e minoritários e administradores. Os instrumentos mais utilizados no desenvolvimento deste atributo são: os Acordos de Acionistas, o Estatuto Social, o Código de Conduta Profissional e as Políticas de Remuneração baseada nos resultados. 
A prestação de contas (accountability) dos atores da Governança Corporativa consiste na divulgação de resultados e instrumentos que deem sustentação a avaliação da atuação dos dirigentes corporativos nos atos praticados no exercício de seus mandatos. Os instrumentos relacionados à prestação de contas incluem as Assembleias de Acionistas, as Reuniões do Conselho de Administração, os Instrumentos de Planejamento Estratégico e Tático, e outros instrumentos de Avaliação de Desempenho.
A responsabilidade corporativa consiste no atributo no qual os dirigentes, em todos os níveis, devem zelar pela perenidade da organização (premissas de crescimento sustentável), incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e das operações. Os principais instrumentos para a concretização deste atributo são a divulgação de Políticas de Responsabilidade Corporativa, Socioambiental, materializadas no Balanço Social, entre outros relatórios referentes ao assunto direta ou indiretamente. Os princípios aqui expostos são exercidos por todos os atores institucionais, com ênfase pelos sócios, conselho de administração, diretorias executivas, auditores independentes e conselho fiscal.
Obrigações
Há uma grande variedade de fontes de financiamento das organizações através do capital próprio e dos capitais obtidos de terceiros.
Os primeiros referem-se às fontes oriundas dos proprietários na forma de ações ou cotas de participação, bem como, bônus de subscrição, aumento de capital etc.
Os outros são as oriundos de financiamentos concedidos pelas instituições financeiras, através de empréstimos, cheques especiais, cartões de crédito, leasing, descontos de títulos etc.
As ações são títulos de propriedade representativas da unidade de capital da entidade emitente e são divididas em dois grandes grupos: as preferenciais e as ordinárias. 
 As preferenciais têm preferência na distribuição de dividendos, enquanto as ordinárias são as que detêm o direito a voto nas deliberações sociais de uma sociedade anônima, conforme definição do estatuto aprovado nas assembleias.   
Seus níveis
No contexto do mercado de capitais, onde são negociados os títulos e os valores mobiliários (títulos de propriedade, seus derivados e títulos de dívida conversíveis ou não), os objetivos dos modelos de Governança Corporativa visam creditar liquidez aos papéis negociados no mercado de capitais, buscando criar estruturas, culturas e regulação corporativas que atribuam credibilidade e a consequente liquidez aos papéis neles negociados.
Esses modelos são fortemente influenciados pelos aspectos sociais e regulamentação deles derivados, quando são observados vários desses modelos, com características distintas como o anglo-saxão, o germânico-japonês e o latino-americano.
Este último, objeto do nosso estudo, é concebido com três níveis de governança, a saber:
Novo Mercado
Para aumentar a credibilidade, a liquidez e a confiança dos investidores, em dezembro de 2000, a Bolsa de Valores lançou segmentos especiais baseado nas empresas filiadas, desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. 
 Assim, foram criados os níveis diferenciados de Governança Corporativa, para os quais as empresas listadas na Bolsa pudessem, voluntariamente, aderir e aumentar a efetividade dos seus papéis no mercado de capitais. As suas características são:
 - Somente emitir ações ordinárias;
- Garantia de tag along para 100% dos acionistas ordinários;
- Manutenção, no mínimo 25%, das ações em circulação (free float);
- No mínimo 5 membros, dos quais 20% independentes;
- Elaboração das DCs nos padrões internacionais (US GAAP ou IFRS);
- Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para a resolução de conflitos societários.
Nível 1
- Informação quanto à quantidade e características das ações detidas pelo grupo de acionistas controladores do Conselho de Administração, Diretores e Membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições;
- Apresentação de calendário anual de eventos corporativos;
- Divulgação de contratos corporativos firmados com partes relacionadas;- Divulgações mensais das negociações com os valores mobiliários e os derivativos emitidos pela empresa;
- Manutenção em circulação de parcela mínima de ações (25% do capital social);
- Divulgação das ofertas públicas e adoção de mecanismos de pulverização dos títulos negociados.
Nível 2
- Divulgação das Demonstrações Contábeis em padrões internacionais (US GAAP e IFRS);
- Conselho de ADM com o mínimo de 5 membros, mandato unificado até 2 anos e formado com um mínimo de 20% de conselheiros independentes;
- Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores, quando da venda da companhia e de, no mínimo, 80% para os detentores de ações preferenciais (tag along);
- Realização de 1 oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor contido nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste nível;
- Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para a resolução de conflitos societários.
