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Cultivo da videira

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FACULDADE MONTES BELOS – FMB
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
BONIFÁCIO DE ABREU
ERICKSON NUNES
FREDERICO COELHO
JOABE SILVA
JOSÉ LEOZARTH
LUIZ HENRIQUE
KEIDE QUINTILIANO
KETELLY ANDRESSA
NIVRA QUINTILIANO
RENATA MENDES
RODRIGO REIS
WOSHINGTON MARTINS
São Luís de Montes Belos
2017.
BONIFÁCIO DE ABREU
ERICKSON NUNES
FREDERICO COELHO
JOABE SILVA
JOSÉ LEOZARTH
LUIZ HENRIQUE
KEIDE QUINTILIANO
KETELLY ANDRESSA
NIVRA QUINTILIANO
RENATA MENDES
RODRIGO REIS
WOSHINGTON MARTINS
CULTURA DA UVA 
Vitis spp
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Fruticultura no Curso de Engenharia Agronômica, na Faculdade Montes Belos. Prof. Igor Vespucci. 
São Luís de Montes Belos,
2017
INTRODUÇÃO
A videira foi uma das primeiras plantas a serem cultivadas pelo homem, juntamente com o trigo, a oliveira, a ervilha, o linho, etc. Seu fruto, a uva juntamente com o pão, é um dos principais alimentos da cultura ocidental.
 É uma atividade economicamente importante no mundo globalizado. Além de gerar riqueza, os produtos dela advindos, agregam as pessoas de diversas formas: em confraternizações, na busca de lazer e na contemplação do território através da cultura e do ambiente.
Em função de a uva tratar-se de fruta cultivada há séculos, com mercados consolidados tanto para o consumo na forma de fruta fresca como na forma de vinho, seu cultivo encontra-se espalhado por todos os continentes, mas com nítida superioridade de países europeus, como Itália, França e Espanha. Fora desse bloco, destacam-se os Estados Unidos e a Turquia. Já no Brasil os estados que mais se destacam são, o Estado do Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Na região do Trópico Semi-Árido do Brasil e, mais especificamente, no Vale do Submédio São Francisco.
HISTORIA DA VITICULTURA
É originária da Ásia e é uma das frutas mais antigas utilizadas na alimentação humana. 
No Brasil, o cultivo da uva começou em 1532, trazida pela expedição do português Martim Afonso Pena. 
É uma das frutas mais exportadas e também uma das mais importadas pelo Brasil.
ASPECTOS GERAIS
Existem mais de 60 mil variedades da fruta. A cor, o sabor e o tamanho variam de acordo com cada espécie. É classificada quanto ao: destino de produção, de mesa ou para vinicultura.
Pode ser consumida in natura ou usada na preparação de doce, vinho, passas, mousses, geleias, tortas, gelatinas, sucos
A uva contém vitaminas, minerais, como o cálcio, o fósforo, o magnésio, o cobre e o iodo. É rica em carboidratos, por isso é uma fruta altamente energética. Possui propriedade laxante suave, age contra enfermidades do intestino, fígado, estimulas as funções cardíacas.
Vinho mais caro do mundo é um Romanée Conti Grand Cru, produzido a partir de Pinot Noir, como quase todo o vinho vindo da Borgonha. Assume o título do vinho mais caro da Borgonha e do vinho tinto mais caro do mundo.Pode ser pago de o preço médio de 53 mil até R$ 296 mil reais, o máximo, dependendo da safra.
PRODUÇÃO MUNDIAL E BRASILEIRA
Europa é a mais tradicional região de cultivo e berço da viticultura e produção de vinho. Atualmente os principais produtores de vinho europeus sofrem com doenças introduzidas de outros locais. Grande valor cultural e histórico para esses países (Enoturismo).
O Brasil é o 13ª maior produtor de uvas e o 14º maior produtor de vinhos conforme o ranking mundial de 2013 (FAO, 2015). O consumo de vinhos no Brasil é considerado baixo, se comparado aos países europeus e até mesmo ao consumo da Argentina, por exemplo (OIV, 2015). Os vinhos importados são apreciados e preenchem boa parte do mercado interno, inclusive são mais competitivos em termos de preço, no caso de vinhos vindos da Argentina e Chile principalmente. Mais recentemente, o Brasil está evoluindo como exportador de vinhos, devido aos esforços do setor para conquistar espaço no mercado externo. Esse aumento das exportações deve-se especialmente à aceitação dos espumantes brasileiros. Os vinhos de mesa é o segmento de vinho que apresenta maior volume de comercialização no Brasil, em torno Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa de 89% (UVIBRA, 2015).
O maior produtor é o Rio Grande do Sul, mas também há produção significativa de vinhos de mesa nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Este produto não concorre com os importados, pois são considerados melhores nos fatores de preço e de sabor do que os vinhos de mesa de outros países. Os concorrentes para os vinhos comuns são seus produtos substitutos como a cerveja principalmente (MELLO, 2002). O segmento de vinhos finos representa 11% do total comercializado (UVIBRA, 2015). Os vinhos finos sofrem forte concorrência com os produtos importados. Nesse sentido, a falsificação e o descaminho de vinhos também são desafios, fazendo com que o setor lançasse o uso do selo fiscal para coibir essa ocorrência especialmente nas fronteiras. 
