Buscar

Trib Aula 06 iss go

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 06
Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas)
Professor: Aluisio Neto
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 169 
AULA 06 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Fato Gerador da obrigação tributária 03 
Obrigação tributária principal e acessória 33 
Sujeição Tributária Ativa e Passiva / Solidariedade 49 
Capacidade Tributária Passiva 73 
Domicílio Tributário 77 
Questões Propostas 85 
Gabaritos 169 
 
 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à sexta aula do nosso curso de direito tributário para o concurso 
de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. 
Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas: 
x Fato Gerador da obrigação tributária; 
x Obrigação tributária principal e acessória; 
x Sujeição Tributária Ativa e Passiva; 
x Solidariedade; 
x Capacidade Tributária Passiva; 
x Domicílio Tributário. 
Esses temas são muito importantes para a compreensão de muitos outros 
WHPDV� HP� GLUHLWR� WULEXWiULR�� EHP� FRPR� SDUD� FRQKHFHU� R� ³FDURoR´� GHVVD�
deliciosa fruta chamada direito tributário. 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 169 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 169 
Fato Gerador da Obrigação Tributária 
 
Nesse primeiro item da aula iremos estudar um dos principais atributos de 
um tributo, qual seja, a definição do que venha a ser o fato gerador, aquele 
que dá origem a tudo que acontece no mundo tributário, regra geral. É com a 
verificação dele no mundo dos fatos que nasce a relação fisco-sujeito passivo. 
O fato gerador é o pontapé inicial de tudo. Você vai entender o porquê nessa 
aula de hoje. 
Um dos elementos principais (se não o mais) do estudo do direito tributário 
está relacionado ao fato gerador da obrigação tributaria. É por meio da 
ocorrência do fato gerador que toda a relação entre o sujeito passivo e a 
Administração Tributária se inicia, como comentei. Pode começar por outros 
meios, mas essa é a mais importante dentre todas. 
Antes de iniciar o estudo do fato gerador propriamente dito, temos que saber 
o que vem a ser a hipótese de incidência, outro tema importante no direito 
tributário e diretamente relacionado ao fato gerador. E BASTANTE COBRADO 
EM PROVAS DE CONCURSOS! 
 
Hipótese de incidência 
 
A hipótese de incidência é a descrição legal do fato a ser observado 
no mundo real e que ensejará o nascimento do fato gerador. Em 
outras palavras, hipótese de incidência é a situação descrita abstratamente 
na norma legal do tributo, em que estão presentes as características do fato 
gerador que dará origem ao nascimento da relação fisco-sujeito passivo. 
Segunda uma adaptação do texto legal do CTN, a hipótese de incidência é a 
situação prevista em lei como necessária e suficiente (observe o conectivo 
E, já que as duas situações têm que ser observadas) à ocorrência do fato 
gerador da obrigação tributária. Ou seja, a existência da hipótese de 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 169 
incidência é apenas legal, é abstrata, mas apta a regular situações 
ocorridas no mundo dos fatos. A hipótese de incidência está intimamente 
relacionada à tipicidade legal. 
Dizemos que a hipótese de incidência é o chamado fato gerador in 
abstrato, uma vez que esse existe apenas no plano teórico, ainda não tendo 
sido verificado no mundo dos fatos. Outra nomenclatura utilizada é a 
chamada hipótese tributária. 
Como exemplo de hipótese de incidência, temos a previsão de que toda 
transmissão de bens imóveis por ato onerosos inter vivos estará sujeito ao 
ITBI, imposto de competência municipal. A hipótese de incidência prevista na 
lei, nesse caso, é a transmissão do bem, que dará origem ao fato gerador 
caso seja observada no mundo real. 
Esse fato está contido onde? Apenas no papel? Se sim, é hipótese de 
incidência. Se o que está no papel for observado no mundo real, estaremos 
diante do fato gerador, ou fato gerador in concreto. Mas isso veremos em 
seguida. 
 
Vista a hipótese de incidência, vamos em frente com o fato gerador! 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 169 
³(� R� TXH� DFRQWHFH� TXDQGR� D� GHVFULomR� SUHYLVWD� QD� QRUPD� GH� LQFLGrQFLD� p�
REVHUYDGD�QR�PXQGR�UHDO��SURIHVVRU"´ 
Excelente pergunta. Nesse momento temos a famosa e retórica subsunção 
do fato à norma(as bancas gostam de usar esse termo), em que há a 
perfeita harmonia entre o que prevê abstratamente a norma e o que acabou 
de ser observado no mundo dos fatos: o fato jurídico. 
Esse acontecimento é conhecido como fato imponível, ou hipótese de 
incidência concreta, ou ainda hipótese de incidência realizada. O fato 
imponível é o momento em que é observado o que prevê a norma, 
adequando-VH�R�DEVWUDWR�DR�UHDO��&RP�D�³FKHJDGD´�GR�IDWR�LPSRQtYHO��WHPRV�
a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, e o conseqüente 
surgimento desta. 
 
Como exemplo de fato imponível, temos o acordo de transmissão de um bem 
imóvel realizado entre Malaquias e Danilo, em que o primeiro, após 
pagamento de certa quantia pelo segundo, irá transmitir seu imóvel para 
este. Essa situação, uma vez que se configura numa transmissão inter vivos, 
por ato oneroso e de bens imóveis, está prevista como uma hipótese de 
incidência do ITBI, fato que acabou de se moldar ao que prevê a lei 
tributária. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 169 
Para esse exemplo, temos o seguinte: 
x Hipótese de incidência: Transmitir bem imóvel, entre pessoas vivas, de 
forma onerosa (previsão legal, contida no texto da lei municipal) 
x Fato Gerador: realização de uma transmissão de um bem imóvel, entre 
pessoas vivas, tendo o ato caráter oneroso. 
Antes do nascimento do fato imponível, temos o fato gerador in abstrato 
(hipótese de incidência); depois dele, o fato gerador in concreto (fato gerador 
propriamente dito). 
 
Devemos prestar muita atenção em prova quanto aos conceitos utilizados 
relativamente ao fato gerador e à hipótese de incidência, uma vez que aquele 
pode ser usado em substituição a este, mas não o contrário. Ou ao menos 
não é o mais comum. O próprio CTN, atecnicamente, comete esse equivoco, 
utilizando o termo fato gerador no lugar de hipótese de incidência. 
O fato gerador da obrigação tributária está reguladoprincipalmente nos 
artigos 114 a 118 do CTN, podendo ser dividido em fato gerador da obrigação 
tributária principal e fato gerador da obrigação tributária acessória. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 169 
(Questão 01) A situação definida em lei como necessária e suficiente à 
ocorrência da obrigação tributária principal é denominada: 
a) fato imponível. 
b) hipótese de incidência. 
c) lançamento. 
d) crédito tributário. 
e) fato gerador in concreto. 
Enquanto ainda não verificada a situação no mundo dos fatos, temos a 
chamada hipótese de incidência, que é o fato gerador in abstrato, sendo a 
situação definida apenas no texto legal. Ocorrendo no mundo real a situação 
prevista na lei, teremos o fato gerador in concreto. Assim, resta como correta 
a alternativa "b", gabarito da questão. 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 169 
Fato Gerador da Obrigação Principal 
 
