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* * Óleos e Gorduras * * DEFINIÇÃO DE LIPÍDEOS (1827) Willian Proust – como importante macronutriente para a nutrição humana. (1918) Aron – como essenciais para o crescimento e desenvolvimento normais de animais. Lipos grego = gordura São matérias graxas altamente calóricas (9 kcal/g frente 4 kcal/g para proteínas e carboidratos); Caracterizam-se pelas seguintes propriedades: 1) Insolúvel em água; 2) Solúvel em éter, clorofórmio, benzeno e alguns álcoois.. * * ORIGEM Vegetais: algumas sementes, polpas de certos frutos e germens de alguns cereais, colocam-se como as mais importantes fontes de óleo na atualidade; Animais terrestres: suínos, bovinos e ovinos; Animais aquáticos: os chamados óleos marinhos, provêm das sardinhas, arenques e baleias; Microrganismos: embora não seja ainda uma fonte comercial, alguns fungos e leveduras podem produzir biomassa com 40 – 70% de gordura. * * FUNÇÕES As gorduras fazem parte de nossas exigências nutricionais básicas. Fontes de energia concentrada Veiculam vitaminas lipossolúveis. É um componente vital dos organismos vivos Ácidos graxos essenciais são gorduras que precisamos comer * * FUNÇÕES São substâncias untuosas ao tato e ao paladar. Fixam e ressaltam o sabor dos alimentos Servem de meio de cocção por calor seco Mantém a temperatura corporal Tem valor energético elevado 1g = 9Kcal * * Óleos e gorduras vegetais comercializados : Óleo de soja Canola Girassol Milho Arroz Uva Óleo ou gordura de coco de babaçu Óleo ou gordura de coco Gergelim Óleo ou gordura de palma Óleo ou gordura de palma Óleo misto ou composto Óleo vegetal saborizado Azeite saborizado Azeite de oliva Azeite de dendê * * Ácidos graxos São compostos formados por uma cadeia de carbonos (propriedade lipossolúvel), e um grupo carboxila terminal (propriedades ácidas). Ácido láurico (12 : 0) Diferem um dos outros pelo comprimento da cadeia carbônica, pelo número e posição das duplas ligações. No estado sólido, as cadeias de carbono quando estendidas formam um zig-zag. Grupos terminais (metílicos e carboxílicos) em lados opostos - ação das forças de van der Waals. Grupo hidrofílico Grupo hidrofóbico * * ÁCIDOS GRAXOS CLASSIFICAÇÃO Grau de saturação da cadeia lateral: - saturados - insaturados monoinsaturados polinsaturados Tipo de cadeia lateral: - linear - ramificada - cíclica - hidroxilada -par -ímpar Número de carbonos -cadeia curta (2-8C) -cadeia média (10-14C) -cadeia longa (16-20C) -cadeia longuíssima (>20C) * * * Lipídios – Alterações químicas nos alimentos * * Deterioração Rancidez hidrolítica Rancidez oxidativa Hidrólise da ligação éster por lipase ou calor + água Autoxidação Fotoxidação Enzimática (lipoxigenase) * Rancificação Hidrolítica * * Rancidez hidrolítica Substrato lipídios que contém ácidos graxos esterificados a uma molécula de glicerol. Agentes causadores Enzimas (lipases e fosfolipases). Agentes químicos (ácidos e bases). Aquecimento em presença de água. * Reação - lipólise LIPASE CALOR ÁCIDOS ou BASES Naturalmente nas sementes oleaginosas, leite, cereais, frutas e hortaliças. Ação acelerada pelo cálcio. Podem ser produzidas pelos microrganismos. * * Aspectos químicos Lipólise – hidrólise da ligação éster dos lipídios. Pode ser produzida por: Ação enzimática (lipases presentes nas sementes oleaginosas ou lipases de origem microbiana) Aquecimento na presença de água (na fritura) Ponto de fumaça (T na qual são constatadas as 1ªs fumaças no material em aquecimento) qualidade dos alimentos fritos Consequência – liberação de ácidos graxos (+ susceptíveis