Bento Gonçalves é o destaque do Vale dos Vinhedos. Estão situadas as vinícolas das marcas: Miolo, Casa Valduga, Aurora, Cordelier, Santon, Geisse, Don Laurindo e Marco Luigi.
PRODUÇÃO GOIANA
O cultivo da uva em Goiás tem apenas dez anos, mas de acordo com a coordenadora do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Uva a produção é de ótima qualidade, com o diferencial de duas safras ao ano. Quase toda uva de mesa produzida tem a venda garantida para o mercado interno. São 600 hectares plantados, com uma produção de 25 toneladas por hectare, em duas safras, que pode gerar um lucro de até R$ 61,2 milhões ao ano. A forma mais cultivada no Estado é a Niágara branca ou rosada, destinada à mesa ou à produção de sucos. Há em Goiás duas vinícolas sediadas em Paraúna e Itaberaí. Setenta produtores estão cadastrados na Agrodefesa.
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
A classificação botânica dos vegetais, como o caso da videira, agrupa as plantas dentro de um sistema baseando-se em suas características morfológicas, suas relações genéticas e semelhanças. Sua classificação fica:
ORDEM: Ramnidea
FAMÍLIA: Vitacea
SUB-FAMÍLIA: Ampelidea
GÊNERO: Vitis
SUB-GÊNERO: Euvitis
	ESPÉCIES: Vitis vinifera, V. rupestris, V. aestivalis, V. labrusca, V. riparia, V. cinérea.
MORFOLOGIA
A morfologia vegetal estuda a forma e estrutura das plantas, congrega o estudo de partes e órgãos e suas funções.
O sistema radicular tem como funções a fixação da planta ao solo e criação de reservas, função essa mecânica, desempenhado, sobretudo, pelas raízes grossas,é através destas que a água e os nutrientes são encaminhados para a parte área da planta, já a captação da água e nutrientes é feita pelas raízes finas, que quanto mais profundas estiverem, maior é a capacidade das videiras para resistir à seca, o que contribui para uma maior produção e qualidade das uvas.
A parte aérea da videira é constituída por:
Tronco, que é o principal suporte da parte aérea da planta, acumula reservas e permite o transporte da seiva bruta e elaborada a todas as partes da planta.
Braços que são formados a partir do tronco e assim como o tronco serve de suporte e condução de nutrientes.
Folhas que são compostas pelo pecíolo e pelo limbo, que contém as nervuras. São responsáveis pela fotossíntese, na qual a planta transforma dióxido de carbono em oxigênio. Regulam a temperatura da planta pela, respiração e transpiração. Absorvem nutrientes e água provenientes de adubações foliares.
Gavinhas tem a função de agarrar ramos, galhos, folhas, ou qualquer outro objeto que sirva de apoio para a planta em crescimento.
Flores na videira são hermafrodita formada essencialmente por pedúnculo, vaso onde circula a seiva bruta e elaborada. Sua floração envolve a libertação da corola e a extrusão dos estames.
Cacho é composto de um esqueleto (engaço) dando origem ao fruto(bago).
Sementes ou grainhas servem para a propagação da videira.
EXIGENCIASCLIMATICAS
O clima possui forte influência sobre a videira, sendo importante na definição das potencialidades das regiões. Ele interage com os demais componentes do meio natural, em particular com o solo, assim como com a cultivar e com as técnicas agronômicas da videira.
A planta apresenta boa adaptação em regiões com temperaturas de 15 a 30 graus. 
Recomendam- se locais com muita luz do período da florada até a maturação das uvas. 
A videira precisa de 500 mm de água. 
Sob temperaturas mais quentes, essa média de precipitação sobe para 750 mm a 1.200 mm.
SOLO
A uva é altamente exigente em fertilidade do solo, pH entre 5 e 6,5 com declividade inferior a 20%. Solo areno-argiloso, fértil e bem drenado.
PLANTIO
Plantio no período mais seco reduz a ocorrência de doenças e a necessidade de tratamentos fitossanitários permanentes. As mudas utilizadas no plantio, quer sejam elas de porta-enxerto ou já enxertadas devem ser adquiridas mediante o fornecimento do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), não devem apresentar quaisquer sintomas de doenças ou outras anormalidades e com desenvolvimento vigoroso e uniforme.
Há dois períodos indicados se a muda for um enxerto de raiz nua, a melhor época é de julho a agosto. 
Se for muda de torrão, pode ser feito em qualquer época, desde que seja possível irrigar. Caso contrário, a época recomendada ao cultivo é de outubro a dezembro.
DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES
Na viticultura brasileira os nutrientes que mais se deve prestar atenção são:
Fósforo, Potássio, Nitrogênio, Cálcio, Magnésio, Boro.
ADUBÇAO
O manejo de adubação da videira envolve três fases: 
- Adubação de correção: É feita para corrigir possíveis carências nutricionais. Nela procura-se corrigir os teores de fósforo e potássio. A quantidade de nutriente a ser aplicada baseia-se em análise de solo.Os fertilizantes devem ser aplicados 10 dias antes do plantio e devem ser istribuídos em toda área.