O fato gerador da obrigação principal (veremos o que é uma obrigação 
tributária principal no próximo item da nossa aula) é aquele que faz nascer 
para o sujeito passivo o dever de pagar tributo ou penalidade 
pecuniária. É a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. Veja o que no diz o artigo 114 do CTN: 
³$UW�� ����� )DWR� JHUDGRU� GD� REULJDomR� SULQFLSDO� p� D� VLWXDomR�
definida em lei como necessária e suficiente à sua 
RFRUUrQFLD�´ 
³3URIHVVRU�� DFKR� TXH� R� VHnhor se equivocou ao conceituar hipótese de 
incidência. O texto do CTN fala exatamente o contrário, definindo que fato 
JHUDGRU�p�D�VLWXDomR�SUHYLVWD�HP�OHL��H�QmR�D�KLSyWHVH�GH�LQFLGrQFLD�´ 
Quem se embananou todo foi o legislador em 1966, caro aluno, como havia 
comentado no item anterior��2� WHUPR� ³IDWR� JHUDGRU´, presente no início da 
redação do artigo 114 do CTN, contém uma impropriedade técnica, uma vez 
que, como falamos, fato gerador é o acontecimento observado no mundo dos 
fatos, enquanto que a hipótese de incidência é a situação prevista no texto da 
lei que institui e regula o tributo. Fato é algo que aconteceu, e não algo 
previsto abstratamente em lei. Ok? Nada impede, contudo, que os conceitos, 
vez ou outra, sejam utilizados como sinônimos. 
Como condição necessária temos aquela que sempre deve estar presente 
para que possa se verificada a ocorrência do fato gerador. Por exemplo, a 
condição necessária para que ocorra o fato gerador do IPVA é que ter a 
propriedade de um veículo automotor. Sem esse fato, não há o fato gerador. 
Para facilitar a visualização, uma condição necessária para o Brasil ganhar a 
copa de 2018 é, simplesmente, participar dela primeiramente. - 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 169 
Condições suficientes, por sua vez, são aquelas que, sozinhas, já podem 
dar origem ao fato gerador e à conseqüente obrigação tributária, sem que 
seja preciso outro fato para complementá-la. O simples fato de ter um 
veículo automotor em seu nome é condição suficiente para dar origem ao fato 
gerador (supondo, claro, que não exista nenhuma hipótese de imunidade). 
Seguindo a linha de raciocínio do exemplo anterior, uma condição suficiente 
para o Brasil ganhar a copa de 2018 é simplesmente ganhar o jogo da final 
em Moscou (... Deus, livrai-nos de toda Alemanha. Amém). 
Ademais, os fatos geradores da obrigação principal são SEMPRE CRIADOS 
POR MEIO DE LEI EM SENTIDO ESTRITO, como as leis ordinárias, 
complementares, medidas provisórias e leis delegadas. Jamais poderão ser 
criadas por ato infralegal. Conforme já estudamos, cabe à lei complementar 
estabelecer normais gerais em matéria de legislação tributária e, 
especialmente em relação aos impostos, os respectivos fatos geradores, 
bases de cálculos e contribuintes. Essa lei, para a maioria dos impostos, é, 
atualmente, o CTN. 
Vamos agora ao que nos diz o artigo 115 do CTN e ao estudo do fato gerador 
da obrigação tributária acessória. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 169 
Fato Gerador da Obrigação Acessória 
 
O fato gerador da obrigação tributária acessória pode ser definido como 
aquele relativo a qualquer situação que não importe em ato configurado em 
lei como obrigação tributária principal, impondo ao sujeito passivo a prática 
de um ato ou a abstenção deste no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização tributária. 
³$UW�������)DWR�JHUDGRU�GD�REULJDomR�acessória é qualquer 
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a 
prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal�´ 
Como exemplo de um fato gerador de obrigação tributária acessória, temos o 
dever de escriturar livros e documentos, ou de apresentar declaração ao 
Fisco. Ao comparecer à Fazenda do Ente político ou enviar a referida 
declaração por meio da internet, o sujeito passivo está dando origem ao fato 
gerador da obrigação tributária acessória, uma vez que esta não está 
relacionada a nenhuma obrigação pecuniária. 
Por sua vez, o fato gerador da uma obrigação tributária acessória pode ser 
definido na legislação também como uma obrigação de não fazer algo, como, 
SRU�H[HPSOR��QmR�GLILFXOWDU�RX�³EDUUDU´�XPD�ILVFDOL]DomR�HPSUHHQGLGD�FRQWUD�
a empresa, dando livre acesso aos Agentes Fiscais. 
Os fatos geradores da obrigação acessória podem estar previstos em lei em 
sentido estrito ou em atos infralegais, não havendo nenhum óbice a essa 
previsão. Veja que o texto do artigo 115 do CTN nos fala em legislação 
tributária, e não em lei, embora esta esteja prevista naquela. ATENTE BEM A 
ISSO! 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 169 
Nada impede que o fato gerador de uma obrigação tributária acessória seja 
criado por meio de uma portaria, desde que haja previsão para isso na lei 
instituidora do tributo, ainda que de forma genérica. Essa previsão pode ser 
GR�WLSR�³Art. Xxx. Compete ao Poder Executivo regulamentar a presente lei.´ 
 
Alguns doutrinadores entendem que, ainda que genérica, as obrigações 
tributárias acessórias carecem de autorização em lei para serem criadas, ou 
que devem ser criadas apenas por lei em sentido estrito, vez que se 
configuram em obrigação de fazer ou não fazer algo, direito protegido pelo 
manto constitucional (artigo 5º, II, da CF/88). A regra e o entendimento 
majoritário, entretanto, é a de que os fatos geradores das obrigações 
tributárias acessórias podem vir estipulados em atos infralegais, o que, 
normalmente, é o mais comum. 
Vamos agora estudar o momento em que se considera ocorrido o fato 
gerador, seja da obrigação tributária principal ou da acessória. 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br12 de 169 
Momento da Ocorrência do Fato gerador 
 
