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LOGÍSTICA APLICADA A SOJA
Resumo 
A soja consiste em um complexo composto por (grão, farelo e óleo), chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes japoneses, em 1908. A criação de novas cultivares pelos cientistas levou a soja para diversas regiões brasileiras, dando estabilidade às áreas de fronteira agrícola e tornando sua logística mais complexa devido à necessidade de transporte e armazenamento. No contexto mundial e nacional de hoje, a soja está inserida economicamente como uma das principais culturas produzidas. As principais atividades logísticas envolvidas no escoamento da soja em grão brasileira são a armazenagem, o transporte e seu embarque nos portos, quando é destinada à exportação. A safra da soja é, sem dúvida, a que mais desestabiliza o mercado de frete, isto é, com a utilização intensa dos serviços de transporte, pois os veículos disponíveis se tornam escassos e os valores de frete se elevam significativamente. “A logística de um modo geral ainda é o nosso maior gargalo. Entre esses e outros temas será abordado nesse trabalho.
Palavra-chave: Entraves. Logística. Soja
Resumo Expandido 
A soja consiste em um complexo composto por (grão, farelo e óleo), chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes japoneses, em 1908. Entretanto, a sua expansão deu-se efetivamente a partir dos anos de 1970, com o interesse crescente da indústria de óleo e a demanda do mercado internacional. A criação de novas cultivares pelos cientistas levou a soja para diversas regiões brasileiras, dando estabilidade às áreas de fronteira agrícola e tornando sua logística mais complexa devido à necessidade de transporte e armazenamento (OJIMA, 2004).
Atualmente, a soja é a commodity nacional de maior importância, sendo responsável na safra de 2009 por um faturamento de US$ 17.240 bilhões, comercializados com o mercado internacional, representando uma fatia de 10% de participação no total das receitas cambiáveis brasileiras, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE).
No contexto mundial e nacional de hoje, a soja está inserida economicamente como uma das principais culturas produzidas. No Brasil, a oleaginosa é, atualmente, a principal cultura do agronegócio brasileiro. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2015), na safra 2013/14 cerca de 86,12 milhões de toneladas de soja foram produzidas no país, representando 44,5% de toda a produção brasileira de grãos na mesma safra. Com relação a área de cultivo, de acordo com o ministério da agricultura a soja é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a 49% da área plantada em grãos do país. Com relação à comercialização, a produção brasileira da soja representa cerca de 41% do que foi exportado mundialmente na safra 2013/14, superando o principal produtor mundial Estados Unidos da América. 
A logística relacionada a esse produto, por sua vez, representa um dos maiores entraves para o desenvolvimento do setor e, apesar disso, nota-se uma carência de estudos relacionados a esse tema. 
A logística, por sua vez, apresenta-se como elemento estratégico nessa cadeia, tendo em vista que tanto os recursos quanto seus consumidores estão distribuídos em uma ampla área geográfica. Conforme apontado por Ballou (2010), a logística tem importância em escala global, uma vez que a região geográfica explore suas vantagens inerentes pela especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos em que ela possui vantagens comparativas.
A logística do setor agrícola é a responsável pelo planejamento e controle do fluxo do produto na cadeia de produção. Porém, segundo Rocha e Couto (2002), atualmente a maior preocupação dos responsáveis pela logística brasileira está nas atividades envolvidas depois da porteira, em que os altos custos logísticos se apresentam, levando o Brasil a perder grande parte da competitividade no mercado internacional. Ao mesmo tempo, o setor considerado “da porteira para dentro”, se encontra entre os maiores e mais competitivos do mundo, porém essa competitividade, como afirmado anteriormente, é consumida pela ineficiência da matriz de transportes do país, resultando em um maior preço do produto no mercado. (Rocha e Couto,2002).
A soja movimenta um grande montante de recursos e divisas, mas por ser um produto de baixo valor agregado, é necessário que seus processos logísticos sejam bem executados, pois na falha destes, o acréscimo de pequenos valores afetarão fortemente o custo do produto. Fato que torna a soja pouco lucrativa para os produtores e investidores do setor.
Estima-se que somente a logística de distribuição física pode consumir de 15 a 20% do Produto Nacional Bruto (BALLOU, 2010). No caso específico da soja, a logística corresponde a cerca de 30% do custo total do produto no Brasil (OJIMA, 2006). Castillo (2004) demonstra que a movimentação da produção agrícola e de seus derivados exige, cada vez mais, velocidade, qualidade e baixo custo, uma vez que o frete tornou-se um componente significativo dos custos finais dos granéis sólidos agrícolas. Sendo assim, o autor propõe que a competitividade deixou de ser um atributo apenas das empresas e passou a caracterizar também o macroambiente em que estas empresas estão inseridas.
