Buscar

Resumos O que é arte

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

http://www.casadamaite.com/node/7794
O que é arte - resumo do livro de Jorge Coli
FAP
O QUE É ARTE. Responder é coisa difícil. As respostas são divergentes, contraditórias. Mas “é possível dizer que arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é, nossa cultura possui uma noção que denomina solidamente algumas de suas atividades e as privilegia ... se não conseguimos saber o que é arte, pelo menos sabemos quais coisas correspondem a essa idéia e como devemos nos comportar diante delas” (p. 8)
“Para decidir o que é ou não arte, nossa cultura possui instrumentos específicos . Um deles, essencial, é o discurso sobre o objeto artístico, ao qual reconhecemos competência e autoridade. Esse discurso é o que proferem o crítico, o historiador da arte, o perito, o conservador de museu. São eles que conferem o estatuto de arte a um objeto.
Nossa cultura também prevê locais específicos onde a arte pode manifestar-se, quer dizer, locais que também dão estatuto de arte a um objeto. Esses locais garantem ... o rótulo “arte” às coisas que apresentam, enobrecendo-as. (p. 10)
Portanto, “nossa cultura prevê instrumentos que determinarão, por mim, o que é ou não arte”.
Ou seja ..... “o estatuto de arte não parte de uma definição abstrata,lógica ou teórica, do conceito, mas de atribuições feitas por instrumentos de nossa cultura, dignificando os objetos sobre os quais ela recai”.
***********************************
“A arte instala-se em nosso mundo por meio do aparato cultural que envolve os objetos: o discurso, o local, as atitudes de admiração etc (p.12)
(p.17) mas o discurso é arbitrário, mais que o julgamento puramente técnico
(13) o crítico julga segundo seus critérios (subjetividade).
- Muitos artistas considerados grandiosos hoje, não o foram no seu tempo. Sua “reabilitação triunfal” (p. 21) é muitas vezes póstuma.
Ou seja, “ a autoridade institucional do discurso competente é forte, mas inconstante e contraditória, e não nos permite segurança no interior do universo das artes” (p.22)
· A idéia de estilo (p. 23)
Mas, (p. 24) – “A história da arte e a crítica não se contentam, - , em determinar, com um veredito sem justificações, a qualidade do objeto artístico. Elas trazem, ligados a esse julgamento, o discorrer sobre o objeto, o suporte que leva ao julgamento. Ora, a situação de divergências não é satisfatória para o próprio discurso ...
O discurso sobre as artes parecem, com freqüência, ter a nostalgia do rigor científico, a vontade de atingir uma objetividade de análise que lhe garanta as conclusões. E na história do discurso, na história da crítica, na história da arte, constantemente encontramos esforços para atingir algumas bases sólidas sobre as quais se possa apoiar uma construção rigorosa.
O instrumento primeiro e mais freqüente desse desejo de rigor é o das categorias de classificações estilísticas. Se conseguirmos definir estilos, no interior dos quais encaixarmos a totalidade da produção artísticas, começamos a pisar terreno mais seguro. 
[veremos isto em Wölfflin’s Conceitos fundamentais da historia da arte].
p. 25 A ideia de estilo está ligada à idéia de recorrência de constantes ...
[Mas (p.27) “um mesmo criador pode desenvolver em sua produção tendências estilísticas diferentes que, se sucedem no tempo, constituem as “fases” distintas do artista.
[De qq. forma] “quando conhecemos suficientemente o estilo de um autor, reconhecemos com facilidade sua produção”
p. 28 – “Alargando ainda mais o campo do conceito, descobrimos que as diversas épocas constroem uma espécie de pano de fundo estilístico comum às obras, por diferentes que sejam”
[Mas] p. 28 “A obra de arte não se reduz ao estilo, não tem, muitas vezes, a pureza formal que evocamos, [embora] “no discurso sobre a arte, não é raro encontrarem-se referências à idéia de estilo como se fosse suficiente e formal” ...
p. 29 Os estilos
“Falando de arte, referimo-nos a impressionismo, surrealismo, romantismo, rococó, a um estilo cretense, helenístico ou egípcio. Na maior parte das vezes, atribuímos a essas palavras um poder excessivo: o de encarnarem uma espécie de essência à qual a obra se refere.