O momento em que se considera ocorrido o fato gerador é de extrema 
importância no estudo do direito tributário e, principalmente, nos 
acontecimentos do mundo real. É esse momento que irá determinar uma 
variedade de prazos para o Fisco e para o sujeito passivo, definirá a 
formação e extinção de direitos e obrigações, marca o nascimento da 
relação jurídico-tributária, entre outros. E esse momento tem que ser 
definido com precisão pela norma tributária. Ou pelo menos deveria. - 
Falaremos agora do aspecto temporal do fato gerador. 
O legislador federal dividiu o momento da ocorrência do fato gerador em dois 
grupos, conforme nos dizem os incisos I e II do artigo 116 do CTN. Esse 
artigo nos diz o seguinte: 
³$UW�� �16. Salvo disposição de lei em contrário, 
considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os 
seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento 
em que o se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente 
lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento 
em que esteja definitivamente constituída, nos termos 
de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá 
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador 
do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a 
VHUHP�HVWDEHOHFLGRV�HP�OHL�RUGLQiULD�³��*ULIRV�QRVVR�� 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 169 
Inicialmente temos que perceber que as disposições contidas nos incisos I e 
II podem ser excepcionadas por disposição legal em contrário, situação em 
que deverá ser aplicado o que prevê a lei em concreto ao caso por ela 
regulado. Cabe ao legislador excepcionar o que dispõem os incisos do artigo 
116 do CTN. 
As situações de fato são aquelas que dependem apenas dos 
acontecimentos ocorridos no mundo dos fatos, sendo configurado por 
circunstâncias materiais para poderem produzir efeitos e dar vida ao fato 
gerador. Complicou não foi? - Eu sei. Vamos tentar clarear. 
Como exemplo, temos o ato de auferir renda, que é uma hipótese de 
incidência do imposto sobre a renda, tributo de competência da União. Esse é 
o elemento material da incidência do IR. Por sua vez, a situação de fato 
definida na lei para que alguém venha a auferir renda é a disponibilidade 
econômica da renda, transmitida de uma pessoa para outra. Esse é o 
momento em que a receita X passou do patrimônio de A e foi para o 
patrimônio de B, podendo este utilizá-la da maneira que bem entender. 
Outro exemplo de situação de fato é a industrialização de determinada 
matéria-prima. O simples fato de transformar determinada matéria-prima em 
um novo produto já pode dar origem ao fato gerador do imposto sobre 
produtos industrializados, não havendo necessidade de nenhum outro ato 
para que se concretizem as circunstâncias que dão origem à incidência do 
tributo. (nesse caso específico do IPI, a legislação federal específica tratou de 
definir outro momento como sendo o de ocorrência do fato gerador, conforme 
o produto deixe o estabelecimento industrial ou seja por esse incorporado). 
Para as situações de fato, a simples observância do fato já é suficiente para 
fazer nascer o fato gerador e a obrigação tributária, sem que seja necessário 
recorrer ao estudo de outros ramos do nosso direito, fato que ocorre com as 
situações jurídicas. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 169 
As situações jurídicas são aquelas que dependem do atendimento do que 
dispõem outras normas do direito, sem o qual os fatos nela regulados não se 
materializam. É o caso, por exemplo, da transmissão de um imóvel. 
No direito brasileiro, a transmissão de um imóvel de uma pessoa para outra 
apenas de materializa formalmente com o registro do título de transmissão 
no cartório de registro de imóveis competente. Sem esse ato, não há a 
transmissão. Sem a transmissão, não serão verificados os fatos geradores de 
dois impostos: um municipal, o ITBI, e outro estadual e distrital, o ITCMD, 
incidindo conforme as características da transmissão realizada. Nesses casos, 
a simples tradição (entrega) do bem não é suficiente para dar origem ao fato 
gerador. 
Para o caso do ITBI, por exemplo, observe que pode haver o pagamento do 
valor estipulado, a intenção de realizar a transmissão, a entrega das chaves 
pelo alienante ao adquirente e o fato de o adquirente ter ido morar 
definitivamente no imóvel, que ainda assim a transmissão não será dada 
como finalizada, uma vez que faltou o elemento jurídico principal: o registro 
da transmissão no órgão competente. Sem isso, também não se consumou o 
fato gerador do imposto. Existe a necessidade de um ato formal, um ato 
jurídico, que ateste a verificação de uma situação ocorrida no mundo dos 
fatos. 
Outro exemplo de uma situação jurídica regulando a ocorrência de 
determinado fato gerador é a definição de propriedade, fato gerador de três 
tributos: IPVA, IPTU e ITR. Sem essa situação jurídica, não há como delimitar 
o fato gerador desses tributos. O conceito de propriedade, por sua vez, está 
previsto no Código Civil brasileiro, norma com a qual o direito tributário deve, 
YH]�RX�RXWUD��³FRQYHUVDU´�SDUD�D�EXVFD�GH�GHILQLo}HV�H�OLPLWHV�j�WULEXWDomR. 
Para as situações jurídicas, é relevante a verificação de circunstâncias formais 
previstas no direito. Para as situações de fato, a simples verificação de 
circunstancias materiais presentes no mundo dos fatos. Tenha bem em 
mente essa distinção. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 169 
 
Mais uma vez, nada impede que o legislador condicione a ocorrência do fato 
gerador de determinada obrigação decorrente de uma situação de fato à 
observância de uma previsão expressa em lei para a sua ocorrência. Ou ainda 
prever outra situação para a ocorrência do fato gerador. Caso não preveja, 
devem ser aplicadas as regras contidas nos incisos do artigo 116 do CTN. 
Quanto ao inciso II do artigo 116 do CTN, temos ainda as regras constantes 
nos incisos I e II do artigo 117 do CTN, que assim nos dizem: 
³$UW�� ����� 3DUD� RV� HIHLWRV� GR� LQFLVR� ,,� GR� DUWLJR� DQWHULRU� H�
salvo disposição de lei em contrário, os atos ou 
negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e 
acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de 
seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da 
prática do ato ou da celebração do negócio�´� �*ULIRV�
nosso) 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 169 
Diversos negócios jurídicos podem ser celebrados com cláusulas condicionais, 
que podem subordinar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária a 
um evento FUTURO E INCERTO. São as chamadas ³condições´, que podem 
ser SUSPENSIVAS OU RESOLUTIVAS. 
Assim, enquanto não verificadas essascondições, os atos ou negócios 
jurídicos não se mostrarão perfeitos e acabados, podendo apresentar reflexos 
no mundo tributário, como passaremos a ver agora. 
As condições SUSPENSIVAS são aquelas que suspendem a eficácia do ato 
ou negocio jurídico enquanto não for verificada a condição no mundo dos 
fatos. 
Por exemplo, um pai estipula em contrato que doará sua casa de praia em 
Jurerê Internacional (Florianópolis/SC) ao seu filho caso ele passe no 
concurso de Auditor Fiscal Estadual. Enquanto o filho não passar no concurso, 
não haverá a transmissão do bem imóvel. Não havendo a transmissão do 
bem imóvel, a ocorrência do fato gerador do ITCMD, imposto de competência 
estadual, fica condicionada ao implemento da condição para que venha a 
incidir sobre a situação jurídica. 
Veja que, no caso das condições suspensivas, o fato gerador não ocorre 
enquanto elas não se verificarem no mundo dos fatos. Isso é o que 
distinguirá uma condição suspensiva de uma resolutiva. 
Por outro lado, as condições RESOLUTIVAS são aquelas que se verificam 
desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, podendo 
ser desfeita posteriormente em razão do implemento da condição. 
Depois de passar no concurso, pagar o ITCMD e receber a humilde casa, 
Carlos, filho do pai bondoso, descobriu que seu pai estipulou em outro 
contrato que a transmissão seria desfeita (perdendo consequentemente o 
imóvel recebido, que voltaria ao seu antigo dono) caso ele se casasse com 
qualquer mulher que não fosse uma das três estipuladas por seu pai no 
contrato recém-descoberto. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 169 
Para o direito tributário, será irrelevante Carlos casar com alguma mulher 
que não seja uma das escolhidas pelo seu pai, uma vez que a transmissão já 
se operou no momento da prática do ato ou da celebração do negócio (para o 
exemplo dado, apenas a celebração, claro), já tendo ocorrido o fato gerador 
do ITCMD na primeira transmissão. 
 
 
(Questão 02) Quando o fato imponível (ou fato gerador) da obrigação 
tributária é um negócio jurídico sob a condição suspensiva, considera-se 
nascida a obrigação: 
a) desde o momento em que se verificar a condição. 
b) desde o momento da celebração do negócio, salvo disposição de lei em 
contrário. 
c) desde o momento da celebração do negócio, salvo disposição expressa 
avençada entre as partes negociantes. 
d) desde o momento em que o Fisco tiver conhecimento da celebração do 
negócio. 
&RPR�IRL�YLVWR�DQWHULRUPHQWH��WHPRV�FRPR�FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³D´��Mi�TXH�VH�
considera nascida a obrigação, no caso de negócios jurídicos submetidos a 
condições suspensivas, desde o momento em que se verificar a condição, e 
salvo disposição em contrário presente na lei. Uma vez que não houve essa 
ressalva, a questão foi passível de anulação. 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 169 
(Questão 03) Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária 
principal, com: 
a) a prática do negócio jurídico condicional, sendo suspensiva a condição. 
b) a morte, para fins de imposto de transmissão de bens causa mortis, sendo 
irrelevante para este fim a data da abertura do inventário ou arrolamento. 
c) a ocorrência do negócio jurídico, desde que válido, ou seja, a partir do 
momento em que esteja definitivamente constituído nos termos da lei. 
d) o implemento da condição resolutiva, tratando-se de negócio jurídico 
condicional. 
Alternativa a) Incorreta. No caso da prática de negócio jurídico 
condicional, considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária 
principal caso aquele esteja sujeito a uma condição resolutiva, e não 
suspensiva. De acordo com o artigo 117, II, do CTN, os atos ou negócios 
jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados, sendo resolutória a 
condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
Alternativa b) Incorreta. O fato gerador do ITCMD ocorre com a 
transmissão dos bens do proprietário para os seus herdeiros ou legatários, 
sendo definido com o momento da abertura da sucessão, a qual se formaliza 
com a abertura do inventário ou arrolamento e a consequente transmissão 
dos bens do De Cujus. Nesses casos, é sim importante a celebração do 
negócio jurídico para a ocorrência do fato gerador do imposto, qual seja, a 
data de abertura do inventário ou arrolamento. 
Alternativa c) Correta. Nesses casos, o fato gerador ocorre com a prática 
do ato ou celebração do negócio, tratando-se de situação jurídica, ocorrendo 
desde o momento em que essa esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável, conforme nos diz o artigo 116, II, do CTN, c/c 
117 do mesmo diploma: 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 169 
³$UW�������6DOYR�GLVSRVLomR�GH�OHL�HP�FRQWUiULR��FRQVLGHUD-se 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: (...) 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em 
que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito 
aplicável. 
³Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e 
salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios 
jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu 
implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da 
prática do ato ou da celebração do negócio.´ 
Alternativa d) Incorreta. O momento do implemento, para fins de 
ocorrência do fato gerador, será observado nos casos de negócios jurídicos 
celebrados sob condição suspensiva. Sendo resolutiva a condição, seu 
implemento não influi na ocorrência do fato gerador, uma vez que é posterior 
à esse. 
 
