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Aula 06 Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas) Professor: Aluisio Neto Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 169 AULA 06 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Fato Gerador da obrigação tributária 03 Obrigação tributária principal e acessória 33 Sujeição Tributária Ativa e Passiva / Solidariedade 49 Capacidade Tributária Passiva 73 Domicílio Tributário 77 Questões Propostas 85 Gabaritos 169 Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! Chegamos à sexta aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas: x Fato Gerador da obrigação tributária; x Obrigação tributária principal e acessória; x Sujeição Tributária Ativa e Passiva; x Solidariedade; x Capacidade Tributária Passiva; x Domicílio Tributário. Esses temas são muito importantes para a compreensão de muitos outros WHPDV� HP� GLUHLWR� WULEXWiULR�� EHP� FRPR� SDUD� FRQKHFHU� R� ³FDURoR´� GHVVD� deliciosa fruta chamada direito tributário. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 169 Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 169 Fato Gerador da Obrigação Tributária Nesse primeiro item da aula iremos estudar um dos principais atributos de um tributo, qual seja, a definição do que venha a ser o fato gerador, aquele que dá origem a tudo que acontece no mundo tributário, regra geral. É com a verificação dele no mundo dos fatos que nasce a relação fisco-sujeito passivo. O fato gerador é o pontapé inicial de tudo. Você vai entender o porquê nessa aula de hoje. Um dos elementos principais (se não o mais) do estudo do direito tributário está relacionado ao fato gerador da obrigação tributaria. É por meio da ocorrência do fato gerador que toda a relação entre o sujeito passivo e a Administração Tributária se inicia, como comentei. Pode começar por outros meios, mas essa é a mais importante dentre todas. Antes de iniciar o estudo do fato gerador propriamente dito, temos que saber o que vem a ser a hipótese de incidência, outro tema importante no direito tributário e diretamente relacionado ao fato gerador. E BASTANTE COBRADO EM PROVAS DE CONCURSOS! Hipótese de incidência A hipótese de incidência é a descrição legal do fato a ser observado no mundo real e que ensejará o nascimento do fato gerador. Em outras palavras, hipótese de incidência é a situação descrita abstratamente na norma legal do tributo, em que estão presentes as características do fato gerador que dará origem ao nascimento da relação fisco-sujeito passivo. Segunda uma adaptação do texto legal do CTN, a hipótese de incidência é a situação prevista em lei como necessária e suficiente (observe o conectivo E, já que as duas situações têm que ser observadas) à ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Ou seja, a existência da hipótese de Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 169 incidência é apenas legal, é abstrata, mas apta a regular situações ocorridas no mundo dos fatos. A hipótese de incidência está intimamente relacionada à tipicidade legal. Dizemos que a hipótese de incidência é o chamado fato gerador in abstrato, uma vez que esse existe apenas no plano teórico, ainda não tendo sido verificado no mundo dos fatos. Outra nomenclatura utilizada é a chamada hipótese tributária. Como exemplo de hipótese de incidência, temos a previsão de que toda transmissão de bens imóveis por ato onerosos inter vivos estará sujeito ao ITBI, imposto de competência municipal. A hipótese de incidência prevista na lei, nesse caso, é a transmissão do bem, que dará origem ao fato gerador caso seja observada no mundo real. Esse fato está contido onde? Apenas no papel? Se sim, é hipótese de incidência. Se o que está no papel for observado no mundo real, estaremos diante do fato gerador, ou fato gerador in concreto. Mas isso veremos em seguida. Vista a hipótese de incidência, vamos em frente com o fato gerador! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 169 ³(� R� TXH� DFRQWHFH� TXDQGR� D� GHVFULomR� SUHYLVWD� QD� QRUPD� GH� LQFLGrQFLD� p� REVHUYDGD�QR�PXQGR�UHDO��SURIHVVRU"´ Excelente pergunta. Nesse momento temos a famosa e retórica subsunção do fato à norma(as bancas gostam de usar esse termo), em que há a perfeita harmonia entre o que prevê abstratamente a norma e o que acabou de ser observado no mundo dos fatos: o fato jurídico. Esse acontecimento é conhecido como fato imponível, ou hipótese de incidência concreta, ou ainda hipótese de incidência realizada. O fato imponível é o momento em que é observado o que prevê a norma, adequando-VH�R�DEVWUDWR�DR�UHDO��&RP�D�³FKHJDGD´�GR�IDWR�LPSRQtYHO��WHPRV� a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, e o conseqüente surgimento desta. Como exemplo de fato imponível, temos o acordo de transmissão de um bem imóvel realizado entre Malaquias e Danilo, em que o primeiro, após pagamento de certa quantia pelo segundo, irá transmitir seu imóvel para este. Essa situação, uma vez que se configura numa transmissão inter vivos, por ato oneroso e de bens imóveis, está prevista como uma hipótese de incidência do ITBI, fato que acabou de se moldar ao que prevê a lei tributária. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 169 Para esse exemplo, temos o seguinte: x Hipótese de incidência: Transmitir bem imóvel, entre pessoas vivas, de forma onerosa (previsão legal, contida no texto da lei municipal) x Fato Gerador: realização de uma transmissão de um bem imóvel, entre pessoas vivas, tendo o ato caráter oneroso. Antes do nascimento do fato imponível, temos o fato gerador in abstrato (hipótese de incidência); depois dele, o fato gerador in concreto (fato gerador propriamente dito). Devemos prestar muita atenção em prova quanto aos conceitos utilizados relativamente ao fato gerador e à hipótese de incidência, uma vez que aquele pode ser usado em substituição a este, mas não o contrário. Ou ao menos não é o mais comum. O próprio CTN, atecnicamente, comete esse equivoco, utilizando o termo fato gerador no lugar de hipótese de incidência. O fato gerador da obrigação tributária está reguladoprincipalmente nos artigos 114 a 118 do CTN, podendo ser dividido em fato gerador da obrigação tributária principal e fato gerador da obrigação tributária acessória. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 169 (Questão 01) A situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária principal é denominada: a) fato imponível. b) hipótese de incidência. c) lançamento. d) crédito tributário. e) fato gerador in concreto. Enquanto ainda não verificada a situação no mundo dos fatos, temos a chamada hipótese de incidência, que é o fato gerador in abstrato, sendo a situação definida apenas no texto legal. Ocorrendo no mundo real a situação prevista na lei, teremos o fato gerador in concreto. Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 169 Fato Gerador da Obrigação Principal O fato gerador da obrigação principal (veremos o que é uma obrigação tributária principal no próximo item da nossa aula) é aquele que faz nascer para o sujeito passivo o dever de pagar tributo ou penalidade pecuniária. É a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Veja o que no diz o artigo 114 do CTN: ³$UW�� ����� )DWR� JHUDGRU� GD� REULJDomR� SULQFLSDO� p� D� VLWXDomR� definida em lei como necessária e suficiente à sua RFRUUrQFLD�´ ³3URIHVVRU�� DFKR� TXH� R� VHnhor se equivocou ao conceituar hipótese de incidência. O texto do CTN fala exatamente o contrário, definindo que fato JHUDGRU�p�D�VLWXDomR�SUHYLVWD�HP�OHL��H�QmR�D�KLSyWHVH�GH�LQFLGrQFLD�´ Quem se embananou todo foi o legislador em 1966, caro aluno, como havia comentado no item anterior��2� WHUPR� ³IDWR� JHUDGRU´, presente no início da redação do artigo 114 do CTN, contém uma impropriedade técnica, uma vez que, como falamos, fato gerador é o acontecimento observado no mundo dos fatos, enquanto que a hipótese de incidência é a situação prevista no texto da lei que institui e regula o tributo. Fato é algo que aconteceu, e não algo previsto abstratamente em lei. Ok? Nada impede, contudo, que os conceitos, vez ou outra, sejam utilizados como sinônimos. Como condição necessária temos aquela que sempre deve estar presente para que possa se verificada a ocorrência do fato gerador. Por exemplo, a condição necessária para que ocorra o fato gerador do IPVA é que ter a propriedade de um veículo automotor. Sem esse fato, não há o fato gerador. Para facilitar a visualização, uma condição necessária para o Brasil ganhar a copa de 2018 é, simplesmente, participar dela primeiramente. - Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 169 Condições suficientes, por sua vez, são aquelas que, sozinhas, já podem dar origem ao fato gerador e à conseqüente obrigação tributária, sem que seja preciso outro fato para complementá-la. O simples fato de ter um veículo automotor em seu nome é condição suficiente para dar origem ao fato gerador (supondo, claro, que não exista nenhuma hipótese de imunidade). Seguindo a linha de raciocínio do exemplo anterior, uma condição suficiente para o Brasil ganhar a copa de 2018 é simplesmente ganhar o jogo da final em Moscou (... Deus, livrai-nos de toda Alemanha. Amém). Ademais, os fatos geradores da obrigação principal são SEMPRE CRIADOS POR MEIO DE LEI EM SENTIDO ESTRITO, como as leis ordinárias, complementares, medidas provisórias e leis delegadas. Jamais poderão ser criadas por ato infralegal. Conforme já estudamos, cabe à lei complementar estabelecer normais gerais em matéria de legislação tributária e, especialmente em relação aos impostos, os respectivos fatos geradores, bases de cálculos e contribuintes. Essa lei, para a maioria dos impostos, é, atualmente, o CTN. Vamos agora ao que nos diz o artigo 115 do CTN e ao estudo do fato gerador da obrigação tributária acessória. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 169 Fato Gerador da Obrigação Acessória O fato gerador da obrigação tributária acessória pode ser definido como aquele relativo a qualquer situação que não importe em ato configurado em lei como obrigação tributária principal, impondo ao sujeito passivo a prática de um ato ou a abstenção deste no interesse da arrecadação ou da fiscalização tributária. ³$UW�������)DWR�JHUDGRU�GD�REULJDomR�acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal�´ Como exemplo de um fato gerador de obrigação tributária acessória, temos o dever de escriturar livros e documentos, ou de apresentar declaração ao Fisco. Ao comparecer à Fazenda do Ente político ou enviar a referida declaração por meio da internet, o sujeito passivo está dando origem ao fato gerador da obrigação tributária acessória, uma vez que esta não está relacionada a nenhuma obrigação pecuniária. Por sua vez, o fato gerador da uma obrigação tributária acessória pode ser definido na legislação também como uma obrigação de não fazer algo, como, SRU�H[HPSOR��QmR�GLILFXOWDU�RX�³EDUUDU´�XPD�ILVFDOL]DomR�HPSUHHQGLGD�FRQWUD� a empresa, dando livre acesso aos Agentes Fiscais. Os fatos geradores da obrigação acessória podem estar previstos em lei em sentido estrito ou em atos infralegais, não havendo nenhum óbice a essa previsão. Veja que o texto do artigo 115 do CTN nos fala em legislação tributária, e não em lei, embora esta esteja prevista naquela. ATENTE BEM A ISSO! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 169 Nada impede que o fato gerador de uma obrigação tributária acessória seja criado por meio de uma portaria, desde que haja previsão para isso na lei instituidora do tributo, ainda que de forma genérica. Essa previsão pode ser GR�WLSR�³Art. Xxx. Compete ao Poder Executivo regulamentar a presente lei.´ Alguns doutrinadores entendem que, ainda que genérica, as obrigações tributárias acessórias carecem de autorização em lei para serem criadas, ou que devem ser criadas apenas por lei em sentido estrito, vez que se configuram em obrigação de fazer ou não fazer algo, direito protegido pelo manto constitucional (artigo 5º, II, da CF/88). A regra e o entendimento majoritário, entretanto, é a de que os fatos geradores das obrigações tributárias acessórias podem vir estipulados em atos infralegais, o que, normalmente, é o mais comum. Vamos agora estudar o momento em que se considera ocorrido o fato gerador, seja da obrigação tributária principal ou da acessória. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br12 de 169 Momento da Ocorrência do Fato gerador O momento em que se considera ocorrido o fato gerador é de extrema importância no estudo do direito tributário e, principalmente, nos acontecimentos do mundo real. É esse momento que irá determinar uma variedade de prazos para o Fisco e para o sujeito passivo, definirá a formação e extinção de direitos e obrigações, marca o nascimento da relação jurídico-tributária, entre outros. E esse momento tem que ser definido com precisão pela norma tributária. Ou pelo menos deveria. - Falaremos agora do aspecto temporal do fato gerador. O legislador federal dividiu o momento da ocorrência do fato gerador em dois grupos, conforme nos dizem os incisos I e II do artigo 116 do CTN. Esse artigo nos diz o seguinte: ³$UW�� �16. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a VHUHP�HVWDEHOHFLGRV�HP�OHL�RUGLQiULD�³��*ULIRV�QRVVR�� Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 169 Inicialmente temos que perceber que as disposições contidas nos incisos I e II podem ser excepcionadas por disposição legal em contrário, situação em que deverá ser aplicado o que prevê a lei em concreto ao caso por ela regulado. Cabe ao legislador excepcionar o que dispõem os incisos do artigo 116 do CTN. As situações de fato são aquelas que dependem apenas dos acontecimentos ocorridos no mundo dos fatos, sendo configurado por circunstâncias materiais para poderem produzir efeitos e dar vida ao fato gerador. Complicou não foi? - Eu sei. Vamos tentar clarear. Como exemplo, temos o ato de auferir renda, que é uma hipótese de incidência do imposto sobre a renda, tributo de competência da União. Esse é o elemento material da incidência do IR. Por sua vez, a situação de fato definida na lei para que alguém venha a auferir renda é a disponibilidade econômica da renda, transmitida de uma pessoa para outra. Esse é o momento em que a receita X passou do patrimônio de A e foi para o patrimônio de B, podendo este utilizá-la da maneira que bem entender. Outro exemplo de situação de fato é a industrialização de determinada matéria-prima. O simples fato de transformar determinada matéria-prima em um novo produto já pode dar origem ao fato gerador do imposto sobre produtos industrializados, não havendo necessidade de nenhum outro ato para que se concretizem as circunstâncias que dão origem à incidência do tributo. (nesse caso específico do IPI, a legislação federal específica tratou de definir outro momento como sendo o de ocorrência do fato gerador, conforme o produto deixe o estabelecimento industrial ou seja por esse incorporado). Para as situações de fato, a simples observância do fato já é suficiente para fazer nascer o fato gerador e a obrigação tributária, sem que seja necessário recorrer ao estudo de outros ramos do nosso direito, fato que ocorre com as situações jurídicas. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 169 As situações jurídicas são aquelas que dependem do atendimento do que dispõem outras normas do direito, sem o qual os fatos nela regulados não se materializam. É o caso, por exemplo, da transmissão de um imóvel. No direito brasileiro, a transmissão de um imóvel de uma pessoa para outra apenas de materializa formalmente com o registro do título de transmissão no cartório de registro de imóveis competente. Sem esse ato, não há a transmissão. Sem a transmissão, não serão verificados os fatos geradores de dois impostos: um municipal, o ITBI, e outro estadual e distrital, o ITCMD, incidindo conforme as características da transmissão realizada. Nesses casos, a simples tradição (entrega) do bem não é suficiente para dar origem ao fato gerador. Para o caso do ITBI, por exemplo, observe que pode haver o pagamento do valor estipulado, a intenção de realizar a transmissão, a entrega das chaves pelo alienante ao adquirente e o fato de o adquirente ter ido morar definitivamente no imóvel, que ainda assim a transmissão não será dada como finalizada, uma vez que faltou o elemento jurídico principal: o registro da transmissão no órgão competente. Sem isso, também não se consumou o fato gerador do imposto. Existe a necessidade de um ato formal, um ato jurídico, que ateste a verificação de uma situação ocorrida no mundo dos fatos. Outro exemplo de uma situação jurídica regulando a ocorrência de determinado fato gerador é a definição de propriedade, fato gerador de três tributos: IPVA, IPTU e ITR. Sem essa situação jurídica, não há como delimitar o fato gerador desses tributos. O conceito de propriedade, por sua vez, está previsto no Código Civil brasileiro, norma com a qual o direito tributário deve, YH]�RX�RXWUD��³FRQYHUVDU´�SDUD�D�EXVFD�GH�GHILQLo}HV�H�OLPLWHV�j�WULEXWDomR. Para as situações jurídicas, é relevante a verificação de circunstâncias formais previstas no direito. Para as situações de fato, a simples verificação de circunstancias materiais presentes no mundo dos fatos. Tenha bem em mente essa distinção. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 169 Mais uma vez, nada impede que o legislador condicione a ocorrência do fato gerador de determinada obrigação decorrente de uma situação de fato à observância de uma previsão expressa em lei para a sua ocorrência. Ou ainda prever outra situação para a ocorrência do fato gerador. Caso não preveja, devem ser aplicadas as regras contidas nos incisos do artigo 116 do CTN. Quanto ao inciso II do artigo 116 do CTN, temos ainda as regras constantes nos incisos I e II do artigo 117 do CTN, que assim nos dizem: ³$UW�� ����� 3DUD� RV� HIHLWRV� GR� LQFLVR� ,,� GR� DUWLJR� DQWHULRU� H� salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio�´� �*ULIRV� nosso) Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 169 Diversos negócios jurídicos podem ser celebrados com cláusulas condicionais, que podem subordinar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária a um evento FUTURO E INCERTO. São as chamadas ³condições´, que podem ser SUSPENSIVAS OU RESOLUTIVAS. Assim, enquanto não verificadas essascondições, os atos ou negócios jurídicos não se mostrarão perfeitos e acabados, podendo apresentar reflexos no mundo tributário, como passaremos a ver agora. As condições SUSPENSIVAS são aquelas que suspendem a eficácia do ato ou negocio jurídico enquanto não for verificada a condição no mundo dos fatos. Por exemplo, um pai estipula em contrato que doará sua casa de praia em Jurerê Internacional (Florianópolis/SC) ao seu filho caso ele passe no concurso de Auditor Fiscal Estadual. Enquanto o filho não passar no concurso, não haverá a transmissão do bem imóvel. Não havendo a transmissão do bem imóvel, a ocorrência do fato gerador do ITCMD, imposto de competência estadual, fica condicionada ao implemento da condição para que venha a incidir sobre a situação jurídica. Veja que, no caso das condições suspensivas, o fato gerador não ocorre enquanto elas não se verificarem no mundo dos fatos. Isso é o que distinguirá uma condição suspensiva de uma resolutiva. Por outro lado, as condições RESOLUTIVAS são aquelas que se verificam desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, podendo ser desfeita posteriormente em razão do implemento da condição. Depois de passar no concurso, pagar o ITCMD e receber a humilde casa, Carlos, filho do pai bondoso, descobriu que seu pai estipulou em outro contrato que a transmissão seria desfeita (perdendo consequentemente o imóvel recebido, que voltaria ao seu antigo dono) caso ele se casasse com qualquer mulher que não fosse uma das três estipuladas por seu pai no contrato recém-descoberto. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 169 Para o direito tributário, será irrelevante Carlos casar com alguma mulher que não seja uma das escolhidas pelo seu pai, uma vez que a transmissão já se operou no momento da prática do ato ou da celebração do negócio (para o exemplo dado, apenas a celebração, claro), já tendo ocorrido o fato gerador do ITCMD na primeira transmissão. (Questão 02) Quando o fato imponível (ou fato gerador) da obrigação tributária é um negócio jurídico sob a condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação: a) desde o momento em que se verificar a condição. b) desde o momento da celebração do negócio, salvo disposição de lei em contrário. c) desde o momento da celebração do negócio, salvo disposição expressa avençada entre as partes negociantes. d) desde o momento em que o Fisco tiver conhecimento da celebração do negócio. &RPR�IRL�YLVWR�DQWHULRUPHQWH��WHPRV�FRPR�FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³D´��Mi�TXH�VH� considera nascida a obrigação, no caso de negócios jurídicos submetidos a condições suspensivas, desde o momento em que se verificar a condição, e salvo disposição em contrário presente na lei. Uma vez que não houve essa ressalva, a questão foi passível de anulação. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 169 (Questão 03) Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária principal, com: a) a prática do negócio jurídico condicional, sendo suspensiva a condição. b) a morte, para fins de imposto de transmissão de bens causa mortis, sendo irrelevante para este fim a data da abertura do inventário ou arrolamento. c) a ocorrência do negócio jurídico, desde que válido, ou seja, a partir do momento em que esteja definitivamente constituído nos termos da lei. d) o implemento da condição resolutiva, tratando-se de negócio jurídico condicional. Alternativa a) Incorreta. No caso da prática de negócio jurídico condicional, considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária principal caso aquele esteja sujeito a uma condição resolutiva, e não suspensiva. De acordo com o artigo 117, II, do CTN, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados, sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. Alternativa b) Incorreta. O fato gerador do ITCMD ocorre com a transmissão dos bens do proprietário para os seus herdeiros ou legatários, sendo definido com o momento da abertura da sucessão, a qual se formaliza com a abertura do inventário ou arrolamento e a consequente transmissão dos bens do De Cujus. Nesses casos, é sim importante a celebração do negócio jurídico para a ocorrência do fato gerador do imposto, qual seja, a data de abertura do inventário ou arrolamento. Alternativa c) Correta. Nesses casos, o fato gerador ocorre com a prática do ato ou celebração do negócio, tratando-se de situação jurídica, ocorrendo desde o momento em que essa esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável, conforme nos diz o artigo 116, II, do CTN, c/c 117 do mesmo diploma: Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 169 ³$UW�������6DOYR�GLVSRVLomR�GH�OHL�HP�FRQWUiULR��FRQVLGHUD-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: (...) II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. ³Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.