Em uma economia globalizada a competição entre empresas do mesmo segmento é intensa, principalmente para as commodities, tendo os aspectos regionais e de transporte grande influência na atratividade dos negócios. O Brasil é um país beneficiado por seu ambiente produtivo, porém a entrega dos produtos ao mercado consumidor ainda é pouco eficiente, tornando necessária a implantação de uma logística agroindustrial como meio a possibilitar a chegada dos produtos nos clientes pelo menor preço, na hora, local e forma desejada.
 Em um mercado competitivo como o das commodities, a otimização dos sistemas, sejam produtivos, financeiros ou logísticos, deixou de ser uma opção de maior rentabilidade e tornou-se uma necessidade crescente, em decorrência da volatilidade dos retornos sobre o capital investido.
As principais atividades logísticas envolvidas no escoamento da soja em grão brasileira são a armazenagem, o transporte e seu embarque nos portos, quando é destinada à exportação (PONTES; CARMO; PORTO, 2009). Além dessas, ainda há a atividade de processamento de pedidos, mencionada por Ballou (2010).
Em relação ao processamento de pedidos, Coeli (2004) afirma que o processo de comercialização da soja se inicia com o produtor, que vende os grãos à agroindústria, às cooperativas ou às empresas de trading. A manutenção de estoques, segundo Pontes, Carmo e Porto (2009), atuaria reduzindo as perdas agrícolas e conservando a soja. 
Nesse contexto, um ponto importante mencionado por Martins et al. (2005) é que, embora a produção de grãos tenha crescido, a infraestrutura de armazenagem no campo ainda é insuficiente para atender à demanda. Essa insuficiência, por sua vez, também gera impactos sobre o transporte da soja, uma vez que, sem ter onde armazená-la, os agricultores entregam sua produção para o transporte logo após a colheita. 
Com a intensa demanda de serviços de transporte, há escassez de caminhões, o que eleva o preço do frete (MARTINS et al., 2003). Dessa forma, fica evidente a importância da armazenagem, uma vez que, durante a safra, os preços da soja costumam sofrer uma queda, em razão da grande oferta; os fretes, ao contrário, tendem a aumentar o preço, em decorrência do acréscimo da demanda. Sendo assim, seria interessante estocar a soja por um determinado período, para que, realizando-se a venda posteriormente, se evitassem picos de distribuição (MARTINS et al., 2003).
Além da insuficiência de armazéns, outros problemas relativos à estocagem são as grandes perdas sofridas durante essa atividade e o alto custo de manuseio dos armazéns (PONTES; CARMO; PORTO, 2009).
Quanto à atividade de transporte, por sua vez, o principal problema é o predomínio do modal rodoviário. Como a soja envolve transporte de longasdistâncias para produtos de baixo valor agregado, seria mais adequado favorecer arranjos logísticos com transporte hidroviário e ferroviário, ideais para tais características (OJIMA, 2006). Além disso, embora os modais hidroviário e ferroviário exijam um maior tempo de transporte, eles possuem uma capacidade mais elevada e podem trazer economia de custos e redução de perdas (PONTES; CARMO; PORTO, 2009). Contudo, esse não é o caso do Brasil, visto que outros modais, como o ferroviário, possuem custos mais elevados do que o rodoviário, em razão de sua menor utilização (WANKE; FLEURY, 2006).
O objetivo da integração da cadeia de abastecimento é a minimização do custo total logístico, que é a soma dos custos de produção, estoque, armazenagem, transporte e distribuição. Assim, a gestão logística busca, por meio da gestão financeira, diminuir custos e aumentar a produtividade dos ativos, isto é, aumentar o giro de estoques, reduzir os ciclos de suprimento e diminuir o ciclo de pedidos.
Caixeta-Filho (2001) afirma que a safra da soja é, sem dúvida, a que mais desestabiliza o mercado de frete, isto é, com a utilização intensa dos serviços de transporte, pois os veículos disponíveis se tornam escassos e os valores de frete se elevam significativamente.
Correa Jr. et al. (2001) destacam algumas variáveis que exercem influência sobre o estabelecimento do frete, que são: distância percorrida; custos operacionais; possibilidade de obtenção de carga de retorno; agilidade dos processos de carga e descarga; sazonalidade da demanda por transporte; especificidade de carga transportada e do veículo utilizado; perdas e avarias; vias utilizadas; volume e valor do pedágio; rigor da fiscalização; prazo de entrega; alguns aspectos geográficos.