- Adubação de plantio: Esta adubação tem finalidade complementar a adubação de correção. Utiliza-se esterco e fertilizantes químicos à base de nitrogênio, fósforo, potássio e , quando necessário, micronutrientes. A época de realização dessa operação, como o próprio nome diz, é na ocasião do plantio.
- Adubação de manutenção: Tem a finalidade de repor os nutrientes que são exportados na forma de frutos. A recomendação é feita na expectativa da produtividade a ser alcançada.
MATERIA ORGANICA
O uso de matéria orgânica é imprescindível para o cultivo da videira na região. Os benefícios advindos do seu uso referem-se: controle da temperatura do solo, aumento da atividade microbiológica, maior retenção de água e nutrientes no solo e liberação de nutrientes após a primeira poda.
QUEBRA VENTOS
A formação de quebra-ventos no contorno da latada se faz necessário para diminuir a velocidade do vento. O vento provoca a quebra de brotos, dificulta a orientação dos ramos durante a formação dos braços causando deformações na estrutura da planta. 
Algumas espécies para esta finalidade são: capim elefante (Pennisetum spp.), cana-de-açúcar(Saccharam oficinarum), eucalipto (Eucaliptus spp.), bananeira (Musa spp.).
ESPAÇAMENTOS
Variam conforme a cultivar, porta-enxerto, sistema de condução, condições de clima e solo e manejo.Os mais usados vão de 2 x 2 metros até 3 x 3 metros. 
SISTEMAS DE CONDUÇÃO
Sistema condução da videira é o conjunto de inúmeras técnicas empregadas no cultivo. São técnicas que variam de região para região, e o fator preponderante é sempre o conhecimento.
- Espaldeira: É um dos sistemas de condução mais utilizados atualmente, principalmente nos países do Novo Mundo. O dossel vegetativo é vertical, as folhas e ramos da videira crescem como uma parede.
- Latada ou pérgola: O sistema de condução latada é também chamado de pérgola. É o sistema mais utilizado no Brasil.O dossel vegetativo é horizontal (parece-se como um teto de uva, As varas são atadas horizontalmente, aos fios do sistema de sustentação do vinhedo.
Vantagens: Proporciona o desenvolvimento de videiras vigorosas, que podem armazenar boas quantidades de material de reserva, como o amido. Em função de sua produtividade, possui uma boa rentabilidade econômica. É de fácil adaptação à topografia das regiões montanhosas, como a Serra Gaúcha e o Vale do Rio do Peixe.
 Desvantagens: Os custos de implantação e de manutenção são elevados. A posição do dossel vegetativo e dos frutos situados acima do trabalhador causa transtornos às práticas culturais. Não é o sistema mais apropriado para a colheita mecânica. O sistema de sustentação necessita ser sólido para suportar o peso do dossel vegetativo e da produção e o impacto do ventos.
-Manjedoura ou lira: Foi desenvolvido na França, em Bordeaux. Sua principal característica é que a videira é conduzida como se fosse um “Y”. No Brasil não se popularizou devido a dificuldade para a adaptação aos tratos culturais.
IRRIGAÇÃO
Vários sistemas podem ser empregados para a irrigação da videira, dependendo das condições de solo e clima do local, bem como da disponibilidade de equipamentos e recursos financeiros. A maior parte das áreas vitícolas irrigadas nas regiões tropicais do Brasil localiza-se em terrenos de topografia elevada e em solos de textura média a arenosa. Por essa razão, a irrigação é realizada, principalmente, empregando-se sistemas sob pressão, como a aspersão, a microaspersão e o gotejamento.
- Irrigação por aspersão: recomenda-se o emprego dos modelos subcopa, que operam abaixo do dossel das plantas. Os modelos sobre copa molham as folhas, aumentando as chances de ocorrência de doenças, além de apresentarem maiores perdas de água devido à evaporação e ao arraste pelo vento. Nos sistemas subcopa, entretanto, há interferência dos troncos das plantas nos jatos de água, o que prejudica a uniformidade de distribuição, reduzindo a eficiência de aplicação de água e de nutrientes, nos casos em que se emprega a fertirrigação. Deve-se utilizar aspersores com intensidade de precipitação baixa ou média, evitando o empoçamento da água abaixo da parreira. 
- Irrigação por gotejamento: Esses sistemas aplicam baixas vazões com altas frequências, muitas vezes diárias, umedecendo um volume de solo menor do que os outros sistemas. Os gotejadores são bastante suscetíveis ao entupimento, necessitando, normalmente, de filtros de discos (ou tela) e de filtros de areia. Tem-se observado a ocorrência de problemas sérios de entupimento nesses sistemas, principalmente quando se utiliza água com altos teores de ferro. Na irrigação por gotejamento a fertirrigação torna-se praticamente obrigatória, pois se os fertilizantes (ou esterco) forem aplicados em uma região do solo que não estiver umedecida eles não ficarão disponíveis para as plantas.
