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Apostila de IPT prt. II - Unip / Engenharia / 2° Semestre

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APOSTILA PROF. ÂNGELO – IPT – PARTE II
COERÊNCIA
A coerência de um texto é a lógica que está presente em um texto. Veja, por exemplo, o texto a seguir:
Havia um menino muito magro que vendia amendoins em uma esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
Nesta história o ilógico é saber como o menino arrumou forças. 
Podemos então afirmar que a coerência deve ser entendida como unidade e lógica do texto. Onde nada deve ser contraditório, ilógico ou desconexo.
A coerência pode ser estudada em três aspectos: a coerência narrativa, a coerência figurativa e a coerência argumentativa.
A coerência narrativa:
É incoerente narrar uma história em alguém está descendo uma ladeira em um carro sem freios, que é freado imediatamente quando uma criança inocente lhe corta a frente.
Veja esse outro exemplo, encontrado no livro de Platão e Fiorin, “ Para entender o texto – leitura e redação”, da Editora Ática:
Lá dentro havia uma fumaça espessa formada pela maconha e essa fumaça não deixava que víssemos qualquer pessoa, pois ela era muito intensa.
Meu colega foi à cozinha, deixando-me sozinho, fiquei encostado na parede da sala e fiquei observando as pessoas que lá estavam. Na festa havia pessoas de todos tipos: ruivas, brancas, negras, amarelas, altas e magras.
Se a fumaça era muito intensa, como ele pode ver as pessoas com detalhes?
É também incoerente dizer que uma pessoa é totalmente indiferente à outra mas, que caiu em prantos quando soube que ela se casou e viajou para o exterior para morar.
Assim também, é incoerente dizer que um personagem foi a uma partida de futebol, sem nenhum entusiasmo, pois já esperava ver um mau jogo, e, posteriormente, afirmar que esse mesmo personagem saiu do estádio decepcionado, com o mau futebol apresentado. Quem nada espera de uma situação, não pode decepcionar-se.
Incoerência figurativa:
Temos que pensar em um tema e criar uma cena com figuras. Essas figuras são parte da cena e devem ser harmônicas, isto é, devem ter uma articulação harmônica, com base nos significados que mantêm entre si. 
Vejamos um exemplo: em uma cena de inverno, teremos para escolher figuras como: neve, Polo Norte, pinguins, renas, trenós, esquimós, pessoas vestidas com roupas de pele. Isso se deve ao fato que todas pertencem ao mesmo grupo temático. Entretanto, se incluirmos nessa cena: cactos, palmeiras, estradas poeirentas, beija-flores, nós estragamos a cena.
Incoerência argumentativa:
Quando se defende um ponto de vista, deve-se ser coerente com ele.
Se eu afirmo que o homem deve buscar o amor e a amizade, não posso em seguida afirmar que não se deve confiar em ninguém, que por isso é muito melhor viver isolado.
Segundo Platão e Fiorin, no livro já citado, em um esquema de argumentação joga-se com certos pressupostos ou certos dados conhecidos, e, deles se fazem inferências ou deduções. Para que possamos assim tirar as conclusões. Estas devem estar implicadas com os elementos lançados como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos ou dados de base não permitem tirar conclusões que foram tiradas, comete-se um erro, uma incoerência de nível argumentativo.
Por exemplo, se partirmos da premissa (pressuposto) de que todos são iguais perante a lei, cai na incoerência se defender, posteriormente, benefícios ou privilégios para algumas categorias profissionais não estarem obrigadas a pagar imposto de renda.
Se todos são iguais perante a lei, isso é um desvio. Você até pode defender a isenção de impostos para certas categorias, mas não pode partir da premissa (pressuposto) de que todos são iguais perante a lei.
Assim também é incoerente se defender um ponto de vista contrário a todo tipo de violência e ser favorável à pena de morte. A não ser que você considere que a ação de matar um pessoa não seja uma ação violenta.