 
Vamos agora ao estudo do que consta no parágrafo único do artigo 116 do 
CTN, que trata da chamada norma anti-elisão. Nessa oportunidade 
estudaremos também os conceitos de evasão, elisão e elusão tributária. 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 169 
Evasão, elisão e elusão tributária 
 
E comum os candidatos fazerem confusão com esses três temas tão 
importantes, os quais serão diferenciados nesse item da aula. Esses temas 
estão intimamente relacionados ao desejo dos sujeitos passivos de verem 
reduzida a carga tributária por eles suportada (ou não suportada, conforme a 
interpretação -), seja ela de maneira lícita ou, principalmente, ilícita. E o que 
quer dizer cada um desses temas? 
Por EVASÃO TRIBUTÁRIA, temos toda conduta DOLOSA e ILÍCITA do 
sujeito passivo que tenha como finalidade ocultar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação tributária e o consequente nascimento desta, 
objetivando o não pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária devida 
em razão de lei. 
Uma vez que decorre da prática de um ato ilícito, geralmente a evasão 
ocorre somente após a realização do fato gerador, já que é com a 
ocorrência deste que surge a obrigação pecuniária. Porém, nada impede a 
ocorrência da evasão anteriormente ao surgimentodo fato gerador, embora 
essa situação seja mais rara de ocorrer. 
Como espécies de evasão tributária, temos as previstas na lei federal nº 
4.502, de 1964, quais sejam: SONEGAÇÃO FISCAL, FRAUDE E CONLUIO. 
A própria lei cuidou de definir cada ocorrência em seus artigos 71 a 73: 
³$UW� �� ���� Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa 
tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, 
o conhecimento por parte da autoridade fazendária: 
I - da ocorrência do fato gerador da obrigação 
tributária principal, sua natureza ou circunstâncias 
materiais; 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 169 
II - das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis 
de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito 
tributário correspondente. 
Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa 
tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, 
a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária 
principal, ou a excluir ou modificar as suas 
características essenciais, de modo a reduzir o 
montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu 
pagamento. 
Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais 
pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos 
efeitos referidos nos arts. 71 e 72�´�(sic) (Grifos nosso) 
Por sua vez, a ELISÃO TRIBUTÁRIA pode ser conceituada como a conduta 
LÍCITA do sujeito passivo tendente a diminuir a carga tributária a ser 
suportada por ele, adotando práticas que visem reduzir o montante do tributo 
devido, seja em razão da não ocorrência do fato gerador, seja fazendo este 
incidir sobre uma base de cálculo menor do que a que normalmente seria 
devida. 
A elisão geralmente decorre de atos ANTERIORES à ocorrência do fato 
gerador, podendo ser vista como a busca pela maior economia tributária 
possível por meio de planejamento tributário eficiente adotado pelos sujeitos 
passivos. Repito: sem infringir qualquer normativo, aproveitando-se apenas 
das brechas deixadas na lei. 
A elisão visa à busca por uma isenção, uma imunidade ou uma hipótese de 
redução do montante devido, sucintamente falando. Como exemplo clássico 
de evasão lícita, temos o caso do sujeito passivo que escolhe entre os dois 
tipos de declaração de imposto de renda possíveis (simplificada ou completa), 
resultando na escolha daquele que importe em menor valor de IR a pagar. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 169 
Não há qualquer conduta ilícita na operação, já que ninguém é obrigado a 
escolher uma situação mais onerosa entre outra(s) possível (is) e também 
lícita(s). Esse é um típico caso em que temos a chamada ELISÃO LÍCITA. 
Por outro lado, temos também a chamada elisão ilícita, ou ineficaz, ou ainda 
abusiva, também chamada de elusão tributária. 
A ELUSÃO TRIBUTÁRIA decorre de um comportamento abusivo do sujeito 
passivo, que se aproveita, ainda que licitamente, dos institutos jurídicos 
presentes no ordenamento jurídico para tentar reduzir o montante de tributo 
a ser pago. Nessas situações, ainda que verificado esse comportamento, não 
temos nenhuma conduta ilegal por parte do sujeito passivo, podendo ocorrer 
antes ou depois da ocorrência do fato gerador. 
Nessas situações, o sujeito passivo se aproveita dos institutos presentes em 
determinado normativo para obter resultados econômicos com a finalidade de 
ver burlada determinada lei tributária, de forma completamente legal, 
fazendo não incidir o ônus tributário na sua operação ou transação. 
Como exemplo clássico, considere duas amigas conhecedoras das leis 
societárias e que descobrem que podem constituir uma empresa entregando 
bens pessoais à nova pessoa jurídica como forma de realização de capital e 
que, posteriormente, ao desfazerem essa sociedade, recebem os bens 
anteriormente entregues, sem qualquer ônus tributário aparente. 
Acontece que as duas amigas queriam celebrar um contrato de compra e 
venda de um imóvel. Diante disso, ao invés de procederem a todos os 
mandamentos tributários e legais, resolvem fundar uma sociedade e registra-
la, entregando cada um a mesma quantia em bens. Uma delas, Stella, 
entrega seu imóvel no valor de R$ 300.000,00. A outra, Cristina, entrega R$ 
300.000,00 em dinheiro. 
Depois de constituída a sociedade, integralizado o capital com os recursos de 
ambos, Stella e Cristina dissolvem a sociedade, recebendo, em valores 
absolutos, os mesmos valores que anteriormente haviam entregue. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 169 
Entretanto, Stella recebe os R$ 300.000,00 em espécie e Cristina o imóvel de 
mesmo valor. Nessa operação, nenhum centavo em imposto foi pago em 
decorrência da transmissão, e na qual seria devido o ITBI. Observe que as 
duas não cometeram nenhum ato ilegal ou ilícito, mas agem com a finalidade 
de dissimular a ocorrência do fato gerador do ITBI, aproveitando-se do que 
dispõe a lei. 
Na situação apresentada no exemplo anterior, bem como aos semelhantes, 
deve ser aplicado o que dispõe o parágrafo único do artigo 116, que 
transcrevo novamente: 
³$UW������������ 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá 
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador 
do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a 
VHUHP�HVWDEHOHFLGRV�HP�OHL�RUGLQiULD�³��*ULIRV�QRVVR�� 
Como se observa, o CTN, em 1966, já previa o combate aos atos praticados 
com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador da obrigação 
tributária ou a natureza dos elementos constitutivos dessa, permitindo que a 
autoridade administrativa possa desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com essa finalidade. 
Alguns pontos do normativo, contudo, merecem atenção por parte do 
candidato: 
x A faculdade atribuída à autoridade administrativa deve ter seus 
procedimentos estabelecidos, previamente, em lei ordinária, 
sem os quais não poderá ser exercida; 
x A autoridade administrativa será competente para 
desconsiderar os atos ou negócios jurídicos celebrados, e não 
desconstituí-los em sua essência. São coisas diferentes. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 169 
 