De que estilo é tal pintor? Enquanto não colamos uma etiqueta em cima, não sossegamos: é hiper-realista, é abstracionista, é impressionista, é surrealista. Isto nos tranqüiliza, pois supomos conhecer o essencial sobre a obra; supomos saber o que significam as classificações, e que a obra corresponde a uma delas.
Essa atitude pode ser pacificadora, mas não é satisfatória. Pois as obras são complexas, e é de sua natureza escapar às classificações; pois as classificações são complexas e nunca se reduzem a uma definição formal e lógica; pois a relação entre as obras e os conceitos classificatórios é, sobretudo, complexa.
p. 30 
Dissemos que as denominações estilísticas extravasam o domínio da definição formal, que, inicialmente, parecia constituir seu núcleo de base. Elas não são lógicas, são históricas, viveram no tempo e tiveram caminhos e funções diferentes. Elas evoluíram, e não são forçosamente as mesmas segundo as épocas que as empregam.
E, ainda, há conceitos inventados a posteriori para localizar, na história, tal ou qual
p. 31 – há “todo um conjunto de elementos que ultrapassa o lado puramente formal (e refere-se) à especificidade do fazer artístico, “por vezes reduzida a um mínimo”.
p. 34-35 ... as classificações não são instrumentos científicos, não são exatas, que não partem de definições, que agrupam os artistas ou obras por razões muito diferentes entre as quais se pode encontrar a idéia de estilo – portanto seu emprego deve ser muito cuidadoso; 
e
sua utilização não deve ser universalizada, banalizada para abarcar
coisas do senso comum como acontece com as palavras: surrealismo
(como sinônimo de insólito, estranho, desabitual, absurdo; barroco para 
Extravagante ou muito ornamentado; romântico para sentimental.
p. 35 “o importante não é assimilar seu estilo ao seu estilo ao que supomos seja o gótico ou a pintura de Renascença, mas descobrir o que o artista revela como preocupações, como visão, qual a sua especificidade entre as artes de seu tempo.
p. 36 Crítica, história da arte, categorias e sistemas
* Função do crítico diferente da função do historiador da arte
O crítico analisa as obras, e sua função é eminentemente seletiva.
De certo modo, é o juiz que valoriza ou desvaloriza o objeto 
artístico. É claro que o conhecimento da história das diferentes 
produções artísticas serve-lhe para a elaboração de seus critérios.
“O historiador da arte procura em princípio evitar os julgamentos
de valor”. [mas] não consegue evitar inteiramente os critérios seletivos
pois o conjunto de objetos que estuda supõe uma escolha. Privilegiará
um autor que pareça a seus olhos e aos de seus contemporâneos mais 
importante, consagrando-lhe um maior número de páginas, 
aprofundando mais a análise.
... ele busca a compreensão dos fenômenos artísticos.
- a compreensão, a suspensão do julgamento denotam o desejo de rigor, próximo da ciência.
* Esforços feitos na Historia da Arte
p. 38-54 Heinrich Wölfflin, 1888, “Renascença e Barroco”. 1915 “Princípios fundamentais da história da arte”.
p. 40 – o quadro é um pouco insólito.... Mas, “o que nos interessa é a linha, instrumento construtor por excelência, que define com nitidez os objetos, conduz o olhar e limita os volumes. Por seu intermédio, Michelangelo apreende os corpos no que eles tem de palpável, de tátil, isto é, os contornos e as superfícies.
Ex. Sagrada Família (de Michelangelo). > “Estamos diante de uma visão plástica que isola os objetos fisicamente, corporalmente, pelo contorno. Os braços da Virgem, musculosos, fortes ... são perfeitamente recortados, e o modelado (aplicação de luz e sombra sobre um objeto de modo a se obter o efeito de volume) tem uma precisão metálica. As dobras do manto são também definidas pelas linhas, com rigor, e pelo relevo nítido e vigoroso”
[Wölfflin também refere-seà representação das dobras de um manto em cetim numa cena parecida em 2 quadros]
p. 54-57 > A tentativa de D’Ors universalizar “barroco” e “clássico” como estilos que estariam presentes em todos os outros, tomados também para adjetivar outras instâncias da expressão artística, política, etc.