COESÃO TEXTUAL
A coesão é essencialmente a ligação entre as palavras, as frases e os parágrafos de um texto.
Isso não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que se formam e que existem entre os vários enunciados. São certas palavras que fazem essa função, as palavras chamadas de conectivos. Sua função no texto é exatamente essa, a de por em evidência as várias relações de sentido entre os enunciados.
São as seguintes as palavras que assumem a função de conectivo:
- as preposições: a, de, para, com, por, etc.
- as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou etc.
- os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.
- os advérbios: aqui, aí, lá, assim, etc.
Vejamos o uso dos conectivos em períodos compostos (de várias frases).
Se as indústrias são poluentes, devem abandonar a cidade, para que as boas condições de vida sejam preservadas.
Veja então esses dois exemplos de incoerência:
O homem que tenta mostrar a todos que a corrida armamentista que se trava entre as grandes potências é uma loucura.
Ao dizer que todo o desejo de que seus amigos viessem à sua festa desaparecera, uma vez que seu pai opusera à realização.
Devemos recordar sempre que a escrita não exige que os períodos sejam longos e complexos, mas que sejam completos, e, que suas partes estejam absolutamente conectadas entre si.
Não é necessário fazer a análise sintática de cada período que se constrói. Basta usar a intuição linguística que todos os falantes possuem e reler o se escreveu, com calma e com espírito crítico, preocupado(a) com verificar se tem sentido aquilo que acabou de ser redigido.
A escolha do conectivo adequado é de fundamental importância para o texto.
Vejamos então as relações criadas por palavras ou expressões (mais de uma palavra) que utilizamos para criar relações de sentido. Cada um dos conectivos possui um valor. Um valor típico. Além de ligarem as partes do discurso, eles também estabelecem certo tipo de relação semântica (de sentido) como: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição etc. 
Por exemplo: 
Israel possui o solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos produtos agrícolas.
A ideia que o conectivo “porém” agrega ao texto é de que apesar da aridez do solo, Israel ainda exporta alguns produtos agrícolas. Existe uma contradição entre as duas partes do discurso, que faz com que se ressalte a qualidade do esforço em se produzir no deserto.
Muitas pessoas não atentam para esse fato, o emprego correto dos conectivos, quando elas escrevem e por isso acabam empregando mal os elementos de coesão e assim, criando paradoxos semânticos (disparates de sentido).
Vejamos alguns exemplos que relações que esses elementos de coesão estabelecem:
1) Assim, desse modo: criam um valor exemplificativo e complementar.
O governador resolveu não se comprometer com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.
2) e: é uma conjunção aditiva. Anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica progressão semântica que acrescenta, que adiciona algum dado novo. Se não acrescentar nada, deve ser evitada.
Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas.
Não se deve utilizar o “e” como conectivo no seguinte caso:
Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar.
3) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes. 
4) aliás, alémdo mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.
Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente o seu poder de compra. Além de tudo, são considerados como renda e taxados com impostos.
5) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente.
Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.
f) mas, porém, contudo, entretanto e outros conectivos adversativos: marcam oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com esses relatores, segmentos que não se opõem. Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.
 
Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar o plantio.
g) embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.
Observe o exemplo:
Ainda que a Ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés velozes como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças.
Como se nota, mesmo concedendo ou admitindo grandes vantagens da técnica e da Ciência, afirma-se uma desvantagem maior.
O uso do embora como conectivo pressupõe uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o enunciado descabido. Exemplo.
Embora o Brasil possua solo fértil e imensas áreas de terra cultivável, vamos resolver o problema da fome.
h) certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma certa escala. Alguns, como: mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala, outros, como ao menos, pelo menos, no mínimo, situam no plano mais baixo:
O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte.
Ou
É preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde.
Convém lembrar que com o uso dos elementos de coesão, cria-se o paradoxo semântico provocando determinados efeitos de sentido. Pode-se conseguir um efeito de humor ou ironia, mas também revelar certos preconceitos, estabelecendo uma relação de contradição entre dois segmentos, que normalmente não contraditórios. Veja este exemplo:
Ela é mulher, mas é capaz.