Desconsiderar o ato ou negócio jurídico significa que a autoridade irá 
considerar que, por exemplo, não houve a formação e a extinção da 
sociedade por Stella e Cristina, mas sim apenas a formalização de um 
contrato para a compra e venda de um imóvel, fazendo incidir o imposto 
devido na operação. Será desconsiderada a operação societária e considerada 
a transação com uma operação de compra e venda. 
Por sua vez, em nada a operação de constituição e dissolução da sociedade 
será alterado, permanecendo intocável, como se as duas amigas não 
tivessem pretendido obter a operação de compra e venda realizada. 
Essa é a chamada NORMA-ANTIELISÃO, a qual possui posições divergentes 
sobre a sua constitucionalidade ou não, não tendo o STF se manifestado 
ainda a respeito do tema. Paraconcursos, vale a posição de que a norma é 
CONSTITUCIONAL, podendo ser utilizada para desconsiderar atos ou 
negócios praticados pelos sujeitos passivos de forma dissimulada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 169 
(Questão 04) Quanto à Elisão Fiscal é correto afirmar que: 
a) constitui procedimento lícito de economia de tributos, geralmente realizado 
antes da ocorrência do fato gerador. 
b) constitui procedimento dúbio que pode ser desqualificado e requalificado 
pela autoridade administrativa. 
c) constitui uma sucessão de atos ou negócios jurídicos realizados para 
dissimular a ocorrência do fato gerador. 
d) constitui prática atentatória ao princípio da solidariedade social e, 
portanto, inconstitucional. 
e) constitui mecanismo de economia fiscal, só possível quando a lei 
expressamente o permitir. 
Conforme vimos nesse item da aula, a elisão é uma forma lícita de pagar 
menos tributo, geralmente ocorrendo antes da ocorrência do fato gerador. 
Entretanto, não há necessidade de expressa previsão em lei, sendo 
decorrente da organização e do planejamento tributário da empresa. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 169 
Definição legal do fato gerador da obrigação tributária 
 
Vamos agora ao que dispõe o artigo 118 do CTN, o qual dispõe sobre os 
elementos que serão considerados irrelevantes para a definição legal do 
fato gerador da obrigação tributária. 
O artigo 118 do CTN nos diz o seguinte em seu texto: 
³$UW�� ����� $� GHILQLomR� OHJDO� GR� IDWo gerador é interpretada 
abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados 
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da 
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente RFRUULGRV�´ 
Segundo esse artigo, a validade jurídica dos atos praticados pelo sujeito 
passivo, assim como os efeitos efetivos dos fatos oriundos dessa 
prática, é irrelevante para a definição legal do fato gerador da obrigação 
tributária. 
Quanto ao inciso I, imagine um traficante da Rocinha que, em razão do seu 
³QHJyFLR´� GH� FLUFXODomR� GH� GURJDV� H� HQWRUSHFHQWHV� GH� HOHYDGD� HVWLPD� H�
qualidade, tenha auferido renda de R$ 100.000,00. Nada mais claro do que a 
ilicitude do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos, sendo considerado 
inclusive um crime inafiançável. 
Entretanto, não obstante o ato ilícito praticado, a renda auferida está sujeita 
à incidência do IR, uma vez que houve o seu fato gerador, qual seja, auferir 
renda. Assim, igualmente a todos os trabalhadores que auferem renda em 
UD]mR� GD� ODEXWD� GLiULD�� R� ³SUH]DGR´� WUDILFDQWH� WDPEpP� HVWi� REULJDGR� DR�
pagamento do IR. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 169 
Observe que o motivo da tributação não é o tráfico de drogas, mas sim a 
aquisição da renda decorrente deste, que dá origem à obrigação tributária. A 
validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo é 
irrelevante para a definição do fato gerador, sendo regra válida tanto para os 
contribuintes quanto para os responsáveis ou terceiros. 
Esse inciso I tem por finalidade instituir tratamento isonômico entre os 
sujeitos passivos, uma vez que não seria lícito tributar apenas os 
WUDEDOKDGRUHV�H�GHL[DU�OLYUH�R�WUDILFDQWH��³EHQHILFLDQGR-R´�HP�UD]mR�GD�SUiWLFD�
de uma atividade ilícita. Seja a atividade lícita ou não, haverá a incidência 
tributária, uma vez que só serão levados em consideração os fatores 
econômicos. 
Por sua vez, o inciso II nos diz que os efeitos dos fatos efetivamente 
praticados também são irrelevantes para caracterizar a definição legal do fato 
gerador e a consequente incidência tributária. 
Como exemplo, temos o sujeito passivo que, após prestar determinado 
serviço sujeito ao ISS, descobre que não tem mais um centavo em conta 
para saldar a obrigação tributária em razão de fraude praticada pelo tomador 
do serviço. Os efeitos dos atos praticados pelo contribuinte serão 
irrelevantes, sendo devido o ISS normalmente ao Fisco municipal. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 169 
(Questão 05) Com relação ao fato gerador de obrigação tributária, assinale 
a alternativa correta. 
a) Fato gerador da obrigação principal é a situação definida na legislação 
como necessária à sua ocorrência. 
b) Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal. 
c) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e 
existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento 
em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
d) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador 
e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o 
momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias para 
que se produzam os efeitos que normalmente são próprios desse fato. 
e) A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade 
jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, 
ou terceiros, bem como a natureza do seu objeto ou dos seus efeitos e dos 
efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
Alternativa a) Incorreta. Quase perfeita a redação da alternativa, exceto 
HP� UHODomR�j� H[FOXVmR�GR� WHUPR� ³necessária´�� FRQVWDQWH�QR� WH[WR�GR�DUWLJR�
114 do CTN. Uma situação definida na legislação tributária tem que ser 
necessária e suficiente para que ocorra o fato gerador da obrigação tributária 
principal. 
Uma condição necessária para ser pernambucano é ter nascido no nordeste, 
mas só essa não é suficiente. Porém, uma condição suficiente é ter nascido 
em Recife. Entendeu? Tem que haver os dois requisitos. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 169 
Alternativa b) Correta. Cópia fiel do que consta no artigo 115 do CTN, que 
assim nos diz em relação ao fato gerador da obrigação tributária acessória: 
³$UW�� ����� )DWR� JHUDGRU� GD� REULJDomR� DFHVVyULD� p� TXDOTXHU�
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a 
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação 
SULQFLSDO�´ 
A obrigação tributária acessória tem caráter formal, instrumental, sendo 
relativa a uma obrigação de fazer ou não fazer algo nos termos da legislação 
aplicável, e desde que essa obrigação de fazer algo não seja relativa ao 
pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária, que se configura como 
fato gerador de uma obrigação tributária principal. 
Alternativa c) Incorreta. A redação está perfeita, exceto quanto à situação 
apresentada.Na redação da alternativa não estamos diante de uma situação 
de fato, mas sim de uma situação de direito. Para que se verifiquem e 
produzam efeitos, as situações de direito devem cumprir as formalidades 
previstas em lei, como é o caso de uma transmissão de imóvel, que somente 
se dá com o registro do título de transmissão de propriedade. A redação 
correta para essas situações encontra-se no texto da próxima alternativa, 
bem como no artigo 116, I, do CTN. Para as situações de direito, temos o 
inciso II do mesmo artigo. 
³$UW�������6DOYR�GLVSRVLomR�GH�OHL�HP�FRQWUiULR��FRQVLGHUD-se 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento 
em que o se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente 
lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento 
em que esteja definitivamente constituída, nos termos 
de direito aplicável�´ (Grifos nosso) 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 169 
Alternativa d) Incorreta. Nessa alternativa, temos a descrição perfeita da 
situação de fato, estando errada apenas a referência a uma situação jurídica. 
Alternativa e) Incorreta. O artigo 118, I, do CTN, nos diz que a definição 
legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos 
atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, 
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Assim, a 
alternativa está incorreta por considerar que a validade jurídica dos atos será 
considerada para a definição legal do fato gerador da obrigação. Essa 
situação ocorre apenas quando houver previsão expressa em lei. 
³$UW�� ����� $� GHILQLomR� OHJDO� GR� IDWR� JHUDGRU� p� LQWHUSUHWDGD�
abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados 
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da 
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - GRV�HIHLWRV�GRV�IDWRV�HIHWLYDPHQWH�RFRUULGRV�´ 
 