- Irrigação por microaspersão: Os sistemas de microaspersão também necessitam de filtros, sendo comum, porém, empregar-se somente filtros de discos (ou tela), não necessitando de filtros de areia. Nesses sistemas podem ocorrer problemas com a entrada de insetos e aranhas nos microaspersores, prejudicando a aplicação de água. Por isso deve-se optar, sempre que possível, por microaspersores com dispositivos anti-insetos. Na microaspersão os emissores são, normalmente, posicionados a cada duas plantas, não havendo problemas de interferência dos troncos, como na aspersão subcopa. Sempre que possível as tubulações devem ficar suspensas na parreira, evitando-se cortes por enxadas ou danos por animais.
PRODUÇÃO DE MUDAS
Normalmente, a videira é propagada de forma vegetativa por estaquia e enxertia.
- Seleção das estacas: As plantas destinadas ao fornecimento das estacas serão selecionadas, a priori, de acordo com as seguintes características: crescimento vigoroso, alta produtividade, bom aspecto sanitário (livres de doenças e de pragas) e devem apresentar ramos bem lignificados e formados.
 -Preparo do material para estaquia: As estacas que se destinam ao plantio em viveiro ou diretamente no campo são cortadas com25-30 cm de comprimento e com duas a três gemas.
O corte da base das estacas é feito sobre o nó; o do ápice é feito três a quatro centímetros acima da gema superior, o que evita o ressecamento da mesma. As gemas que ficarão enterradas são eliminadas, para que haja maior absorção de água, facilitando o enraizamento e evitando a emissão de ramos ladrões.
- Enxertia: O processo de enxertia, envolve a combinação de duas variedades ou espécies diferentes para formar uma planta com novas características (porta-enxerto – parte que fica no solo + variedade copa-parte aérea da planta.
Vantagens da enxertia
a) maior desenvolvimento inicial das plantas, o que proporciona maiores colheitas nos primeiros anos de produção;
 b) maior vigor geral das plantas, assegurando maior produtividade do vinhedo; 
c) produção de cachos e bagas de maior tamanho, características de qualidade essenciais na produção de uvas de mesa.
ESCOLHA DA MUDA
Na implantação do vinhedo com mudas formadas em viveiro, deve-se utilizar aquelas com sistema radicular que apresente: três raízes principais bem distribuídas, no caso de mudas enxertadas, que tenha havido uma boa soldadura e cicatrização da região do enxerto.
PLANTIO DA MUDA
Devem ser de tamanho suficiente para acomodar o sistema radicular da muda. São abertas no camalhão que se formou sobre a linha de adubo depositado no fundo do sulco de adubação.
PODAS
Podas de formação
A poda de formação consiste em podar os ramos laterais da videira deixando no máximo seis gemas. As plantas fracas devem serem podadas com duas gemas. 
A qualidade da primeira poda será importante para a formação da estrutura da copa da planta, bem como, sua futura área produtiva.
Poda de produção 2 ªano e 3ªano
A poda de produção é feita eliminando os ramos mal localizados ou fracos, com objetivo de deixar a planta com o número de saídas ou braços desejado.
PODA VERDE
- Desbrota:
A eliminação do excesso de brotos promove uma melhor distribuição dos mesmos, evitando-se a sobreposição de brotos supérfluos, proporcionando uma melhor distribuição da seiva.
- Desponta:
É a remoção da extremidade dos brotos visando a redução da dominância apical, favorecendo a maturação das gemas basais, equilibrando a vegetação, aumentando o peso médio dos cachos e a qualidade da uva
- Desfolha:
Aumenta a temperatura, a radiação solar e a aeração na região dos cachos, melhora a coloração e a maturação das bagas
- Raleio: 
Reduz o número de bagas no cacho e aumenta a qualidade da baga
ESCOLHA DA VARIEDADES
Uvas rústicas ou uvas finas?
Com ou sem sementes?
Disponibilidade e qualidade da mão de obra;
Nível pessoal de conhecimento técnico da cultura;
Época de poda e de colheita para a região;
Levantamento de potencial de mercado para a região;
Forma de comercialização - direta ou através de intermediários.
CULTIVARES
A viticultura é uma atividade bastante diversificada no mundo e também no Brasil. A finalidade da exploração, a região de cultivo, o solo e o clima predominantes influenciam diretamente na escolha das cultivares a serem utilizadas.
A diversidade genética encontrada tanto dentro das espécies do gênero Vittis como entre elas é grande, permitindo, quase sempre, a escolha do material mais adequado, entre as centenas de cultivares existentes na cultura. Esse número é ampliado ano a ano como resultado de diversos programas de melhoramento no mundo.
PORTA-ENXERTOS      
Mais de uma dezena de porta-enxertos são utilizados na viticultura das regiões temperadas do Brasil. Todavia, na escolha do porta-enxerto também devem ser considerados fatores como a fertilidade do solo e a susceptibilidade do porta-enxerto a doenças e pragas ocorrentes na região ou local de plantio do vinhedo. Em certos casos a cultivar também pode ser determinante na escolha do porta-enxerto. A pesar da disponibilidade razoável de bons porta-enxertos, é preciso mencionar que cada um deles tem sua deficiência intrínseca e só a experimentação regional pode determinar com regular precisão qual é o melhor. Seja como for, a principal recomendação técnica é a de nunca usar um único porta-enxerto em grandes áreas. 