“universalizações insatisfatórias, para um público rigoroso
p. 58-60 > “Para Wölfflin e D’Ors, os conceitos são estáticos, eles agrupam, nada mais. Wölfflin liga-se à evolução no tempo, porque em tal momento as formas tomam tais constantes e, no seguinte, outras tantas. Mas, para ele, o barroco não é uma conseqüência do clssicismo; há uma idéia de sucessão, e não de causalidade.
Para Focillon, todos os períodos artísticos passam por [uma fase] primitiva, clássica, barroca; pelo menos virtualmente.
Em ambos, a especificidade das artes encontra-se nas formas, são elas que permitem um sistema classificatório estático ou evolutivo . princípios de “uma história formal das artes [que] marcaram profundamente o século XX, [inclusive] Francastel, que reivindicava uma sociologia da arte.
Isto [uma história da arte baseada exclusivamente em princípios formais] conduziu a uma desvalorização das significações do objeto artístico, do seu aspecto semântico” com raras exceções. Émile Male, e Panofsky, que estuda a “iconologia”, isto é, a ciência da significação das imagens. Mas Panofsky ... assume a separação entre os campos formais e os significativos e não se preocupa com formas ou estilos – só ... significações. (p. 60)
[Coli adverte que] “O rigor das categorias é forçosamente simples e simplificador. A própria idéia de “estilo”, definida como um sistema de constantes formais, parece insuficiente para cobrir a complexidade dos objetos ... A redução a esquemas formais, estáticos e precisos ... deixa a descoberto ... o seu aspecto semântico. Mais grave ainda, elas excluem a problemática da relação arte-cultura, a compreensão do objeto artístico passando pela compreensão da cultura que o produziu”
p. 61 A riqueza do objeto artístico escapa sempre aos moldes que se querem lógicos”
Se quisermos usar classificações, seus termos precisam ser explicitados, limitados, examinando cada caso, “lembrando que as classificações são, antes de mais nada, denominações cômodas e não definições científicas”. (p. 62)
* p. 63-86 Arte para nós
* refere-se aos instrumentos que instauram a arte em nosso mundo: história da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte, ...
· comenta que a idéia de arte não é própria a todas as culturas e a nossa possui uma maneira muito específica de concebê-la; que quando nos referimos à arte africana... isto é, quando selecionamos algumas manifestações materiais [de suas tribos] e damos a elas uma denominação desconhecida dos homens que as produziram, para os quais não teria sentido conservá-los em museu, rastrear constantes estilísticas ou compor análises formais, como nós fazemos, porque são instrumentos de culto, de rituais, de encantação.
· O “em si” da obra de arte não é uma imanência, é uma projeção.
p. 67 ... um objeto só é artístico porque foi aceito como tal pelas diversas “competências”: pelo crítico, pelo historiador...
p. 68 ... os objetos artísticos mudaram ou modificaram seus estatutos, funções, sentidos.
p.71 A arte pode estender indefinidamente seu campo, mas, quando colamos num objeto a etiqueta “artístico”, estamos transformando-o irremediavelmente.
- Umberto Eco e o conceito de “ruído” (p. 73)
p. 71 – A sobrevivência do objeto artístico
p. 72 – existiram e ainda existem algumas manifestações artísticas irremediavelmente efêmeras.
... no passado, era impossível registrar a arte de um intérprete, o gênio de um cantor, ... entre as manifestações artísticas contemporâneas, algumas são voluntariamente inconserváveis, como os “happenings” – uma situação que não pode se repetir.
p. 74 – Jean Renoir, filho de Auguste Renoir e cineasta francês “Cheguei mesmo a me perguntar se toda obra humana não é provisória – mesmo um quadro, ... uma estátua, ... uma obra arquitetural, mesmo o Partenon ... Talvez se consiga, à custa de tanto colocar cimento nas colunas, mantê-lo por cem anos, duzentos anos, digamos quinhentos anos, digamos mil anos. Mas, enfim, chegará um dia em que o Partenon não existirá mais. 
Pergunto-me se não seria mais honesto abordar a obra de arte sabendo que ela é provisória e irá desaparecer.
p. 77 – Por vezes, a recuperação é impossível, e obras essenciais da história da arte são contempladas..., por nós sob uma aparência muito diversa da primitiva.