De acordo com Soares et al. (1997), a safra da soja, que ocorre entre os meses de março e abril, é a que mais desestabiliza o mercado do frete no Brasil. É o fator que traz maiores impactos sobre o mercado de transporte rodoviário de cargas. Isso é explicado pelo fato de que os produtores realizam a colheita muito rapidamente; hoje isso é acentuado pelo uso de máquinas maiores e mais eficientes; sem ter onde armazenar o produto, buscam comercializá-lo logo após a colheita. As colheitas das safras acontecem geralmente entre os meses de fevereiro a maio para a soja, e de janeiro a junho para o milho. Os agricultores realizaram a quase totalidade das colheitas nesses períodos, salvo algumas pequenas variações. No caso do milho, ocorre também a segunda safra que é colhida entre os meses de julho e setembro.
Todas as variáveis são levadas em consideração na determinação dos preços de frete; mas o principal mecanismo a ser considerado é a negociação entre os agentes. A demanda de serviços nesse mercado, na maioria dos casos, detém o poder de negociação em face da oferta de serviço de transporte, criando assim um sistema no qual há grande número de empresas disputando um mercado composto por pequeno número de demandantes importantes, situação teórica descrita no conceito de oligopsônio.
“A logística de um modo geral ainda é o nosso maior gargalo”, garante o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan. “Ela melhorou um pouco. Mas, as coisas mudam muito devagar. Ainda temos estradas de terra a percorrer.”
Considerações
Como o objetivo deste estudo foi descrever e avaliar as condições da logística da soja. Que a logística relacionada a esse produto, por sua vez, representa um dos maiores entraves para o desenvolvimento do setor, tais como: a armazenagem, o transporte, embarque nos portos, e o preço do frete dentro também agrega: distância percorrida; custos operacionais; possibilidade de obtenção de carga de retorno; agilidade dos processos de carga e descarga; sazonalidade da demanda por transporte; especificidade de carga transportada e do veículo utilizado; perdas e avarias; vias utilizadas; volume e valor do pedágio; rigor da fiscalização; prazo de entrega; alguns aspectos geográficos. Vários fatores devem ser levados em considerações se tratando da logística da soja como a procura e sua demanda, tudo está no contexto e afeta o preço final do produto.
Referencias
Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais - ABIOVE. Complexo Soja-Exportações. Fev. 2010. Disponível em: Acesso em: 15 fev. 2010
BALLOU, R. H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. Tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 2010
CAIXETA-FILHO, J. V. Sistema de informações de fretes para cargas agrícolas: concepção e aplicações. In: CAIXETA-FILHO, J. V.; GAMEIRO, A. H. (Orgs.) Sistemas de gerenciamento de transportes: modelagem matemática. São Paulo: Atlas, 2001. cap. 2. 
CASTILLO, R. Transporte e logística de granéis sólidos agrícolas: componentes estruturais do novo Sistema de movimentos do território brasileiro. Investigaciones Geográficas, v. 55, p. 79-96, 2004.
COELI, C. C. de M. Análise da Demanda por Transporte Ferroviário: O Caso do Transporte de Grãos e Farelo de Soja na Ferronorte. Dissertação (Mestrado em Administração) – Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. CORREA JÚNIOR, G. et al. Oferta de transportes: fatores determinantes do valor do frete e o caso das centrais de carga. In: CAIXETA FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (Orgs.) Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. cap. 4
MARTINS, R. S.; REBECHI, D.; PRATI, C. A.; CONTE, H. Compensação de custos logísticos e estratégias na gestão do agronegócio: o caso da comercialização de soja no Estado do Paraná. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ECONOMIA E GESTÃO DE REDES AGROALIMENTARES, 4., 2003, Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 2003.
MARTINS, R. S.; REBECHI, D.; PRATI, C. A.; CONTE, H. Decisões Estratégicas na Logística do Agronegócio: Compensação de Custos Transporte-Armazenagem para a Soja no Estado do Paraná. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 9, n. 1, p. 53-78, jan./mar. 2005.
OJIMA, A.L.R.O. Análise da movimentação logística e competitividade da soja brasileira: uma aplicação de um modelo de equilíbrio espacial de programação quadrática. 2004. 79 f.
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Jessilaine Moraes de Oliveira – lainemoares20@outllok.com
Lucas Roberto de Carvalho - Mestre
Núcleo de Iniciação Científica e Extensão FMB

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