Tropical (IAC 313)
Originário do cruzamento entre Go/ia e Vitis cinerea, herdou desta o desenvolvimento vegetativo contínuo, característico das videiras de clima tropical. Daí ser um porta-enxerto muito vigoroso, com perfeita adaptação às condições climáticas tropicais, com ramos que lignificam tardiamente e dificilmente perdem as folhas. Adapta-se bem aos diferentes tipos de solos com boa tolerância aos nematóides, e suas folhas são resistentes às principais moléstias.
Jales IAC 572
Obtido do cruzamento entre Vitis caribea e 101-14 (Vitis riparia x Vitis rupestris). Porta-enxerto vigoroso, que se adapta bem tanto em solos argilosos como em arenosos. Com ótimo enraizamento e pegamento, apresenta folhas resistentes às principais moléstias.
Contudo esses porta-enxertos podem ser substituídos por outros, que se apresentem resistentes a nematóides, embora menos vigorosos, mas que concorrem para uma produção de maior qualidade, como: Dog Ridge, Salt Creek, SO-4, R-99, Harmony.
1103 Paulsen
 Este porta-enxerto pertence ao grupo berlandieri x rupestris. Teve grande difusão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina nos últimos anos porque apresenta tolerância à fusariose, doença comum nas zonas vitícolas da Serra Gaúcha e do Vale do Rio do Peixe. É vigoroso, enraíza com facilidade e apresenta boa pega de enxertia. Tem demonstrado boa afinidade geral com as diversas cultivares. É o porta-enxerto mais propagado atualmente na região sul do Brasil. Entre os viticultores também é conhecido como Piopeta ou Piopa.
Rupestris du Lot
Trata-se de uma variedade de V. rupestris, característica pelo hábito de crescimento ereto, sendo, por isso, conhecido pelos agricultores da Serra Gaúcha pelos nomes "Vassourinha", "Pinheirinho" ou "Arboreto". É um porta-enxerto vigoroso, com sistema radicular pivotante, adaptado a solos profundos. Apresenta fácil enraizamento, boa pega de enxertia e induz alto vigor à copa. 
SO4
Este porta-enxerto do grupo berlandieri x riparia foi introduzido na década de 1970, sendo muito difundido no Rio Grande do Sul nos anos subsequentes. Em geral confere desenvolvimento vigoroso e boas produtividades à maioria das copas. Atualmente é muito pouco propagado devido à alta sensibilidade à fusariose e a problemas de dessecamento do engaço, uma anomalia verificada em certos anos, devido a desequilíbrio nutricional envolvendo o balanço entre potássio, cálcio e magnésio. Estes problemas não têm sido constatados na região de Livramento, onde o solo é profundo e bem drenado.
CULTIVARES DE VITIS VINIFERA
É a mais cultivada no mundo. São consideradas uvas de alta qualidade, porém, em geral são bastante sensíveis às doenças fúngicas que atacam a videira. No Brasil ocupam cerca de 20% na produção de uvas finas de mesa, especialmente nos Estados do Paraná, São Paulo, Bahia e Pernambuco.
CULTIVARES AMERICANAS E HÍBRIDAS
São cultivares de Vitís labrusca, cultivares de Vitis bourguina e híbridos interespecíficos, às vezes complexos, envolvendo várias espécies americanas e também V. vinifera.Como regra, são cultivares de alta produtividade e resistentes às doenças fúngicas, adaptando-se bem às condições ambientais do Sul do Brasil.
DOENÇAS
Oídio
Agente causal: Uncinula necator (SchW.) Burril (Oidium tuckeri Berk.). O patógeno encontra-se disseminado por toda a zona vitícola e se desenvolve bem em clima seco. A doença é favorecida pelo clima frio, pois o fungo se desenvolve desde temperaturas de 7°C à sombra ou luz difusa; porém, exposta à luz, perece. A doença se manifesta em toda a planta, sendo as partes verdes e tenras as mais atacadas, causando prejuízos nos brotos, nas flores e nos frutos.
Nas folhas novas, observa-se retraimento e murcha do limpo. As flores atacadas caem e os frutos, quando em formação, paralisam o desenvolvimento e ocorre rachadura, devido à alteração sofrida pelacasca.
Antracnose
Agente causal: Elsinoe ampelina ( de Bary) Shear (Splhaceloma ampelinum de Bary). O fungo dessa doença acha-se presente em todas as áreas onde, durante a vegetação e a fruticação, ocorrem chuvas freqüentes, sendo uma doença oriunda das condições úmidas, não exigindo grande temperatura para se desenvolver, é praticamente desconhecida na viticultura do Nordeste semi-árido. As variedades viníferas são mais suscetíveis que as americanas. 
