Buscar

Trib Aula 08 iss go

Prévia do material em texto

Aula 08
Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas)
Professor: Aluisio Neto
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 116 
AULA 08 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Crédito tributário: Conceito e Classificação 03 
Fases da Relação Tributária 06 
Obrigação tributária x Crédito tributário 09 
Responsabilidade Funcional dos Agentes Fiscais 11 
Lançamento Tributário e Modalidades de Lançamento 13 
Lei Aplicada ao Fato Gerador para efeitos de 
Lançamento (Lei formal e lei material) 19 
Modificação dos Critérios Jurídicos adotados no 
lançamento 
27 
Lançamento Tributário e Valor Tributário em Moeda 
Estrangeira 
31 
Revisão do Lançamento 32 
Modalidades de Lançamento 35 
Lançamento por Declaração 35 
Lançamento de Ofício 38 
Lançamento por Homologação 44 
Arbitramento da Base de cálculo 54 
Questões Propostas 57 
Gabaritos 116 
 
 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à oitava aula do nosso curso de direito tributário para o 
concurso de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de 
Goiânia. 
Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas: 
x Crédito tributário: conceito e constituição; 
x Lançamento do crédito tributário (modalidades, hipóteses de 
alteração do lançamento). 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 116 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao 
nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos 
em seus estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 116 
Crédito tributário: Conceito e Constituição 
 
No primeiro item da aula de hoje estudaremos a materialização da obrigação 
tributária, que se dá por meio do lançamento do crédito tributário, podendo 
VHU� GHILQLGR� FRPR� DTXHOH� TXH� Gi� ³YLGD´� H� ³VXEVWkQFLD´� j relação jurídico-
tributária oriunda da ocorrência do fato gerador. 
Com a formalização do crédito tributário podemos dizer que a obrigação 
WULEXWiULD� VH� WRUQD� ³SDOSiYHO´�� PHGLGD�� SRGHQGR� VHU� TXDQWLILFDGD�� 3RGHPRV�
dizer que a formalização do crédito tributário é o quinto passo para que o 
Estado possa cobrar tributos (ou penalidades pecuniárias) do sujeito passivo. 
Sem o lançamento do crédito tributário, a obrigação tributária possuí 
natureza apenas abstrata, sem que possa ser quantificada. 
E quais são os passos anteriores à formalização do crédito tributário? O 1º é 
a hipótese de incidência, ou o fato gerador in abstrato. O 2º, a subsunção do 
fato material à norma legal, quando teremos o fato gerador in concreto. Com 
o fato gerador, nasce o 3º passo, que é o surgimento da obrigação tributária. 
Por sua vez, o 5º é o crédito tributário. 
³Epa, Virgulino! Pulou o 4º!!´ 
Foi de propósito. O 4º passo é o lançamento do crédito tributário, passo que 
veremos com muito mais detalhes logo após estudar o crédito tributário. O 
lançamento tributário, em síntese, é o procedimento administrativo que visa 
formalizar o crédito tributário, o qual materializa a obrigação tributária 
surgida com a ocorrência do fato gerador. 
É através do lançamento que se define com precisão o montante do tributo 
e/ou da penalidade pecuniária que constitui a obrigação tributária principal. 
Com o lançamento, são definidas a base de cálculo, a alíquota, o sujeito 
passivo, o prazo para pagamento, entre outros elementos importantes. 
Veremos mais detalhes sobre o lançamento logo adiante. Voltemos ao crédito 
tributário. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 116 
A natureza do crédito tributário está prevista no artigo 139 do CTN, que 
assim nos diz: 
³$UW�������2�FUpGLWR�WULEXWiULR�GHFRUUH�GD�REULJDomR�SULQFLSDO�
e tem a mesma natureza GHVWD�´ 
Assim, o crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação 
tributária principal, sendo decorrente da imposição de um tributo ou de 
uma penalidade pecuniária aplicada ao sujeito passivo, originando-se sempre 
de umas dessas duas fontes, ou de ambas, conforme o caso. O crédito 
tributário, assim, é a formalização de uma obrigação pecuniária do 
contribuinte frente ao Estado, tendo natureza de direito público. Se a 
obrigação tributária principal, como vimos, tem natureza pecuniária, de dar 
algo, o crédito tributário também possui essa natureza. Ok? O crédito 
tributário, repito, possui natureza pecuniária, estando relacionado a uma 
obrigação de ordem pública, coercitiva. 
Por sua vez, como comentei anteriormente, o crédito tributário é 
constituído por meio do lançamento tributário, momento em que é 
formalizada a obrigação de pagar um tributo ou uma multa, conforme a 
redação do artigo 142 do CTN, o qual veremos ao estudar o lançamento do 
crédito tributário, atividade privativa das autoridades administrativas. Por 
enquanto, guarde bem isso: 
 