 
Vamos agora ao último ponto desse item da aula: a classificação do fato 
gerador. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 169 
Classificação do fato gerador da obrigação tributária 
 
O fato gerador da obrigação tributária pode ser classificado em três espécies: 
- Fato Gerador periódico; 
- Fato Gerador instantâneo; 
- Fato Gerador continuado. 
O fato gerador periódico é aquele que se verifica dentro de um espaço de 
tempo, levando determinado período para se tornar completo. Essa espécie é 
também chamada de fato gerador complexo, continuativo ou de formação 
sucessiva, já que perdura no tempo. 
Como exemplo, temos o imposto sobre a renda, de competência da união, 
cujo fato gerador ocorre entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de um 
determinado ano calendário, conforme a lei que o instituiu, finalizando-se 
apenas nesse último dia do ano. 
O fato gerador instantâneo é aquele que se verifica em um dado momento 
do tempo, materializando-se e constituindo-se inteiramente no momento da 
sua observância. Como exemplo, temos o imposto de exportação, cujo fato 
gerador ocorre com o registro do documento de registro de exportação 
perante a Administração Fazendária federal. 
Por fim, temos o fato gerador continuado, que é aquele que se refere a 
uma situação que se mantém ao longo do tempo, fazendo incidir a norma 
tributária num dado momento nela previsto. É o caso do IPVA, que, regra 
geral, ocorre a cada 1º de janeiro de cada ano civil, incidindo sobre a 
propriedade de veículos automotores. A propriedade é verificada em todos os 
momentos do ano, mas a lei escolhe um exato momento para fazer incidir o 
fato gerador. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 169 
(Questão 06) Acerca do direito tributário brasileiro, julgue a assertiva 
seguinte. 
A doutrina designa fato gerador continuado aquele cuja realização ocorre ao 
longo de um espaço de tempo, como no caso do imposto sobre a renda e 
proventos de qualquer natureza. 
( ) Certo ( ) Errado 
O conceito apresentado se mostra correto, porém, o exemplo não é 
verdadeiro, uma vez que, conforme vimos, o IR é tributo cujo fato gerador é 
classificado como periódico, e não como continuado. 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 169 
Obrigação Tributária Principal e Acessória 
 
Nesse segundo item da aula de hoje iremos tratar das famosas obrigações 
tributárias, tanto das principais quanto das acessórias. Podemos definir 
inicialmente a obrigação tributária como o nascimento de determinada 
exigência a ser cumprida pelo sujeito passivo frente ao Fisco, seja 
esta de caráter pecuniário (obrigação principal) ou não pecuniário (obrigação 
acessória). E quando é que nasce essa obrigação tributária? Com a ocorrência 
do fato gerador, estudado no item anterior na nossa aula de hoje. Se já 
esqueceu, dê meia volta na página e vá ler de novo. Rápido! 
Ocorrida no mundo real a hipótese prevista na lei tributária, fica verificada a 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, que é a famosa subsunção 
do fato à norma. A obrigação tributária, por sua vez, poderá ser de duas 
naturezas, a saber: 
¾ Obrigação tributária principal; 
¾ Obrigação tributária acessória. 
Essa previsão está contida no caput do artigo 113 do CTN: 
³Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.´ 
A obrigação tributária principal decorre da ocorrência do fato gerador no 
mundo real, fazendo nascer para o sujeito passivo o dever de pagamento de 
tributo, seja ele de qual espécie for (impostos, taxas, contribuições, 
empréstimos compulsórios, entre outros), ou de penalidade pecuniária. A 
obrigação tributária principal, assim, configura-se como uma obrigação de 
dar, de pagar algo, podendo ser classificada ainda como uma obrigação 
patrimonialista ou, ainda, como uma obrigação de cunho pecuniário. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 169 
 
