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Recuperação extrajudicial

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Recuperação extrajudicial:
	O procedimento é extrajudicial porque o acordo é feito fora do Poder Judiciário e após o acordo o Juiz o homologa e é essa homologação que dá efeito ao acordo. Caso o acordo não seja cumprido o processo é extinto e é por isso que o pedido de recuperação extrajudicial é vantajoso. 
	A recuperação extrajudicial é um procedimento administrativo concursal preventivo composto de duas fases:
1ª Fase da livre contratação;
2ª Fase da homologação judicial.
	O objetivo da recuperação extrajudicial é impedir que o processo falimentar se instaure.
	A recuperação extrajudicial é iniciada pelo devedor. O devedor que convoca e que propõe o plano de recuperação. Mas no plano de recuperação não estão inclusos os seguintes créditos:
** Os de natureza tributária, os derivados da Legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, credor titular da posição de propriedade fiduciária e de divida de contrato de câmbio (art. 161, §1º da LF)
	A recuperação extrajudicial é um negócio, um acordo que pode ser celebrado pelo devedor com alguns credores ou com todos os credores.
Características da Recuperação Extrajudicial:
Somente os créditos previstos no plano ficam sujeitos ao efeito da homologação. O papel dos credores que não aderiram ao plano é o de mera fiscalização.
Uma das diferenças da recuperação judicial para a extrajudicial é a desnecessidade de acordo na esfera judicial (justamente por isso que o nome é extrajudicial). Outra diferença é que o plano extrajudicial não pode contemplar o pagamento antecipado de dívidas (art. 161, § 2º).
É possível congregar apenas alguns credores para participarem do plano, por isso a moratória pode ser parcial e para aqueles que não agregam não é possível estabelecer tratamento desfavorável
O credor seleciona e convoca quem ele quer. Mas ele deve observar ao quórum para homologação, quanto seja, 3/5 (60%) de cada classe de credor – o Juiz só vai homologar o plano se 3/5 das classes de cada credor anuírem ao plano. Lembrar: Os créditos sujeitos ao artigo 43 (sócios do devedor, sociedade colegiada, controladoras) não são computados.
Procedimento:
O devedor deve levar o plano ao Poder Judiciário para que ele seja homologado.
O pedido deve ser instruído com documento que contenha os termos e condições devidamente assinado pelos credores anuentes.
Para requerer a recuperação extrajudicial é necessário preencher os requisitos do artigo 48 e do artigo 161, § 3º, ambos da Lei de Falências, quais sejam: Exercem atividades há mais de 02 anos e atividade deve ser regularmente constituída (ou seja, c/ registro na Junta comercial) e que preencha os requisitos do artigo 48 cumulativamente: I. Não ser falido e se foi que as dívidas estejam extintas por sentença transitado em julgado; II. Não ter obtido há menos de 05 anos concessão para recuperação judicial; III. Não ter, há menos de 08 anos obtido concessão de recuperação judicial para pequenas e micro empresas; IV. Não ter sido condenado por crime ou não ter administrador ou sócio que foi condenado por qualquer um dos crimes previstos na lei de falências. E ainda, não é possível requerer a recuperação extrajudicial se pendente de análise a recuperação judicial.
No pedido de recuperação extrajudicial o devedor deve juntar os documentos constantes no artigo 51 da Lei de Falências, quais sejam, exposição da situação patrimonial e das razões da crise econômica, demonstrações contábeis dos últimos 03 (três) exercícios sociais, balanço patrimonial, demonstração dos resultados acumulados, etc.
O artigo 161, § 2º aponta duas regras para a homologação do plano extrajudicial:
O plano não pode conter o pagamento antecipado de dívidas, ou seja, dívidas que ainda não venceram não podem ser computadas no plano extrajudicial;
Não se pode estabelecer tratamento desfavorável aos que não aderiram ao plano: aqueles que não aderem ao plano permanecem na situação que estavam.
O pedido de homologação do plano extrajudicial não implica na suspensão de direitos, obrigações, ações ou execuções.
A sentença que homologa o plano tem efeito de título executivo judicial (art. 161, § 6º).
O Juiz após homologar o plano, ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades das sedes e das filiais do devedor e expedirá carta a todos os credores que se sujeitaram ao plano, convocando todos os credores (não somente os que aderiram ao plano) para apresentarem suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial.
Os devedores possuem o prazo de 30 dias para impugnarem o plano extrajudicial. Os devedores que aderiram ao plano (que receberam carta) que possuem esse prazo (art. 164, §§ 1º e 2º). O plano poderá ser impugnado:
Caso falte 3/5 de aprovação de cada classe;
Caso o devedor pratique atos de insolvência, ex: liquide o ativo;
Que o devedor pratique atos fraudulentos;
Que o devedor descumpra qualquer exigência legal.
Sendo apresentada impugnação ao plano, o devedor tem o prazo de 05 dias para se manifestar.
Decorrido o prazo de 05 dias o Juiz tem o prazo de 05 dias para homologar ou não o plano extrajudicial. Dessa sentença cabe apelação sem efeito suspensivo.
A legitimidade ativa para requerer a homologação do plano extrajudicial é do devedor. Mas se for recuperação judicial o cônjuge sobrevivente, os herdeiros do devedor, o inventariante ou o sócio remanescente podem requer a recuperação judicial.
O credor não tem legitimidade ativa para requerer a recuperação extrajudicial.
Após a homologação do plano os credores que aderiram a ele, não poderão mais desistir da adesão do plano. Somente poderão desistir do plano de os demais signatários aderirem a desistência.
O plano tem efeitos após a sua homologação judicial. Mas é possível que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que tenha relação à modificação do valor ou forma de pagamento dos credores signatários (art. 165, § 1º, CTN): assim, se determinado credor já recebeu parte de sua dívida, após a homologação o Juiz desconta esse valor.
Não existe dispositivo que disponha que a sentença homologatória do plano de recuperação extrajudicial suspende ou não o curso da prescrição.
O pedido de recuperação extrajudicial não previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência do mesmo devedor.

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