No início da brotação da videira, a antracnose é a primeira doença a aparecer, atacando todos os órgãos verdes da planta, preferencialmente os tecidos tenros. O fungo se desenvolve sobre as folhas e os frutos. Nas folhas, forma mancha parda deprimida. As manchas podem, ao se desenvolver, causar rupturas, desintegrando as folhas. Nos frutos, surgem manchas pardas, arredondadas, denominado olho de passarinho, e eles chegam a se fender e expor as sementes.
Míldio
Agente causal: Plasmopara viticola (Berk & Curtis) Berl. & de Toni. Esta doença é também conhecida como peronóspora, mufa ou mofo e causa sérios prejuízos à viticultura, podendo a produção ser perdida totalmente quando não forem efetuadas medidas de controle. Geralmente as variedades de uvas européias ( Vitis vinifera L. ) são mais suscetíveis ao míldio que as americanas e híbridas. É uma doença séria nas regiões úmidas e quentes.
O míldio afeta todas as partes em desenvolvimento da videira. Nas folhas os primeiros sintomas são um amarelo pálido, na face superior folha (mancha de óleo),e, na face inferior, por florescência branca. São esporos do fungo que se disseminam facilmente.
Enrolamento da folha
A doença do enrolamento da folha é causada por um complexo de oito vírus (Grapevine leafroll-associated virus, GLRaV), embora cada um dos vírus do complexo possa ocorrer de forma isolada.
Sintomas "queimadura" entre as nervuras principais, bem como redução no desenvolvimento da planta. Na cultivar Isabel, a redução no crescimento é o sintoma mais evidente. As cultivares de porta-enxertos não mostram qualquer sintoma nas folhas quando infectadas pelo vírus, o que torna impossível a distinção entre plantas sadias e doentes pela simples observação.
Declínio da Videira
Agente causal: Eutypa lata (Pers.:Fr) Tul. et c. Tul. Libertella blepharis A. L. Smith). O declínio da videira tem sido, nos últimos anos, a principal doença desta cultura, em algumas regiões do município de Jundiaí (SP), principalmente sobre a variedade Niagara. 
O agente causal tem desenvolvimento vagaroso, decorrendo 3 a 4 anos para a parreira atacada mostrar os sintomas iniciais do declínio. Os pés doentes manifestam definhamento progressivo que paulatinamente acaba pela morte da planta. O começo da doença se dá em seguida à operação da poda geral e, ao sobrevir o abrolhamento, a brotação nova vem muito desigual com os brotos sem uniformidade. As folhas se formam anormalmente menores, com o broto crestado, o limbo tem coloração amarela com áreas bronzeadas e nota-se logo ausência de florescimento. Grande quantidade de brotos morrem e secam ao atingirem meio a um centímetro de comprimento, assumindo coloração de palha. Estes aspectos constitui o primeiro sinal visível da presença da infecção. Esta se dá através dos cortes e ferimentos próprios da poda e, em sendo assim, a poda é a responsável pela principal transmissão do declínio.
Fusariose
Agente causal: Fusarium oxysporum f.sp. herbemontis. Esta doença causa redução drástica da produtividade da videira por provocar a mortalidade de plantas, além de ser uma doença de difícil controle.
A fusariose é uma doença vascular, provocando interrupção na translocação da seiva. A doença reduz o crescimento de brotos, e provoca escurecimento interno da madeira, murchamento de folhas e de cachos. Os cachos murcham ainda verdes ficando aderidos aos ramos. As plantas infectadas podem morrer subitamente, normalmente em reboleiras. Em outras plantas pode-se verificar brotações no tronco, que também morrerão com a evolução da doença.
Escoriose
Agente causal: Phomopsis vitícola (Sacc.) Sacc. È uma doença importante em regiões com excesso de chuvas, principalmente quando, após a brotação, a planta permanece molhada por vários dias.
Escoriose se manifesta principalmente na base dos ramos do ano, apresentando os seguintes sintomas: necroses fusiformes ou arredondadas escuras, rachaduras e escoriações superficiais no córtex. No limbo foliar, forma manchas arredondadas de 3 mm a 15 mm de diâmetro, sendo escura no centro e amarela(cloróticas) na periferia.Os ramos de ano podem quebrar facilmente devido ao intumescimento da sua inserção. Devido à morte das gemas basais a poda deve ser realizada na parte mediana do ramo, que distancia muito a produção da cepa, causando desequilíbrio da planta.
Cancro bacteriano
Agente causal: Bactéria Xanthomonas campestris pv. Viticola. É atualmente, a doença bacteriana da videira mais importante, especialmente na Região do Vale do São Francisco
Os sintomas ocorrem na folha com pequenas manchas angulares escuras, circundadas ou não por um halo amarelado, distribuídas de forma esparsa ou concentradas próximo às nervuras e bordas das folhas. Nas nervuras e pecíolos podem aparecer manchas escuras, alongadas e irregulares. Nos ramos verdes e em ramos maduros, ocorre a formação de cancros e rachaduras longitudinais. No cacho, ocorrem fissuras e fendas necróticas no engaço e lesões escuras ligeiramente arredondadas nas bagas. Em cachos já formados, após a necrose da ráquis e de pedicelos, ocorre murcha das bagas. Os sintomas variam em intensidade, dependendo da cultivar afetada., produzem cachos com sintomas de cancro no engaço, o que torna a uva de mesa sem valor comercial.