Por fim, temos que o crédito tributário é o meio pelo qual poderá ser exigida 
a obrigação tributária surgida com o fato gerador. Com o lançamento, a 
obrigação tributária, antes ilíquida, torna-se líquida e certa, quantificada por 
meio do crédito tributário. Assim, o lançamento do crédito tributário tem 
como finalidade QUALIFICAR E QUANTIFICAR a obrigação tributária, 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 116 
determinando o quantum de tributo a ser pago aos cofres públicos por meio 
da constituição do crédito tributário. 
Lembra-se dos passos que falei logo no começo da aula? Veja uma figura 
ilustrativa: 
 
 
Vamos agora às fases da relação tributária. Em frente, espartanos! 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 116 
Fases da Relação Tributária 
 
Antes de ser constituído por meio do lançamento, não há crédito tributário a 
ser exigido do sujeito passivo, uma vez que a simples presença do 
nascimento da obrigação tributária não significa, isoladamente 
considerada, o concomitante nascimento do tributo, mas apenas da 
obrigação de pagá-lo. Apenas o lançamento torna a obrigação, antes ilíquida, 
em algo líquido (quantificável) e certo, passando a existir por meio do crédito 
tributário. 
Somente após o lançamento é que se poderá exigir algo do sujeito passivo, 
hipótese em que falamos da EXIGIBILIDADE do crédito tributário. Essa é 
entendida como a qualidade conferida ao montante tributário constituído por 
meio do lançamento que possibilita ao Fisco cobrar os valores do sujeito 
passivo. Ou seja, torna-se passível a cobrança dos valores surgidos como 
lançamento. 
A exigibilidade do crédito tributário é a segunda fase da relação jurídica 
tributária, que poderá ter mais uma depois dessa, caso os valores lançados 
não venham a ser pagos pelo sujeito passivo no prazo previsto na legislação 
tributária: a exequibilidade, entendida como a possibilidade dos bens do 
sujeito passivo serem executados pela Fazenda Pública para saldar os débitos 
tributários, e após a devida inscrição do crédito tributário em dívida ativa do 
ente político competente para a cobrança. Nesse caso, dizemos que o crédito 
tributário é exequível, ou executável. 
Veja as fases da relação tributária: 
1) Nascimento da obrigação tributária Æ hipótese de incidência + 
ocorrência do fato gerador in concreto; 
2) Exigibilidade do crédito tributário Æ hipótese de incidência + 
ocorrência do fato gerador + lançamento = formalização do crédito 
tributário; 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 116 
3) Exequibilidade do crédito tributário Æ hipótese de incidência + 
ocorrência do fato gerador + lançamento + inscrição em dívida ativa + 
execução dos bens do sujeito passivo para pagamento dos valores 
devidos e inscritos. 
A terceira fase nem sempre existe, uma vez que, caso o sujeito passivo salde 
os valores devidos, haverá a extinção do crédito tributário, não havendo 
valores mais a serem executados. Assim, peço que guarde bem essas fases 
da relação tributária, pois elas costumam ser exigidas em prova, ainda que 
implicitamente. 
2EVHUYH� TXH� R� ³VXUJLPHQWR´� GH� XPD� QRYD� IDVH� ID]� FRP� TXH� D� UHODomR�
tributária também seja alterada. Como a simples hipótese de incidência 
prevista na norma tributária, teremos apenas a simples hipótese de 
incidência. 
Caso seja observada no mundo real a ocorrência do fato gerador, teremos o 
nascimento da obrigação tributária, a segunda etapa da historinha tributária. 
Até ai, existe apenas a obrigação de pagar o tributo, mas o sujeito passivo 
ainda não sabe em que montante aquele será devido, em teoria, uma vez 
que ainda não houve a formalização de nada, a qual se dá com o lançamento 
do crédito tributário. 
Ocorrendo o lançamento, tema que veremos logo em seguida, os valores 
devidos passam a ser exigíveis, e o montante do tributo já é conhecido, 
momento em que o Fisco já pode cobrar os valores devidos. Aqui, falamos 
em EXIGIBILIDADE. No CTN, a exigibilidade está diretamente relacionada à 
constituição do crédito tributário por meio do lançamento. 
Caso o sujeito passivo não pague os valores devidos dentro do prazo previsto 
na legislação tributária, e estando o crédito tributário definitivamente 
constituído, o débito será enviado para cobrança em dívida ativa do ente 
político competente para exigir o tributo respectivo. Nessa fase, o crédito 
tributário passa a ser exequível, com o Estado podendo executar o sujeito 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 116 
passivo por meio dos seus bens, caso os valores não sejam novamente 
saldados. Aqui, falamos em EXEQUIBILIDADE do crédito tributário. 
Vamos em frente! 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 116 
Obrigação tributária x crédito tributário 
 