A retomada ou antecipação de termos da oração ou frases
Observe o trecho que se segue:
José e Renato, apesar de serem gêmeos, são muito diferentes. Por exemplo, este é calmo e aquele explosivo.
O termo este retoma o nome próprio “Renato”, enquanto aquele faz a mesma coisa com a palavra “José”. “Este” e “aquele” são chamados de anafóricos – ou indicadores, que apontam uma certa palavra.
Anafóricos são palavras que servem para retomar um termo já expresso no texto, ou também para antecipar termos que virão a aparecer, no texto. São anafóricos os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele, aquela), os pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo), advérbios e expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás), etc.
Quando um elemento anafórico está empregado num contexto tal que pode referir-se a dois termos antecedentes distintos, isso provoca ambiguidade (imprecisão, incerteza). Constitui-se assim uma ruptura de coesão. Na escrita, é preciso tomar cuidado para que o leitor perceba claramente a que termo se refere o elemento anafórico. 
Eis aqui alguns exemplos de ambiguidade por causa do uso de anafóricos:
O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de sua proposta de aumento de salário.
Nesse caso “sua” pode estar se referindo à proposta do PT ou à do PMDB.
Para desfazer a ambiguidade, apela-se para outras formas de construção da frase, como, por exemplo:
A proposta de aumento de salário formulada pelo PT provocou desacordo com o PMDB.
O uso do pronome relativo pode provocar ambiguidade, como se pode ver a seguir:
Via-se ao longe o sol e a floresta, que tingia a paisagem com suas variadas cores.
Há casos em que não coesão nenhuma, como em alguns textos escolares, colhidos de vestibulares:
Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sinceridade de quem as escreveu.
O texto fica desconexo porque o qual (um pronome) não retoma nenhum antecedente citado.
Classificação dos textos em narração, descrição e dissertação.
Os textos, como já estamos habituados com a leitura, podem ser classificados em três tipos.
O primeiro deles é a narração.
O texto narrativo (narração) é aquele relata mudanças progressivas de estado que vão ocorrendo com as pessoas e coisas através do tempo. Portanto, é necessária a passagem do tempo. 
Observe o pequeno texto tirado da obra “Para entender o texto – leitura e redação”, de Platão e Fiorin.
(1) P. e F. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe. (2) A fortuna, porém, não os assistiu com a mesma equidade. (3) P. foi adotado por uma família ilustre e F. deixou-se ficar com os pobres pais. (4) P. tirou o título de doutor, F. morreu aos 18 anos, num tiroteio com a polícia.
O segundo tipo de texto é a descrição. Não há nenhuma mudança e tampouco a passagem de tempo.
Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em voltas das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.
O mesmo texto pode ter sua ordem trocada, invertida que em nada afetará o estilo.
Eis São Paulo às sete da noite. O transito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em voltas das mesas. Luzes de tom pálido incidem sobre o cinza dos prédios.
Por fim, temos a dissertação, como terceiro tipo de texto.
				Dissertação
O brasileiro, nos últimos anos, tem revelado uma profunda descrença nas instituições políticas do país. Vários fatores têm concorrido para isso. Entre eles, podem se citar a incapacidade do governo em controlar o processo inflacionário, a impunidade dos que fazem mau uso do dinheiro público e o mau funcionamento dos legislativos.
Este texto é dissertativo, pois analisa e interpreta dados da realidade por meio de conceitos abstratos. Na narração e na narração e na descrição predominam termos concretos que se referem a pessoas ou coisas do mundo real ou presumivelmente real.
Na dissertação predominam os conceitos abstratos, isto é, a referência ao mundo real se faz através de conceitos amplos, de modelos genéricos, muitas vezes abstraídos do tempo e do espaço. O discurso dissertativo mais típico é o da ciência e da filosofia. Os recursos de argumentação tomam base nos fatos concretos, para exemplificar.

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