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Um grande problema atualmente em se avançar na ciência, consiste no fato que falta um controle mais rígido referente à integridade ética das atividades científicas. Existem diversos regulamentos, códigos de conduta e políticas internacionais para cuidar dessas questões, no entanto, é preciso que as agências de fomento também responsabilidade nisso. Apoiada nessa ideia, a FAPESP criou o “Código de Boas Práticas Científicas”. A simples criação do código não seria a solução e portanto criaram estratégias para sua implementação. Baseia-se em três pilares: educação, prevenção e investigação e sanção justas e rigorosas. Basicamente, seria promover atividades pertinentes à integridade ética da pesquisa, tais como programas de treinamento, cursos e eventos, oferecer aconselhamento para a aplicação de tais valores e investigar e punir se for preciso, de acordo com as regras. A aplicação desse código, leva em consideração que os valores éticos mais tradicionais, como gestão de recursos financeiros e respeito à integridade física, psicológica e moral dos sujeitos de experimento, já são respeitados e regulamentados pelas instituições de pesquisa. É esperado que se interprete e complemente o código de acordo com a aplicação que será feita e isso requer que exista uma atenção contínua às questões de integridade ética da pesquisa. Partindo-se do princípio que todo cientista é responsável pelo avanço da ciência, este deve se conduzir com honestidade intelectual, objetividade e imparcialidade, veracidade, justiça e responsabilidade. Somente assim será possível construir, apropriar e usufruir coletivamente a ciência. Um grande impasse disso, são as más condutas, seja por intenção ou negligência, que diferem do erro científico e portanto, existe uma sessão no código explicitando-as. Os casos mais comuns são a fabricação de dados ou resultados que não existem, falsificação e o plágio. Além da responsabilidade do cientista, a instituição de ensino também deve ser responsabilizada, afinal, é através dela que se promove uma cultura de boa conduta científica entre os pesquisadores e estudantes vinculados. Cada uma precisa ter órgãos específicos para educar, disseminar, aconselhar, treinar os pesquisadores, investigar e, se preciso, punir as más condutas. Podemos perceber então que as condutas necessárias para o surgimento da ciência ética existem e estão sendo implantadas, resta que todos assumam seus papéis e devida responsabilidade e ajudem no controle e estabelecimento das regras operantes.
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