- a obra não é um absoluto cultural, como não é um absoluto material, pois vive e se modifica (filmes, cujas cores podem alterar-se; teatro, cujas peças escritas numa época são representadas em diferentes épocas [diferentes épocas, diferentes representações]; música, interpretações; e dança, onde só algumas coreografias se preservam; > que devem sua sobrevivência a uma cadeia de aprendizado.
* p. 80-86 Falsificações
* p. 87-114 Nós e a Arte
Mário de Andrade disse uma vez que a arte não é um elemento vital, mas um elemento da vida. ... Se associadas a um objeto útil, ela é, nele, o supérfluo.
p. 90 – Colocados em pedestal ou vitrina, permitem a eclosão de sentimentos, de intuições evocadas, ... ao perderem, algumas, sua função utilitária... e transformarem-se em “artísticas”, a passagem impõe a perda da função primitiva.
p. 94 – O mercado da arte, tal como o conhecemos hoje, nem sempre existiu. Existiram, é certo, desde o século XV pelo menos, comerciantes de objetos artísticos, de gravuras, quadros. Mas esse mercado, até por voltas do século XVIII, era secundário: o que dominava era a relação direta estabelecida entre aquele que encomenda a obra e o pintor [o qual] podia pertencer ao círculo de uma corte nobre ou real.
p. 95 – A aparição do marchand e sua atuação, promovendo exposições individuais e temporais, criando o monopólio sobre suas produções...
- O quadro tornou-se também um meio de investimento extremamente cômodo, passível de valorização considerável, idealmente resistente às inflações que o mundo hoje conhece...
p. 96 – O quadro não é mais arte, tornou-se uma convenção financeira.
p. 99 – Os pintores mudam de “fases” ... Isso é compreensível: o colecionador tem que ser estimulado para novas compras.
p. 102 – A arte possui também outro papel, suplementar, mais difuso, menos nitidamente definível ... o de distinguir, de valorizar socialmente uma elite.
... Nossa elite atribui à arte um papel “superior”, elitizante. Tocar piano era, não faz muito tempo, parte integrante da educação das moças de “boa família”, como ainda hoje é envia-las ao balé: o álibi do aprimoramento artístico esconde a afirmação de classe.
... A arte,em certos casos, torna-se a insígnia de uma “superioridade” que um grupo determinado confere a si mesmo. Interessar-se pela arte significa ser mais “culto”, ter espírito “mais elevado”, ser diferente, melhor que o comum dos mortais.
p. 104 – Múltiplas facetas do pedantismo apoiado na arte ...
- Duas categorias assinaladas por Bourdieu: os “doutos” e os “mundanos”, os que afirmam sobre ela um saber, vazado aliás numa linguagem complicada, espécie de dialeto específico que pode ir da pretensa exatidão técnica de esquemas formais até um lirismo exaltado e “metafísico”; e os que a utilizam como atributo de um comportamento sofisticado.
* A razão (p. 104-107) * A não razão (p. 107-114)
* Ciência e Arte. (p. 109) – Entre a complexidade do mundo e a complexidade da arte existe uma grande afinidade” ...
* p. 115-129 A frequentação
- Com a arte não se pode aprender “regras” de apreciação [penso que Gombrich, que acredita tanto na educação do olhar, discordaria, uma vez que, aprendendo-se o que olhar, pode-se, então, apreciar muito mais uma obra de arte]
[De qualquer maneira, Coli conclui este pensamento afirmando, contrariamente que:] ...E a apreciação artística não se dá espontaneamente.
· O fato de uma grande obra ter sido consumida por um largo público significa apenas que ela possuíaelementos capazes de seduzir um grande número de pessoas num momento determinado.