Embora o crédito tributário seja decorrente da obrigação tributária que lhe 
deu origem, e tendo os dois institutos a mesma natureza, o CTN deu à 
obrigação tributária natureza AUTÔNOMA em relação ao crédito 
tributário dele originário. Como assim? Veja o que nos diz o artigo 140 do 
CTN: 
³$UW�� ����� $V� FLUFXQVWkQFLDV� TXH� PRGLILFDP� R� FUpGLWR�
tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou 
os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua 
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu 
RULJHP�´ 
Como vimos, primeiramente há o nascimento da obrigação tributária para só 
então vir a surgir o crédito tributário. O primeiro é oriundo do fato gerador, 
enquanto o segundo nasce com o lançamento. Ou seja, a obrigação 
tributária é anterior ao crédito tributário, existindo aquela sem que 
ainda exista este. Podemos ter obrigação tributária sem crédito tributário, 
mas não o contrário, uma vez que este decorre daquele. 
Após o lançamento, poderão existir circunstâncias ou situações que, por 
exemplo, venham a suspender a exigibilidade ou a extinguir o crédito 
tributário, ou ainda conferir a ele maiores garantias ou privilégios. 
Entretanto, em nenhuma das situações a obrigação tributaria será 
modificada, permanecendo inalterada. Caso determinado sujeito passivo, 
por exemplo, vá até o judiciário e prove que o lançamento de determinado 
crédito tributário foi realizado de maneira irregular e em valores maiores que 
o devido, por exemplo, haverá a anulação do lançamento e do consequente 
crédito tributário ora imposto. A obrigação tributária, contudo, permanece 
existente (supondo, claro, que o fato gerador realmente ocorreu). 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 116 
A obrigação de pagar o tributo, contudo, não será alterada em razão da 
anulação do lançamento e do crédito tributário por aquele constituído, 
permanecendo o contribuinte com a obrigação de saldar sua dívida perante o 
fisco. Qualquer outra situação que venha a alterar ou modificar o lançamento 
não irá afetar a obrigação tributária nascida com o fato gerador, uma vez que 
aquela é anterior a este e ao lançamento. Repito: supondo que a anulação 
não implique reconhecer, também, que o fato gerador está errado ou 
equivocado, situação que macula também a existência da obrigação 
tributária. 
Assim, não afetam a obrigação tributária: 
0 As circunstâncias que modificam o crédito tributário (alterações e 
cancelamentos do lançamento; modificação do valor do crédito 
tributário, entre outras); 
0 As circunstâncias que modificam a extensão do crédito tributário 
(redução da incidência sobre um ou outro contribuinte/responsável, 
redução de alíquotas, entre outras); 
0 As circunstâncias que modificam os efeitos do crédito tributário (causas 
de suspensão da exigibilidade, contidas no artigo 151 do CTN); 
0 As garantias ou privilégios atribuídos ao crédito tributário (presentes, 
genericamente, nos artigos 183 a 193 do CTN); 
0 As causas que excluem a exigibilidade do crédito tributário (isenções e 
anistias, presentes no artigo 175 do CTN). 
Guarde bem essas situações! Muitas questões de prova cobram a literalidade 
do que consta nos itens que acabei de apresentar a você. Vejamos agora a 
responsabilidade funcional dos agentes fiscais. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 116 
Responsabilidade Funcional dos Agentes Fiscais 
 