Por exemplo, o fato gerador do imposto sobre a propriedade predial e 
territorial urbana, o IPTU, ocorre, em regra, a cada 1º de janeiro de cada ano 
civil, tendo como hipótese de incidência a propriedade de imóvel situado na 
zona urbana do Município onde aquele se encontre. 
Assim, caso determinada pessoa figure como proprietário do imóvel nos 
documentos a esse relativos, será o contribuinte do imposto, fazendo nascer, 
em regra (caso não seja observada nenhuma hipótese de imunidade ou 
isenção), a obrigação tributária principal de pagar o IPTU. 
Veja o que nos diz o §1º do mesmo artigo 113 do CTN, cujo caput foi visto 
anteriormente: 
³Art. 113 (...) 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do 
fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamentecom o 
crédito dela decorrente.´��*ULIRV�QRVVR�� 
³3DJDPHQWR�Ge penalidade pecuniária, professor? Mas até 
onde eu saiba o pagamento de tributo não pode decorrer 
de um ato ilícito. Penalidades estão relacionadas a fatos 
LOtFLWRV��QmR�HVWmR"´ 
É comum essa mistura mesmo. Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é 
outra coisa. Não confunda. - 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 169 
O fato gerador da obrigação tributária principal jamais será uma 
atividade ilícita ou um ato ilícito do sujeito passivo. Isso não tem 
exceção. Somente os fatos descritos na norma tributária é que dão origem ao 
fato gerador da obrigação tributária principal, a de pagar tributos. Ainda que 
o meio utilizado para se chegar ao fato gerador seja uma ato ilícito, o 
resultado desse é que será tributado, como eu havia falado anteriormente 
quando ao traficante que aufere rendas e contrai o dever de pagar imposto 
de renda quanto a esse fato. A tributação é decorrente de auferir rendas, 
como todo bom e honesto trabalhador, e não em razão de uma possível 
punição por traficar entorpecentes proibidos. 
Por sua vez, a obrigação tributária principal se refere ao dever pecuniário de 
dispor do seu próprio patrimônio e entregá-lo ao Fisco, agente arrecadador 
de toda a sociedade que necessita dos recursos tributários (bem como dos 
não tributários). 
Seja decorrente de uma obrigação oriunda da ocorrência do fato gerador ou 
do descumprimento de uma obrigação tributária (principal ou acessória) 
imposta ao sujeito passivo, em ambos os casos estamos diante de uma 
obrigação relacionada a fatos de natureza tributária. 
Por exemplo, suponha que determinado tributo deva ser pago pelo 
contribuinte até o dia 20 de janeiro, sendo seu valor de R$ 5.000,00. Caso 
não ocorra o pagamento no prazo previsto na lei, o contribuinte ficará sujeito 
a uma multa de R$ 500,00. Foi imposta a ele a obrigação de prestar, por 
meio eletrônico, declaração de todas as operações realizadas no período. Para 
a falta de entrega da declaração, foi prevista multa de R$ 100,00 por 
declaração não entregue. O contribuinte, perdendo o prazo para pagamento, 
veio efetuar esse dois meses depois, bem como o envio da declaração 
respectiva. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 169 
Na prática, podemos perceber nesse exemplo simples quatro obrigações 
imputadas ao sujeito passivo: a obrigação de pagar o tributo, a de pagar a 
multa relativa ao atraso no pagamento, a de entregar a declaração e a de 
pagar multa relativa à falta de entrega da declaração. 
Qual dessas quatro obrigações é classificada como obrigação principal e qual 
delas é classificada como obrigação tributária acessória? Antes de responder 
isso, temos que ver o que vem a ser uma obrigação tributária acessória. 
O Código Tributário Nacional (CTN) trata das obrigações acessórias nos §§2º 
e 3º do seu artigo 113, que assim dispõem: 
³Art. 113 (...) 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação 
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou 
da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade SHFXQLiULD�´��*ULIRV�QRVVR� 
Um dos principais conceitos presentes no normativo federal acima é relativo à 
H[SUHVVmR�³prestações, positivas ou negativas´��SUHVHQWH�QR�†�ž�GR�DUWLJR�
113. 
Ele nos fala sobre a obrigação imputada ao sujeito que se submete à 
tributação, referente às obrigações de fazer ou de não fazer, e relativas a 
qualquer tributo. São as chamadas obrigações instrumentais ou formais, 
que não se relacionam ao dever pecuniário, este, obrigação principal por 
natureza. 
As prestações positivas, de fazer algo, se referem ao dever de agir do 
sujeito passivo, nos casos em que a lei determina caber a este a realização 
de qualquer ato ou ação no interesse da arrecadação ou da fiscalização 
do tributo. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 169 
É o caso, por exemplo, do dever de escriturar os livros fiscais exigidos 
na legislação tributária, de emitir documentos fiscais, de entregar 
declarações nos prazos previstos (Por exemplo, declaração de 
imposto de renda), emitir guias de recolhimento dos tributos, entre 
outros. 
Por sua vez, as prestações negativas se referem ao dever de não agir, 
de não fazer. São os casos em que a legislação tributária atribui ao sujeito 
passivo uma ação negativa. É o caso, por exemplo, de o sujeito passivo não 
se opor a qualquer fiscalização a ser realizada pelo Fisco em seu 
estabelecimento, não dificultando o acesso a documentos e transações 
realizadas ou ocultando qualquer informação relevante, não ocultando 
dados, documentos, livros ou informações relevantes ao processo de 
fiscalização; de não rasurar livros e documentos fiscais durante sua 
escrituração/emissão; entre outras hipóteses. 
Sejam negativas ou positivas, as prestações objetos de obrigações acessórias 
são instituídas no interesse da arrecadação e da fiscalização dos 
tributos a que se referem. Guarde bem isso! 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 169 
(Questão 07) Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se 
que: 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência 
de fato gerador. 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle 
do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a 
penalidade pecuniária. 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e 
apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. 
Conforme vimos na explicação acima, a obrigação tributária acessória tem 
por objeto não apenas as prestações positivas, de fazer, mas também as 
negativas, que são a de não fazer algo. Assim, resta como correta a 
alternativa "a", gabarito da questão. 
Por sua vez, a obrigação tributária acessória também decorre da ocorrência 
do fato gerador, assim como para a obrigação tributária principal (alternativa 
b), sendo um instrumental que objetiva aparelhar a administração tributária 
de meios para o exercício da fiscalização tributária (alternativa c). 
Por sua vez, descumprir uma obrigação acessória faz com que surja para o 
sujeito passivo o dever de pagar determinada penalidade pecuniária, ficando 
intocável a obrigação acessória, que também deverá ser cumprida 
(alternativa d). 
3RU�VXD�YH]��D�DOWHUQDWLYD�³H´�WUD]�DOJXQV�H[HPSORV�GH�REULJDo}HV�DFHVVyULDV�
que podem ser previstas em lei. 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br39 de 169 
(Questão 08) A obrigação tributária principal: 
a) extingue-se com o pedido de parcelamento acompanhado do recolhimento 
da primeira prestação. 
b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata inscrição em 
dívida ativa, independentemente de abertura de prazo para impugnação do 
lançamento, por parte do interessado. 
d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do 
tributo ou penalidade pecuniária. 
 e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades previstas 
pelo Código Tributário Nacional. 
Questão que exigiu o conhecimento literal do que dispõe o artigo 113, §1º, 
do CTN, que assim nos diz: 
³$UW�������$�REULJDomR�WULEXWiULD�p principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o 
crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e 
tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relatiYDPHQWH�j�SHQDOLGDGH�SHFXQLiULD�´ 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 169 
'LDQWH� GLVVR�� UHVWD� FRPR� FRUUHWD� D� DOWHUQDWLYD� ³G´�� JDEDULWR� GD� TXHVWmR�� Mi�
que se alinha perfeitamente à redação do artigo. 
$�DOWHUQDWLYD�³D´�HVWi� LQFRUUHWD��XPD�YH]�TXH�R�SDUFHODPHQWR�p�PRGDOLGDGH�
de suspensão do crédito tributário, e não de extinção do mesmo, conforme 
prescreve o artigo 151, VI, do CTN. 
2� WH[WR� GD� DOWHUQDWLYD� ³E´� FRUUHVSRQGH� j� REULJDomR� WULEXWiULD� DFHVVyULD��
conforme pode ser notado no artigo 113, §2º, do CTN, transcrito 
anteriormente. 
O texto da alternaWLYD�³G´�GL]�UHVSHLWR�DR�IDWR�JHUDGRU�GD�REULJDomR�WULEXWiULD�
SULQFLSDO�� HQTXDQWR� j� DOWHUQDWLYD� ³H´� GL]� UHVSHLWR� jV� WUrV� PRGDOLGDGHV� GH�
lançamento do crédito tributário e à suspensão do mesmo. 
 
 
O estudo das obrigações acessórias mostra-se relevante tendo em vista o que 
dispõe o §3º do artigo 113 do CTN. A inobservância de uma obrigação 
tributária acessória, por si só considerada, enseja a aplicação de penalidade 
pecuniária, esta, obrigação principal por natureza, conforme comentado 
anteriormente. Sendo assim, conhecer bem a legislação tributária que rege 
as obrigações acessórias é de fundamental importância tanto para o sujeito 
passivo quanto para o Fisco. 
Outro ponto importante relativo às obrigações acessórias é a de que sua 
existência não pressupõe, sempre, a existência de uma obrigação principal, 
por mais que a terminologia adotada, por simples pensamento lógico, leve a 
crer nisso. 
A obrigação acessória, ainda que possua essa nomenclatura, pode 
existir ainda que não seja verificada obrigação principal alguma, não 
dependendo desta para existir. Por exemplo, a entrega da antiga 
declaração anual de isento (quando esta existia), relativa ao imposto de 
renda, era devida mesmo que não houvesse um centavo de imposto sequer a 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 169 
pagar. E a falta de entrega ensejava o pagamento de multa pelo contribuinte 
(sim, quem se declara isento, e é tido como tal, para fins do IR, também é 
contribuinte desse imposto federal). 
Diante disso, a obrigação tributária acessória tem natureza 
INDEPENDENTE da obrigação tributária principal, ambas podendo 
coexistir intimamente, mas sem nenhuma dependência de uma quanto à 
outra. Ou seja, uma pode nascer sem que seja necessária a existência da 
outra. 
 