Lei Sarbanes-Oxley ou SOX
A emissão pelo Congresso Americano da Lei Sarbanes-Oxley ou SOX, em julho de 2002, foi uma atitude tomada pelas autoridades norte-americanas para proteger o seu mercado de capitais, após os escândalos capitaneados pelo caso da Enron que fizeram desabar a credibilidade das grandes corporações daquele país.
Nesses escândalos, como forma de se eximir das responsabilidades muitos executivos afirmaram não ter conhecimento das atividades, no mínimo duvidosas, praticadas por suas companhias, tais como: participações não registradas nos livros; reconhecimentos de receitas impróprias.
A SOX foi criada para bloquear essas alegações, privilegiando o sistema de controles internos e aumentando a responsabilidade dos executivos.
Bergamini Jr (2005), assim enumerou as determinações contidas na seção 302 da SOX a propósito da elaboração dos relatórios contábeis:
... para cada relatório periódico, os executivos que assinam os relatórios, geralmente o diretor-presidente (CEO) e o diretor financeiro (CFO), certifiquem-se de que:
quem assinou fez a revisão do relatório;
o relatório não contém falsa declaração de evento material;
eles são os responsáveis por estabelecer e manter os controles internos;
foram eles que projetaram tais controles internos para assegurar que as informações lhes serão conhecidas;
avaliaram a efetividade dos controles internos;
apresentaram suas conclusões sobre a efetividade dos controles internos;
informaram o Comitê de Auditoria e a empresa de auditoria independente: todas as deficiências significativas no projeto e operação dos controles; toda a fraude, material ou não, que envolva a gerência ou outros empregados que tenham papel significativo nos controles internos;
apontaram no relatório a existência ou não de alterações significantes nos controles internos ou de qualquer ação corretiva relativa.
Mais sobre Lei Sarbanes-Oxley ou SOX 
Além do que vimos, na seção 401 encontramos as determinações relacionadas à divulgação em relatórios periódicos de informes financeiros sobre transações “fora de balanço”, além de obrigações, acordos e outras transações atípicas, bem como a declaração que o relatório não contém inverdades ou omissões de fato material. 
Por fim, ainda nesta seção, consta a obrigatoriedade de o executivo declarar que o relatório foi elaborado com base nas regras contábeis aplicáveis. 
 Adicionalmente, na seção 404 encontramos a determinação de que seja feita pela administração da empresa uma avaliação periódica dos controles internos e, também, em cada demonstração anual: 
(a) faça constar que é responsabilidade da alta administração estabelecer e manter uma adequada estrutura de controles internos e de procedimentos para a evidenciação das informações financeiras; e 
(b) contenha uma avaliação da efetividade da estrutura de controles internos e procedimentos para elaboração das demonstrações financeiras. 
 A empresa de auditoria Deloitte Touche Tohmatsu, em uma publicação dos Serviços de Governança Corporativa denominado de Lei Sarbanes-Oxley – Guia para melhorar a governança corporativa através de eficazes controles internos, assim se manifestou sobre essa seção da Sox: 
A seção 404 determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos internos para a emissão de relatórios financeiros. Além disso, o auditor independente da companhia deve emitir um relatório distinto que ateste a asserção da administração sobre a eficácia dos controles internos e dos procedimentos executados para a emissão dos relatórios financeiros. 
Assim, o aprimoramento das informações contábeis apresentadas pelas grandes empresas em suas demonstrações foi o grande objetivo da SOX, que procurou dotar de mais robustez (ou menos fragilidade) os controles internos contábeis mantidos pelas empresas. 
Bergamini Jr. (2005) entende que o objetivo inicial era limitado a melhorar os controles envolvidos na fidedignidade dos registros contábeis. 
Esses controles, segundo ele, incluem, entre outros procedimentos, “a clara atribuição de responsabilidades, a segregação de funções de escrituração e elaboração de relatórios contábeis (back office) daquelas ligadas às operações, e o aperfeiçoamento dos sistemas de autorização e aprovação”.
Por fim, reconhece o referido autor (Bergamini, 2005), que a situação frágil em que se encontravam os controles contábeis em várias empresas fez com que as alterações introduzidas, nesses sistemas de controles, induzissem a modificações mais profundas no plano de organização geral da empresa e, também, nos seus métodos e procedimentos.

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