CONTROLE DA DOENÇAS: De modo geral, o controle das doenças fúngicas são realizados preventivamente, sendo o controle curativo muito mais difícil e quase sempre ineficiente.
PRAGAS 
Cochonilhas
- Parda ou do ramo-novo Parthenolecanium persicae 
- Cochonilha-do-tronco (Hemiberlesia lataniae)
As cochonilhas são insetos, de modo genérico, reconhecíveis porque vivem grudados ao caule, tronco, sarmentos e bacelos das parreira, que danificam as plantas através da sucção de seiva, cobertos por escudo ceroso, às vezes duro e resistente, outras vezes mais facilmente atacáveis por remédio. Provocam fitotoxicidade devido à injeção de enzimas digestivas, depositam excreções açucaradas nas folhas, resultando no aparecimento da fumagina e, às vezes, são responsáveis pela transmissão de agentes patogênicos. 
Ácaro branco Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) (Acari: Tarsonemidae)
 O ácaro branco é uma praga polífaga, sendo que na cultura da videira o ataque resulta num encurtamento dos ramos devido a alimentação contínua nas folhas novas. Nas situações de elevada infestação, o controle deve ser realizado com acaricidas específicos
Cigarrinha-das-fruteiras Aethalion reticulatum (L., 1767) (Hemiptera: Aetalionidae):
Ao se alimentarem continuamente das plantas, o inseto injeta saliva tóxica, provocando hipertrofiamento do parênquima cortical, reduzindo o desenvolvimento dos ramos atacados. No caso de cultivares viníferas, as folhas seguintes ao ponto de alimentação avermelham, apresentando sintomas semelhantes a viroses. Sobre os excrementos da cigarrinha, quando não se encontram formigas doceiras associadas, pode aparecer a fumagina. 
Mosca-das-frutas
A mosca-das-frutas tem sido relatada danificando principalmente uvas de mesa, embora em vinhedos destinados ao processamento os danos ainda não tenham sido avaliados. Suas larvas vermiformes e sem pernas causam destruição parcial da polpa, determinando seu posterior apodrecimento. Das moscas de frutas, a que mais comumente estraga a uva é Ceratitis capitata Wiedl, internacionalmente conhecida como mosca do Mediterrâneo; tem aproximadamente o tamanho das moscas caseiras, de coloração amarelada-marrom, com tórax pintado de preto e branco e asas desenhadas mosaicos.
Pérola-da-terra Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922) (Hemiptera:Margarodidae) 
A pérola-da-terra  é uma cochonilha subterrânea que ataca as raízes de plantas cultivadas e silvestres. O inseto é considerado a principal praga da videira sendo responsável pelo abandono da cultura em várias localidades devido as dificuldades de controle. A sucção da seiva efetuada pelo inseto nas raízes provoca um definhamento progressivo da videira, com redução na produção e conseqüente morte das plantas.
CONTROLE DAS PRAGAS: Os métodos de controle de pragas disponíveis para uso na cultura da videira, de forma prática são empregados a resistência de plantas a insetos, o controle cultural e o químico. 
A resistência de plantas a insetos é utilizada, principalmente, nas áreas cultivadas com V. vinifera enxertadas, visando resistência à forma radicular da filoxera Daktulosphaira vitifoliae.
PONTO DE COLHEITA
A uva é uma fruta não climatérica, ou seja, não amadurece após a colheita. Em razão disso, ela só deve ser colhida quando atingir as condições apropriadas para o consumo. A depender da variedade, das condições climáticas e das práticas de manejo, o tempo de maturação dos frutos pode variar.
 Os principais atributos a serem observados na determinação do ponto de colheita da uva são a coloração, textura e o sabor. Quanto a coloração, para as uvas brancas adota-se como indicativo do ponto ideal de colheita a mudança do tom verde para o amarelo e para as de coloração vermelha ou preta a intensificação da cor que torna-se mais viva e brilhante. É importante que o produtor conheça também o limite mínimo de cor de cada variedade e a porcentagem mínima de bagas do cacho que deve apresentar essa coloração na época da colheita. Embora a coloração da uva por si só não seja suficiente para determinar o ponto de colheita, ela é importante para a padronização do produto.
 
Em relação à textura, a uva deve estar macia, e ao sabor, deve apresentar teor de sólidos solúveis totais igual ou superior a 15°Brix, tanto para variedades com sementes quanto sementes.
Um outro atributo importante a ser observado na determinação do ponto de colheita é o diâmetro das bagas, que deve ser aferido com os anéis de aferição. Nas variedades com sementes, o padrão mínimo para exportação é de 22 mm (Itália), 24 mm (Benitaka, Red Globe e Brasil) e de 21 mm (Ribier) e nas variedades sem sementes é de 17 mm (uvas para a Europa Continental e o Reino Unido).