Visto o que vem a ser uma obrigação acessória, voltemos à pergunta feita 
DQWHULRUPHQWH��³Qual dessas quatro obrigações é classificada como obrigação 
SULQFLSDO�H�TXDO�GHODV�p�FODVVLILFDGD�FRPR�REULJDomR�WULEXWiULD�DFHVVyULD"´ 
Para o exemplo dado, estamos diante de três obrigações tributárias principais 
e de apenas uma obrigação tributária acessória. As principais se relacionam 
ao dever de pagar o tributo devido, bem como as penalidades decorrentes 
das duas infrações à legislação tributária, quais sejam: deixar de pagar 
tributo no prazo previsto e deixar de prestar declaração exigida na legislação. 
Ainda que relativa à obrigação acessória, a multa por entrega na declaração 
passa a ser uma obrigação principal em virtude da natureza pecuniária 
contida na obrigação, nascendo assim uma obrigação tributária principal, 
tendo em vista o que dispõe o artigo 113, §3º, do CTN. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 169 
Antes de finalizarmos a questão proposta, não pode passar despercebida a 
LQIHOL]�XWLOL]DomR�GR�YHUER�³FRQYHUWHU´�SHOR�OHJLVODGRU�IHGHUDO�QR�WH[WR�GR�†�ž�
do artigo 113 do CTN, por várias vezes deixando confusa a redação e o 
entendimento do que consta no seu texto para os que ainda não a conhecem. 
Da maneira que está redigido no CTN, o §3º do artigo 113 do CTN leva o 
leitor a crer que o não cumprimento da obrigação acessória faz com que esta 
se converta em obrigação principal, extinguindo a própria obrigação 
acessória. Entretanto, não é isso que ocorre. 
Ao descumprir uma obrigação acessória, por exemplo, de entregar 
declaração, nasce para o sujeito passivo a penalidade prevista na legislação, 
fazendo nascer em nome deste uma obrigação pecuniária, de pagar, de 
dispor de seu patrimônio para que a sua dívida seja saldada. Nasce uma 
obrigação tributária principal. 
Entretanto, o dever de entregar a declaração, obrigação tributária acessória 
por natureza, não será desfeita, continuando a existir desde o seu 
nascimento e devendo ser cumprida pelo sujeito passivo descrito na norma 
como responsável (lato sensu) pela sua entrega. A obrigação acessória 
permaneceu intocável. 
Antes de vencido o prazo para entrega da declaração, o sujeito passivo 
possuía apenas uma obrigação. Com o fim do prazo, passou a ter duas 
obrigações. MUITO CUIDADO COM ESSE §3º,! É comum o elaborador das 
questões tentar enganar você confundindo os termos confusos do CTN. - 
Por fim, atente bem para uma observação muito importante: 
A obrigação tributária principal, que 
nasce com a ocorrência do seu fato 
gerador, sempre decorre de lei em 
sentido estrito (lei ordinária, lei 
complementar, lei delegada ou medida 
provisória). 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 169 
Por sua vez, conforme consta no texto do §2º do artigo 113 do CTN, a 
obrigação acessória decorre da legislação tributária, a qual abrange 
inclusive os normativos infralegais. Por consequência, o dever de prestar 
declaração quanto às movimentações realizadas no período, por exemplo, 
podem ser impostas por decreto do poder executivo. 
Esse ponto costuma ser frequentemente cobrado em questões de concursos 
que tratemsobre os temas, levando a erro diversos candidatos bons e 
preparados que, por falta de atenção, perdem pontos preciosos em sua 
prova. Para não ser pego de surpresa, memorize a figura a seguir. 
 
Assim, as obrigações tributárias principais somente podem ser instituídas por 
meio de lei em sentido estrito, não podendo ser reguladas por atos 
infralegais. Já as obrigações tributárias acessórias podem ser livremente 
estabelecidas por atos infralegais, não necessitando de lei em sentido estrito 
para que sejam criadas. Nada impede, contudo, que sejam criadas por esse 
WLSR�GH�OHL��XPD�YH]�TXH�³TXHP�SRGH�R�PHQRV��SRGH�R�PDLV´�� 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 169 
(Questão 09) A pessoa jurídica Alfa Ltda. deve cumprir várias obrigações 
tributárias, como efetuar o pagamento do ICMS, de multas de mora e emitir 
notas fiscais, entre outras. 
Considerando a situação hipotética acima apresentada e as normas 
relativas à obrigação tributária, julgue o item seguinte. 
A obrigação dessa pessoa quanto ao pagamento do ICMS constitui obrigação 
tributária principal, mas o pagamento de multas de mora é uma obrigação 
tributária acessória. 
( ) Certo ( ) Errado 
Tanto o tributo quanto à multa pecuniária são espécies de obrigação 
tributária principal, conforme dispõe o artigo 113, §1º, do CTN. Incorreta a 
afirmativa. 
 
 
(Questão 10) Analise: 
I. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por 
objeto o crédito de tributo e não se extingue juntamente com o débito dela 
de corrente. 
II. A obrigação principal, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se 
em obrigação acessória relativamente ao objeto do tributo. 
III. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
É correto o que consta APENAS em 
a) III. 
b) II. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 169 
c) I e II. 
d) II e III. 
e) I. 
Item I) Incorreto. A obrigação tributária, após a extinção do crédito 
tributário dela decorrente, também é extinta, não restando mais obrigação 
alguma ao sujeito passivo. Artigo 113, §1º, do CTN. 
Item II) Incorreto. É exatamente o contrário do que dispõe o artigo 113, 
§3º, do CTN. A obrigação tributária acessória, pelo simples fato de sua 
inobservância, é que se converte em obrigação tributária principal. 
Item III) Correto. Artigo 114 do CTN. 
*DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³D´� 
 
 
(Questão 11) Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o 
fato gerador do tributo, assinale a opção correta. 
a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros 
tributários constitui-se como obrigação acessória. 
b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-se em obrigação 
principal somente em relação à penalidade pecuniária. 
c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência 
de uma obrigação tributária principal. 
d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento 
à obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. 
e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de fazer, em 
situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 169 
Alternativa a) Incorreta. A obrigação tributária principal é sempre relativa 
ao pagamento de tributos, multas e juros. Ou seja, está sempre relacionado 
ao dever pecuniário, de entregar valores. Já as obrigações acessórias estão 
relacionadas sempre ao dever de fazer ou não fazer algo, no interesse da 
arrecadação ou fiscalização dos tributos. 
Veja o que nos diz o artigo 113 do CTN: 
³$UW�� ����� $� obrigação tributária é principal ou 
acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o 
crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária 
e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, 
nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relDWLYDPHQWH�j�SHQDOLGDGH�SHFXQLiULD�´ (Grifos nosso) 
Alternativa b) Correta. Conforme pode ser vista acima, a obrigação 
acessória, ao ser descumprida, faz nascer uma obrigação principal em relação 
à multa prevista na legislação, uma vez que esta obrigação é que está 
relacionada ao pagamento de valores. 
Isso, contudo, não faz desaparecer a obrigação acessória, que continua 
intacta, sendo autônoma em relação à obrigação principal. A redação do §3º 
acima é bastante atécnica e confusa, fazendo nascer o pensamento de que a 
obrigação acessória converte-se em obrigação principal, fazendo sumir 
aquela em razão do nascimento dessa. Contudo, isso não é o que ocorre. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 169 
Alternativa c) Incorreta. Jamais. As obrigações principais e acessórias são 
independentes entre si, podendo existir uma sem que necessariamente exista 
a outra. Como exemplo, temos as pessoas imunes, que são obrigadas a 
manter escrituração das suas atividades, prestar informação ao fisco, reter 
tributos como responsável tributário, entre outras obrigações, mesmo sem 
que sejam obrigadas ao pagamento de centavo algum a título de tributo. 
Veja o que nos diz o artigo 194, parágrafo único, do CTN, quanto à obrigação 
de todas as pessoas sujeitas à fiscalização tributária, ainda que isentas ou 
imunes: 
³$UW�������$�legislação tributária, observado o disposto nesta 
Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em 
função da natureza do tributo de que se tratar, a 
competência e os poderes das autoridades administrativas 
em matéria de fiscalização da sua aplicação. 
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo 
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou 
não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de 
LVHQomR�GH�FDUiWHU�SHVVRDO�´ 
Alternativa d) Incorreta. As obrigações acessórias não estão no rol das 
matérias que necessitam de lei em sentido estrito para serem veiculadas, 
bastando apenas a autorização em lei para a edição de atos infralegais pelo 
poder executivo. Porém, nada impede que venham disciplinadas em lei. 
Nesses casos, porém, somente outra lei pode alterar, não cabendo a ato 
infralegal essa possibilidade. 
As matérias sujeitas à reserva de lei estão previstas no artigo 97 do CTN. 
Veja sua redação: 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 06 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 169 
³$UW������6RPHQWH�D�OHL�SRGH�HVWDEHOHFHU� 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

Outros materiais