· Na nossa relação com a arte nada é espontâneo. Quando julgamos um objeto artístico dizendo “gosto” ou “não gosto”, mesmo que acreditemos manifestar uma opinião “livre”, estamos na realidade sendo determinados por todos os instrumentos que possuímos para manter relações com a cultura que nos rodeia. “Gostar” ou “não gostar” não significa possuir uma “sensibilidade inata” ou ser capaz de uma “fruição espontânea”. Significa uma reação do complexo de elementos culturais que estão dentro de nós diante do complexo cultural que está fora de nós, isto é, a obra de arte.
p. 118 – A intricada relação entre arte e cultura - cultura que engendra e dialoga incessantemente com ela – determina a crítica das noções de “sensibilidade inata”, “fruição espontânea”. Os objetos artísticos encontram-se intimamente ligados aos contextos culturais: eles nutrem a cultura, mas também são nutridos por ela e só adquirem razão de ser nessa relação dialética, só podem ser apreendidos a partir dela.
p. 119 – O que é grave nas idéias de “espontâneo”, de “sensibilidade inata”, é que elas impedem uma relação mais elaborada com a obra de arte, o esforço necessário para um contato mais rico com ela.
· O discurso e a frequentação *
· O discurso também pode nos colocar em trilhos errados; eles são instrumentos complementares, auxiliares da frequentação ...
· A frequentação > atitude “empírica” diante do objeto artístico pela qual evitamos delegar a outrem a nossa relação com a obra, neutralizamos a autoridade da palavra “competente”.
p. 125 – Se não “gostamos” de um objeto artístico qualquer, se ele nos parece uma impostura, nossas justificações e argumentos impõem-se.
* p. 126-129 O Acesso à arte
p. 130 – Preferimos simplesmente constatar a complexidade do objeto artístico – e respeita-la, não tocando no conceito-chave das estéticas, que é a noção de belo, através do qual, muitas vezes, a arte foi definida. Também deixamos de lado as classificações de belas artes. Abandonando uma perspectiva histórica, história da estética, história da arte, história do gosto, história da crítica, o que é o artista ....
http://abcdorafa.blogspot.com/2010/11/resenha-do-livro-o-que-e-arte-jorge.html
Resenha do Livro: O que é Arte? (Jorge Coli)
      Por Rafael Vasconcelos
 O autor nos mostra que um determinado objeto não é mais arte que os outros, só por assim ter sido considerado através dos critérios de um crítico. Pois tal julgamento não atinge um nível elevado e suficiente para ser considerado como obra de arte. Um exemplo muito claro disso é quando Coli faz a associação entre um carpinteiro e um artista, mencionando que o carpinteiro pode apreciar ou até mesmo criticar a qualidade de um móvel, tendo como embasamento os seus conhecimentos. Sendo assim, sua chance de acertar sobre a qualidade do mobiliário é praticamente garantida. Porém, o mesmo não ocorre com o crítico de arte, pois tal questão carrega uma complexidade maior, pois não se dispõe do recurso da objetividade. A construção de um mobiliário é objetiva, a arte, não. O autor também afirma que é necessário ter-se conhecimento do estilo do autor para que se possa reconhecer com facilidade sua produção. Apesar de um autor possuir o seu próprio estilo, com o passar dos tempos ele pode sofrer sutis mudanças, transformando assim a sua estilística.
            Falar de estilos quase chega a ser o mesmo de se falar em rótulos, pois há um valor excessivo atribuído a esta palavra que tem por objetivo confortar os admiradores da arte. Mas dado a complexidade artística ela pode não ser suficiente, pois tudo o que é rotulado se restringe, ou seja, em se tratando de arte isso pode reduzir a uma definição formal e lógica.
            Jorge Coli também menciona a distinção entre o crítico e o historiador. O primeiro apenas analisa, deixando então sua função restrita e seletiva; enquanto o historiador procura evitar os julgamentos de autor, mesmo não conseguindo muitas vezes, deixar certos critérios seletivos de lado. O autor também nos apresenta diversas figuras como, por exemplo, A Sagrada Família de Michelangelo e a Sagrada Família de Pieter Paul Rubens, servindo como objeto de estudo para facilitar a explicação entre os vários planos utilizados por um outro autor.
            Dentre tantos esclarecimentos sobre o que é arte, também trata sobre o evolucionismo autônomo das formas, citando Focilon (1934) e seu livro, A Vida das Formas. Vimos que a vitalidade e conservação da arte ligam-se a fatores que ultrapassam, mesmo ela desempenhando um novo papel exterior e superficial. Mas ainda assim o exterior e superficial não se reduzem a tais fatos, uma vez que eles se dissimulam e caricaturam seu papel de instrumento de prazer cultural e de riqueza inesgotável.