´ Alternativa d) Incorreta. O momento do implemento, para fins de ocorrência do fato gerador, será observado nos casos de negócios jurídicos celebrados sob condição suspensiva. Sendo resolutiva a condição, seu implemento não influi na ocorrência do fato gerador, uma vez que é posterior à esse. Vamos agora ao estudo do que consta no parágrafo único do artigo 116 do CTN, que trata da chamada norma anti-elisão. Nessa oportunidade estudaremos também os conceitos de evasão, elisão e elusão tributária. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 169 Evasão, elisão e elusão tributária E comum os candidatos fazerem confusão com esses três temas tão importantes, os quais serão diferenciados nesse item da aula. Esses temas estão intimamente relacionados ao desejo dos sujeitos passivos de verem reduzida a carga tributária por eles suportada (ou não suportada, conforme a interpretação -), seja ela de maneira lícita ou, principalmente, ilícita. E o que quer dizer cada um desses temas? Por EVASÃO TRIBUTÁRIA, temos toda conduta DOLOSA e ILÍCITA do sujeito passivo que tenha como finalidade ocultar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e o consequente nascimento desta, objetivando o não pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária devida em razão de lei. Uma vez que decorre da prática de um ato ilícito, geralmente a evasão ocorre somente após a realização do fato gerador, já que é com a ocorrência deste que surge a obrigação pecuniária. Porém, nada impede a ocorrência da evasão anteriormente ao surgimentodo fato gerador, embora essa situação seja mais rara de ocorrer. Como espécies de evasão tributária, temos as previstas na lei federal nº 4.502, de 1964, quais sejam: SONEGAÇÃO FISCAL, FRAUDE E CONLUIO. A própria lei cuidou de definir cada ocorrência em seus artigos 71 a 73: ³$UW� �� ���� Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 169 II - das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72�´�(sic) (Grifos nosso) Por sua vez, a ELISÃO TRIBUTÁRIA pode ser conceituada como a conduta LÍCITA do sujeito passivo tendente a diminuir a carga tributária a ser suportada por ele, adotando práticas que visem reduzir o montante do tributo devido, seja em razão da não ocorrência do fato gerador, seja fazendo este incidir sobre uma base de cálculo menor do que a que normalmente seria devida. A elisão geralmente decorre de atos ANTERIORES à ocorrência do fato gerador, podendo ser vista como a busca pela maior economia tributária possível por meio de planejamento tributário eficiente adotado pelos sujeitos passivos. Repito: sem infringir qualquer normativo, aproveitando-se apenas das brechas deixadas na lei. A elisão visa à busca por uma isenção, uma imunidade ou uma hipótese de redução do montante devido, sucintamente falando. Como exemplo clássico de evasão lícita, temos o caso do sujeito passivo que escolhe entre os dois tipos de declaração de imposto de renda possíveis (simplificada ou completa), resultando na escolha daquele que importe em menor valor de IR a pagar. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 169 Não há qualquer conduta ilícita na operação, já que ninguém é obrigado a escolher uma situação mais onerosa entre outra(s) possível (is) e também lícita(s). Esse é um típico caso em que temos a chamada ELISÃO LÍCITA. Por outro lado, temos também a chamada elisão ilícita, ou ineficaz, ou ainda abusiva, também chamada de elusão tributária. A ELUSÃO TRIBUTÁRIA decorre de um comportamento abusivo do sujeito passivo, que se aproveita, ainda que licitamente, dos institutos jurídicos presentes no ordenamento jurídico para tentar reduzir o montante de tributo a ser pago. Nessas situações, ainda que verificado esse comportamento, não temos nenhuma conduta ilegal por parte do sujeito passivo, podendo ocorrer antes ou depois da ocorrência do fato gerador. Nessas situações, o sujeito passivo se aproveita dos institutos presentes em determinado normativo para obter resultados econômicos com a finalidade de ver burlada determinada lei tributária, de forma completamente legal, fazendo não incidir o ônus tributário na sua operação ou transação. Como exemplo clássico, considere duas amigas conhecedoras das leis societárias e que descobrem que podem constituir uma empresa entregando bens pessoais à nova pessoa jurídica como forma de realização de capital e que, posteriormente, ao desfazerem essa sociedade, recebem os bens anteriormente entregues, sem qualquer ônus tributário aparente. Acontece que as duas amigas queriam celebrar um contrato de compra e venda de um imóvel. Diante disso, ao invés de procederem a todos os mandamentos tributários e legais, resolvem fundar uma sociedade e registra- la, entregando cada um a mesma quantia em bens. Uma delas, Stella, entrega seu imóvel no valor de R$ 300.000,00. A outra, Cristina, entrega R$ 300.000,00 em dinheiro. Depois de constituída a sociedade, integralizado o capital com os recursos de ambos, Stella e Cristina dissolvem a sociedade, recebendo, em valores absolutos, os mesmos valores que anteriormente haviam entregue. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 169 Entretanto, Stella recebe os R$ 300.000,00 em espécie e Cristina o imóvel de mesmo valor. Nessa operação, nenhum centavo em imposto foi pago em decorrência da transmissão, e na qual seria devido o ITBI. Observe que as duas não cometeram nenhum ato ilegal ou ilícito, mas agem com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do ITBI, aproveitando-se do que dispõe a lei. Na situação apresentada no exemplo anterior, bem como aos semelhantes, deve ser aplicado o que dispõe o parágrafo único do artigo 116, que transcrevo novamente: ³$UW������������ Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a VHUHP�HVWDEHOHFLGRV�HP�OHL�RUGLQiULD�³��*ULIRV�QRVVR�� Como se observa, o CTN, em 1966, já previa o combate aos atos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária ou a natureza dos elementos constitutivos dessa, permitindo que a autoridade administrativa possa desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com essa finalidade. Alguns pontos do normativo, contudo, merecem atenção por parte do candidato: x A faculdade atribuída à autoridade administrativa deve ter seus procedimentos estabelecidos, previamente, em lei ordinária, sem os quais não poderá ser exercida; x A autoridade administrativa será competente para desconsiderar os atos ou negócios jurídicos celebrados, e não desconstituí-los em sua essência. São coisas diferentes. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 169 Desconsiderar o ato ou negócio jurídico significa que a autoridade irá considerar que, por exemplo, não houve a formação e a extinção da sociedade por Stella e Cristina, mas sim apenas a formalização de um contrato para a compra e venda de um imóvel, fazendo incidir o imposto devido na operação. Será desconsiderada a operação societária e considerada a transação com uma operação de compra e venda. Por sua vez, em nada a operação de constituição e dissolução da sociedade será alterado, permanecendo intocável, como se as duas amigas não tivessem pretendido obter a operação de compra e venda realizada. Essa é a chamada NORMA-ANTIELISÃO, a qual possui posições divergentes sobre a sua constitucionalidade ou não, não tendo o STF se manifestado ainda a respeito do tema. Paraconcursos, vale a posição de que a norma é CONSTITUCIONAL, podendo ser utilizada para desconsiderar atos ou negócios praticados pelos sujeitos passivos de forma dissimulada. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 169 (Questão 04) Quanto à Elisão Fiscal é correto afirmar que: a) constitui procedimento lícito de economia de tributos, geralmente realizado antes da ocorrência do fato gerador. b) constitui procedimento dúbio que pode ser desqualificado e requalificado pela autoridade administrativa. c) constitui uma sucessão de atos ou negócios jurídicos realizados para dissimular a ocorrência do fato gerador. d) constitui prática atentatória ao princípio da solidariedade social e, portanto, inconstitucional. e) constitui mecanismo de economia fiscal, só possível quando a lei expressamente o permitir. Conforme vimos nesse item da aula, a elisão é uma forma lícita de pagar menos tributo, geralmente ocorrendo antes da ocorrência do fato gerador. Entretanto, não há necessidade de expressa previsão em lei, sendo decorrente da organização e do planejamento tributário da empresa. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 169 Definição legal do fato gerador da obrigação tributária Vamos agora ao que dispõe o artigo 118 do CTN, o qual dispõe sobre os elementos que serão considerados irrelevantes para a definição legal do fato gerador da obrigação tributária. O artigo 118 do CTN nos diz o seguinte em seu texto: ³$UW�� ����� $� GHILQLomR� OHJDO� GR� IDWo gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos efetivamente RFRUULGRV�´ Segundo esse artigo, a validade jurídica dos atos praticados pelo sujeito passivo, assim como os efeitos efetivos dos fatos oriundos dessa prática, é irrelevante para a definição legal do fato gerador da obrigação tributária. Quanto ao inciso I, imagine um traficante da Rocinha que, em razão do seu ³QHJyFLR´� GH� FLUFXODomR� GH� GURJDV� H� HQWRUSHFHQWHV� GH� HOHYDGD� HVWLPD� H� qualidade, tenha auferido renda de R$ 100.000,00. Nada mais claro do que a ilicitude do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos, sendo considerado inclusive um crime inafiançável. Entretanto, não obstante o ato ilícito praticado, a renda auferida está sujeita à incidência do IR, uma vez que houve o seu fato gerador, qual seja, auferir renda. Assim, igualmente a todos os trabalhadores que auferem renda em UD]mR� GD� ODEXWD� GLiULD�� R� ³SUH]DGR´� WUDILFDQWH� WDPEpP� HVWi� REULJDGR� DR� pagamento do IR. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 169 Observe que o motivo da tributação não é o tráfico de drogas, mas sim a aquisição da renda decorrente deste, que dá origem à obrigação tributária. A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo é irrelevante para a definição do fato gerador, sendo regra válida tanto para os contribuintes quanto para os responsáveis ou terceiros. Esse inciso I tem por finalidade instituir tratamento isonômico entre os sujeitos passivos, uma vez que não seria lícito tributar apenas os WUDEDOKDGRUHV�H�GHL[DU�OLYUH�R�WUDILFDQWH��³EHQHILFLDQGR-R´�HP�UD]mR�GD�SUiWLFD� de uma atividade ilícita. Seja a atividade lícita ou não, haverá a incidência tributária, uma vez que só serão levados em consideração os fatores econômicos. Por sua vez, o inciso II nos diz que os efeitos dos fatos efetivamente praticados também são irrelevantes para caracterizar a definição legal do fato gerador e a consequente incidência tributária. Como exemplo, temos o sujeito passivo que, após prestar determinado serviço sujeito ao ISS, descobre que não tem mais um centavo em conta para saldar a obrigação tributária em razão de fraude praticada pelo tomador do serviço. Os efeitos dos atos praticados pelo contribuinte serão irrelevantes, sendo devido o ISS normalmente ao Fisco municipal. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 169 (Questão 05) Com relação ao fato gerador de obrigação tributária, assinale a alternativa correta. a) Fato gerador da obrigação principal é a situação definida na legislação como necessária à sua ocorrência. b) Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. c) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. d) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias para que se produzam os efeitos que normalmente são próprios desse fato. e) A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza do seu objeto ou dos seus efeitos e dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Alternativa a) Incorreta. Quase perfeita a redação da alternativa, exceto HP� UHODomR�j� H[FOXVmR�GR� WHUPR� ³necessária´�� FRQVWDQWH�QR� WH[WR�GR�DUWLJR� 114 do CTN. Uma situação definida na legislação tributária tem que ser necessária e suficiente para que ocorra o fato gerador da obrigação tributária principal. Uma condição necessária para ser pernambucano é ter nascido no nordeste, mas só essa não é suficiente. Porém, uma condição suficiente é ter nascido em Recife. Entendeu? Tem que haver os dois requisitos. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 169 Alternativa b) Correta. Cópia fiel do que consta no artigo 115 do CTN, que assim nos diz em relação ao fato gerador da obrigação tributária acessória: ³$UW�� ����� )DWR� JHUDGRU� GD� REULJDomR� DFHVVyULD� p� TXDOTXHU� situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação SULQFLSDO�´ A obrigação tributária acessória tem caráter formal, instrumental, sendo relativa a uma obrigação de fazer ou não fazer algo nos termos da legislação aplicável, e desde que essa obrigação de fazer algo não seja relativa ao pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária, que se configura como fato gerador de uma obrigação tributária principal. Alternativa c) Incorreta. A redação está perfeita, exceto quanto à situação apresentada.Na redação da alternativa não estamos diante de uma situação de fato, mas sim de uma situação de direito. Para que se verifiquem e produzam efeitos, as situações de direito devem cumprir as formalidades previstas em lei, como é o caso de uma transmissão de imóvel, que somente se dá com o registro do título de transmissão de propriedade. A redação correta para essas situações encontra-se no texto da próxima alternativa, bem como no artigo 116, I, do CTN. Para as situações de direito, temos o inciso II do mesmo artigo. ³$UW�������6DOYR�GLVSRVLomR�GH�OHL�HP�FRQWUiULR��FRQVLGHUD-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável�´ (Grifos nosso) Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 169 Alternativa d) Incorreta. Nessa alternativa, temos a descrição perfeita da situação de fato, estando errada apenas a referência a uma situação jurídica. Alternativa e) Incorreta. O artigo 118, I, do CTN, nos diz que a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Assim, a alternativa está incorreta por considerar que a validade jurídica dos atos será considerada para a definição legal do fato gerador da obrigação. Essa situação ocorre apenas quando houver previsão expressa em lei. ³$UW�� ����� $� GHILQLomR� OHJDO� GR� IDWR� JHUDGRU� p� LQWHUSUHWDGD� abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - GRV�HIHLWRV�GRV�IDWRV�HIHWLYDPHQWH�RFRUULGRV�´ Vamos agora ao último ponto desse item da aula: a classificação do fato gerador. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 169 Classificação do fato gerador da obrigação tributária O fato gerador da obrigação tributária pode ser classificado em três espécies: - Fato Gerador periódico; - Fato Gerador instantâneo; - Fato Gerador continuado. O fato gerador periódico é aquele que se verifica dentro de um espaço de tempo, levando determinado período para se tornar completo. Essa espécie é também chamada de fato gerador complexo, continuativo ou de formação sucessiva, já que perdura no tempo. Como exemplo, temos o imposto sobre a renda, de competência da união, cujo fato gerador ocorre entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de um determinado ano calendário, conforme a lei que o instituiu, finalizando-se apenas nesse último dia do ano. O fato gerador instantâneo é aquele que se verifica em um dado momento do tempo, materializando-se e constituindo-se inteiramente no momento da sua observância. Como exemplo, temos o imposto de exportação, cujo fato gerador ocorre com o registro do documento de registro de exportação perante a Administração Fazendária federal. Por fim, temos o fato gerador continuado, que é aquele que se refere a uma situação que se mantém ao longo do tempo, fazendo incidir a norma tributária num dado momento nela previsto. É o caso do IPVA, que, regra geral, ocorre a cada 1º de janeiro de cada ano civil, incidindo sobre a propriedade de veículos automotores. A propriedade é verificada em todos os momentos do ano, mas a lei escolhe um exato momento para fazer incidir o fato gerador. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 169 (Questão 06) Acerca do direito tributário brasileiro, julgue a assertiva seguinte. A doutrina designa fato gerador continuado aquele cuja realização ocorre ao longo de um espaço de tempo, como no caso do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado O conceito apresentado se mostra correto, porém, o exemplo não é verdadeiro, uma vez que, conforme vimos, o IR é tributo cujo fato gerador é classificado como periódico, e não como continuado. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 169 Obrigação Tributária Principal e Acessória Nesse segundo item da aula de hoje iremos tratar das famosas obrigações tributárias, tanto das principais quanto das acessórias. Podemos definir inicialmente a obrigação tributária como o nascimento de determinada exigência a ser cumprida pelo sujeito passivo frente ao Fisco, seja esta de caráter pecuniário (obrigação principal) ou não pecuniário (obrigação acessória). E quando é que nasce essa obrigação tributária? Com a ocorrência do fato gerador, estudado no item anterior na nossa aula de hoje. Se já esqueceu, dê meia volta na página e vá ler de novo. Rápido! Ocorrida no mundo real a hipótese prevista na lei tributária, fica verificada a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, que é a famosa subsunção do fato à norma. A obrigação tributária, por sua vez, poderá ser de duas naturezas, a saber: ¾ Obrigação tributária principal; ¾ Obrigação tributária acessória. Essa previsão está contida no caput do artigo 113 do CTN: ³Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.´ A obrigação tributária principal decorre da ocorrência do fato gerador no mundo real, fazendo nascer para o sujeito passivo o dever de pagamento de tributo, seja ele de qual espécie for (impostos, taxas, contribuições, empréstimos compulsórios, entre outros), ou de penalidade pecuniária. A obrigação tributária principal, assim, configura-se como uma obrigação de dar, de pagar algo, podendo ser classificada ainda como uma obrigação patrimonialista ou, ainda, como uma obrigação de cunho pecuniário. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 169 Por exemplo, o fato gerador do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, o IPTU, ocorre, em regra, a cada 1º de janeiro de cada ano civil, tendo como hipótese de incidência a propriedade de imóvel situado na zona urbana do Município onde aquele se encontre. Assim, caso determinada pessoa figure como proprietário do imóvel nos documentos a esse relativos, será o contribuinte do imposto, fazendo nascer, em regra (caso não seja observada nenhuma hipótese de imunidade ou isenção), a obrigação tributária principal de pagar o IPTU. Veja o que nos diz o §1º do mesmo artigo 113 do CTN, cujo caput foi visto anteriormente: ³Art. 113 (...) § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamentecom o crédito dela decorrente.´��*ULIRV�QRVVR�� ³3DJDPHQWR�Ge penalidade pecuniária, professor? Mas até onde eu saiba o pagamento de tributo não pode decorrer de um ato ilícito. Penalidades estão relacionadas a fatos LOtFLWRV��QmR�HVWmR"´ É comum essa mistura mesmo. Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Não confunda. - Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 169 O fato gerador da obrigação tributária principal jamais será uma atividade ilícita ou um ato ilícito do sujeito passivo. Isso não tem exceção. Somente os fatos descritos na norma tributária é que dão origem ao fato gerador da obrigação tributária principal, a de pagar tributos. Ainda que o meio utilizado para se chegar ao fato gerador seja uma ato ilícito, o resultado desse é que será tributado, como eu havia falado anteriormente quando ao traficante que aufere rendas e contrai o dever de pagar imposto de renda quanto a esse fato. A tributação é decorrente de auferir rendas, como todo bom e honesto trabalhador, e não em razão de uma possível punição por traficar entorpecentes proibidos. Por sua vez, a obrigação tributária principal se refere ao dever pecuniário de dispor do seu próprio patrimônio e entregá-lo ao Fisco, agente arrecadador de toda a sociedade que necessita dos recursos tributários (bem como dos não tributários). Seja decorrente de uma obrigação oriunda da ocorrência do fato gerador ou do descumprimento de uma obrigação tributária (principal ou acessória) imposta ao sujeito passivo, em ambos os casos estamos diante de uma obrigação relacionada a fatos de natureza tributária. Por exemplo, suponha que determinado tributo deva ser pago pelo contribuinte até o dia 20 de janeiro, sendo seu valor de R$ 5.000,00. Caso não ocorra o pagamento no prazo previsto na lei, o contribuinte ficará sujeito a uma multa de R$ 500,00. Foi imposta a ele a obrigação de prestar, por meio eletrônico, declaração de todas as operações realizadas no período. Para a falta de entrega da declaração, foi prevista multa de R$ 100,00 por declaração não entregue. O contribuinte, perdendo o prazo para pagamento, veio efetuar esse dois meses depois, bem como o envio da declaração respectiva. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 169 Na prática, podemos perceber nesse exemplo simples quatro obrigações imputadas ao sujeito passivo: a obrigação de pagar o tributo, a de pagar a multa relativa ao atraso no pagamento, a de entregar a declaração e a de pagar multa relativa à falta de entrega da declaração. Qual dessas quatro obrigações é classificada como obrigação principal e qual delas é classificada como obrigação tributária acessória? Antes de responder isso, temos que ver o que vem a ser uma obrigação tributária acessória. O Código Tributário Nacional (CTN) trata das obrigações acessórias nos §§2º e 3º do seu artigo 113, que assim dispõem: ³Art. 113 (...) § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade SHFXQLiULD�´��*ULIRV�QRVVR� Um dos principais conceitos presentes no normativo federal acima é relativo à H[SUHVVmR�³prestações, positivas ou negativas´��SUHVHQWH�QR���GR�DUWLJR� 113. Ele nos fala sobre a obrigação imputada ao sujeito que se submete à tributação, referente às obrigações de fazer ou de não fazer, e relativas a qualquer tributo. São as chamadas obrigações instrumentais ou formais, que não se relacionam ao dever pecuniário, este, obrigação principal por natureza. As prestações positivas, de fazer algo, se referem ao dever de agir do sujeito passivo, nos casos em que a lei determina caber a este a realização de qualquer ato ou ação no interesse da arrecadação ou da fiscalização do tributo. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 169 É o caso, por exemplo, do dever de escriturar os livros fiscais exigidos na legislação tributária, de emitir documentos fiscais, de entregar declarações nos prazos previstos (Por exemplo, declaração de imposto de renda), emitir guias de recolhimento dos tributos, entre outros. Por sua vez, as prestações negativas se referem ao dever de não agir, de não fazer. São os casos em que a legislação tributária atribui ao sujeito passivo uma ação negativa. É o caso, por exemplo, de o sujeito passivo não se opor a qualquer fiscalização a ser realizada pelo Fisco em seu estabelecimento, não dificultando o acesso a documentos e transações realizadas ou ocultando qualquer informação relevante, não ocultando dados, documentos, livros ou informações relevantes ao processo de fiscalização; de não rasurar livros e documentos fiscais durante sua escrituração/emissão; entre outras hipóteses. Sejam negativas ou positivas, as prestações objetos de obrigações acessórias são instituídas no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos a que se referem. Guarde bem isso! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 169 (Questão 07) Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que: a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária. e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. Conforme vimos na explicação acima, a obrigação tributária acessória tem por objeto não apenas as prestações positivas, de fazer, mas também as negativas, que são a de não fazer algo. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. Por sua vez, a obrigação tributária acessória também decorre da ocorrência do fato gerador, assim como para a obrigação tributária principal (alternativa b), sendo um instrumental que objetiva aparelhar a administração tributária de meios para o exercício da fiscalização tributária (alternativa c). Por sua vez, descumprir uma obrigação acessória faz com que surja para o sujeito passivo o dever de pagar determinada penalidade pecuniária, ficando intocável a obrigação acessória, que também deverá ser cumprida (alternativa d). 3RU�VXD�YH]��D�DOWHUQDWLYD�³H´�WUD]�DOJXQV�H[HPSORV�GH�REULJDo}HV�DFHVVyULDV� que podem ser previstas em lei. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br39 de 169 (Questão 08) A obrigação tributária principal: a) extingue-se com o pedido de parcelamento acompanhado do recolhimento da primeira prestação. b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de prazo para impugnação do lançamento, por parte do interessado. d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional. Questão que exigiu o conhecimento literal do que dispõe o artigo 113, §1º, do CTN, que assim nos diz: ³$UW�������$�REULJDomR�WULEXWiULD�p principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relatiYDPHQWH�j�SHQDOLGDGH�SHFXQLiULD�´ Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 169 'LDQWH� GLVVR�� UHVWD� FRPR� FRUUHWD� D� DOWHUQDWLYD� ³G´�� JDEDULWR� GD� TXHVWmR�� Mi� que se alinha perfeitamente à redação do artigo. $�DOWHUQDWLYD�³D´�HVWi� LQFRUUHWD��XPD�YH]�TXH�R�SDUFHODPHQWR�p�PRGDOLGDGH� de suspensão do crédito tributário, e não de extinção do mesmo, conforme prescreve o artigo 151, VI, do CTN. 2� WH[WR� GD� DOWHUQDWLYD� ³E´� FRUUHVSRQGH� j� REULJDomR� WULEXWiULD� DFHVVyULD�� conforme pode ser notado no artigo 113, §2º, do CTN, transcrito anteriormente. O texto da alternaWLYD�³G´�GL]�UHVSHLWR�DR�IDWR�JHUDGRU�GD�REULJDomR�WULEXWiULD� SULQFLSDO�� HQTXDQWR� j� DOWHUQDWLYD� ³H´� GL]� UHVSHLWR� jV� WUrV� PRGDOLGDGHV� GH� lançamento do crédito tributário e à suspensão do mesmo. O estudo das obrigações acessórias mostra-se relevante tendo em vista o que dispõe o §3º do artigo 113 do CTN. A inobservância de uma obrigação tributária acessória, por si só considerada, enseja a aplicação de penalidade pecuniária, esta, obrigação principal por natureza, conforme comentado anteriormente. Sendo assim, conhecer bem a legislação tributária que rege as obrigações acessórias é de fundamental importância tanto para o sujeito passivo quanto para o Fisco. Outro ponto importante relativo às obrigações acessórias é a de que sua existência não pressupõe, sempre, a existência de uma obrigação principal, por mais que a terminologia adotada, por simples pensamento lógico, leve a crer nisso. A obrigação acessória, ainda que possua essa nomenclatura, pode existir ainda que não seja verificada obrigação principal alguma, não dependendo desta para existir. Por exemplo, a entrega da antiga declaração anual de isento (quando esta existia), relativa ao imposto de renda, era devida mesmo que não houvesse um centavo de imposto sequer a Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 169 pagar. E a falta de entrega ensejava o pagamento de multa pelo contribuinte (sim, quem se declara isento, e é tido como tal, para fins do IR, também é contribuinte desse imposto federal). Diante disso, a obrigação tributária acessória tem natureza INDEPENDENTE da obrigação tributária principal, ambas podendo coexistir intimamente, mas sem nenhuma dependência de uma quanto à outra. Ou seja, uma pode nascer sem que seja necessária a existência da outra. Visto o que vem a ser uma obrigação acessória, voltemos à pergunta feita DQWHULRUPHQWH��³Qual dessas quatro obrigações é classificada como obrigação SULQFLSDO�H�TXDO�GHODV�p�FODVVLILFDGD�FRPR�REULJDomR�WULEXWiULD�DFHVVyULD"´ Para o exemplo dado, estamos diante de três obrigações tributárias principais e de apenas uma obrigação tributária acessória. As principais se relacionam ao dever de pagar o tributo devido, bem como as penalidades decorrentes das duas infrações à legislação tributária, quais sejam: deixar de pagar tributo no prazo previsto e deixar de prestar declaração exigida na legislação. Ainda que relativa à obrigação acessória, a multa por entrega na declaração passa a ser uma obrigação principal em virtude da natureza pecuniária contida na obrigação, nascendo assim uma obrigação tributária principal, tendo em vista o que dispõe o artigo 113, §3º, do CTN. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 169 Antes de finalizarmos a questão proposta, não pode passar despercebida a LQIHOL]�XWLOL]DomR�GR�YHUER�³FRQYHUWHU´�SHOR�OHJLVODGRU�IHGHUDO�QR�WH[WR�GR��� do artigo 113 do CTN, por várias vezes deixando confusa a redação e o entendimento do que consta no seu texto para os que ainda não a conhecem. Da maneira que está redigido no CTN, o §3º do artigo 113 do CTN leva o leitor a crer que o não cumprimento da obrigação acessória faz com que esta se converta em obrigação principal, extinguindo a própria obrigação acessória. Entretanto, não é isso que ocorre. Ao descumprir uma obrigação acessória, por exemplo, de entregar declaração, nasce para o sujeito passivo a penalidade prevista na legislação, fazendo nascer em nome deste uma obrigação pecuniária, de pagar, de dispor de seu patrimônio para que a sua dívida seja saldada. Nasce uma obrigação tributária principal. Entretanto, o dever de entregar a declaração, obrigação tributária acessória por natureza, não será desfeita, continuando a existir desde o seu nascimento e devendo ser cumprida pelo sujeito passivo descrito na norma como responsável (lato sensu) pela sua entrega. A obrigação acessória permaneceu intocável. Antes de vencido o prazo para entrega da declaração, o sujeito passivo possuía apenas uma obrigação. Com o fim do prazo, passou a ter duas obrigações. MUITO CUIDADO COM ESSE §3º,! É comum o elaborador das questões tentar enganar você confundindo os termos confusos do CTN. - Por fim, atente bem para uma observação muito importante: A obrigação tributária principal, que nasce com a ocorrência do seu fato gerador, sempre decorre de lei em sentido estrito (lei ordinária, lei complementar, lei delegada ou medida provisória). Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 169 Por sua vez, conforme consta no texto do §2º do artigo 113 do CTN, a obrigação acessória decorre da legislação tributária, a qual abrange inclusive os normativos infralegais. Por consequência, o dever de prestar declaração quanto às movimentações realizadas no período, por exemplo, podem ser impostas por decreto do poder executivo. Esse ponto costuma ser frequentemente cobrado em questões de concursos que tratemsobre os temas, levando a erro diversos candidatos bons e preparados que, por falta de atenção, perdem pontos preciosos em sua prova. Para não ser pego de surpresa, memorize a figura a seguir. Assim, as obrigações tributárias principais somente podem ser instituídas por meio de lei em sentido estrito, não podendo ser reguladas por atos infralegais. Já as obrigações tributárias acessórias podem ser livremente estabelecidas por atos infralegais, não necessitando de lei em sentido estrito para que sejam criadas. Nada impede, contudo, que sejam criadas por esse WLSR�GH�OHL��XPD�YH]�TXH�³TXHP�SRGH�R�PHQRV��SRGH�R�PDLV´�� Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 169 (Questão 09) A pessoa jurídica Alfa Ltda. deve cumprir várias obrigações tributárias, como efetuar o pagamento do ICMS, de multas de mora e emitir notas fiscais, entre outras. Considerando a situação hipotética acima apresentada e as normas relativas à obrigação tributária, julgue o item seguinte. A obrigação dessa pessoa quanto ao pagamento do ICMS constitui obrigação tributária principal, mas o pagamento de multas de mora é uma obrigação tributária acessória. ( ) Certo ( ) Errado Tanto o tributo quanto à multa pecuniária são espécies de obrigação tributária principal, conforme dispõe o artigo 113, §1º, do CTN. Incorreta a afirmativa. (Questão 10) Analise: I. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o crédito de tributo e não se extingue juntamente com o débito dela de corrente. II. A obrigação principal, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação acessória relativamente ao objeto do tributo. III. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. É correto o que consta APENAS em a) III. b) II. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 169 c) I e II. d) II e III. e) I. Item I) Incorreto. A obrigação tributária, após a extinção do crédito tributário dela decorrente, também é extinta, não restando mais obrigação alguma ao sujeito passivo. Artigo 113, §1º, do CTN. Item II) Incorreto. É exatamente o contrário do que dispõe o artigo 113, §3º, do CTN. A obrigação tributária acessória, pelo simples fato de sua inobservância, é que se converte em obrigação tributária principal. Item III) Correto. Artigo 114 do CTN. *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³D´� (Questão 11) Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, assinale a opção correta. a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação acessória. b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-se em obrigação principal somente em relação à penalidade pecuniária. c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de uma obrigação tributária principal. d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de fazer, em situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 169 Alternativa a) Incorreta. A obrigação tributária principal é sempre relativa ao pagamento de tributos, multas e juros. Ou seja, está sempre relacionado ao dever pecuniário, de entregar valores. Já as obrigações acessórias estão relacionadas sempre ao dever de fazer ou não fazer algo, no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos. Veja o que nos diz o artigo 113 do CTN: ³$UW�� ����� $� obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relDWLYDPHQWH�j�SHQDOLGDGH�SHFXQLiULD�´ (Grifos nosso) Alternativa b) Correta. Conforme pode ser vista acima, a obrigação acessória, ao ser descumprida, faz nascer uma obrigação principal em relação à multa prevista na legislação, uma vez que esta obrigação é que está relacionada ao pagamento de valores. Isso, contudo, não faz desaparecer a obrigação acessória, que continua intacta, sendo autônoma em relação à obrigação principal. A redação do §3º acima é bastante atécnica e confusa, fazendo nascer o pensamento de que a obrigação acessória converte-se em obrigação principal, fazendo sumir aquela em razão do nascimento dessa. Contudo, isso não é o que ocorre. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 169 Alternativa c) Incorreta. Jamais. As obrigações principais e acessórias são independentes entre si, podendo existir uma sem que necessariamente exista a outra. Como exemplo, temos as pessoas imunes, que são obrigadas a manter escrituração das suas atividades, prestar informação ao fisco, reter tributos como responsável tributário, entre outras obrigações, mesmo sem que sejam obrigadas ao pagamento de centavo algum a título de tributo. Veja o que nos diz o artigo 194, parágrafo único, do CTN, quanto à obrigação de todas as pessoas sujeitas à fiscalização tributária, ainda que isentas ou imunes: ³$UW�������$�legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de LVHQomR�GH�FDUiWHU�SHVVRDO�´ Alternativa d) Incorreta. As obrigações acessórias não estão no rol das matérias que necessitam de lei em sentido estrito para serem veiculadas, bastando apenas a autorização em lei para a edição de atos infralegais pelo poder executivo. Porém, nada impede que venham disciplinadas em lei. Nesses casos, porém, somente outra lei pode alterar, não cabendo a ato infralegal essa possibilidade. As matérias sujeitas à reserva de lei estão previstas no artigo 97 do CTN. Veja sua redação: Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 169 ³$UW������6RPHQWH�D�OHL�SRGH�HVWDEHOHFHU� I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
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