COLHEITA
A colheita de uvas de mesa deve ser realizada preferencialmente nas horas mais frescas do dia. O pedúnculo do cacho deve ser cortado com uma tesoura rente ao ramo de produção para evitar a desidratação do engaço que segura as bagas, e assim, elas não se desprenderem com o tempo. Os cachos devem ser seguros pelo pedúnculo e não pelas bagas, pois estas perdem facilmente a cera natural que as protege, chamada de pruína, responsável pelo aspecto de frescor da fruta. Além disso, os colhedores devem trabalhar com unhas cortadas e limpas e não devem utilizar acessórios (anéis, pulseiras, etc) que possam causar danos nas bagas. Nesta fase, costuma-se realizar a primeira toalete (limpeza) dos cachos que consiste em se retirar restos foliares, ramos secos, gavinhas e bagas defeituosas e danificadas. Em seguida, os cachos são cuidadosamente acomodados em contentores plásticos com o pedúnculo para cima e em camada única, a fim de evitar pressões nos cachos das camadas inferiores. Estes contentores devem ser revestidos com espuma de polietileno para evitar a ocorrência de danos mecânicos aos cachos.
PÓS COLHEITA
Os colhedores devem colher os cachos maduros, cuja película apresente coloração o mais uniforme possível, cortando os pedúnculos bem compridos, o que evita a desidratação do engaço. Os cachos são cuidadosame. Esses contentores devem ser revestidos com um forro de polietileno expandido ou similar de 4 mm de espessura, para que não haja danos mecânicos nos cachos.
A manipulação dos cachos pelos trabalhadores deve ser mínima, para evitar que as uvas percam a pruína (cerosidade natural), que lhes dá um aspecto de frescor e as tomam apetecíveis para os consumidores.
É conveniente que a colheita seja feita nas horas mais frescas do dia e que os contentores sejam imediatamente levados para o setor de embalagem da fazenda. Desse modo, as uvas apresentarão menor tem peratura, demorando menos tempo para perder o calor do campo.
EMBALAGEM
A embalagem das uvas pode ser feita em galpões abertos ou fechados, com refrigeração (“packing house”). Tratando-se de frutas para exportação, é muito importante que o produtor disponha de um local bem sombreado e arejado onde possa embalar as uvas e que as caixas não fiquem expostas ao sol, quer se trate dos contentores que chegam do campo ou das caixas de uvas embaladas.
Os cachos são limpos e os bagos danificados e ou muito pequenos são eliminados. A seguir, são selecionados, segundo a classificação e a categoria a que pertencem.
Utilizam-se, para embalar as uvas, caixas de papelão parafinado, especificamente confeccionadas para esse fim.
PALETIZAÇÃO
Completada a operação de embalagem, as caixas são rotuladas individualmente, empilhadas e paletizadas. Os paletes para o transporte marítimo de uvas para a Europa e Estados Unidos são padronizados com dimensões de 1,0 x 1,2 m (uvas com sementes); 0,98 x 1,18 m (uvas sem sementes) e altura máxima de 2,20 m. A amarração é feita com no mínimo três fitas de plástico na horizontal, oito na vertical e quatro cantoneiras (Figura 3). 
ARMAZENAMENTO
Uma vez colhidas e em baladas, as uvas devem ser armazenadas e transportadas sob condições adequadas, para que possam chegar ao consumidor em ótimas condições de consumo. Os seguintes cuidados são, pois, indispensáveis:
- Tratamento com anidrido sulfuroso
Para retardar a ocorrência de podridões por fungos nas uvas que vão ser armazenadas, recomenda-se fumigá-las com anidrido sulfuroso. Este tem uma ação fungicida, que elimina todos os fungos que existem sobre os cachos e também conserva a coloração verde da ráquis por mais tempo.
A aplicação do anidrido sulfuroso pode ser feita de diferentes maneiras, seja em câmaras de fumigação, pela queima de enxofre ou pela liberação direta do gás comprimido proveniente de botijões, seja mediante a colocação em cada caixa de uva, de um papel gerador dessa substância.
- Refrigeração
A elevada transpiração das uvas colhidas decorre da alta temperatura com que as frutas chegam do campo. É necessário, portanto, submetê-las a um pré-resfriamento por duas a três horas, a fim de provocar a queda substancial dessa temperatura, com vistas à uma melhore mais prolongada conservação do produto.
Depois do pré resfriamento, as caixas são colocadas em câmara fria para conservar as uvas, caso elas não sejam comercializadas de imediato.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
GALLOTTI, G.J.M. & GRIGOLETI JÚNIOR, A. Doenças fúngicas da videira e seu controle no Estado de Santa Catarina. Florianópolis, EMPASC, 1990.
http://boaformaesaude.com.br/veja-todos-os-beneficios-da-uva/
http://www.agrobyte.com.br/Uva.htm
ttps://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1664546-4529,00.html
http://www.cnpuv.embrapa.br/cultivodavideira
Pommer, Celso Valdevino. Ed Uva: tecnologia de produção, pós-colheita, mercado/editado pr C.v.Pommer, 2003.
Salim Simão Tratado de fruticultura. –Piracicaba: FEALQ, 1998.Uvas para o Brasil / Coordenação de Julio Seabra Inglez de Souza. Piracicaba: FEALQ, 1996Fortunato Garcia Braga  Cultura da uva niágara rosada /.- São Paulo: Nobel, 1988.

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