            Mais do que explicações, conceitos, exemplos e comparações, podem-se perceber que a maior comunicação do objeto artístico conosco se faz através da emoção, do espanto, da intuição, das associações, evocações e seduções. Ficou claro que uma obra pode ser descrita e desenvolvida a várias análises, assinalados com um ou outro problema e que podem ser propostas relações e comparações, mas isso tudo são modos se aproximação do objeto artístico e praticamente impossível esgotá-lo.
            Em resumo pode-se dizer que o objeto artístico não pertence ao campo racional.
RESUMO do Livro: O que é arte de Jorge Coli
RESUMO do Livro: O que é arte de Jorge Coli Ao comentar sobre a hierarquia dos objetos Jorge Coli afirma que um objeto não é mais arte que outros, por ter sido levado a consideração de algum crítico que segundo seus critérios de julgamento não atingiram um nível elevado suficientemente para ser considerado uma obra de arte. Comenta acerca de um carpinteiro que pode apreciar ou criticar a qualidade um móvel baseado no conhecimento concreto que se tem sobre como é fabricado um bom mobiliário, as chances de acerto são praticamente garantidas; já com o crítico é bem mais complexa essa questão, pois não dispõe do recurso da objetividade. Aponta que é importante conhecer o estilo de um autor para reconhecer com facilidade sua produção. Apesar de quase todo o artista manter um mesmo estilo durante toda a vida, ele transforma suas constantes estilísticas com o passar do tempo.Ao falar de estilos, na maioria das vezes é atribuído um valor excessivo a essa palavra, fato que faz as pessoas rotularem tanto o autor, quanto a obra essa é uma atitude que pode confortar, mas dado à complexidade da natureza artística ela pode não ser suficiente, pois se reduz a uma definição formal e lógica.Cita que há uma distinção entre o crítico e o historiador. Sendo que o crítico é quem analisa as obras e sua função é seletiva. É como se fosse o juiz que valoriza ou desvaloriza o objeto artístico, utilizando-se da história das diferentes produções artísticas para a elaboração de seus critérios. Por sua vez, o historiador da arte procura em princípio evitar os julgamentos de valor, não conseguindo por vezes deixar inteiramente os critérios seletivos, pois o conjunto de objetos que estuda supõe uma escolha. Apresenta várias figuras à exemplo de A Sagrada Família de Michelangelo Buonarroti e A Sagrada Família de Pieter Paul Rubens, que servem de material de apoio para a facilitar suas explicações como os vários planos utilizados por um ou por outro autor.
	
Trata também sobre o evolucionismo autônomo das formas e comenta sobre Focilon (1934) e seu livro intitulado A Vida das Formas. A vitalidade e conservação da arte ligam-se a fatores que a ultrapassam. Ela apesar de desempenhar um novo papel, exterior e superficial não pode reduzir-se a apenas a esses fatos, pois eles dissimulam ou caricaturam seu papel de instrumento de prazer cultural de riqueza inesgotável. A comunicação do objeto artístico conosco se faz através da emoção, do espanto, da intuição, das associações, das evocações, das seduções. Uma obra pode ser descrita, desenvolvidasanálises, assinalados um ou outro problema, podem ser propostas relações e comparações, mas isso tudo são modos de aproximação do objeto artístico e praticamente impossível esgotá-lo. O objeto artístico não pertence ao campo do racional. “O sono da razão produz monstros, e a vida interior do homem é um universo onde se acumulam o estranho, o inesperado, o insuspeitado, o confuso, o * inextricável: universo imenso da vida inconsciente.”Goya* inextricável: Obscuro, confuso, enredado.Às vezes, num primeiro momento, a arte pode nos parecer obediente e mensageira, mas logo percebemos que ela é, sobretudo portadora de sinais, de marcas deixadas pelo não-racional coletivo, social, histórico. Pág. 109.Livro: O QUE É ARTE 
Fonte:http://pt.shvoong.com/books/470067-resumo-livro-que-%C3%A9-arte/#ixzz1b5PJ0l9a

Outros materiais