a oxidação) * Características Ácidos graxos de baixo peso molecular Butírico (4C), Valérico (5C), Capróico (6C), Láurico (12C) Volatilidade suficiente para serem perceptíveis pelo cheiro quando livres, mesmo em pequenas quantidades - RANÇO Manteiga é deixada à temperatura ambiente, descoberta: Ação de microrganismos que produzem lípases. * * Rancidez hidrolítica Efeitos Benéficos: maturação de queijos, chocolates. Maléficos: Odor à ranço (manteiga, leite cru e leite de côco); “Off flavor“ em cereais; Aumento de acidez; Alterações das propriedades funcionais; Abaixamento do ponto de fumaça; Favorecimento da oxidação de lipídios. * Rancificação Oxidativa * Características Ocorre em ácidos graxos insaturados Oxigênio e T (ºC) ambiente O hidrogênio é retirado do carbono adjacente à dupla ligação, pois estes são mais lábeis que os demais devido à distribuição de elétrons na dupla ligação. Não ocorre normalmente com ácidos graxos saturados porque a formação de um radical livre é energeticamente desfavorável. Produtos finais Aldeídos, cetonas, ácidos, alcoóis, hidrocarbonetos etc. Conferem ao alimento sabor e odor de ranço, tornando inaceitável o consumo de determinados produtos. Modificam propriedades físicas e resultam na produção de certos compostos potencialmente tóxicos. * Características – três etapas * * Radicais Livres: Radical livre, é um átomo ou grupo de átomos com elétrons desemparelhados. As rupturas homolíticas frequentemente ocorrem em moléculas apolares ou com baixa diferença de eletronegatividade entre os átomos das ligações e exigem alta energia. * * Rancidez oxidativa Mecanismos Autoxidação Fotooxidação Via lipoxigenase * * Ocorre em lipídeos que contém AG insaturados e que podem sofrer oxidação, degradação e polimerização por mecanismo de radicais livres (Autoxidação) ou Fotoxidação). A autoxidação não ocorre normalmente com AG saturados pq a formação de um radical livre pela ruptura homolítica da ligação C - H é energeticamente desfavorável. condições drásticas de temperatura dificilmente encontradas nas práticas normais Rancidez oxidativa * * Entretanto, a presença de duplas ligações na cadeia carbônica do ácido graxo diminui a energia necessária para a ruptura homolítica das ligações C - H na posição alílica, para aproximadamente 60 Kcal/mol. - CH2 – CH = CH - CH2 - De maneira geral pode-se dizer que: Na rancidez oxidativa ocorre quebra da dupla ligação dos ácidos graxos insaturados com formação de hidroperóxidos, que em reação posterior resulta em grande variedade de produtos. * 1 - Indução (ou Iniciação) Formação dos primeiros radicais livres Consumo de O2 Concentração de peróxido Concentração de radicais livres Não há cheiro, nem sabor de ranço. - CH2 – CH = CH – CH2 - = LUZ; CÁTIONS DE METAIS (Fe, Cu, Cr); OXIGÊNIO SINGLETO. Esta ruptura requer níveis relativamente baixos de energia. * 2 - Propagação + O2 Radical peróxido + - CH2 – CH = CH – CH2 - + * 2 - Propagação Elevada concentração de peróxido e seus produtos de decomposição. Radical peróxido é reativo e responsável pela propagação da reação. Reagir com outros AG removendo H de carbonos adjacentes as duplas ligações. Formação de hidroperóxidos (RO2H). Alto consumo de O2. Presença de odor e sabor. * Hidroperóxidos Relativamente instáveis. Formação de produtos que podem atuar como radicais livres, dando continuidade a propagação das reações. Produtos = aldeídos, cetonas, hidrocarbonetos, furanos, ácidos. Modificações: cor, odor, sabor. Baixo teor AG essenciais. Destroem vitamina A e tocoferol. Reagem com PTN: diminuição do valor nutricional. Toxicidade. * 3 - Terminação * Fatores que favorecem a oxidação lipídica * * Rancificação oxidativa e hidrolítica A ação oxidante dos peróxidos pode alterar vitaminas, carotenóides, proteínas e outros componentes oxidáveis do alimento, alterando o seu valor nutricional. * * Estágios de deterioração de óleos e gorduras através da oxidação * * Rancidez oxidativa: efeitos nos alimentos * * Lipoxigenase presente em animais e vegetais; Catalisa a oxigenação de certos ácidos graxos insaturados a monohidroperóxidos (produto da autoxidação); A reação se diferencia pelas características de catálise enzimática, tais como especificidade do substrato, sensibilidade frente ao calor e pela maior velocidade de reação na T de 0-20ºC; Rancidez oxidativa 3. via - lipoxigenase * * Rancidez oxidativa 3. via - lipoxigenase As lipoxigenases somente atuam sobre os ácidos graxos que possuem um sistema pentadieno (C=C-C-C=C); Assim, os substratos preferidos são os ácidos linoleico e ácido linolênico; Formam-se hidroperóxidos que podem se decompor em seus radicais, propagando a reação. * * PROPRIEDADES FÍSICAS Pontos de fusão e de ebulição; Solubilidade; Polimorfismo; Viscosidade Índice de refração; Densidade; Plasticidade. * Antioxidantes * Antioxidantes Retardam a rancificação oxidativa Permite armazenamento do alimento por longos períodos de tempo. * Antioxidantes * Características de um bom antioxidante * Propriedades dos antioxidantes * * Ácidos Graxos Trans * * Mídia: Revista Veja on line 25 de setembro de 2002 A ameaça Um acréscimo regular de 2% no consumo de gordura trans aumenta em 53% os riscos de doenças cardíacas. Evite-a. O homem produziu em laboratório a mais perigosa de todas as gorduras e chamou-a de trans. Feita a partir de óleos vegetais, ela é encontrada em margarinas, biscoitos, bolachas e snacks. A trans joga para o alto os níveis de colesterol * * Revista Veja : Saúde A outra vilã “ Não bastasse toda a preocupação com a gordura saturada, há também sua prima: a gordura trans”. 23 de junho de 2003 * * Revista Veja : Especial “ Mais perniciosa do que a gordura saturada, a trans, além de aumentar os níveis de LDL, o mau colesterol, ainda diminui os índices do HDL, o bom colesterol ” 30 de julho de 2003 Com o coração nas mãos * * Revista Veja: Medicina “Alerta contra a gordura trans Ganha força o movimento para banir da alimentação a mais perigosa das gorduras” 23 de fevereiro de 2005 * * Margarinas sem trans * * * * * * A formação dos primeiros radicais livres poderia ser explicada pela ação da luz sobre o grupo alílico (fotoexcitação) – essa ruptura homolítica requer níveis relativamente baixos de energia; mas há também a possibilidade de que cátions de metais, como Fe, Cu, Cr, possam catalisar a formação de radicais livres. Parece provável que a reação possa também ser iniciada por outros mecanismos, como por exemplo, através do ataque de oxigênio singleto à dupla ligação. Esta hipótese é considerada a mais viável para o início da rancidez oxidativa. * Os peróxidos assim formados, por sua vez, poderiam participar de reações de decomposição e formação de novos radicais livres (fase de propagação). Essa sequência de reações resultará no aumento do número de radicais livres presentes e a reação em cadeia se propaga a toda a massa do lipídio. Novos radicais livres serão rapidamente formados pela reação de qualquer um dos oxi-radicais com novas moléculas de RH. Quando os radicais livres reagirem entre si, entraremos na 3ª fase da reação. * (acúmulo nos óleos e gorduras) * * *
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