Com a constituição do crédito tributário nasce para o sujeito passivo o dever 
de pagar tributo, nascendo para o Estado o direito de receber os valores 
contidos nomontante a ser pago por aquele, passando a constituir receita 
pública de natureza derivada. 
Diante disso, não é conferido aos agentes fiscais o poder de modificar ou 
extinguir o crédito tributário devido sem que sejam observadas as regras 
expressamente previstas em lei. O mesmo se observa nos casos de 
suspensão ou exclusão da exigibilidade, que também deve obediência estrita 
ao que prevê a lei. 
Veja o que nos diz o artigo 141 do CTN sobre o tema: 
³$UW�� ����� 2� FUpGLWR� WULEXWiULR� UHJXODUPHQWH� FRQVWLWXtGR�
somente se modifica ou extingue, ou tem sua 
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos 
previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na 
IRUPD�GD� OHL�� D� VXD�HIHWLYDomR�RX�DV� UHVSHFWLYDV�JDUDQWLDV�´�
(Grifos nosso) 
Para modificar o crédito tributário regularmente lançado, a autoridade fiscal 
deverá observar estritamente o que diz o CTN, especialmente os artigos 145 
e 146, a serem estudados posteriormente. 
Para poder extinguir o crédito tributário, a autoridade fiscal deve se ater 
apenas ao que determina o artigo 156 do CTN, que trata das causas de 
extinção do crédito tributário. Para que venha a suspender a exigibilidade, 
deve ser ater fielmente ao que determina, precipuamente, o artigo 151 do 
mesmo Código. Por fim, para a exclusão da exigibilidade, o artigo 175 do 
CTN. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 116 
Ao descumprir o que determina a lei quanto ao crédito tributário e à sua 
modificação, suspensão, extinção e exclusão, a autoridade que der causa à 
ilegalidade será responsabilizada funcionalmente, conforme previsto em 
lei. A atuação da autoridade administrativa, nesses casos, é estritamente 
vinculada ao que determina a lei tributária. Quanto à responsabilização 
funcional, as penalidades podem ser aplicadas tanto na esfera administrativa 
quanto na penal, ou em ambas, cumulativamente. 
Vamos agora ao lançamento tributário. O 5º passo do processo. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 116 
Lançamento Tributário e Modalidades de Lançamento 
 
Estudaremos agora o lançamento do crédito tributário, que é o ato 
administrativo que formaliza a obrigação tributária surgida com a 
ocorrência do fato gerador. E ele, o lançamento, TXH�GL]��³Beleza, Fisco, 
agora pode cobrar os valores do sujeito passivo. Tá tudo formalizado. Boa 
sorte´� 
É por meio do lançamento que se determina o quantum a ser pago pelo 
sujeito passivo, QUANTIFICANDO E QUALIFICANDO a obrigação 
tributária, conferindo a esta exigibilidade. Desse modo, o crédito tributário 
não nasce nem com o fato gerador e nem com a obrigação tributária, 
mas sim com o lançamento. Somente com o lançamento é que se tem o 
crédito tributário, sendo este constituído por aquele. 
O ato de lançamento para a constituição do crédito tributário é atividade 
privativa das autoridades administrativas, conforme disposição expressa 
constante no CTN. Entenderemos melhor como se dá, materialmente, o 
lançamento, quando estudarmos, mais adiante, as modalidades desse. 
Quanto à constituição do crédito tributário, devemos ter em mente que este 
pode se constituído também por duas maneiras atualmente reconhecidas por 
jurisprudência pacífica, sem que seja necessária qualquer intervenção 
de uma autoridade administrativa, ou seja, sem a necessidade do regular 
lançamento por essa. São elas: 
¾ Entrega de declarações exigidas na legislação tributária, como a famosa 
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), em que o 
contribuinte declara seus débitos e créditos apurados no período e os 
envia à administração tributária federal, confessando os valores 
constantes na declaração e constituindo o crédito tributário sem que 
seja necessária a intervenção da autoridade administrativa. Nesses 
casos, há a constituição formal do crédito tributário, não sendo 
necessário qualquer outro ato da autoridade administrativa. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 116 
Outro exemplo de constituição do crédito tributário sem a necessidade 
da intervenção da autoridade administrativa é em razão do envio da 
GIA (Guia de Informação e Apuração do ICMS) no caso do ICMS, e da 
GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência 
Social), no caso de contribuições sociais para a seguridade social e do 
FGTS. 
Esse tipo de lançamento está diretamente relacionado aos chamados 
tributos sujeitos a lançamento por homologação, que estudaremos em 
seguida. 
³(...) nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a 
apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários 
Federais - DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS 
- GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em 
lei, é suficiente para a cobrança dos valores nela declarados, 
dispensando-se qualquer outra providência por parte do 
)LVFR���67-��$J5J�QR�5(VS���������3(��GH������������´ 
³6~PXOD� 67-� Qž� ����� A entrega de declaração pelo 
contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito 
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte 
do fisco�´ 
Nesses casos, o envio das declarações pelo sujeito passivo 
importa em confissão de dívida por este e na constituição 
formal do crédito tributário, sendo dispensável a 
homologação formal do lançamento por parte da autoridade 
competente. Não há nem mesmo a necessidade de prévia 
notificação ao sujeito passivo nem a instauração de regular 
processo administrativo. Sendo declarado e não pago, poderá 
o débito ser inscrito automaticamente em dívida ativa. Esse é 
o atual entendimento do STJ. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 116 
¾ Por meio de ato judicial, conforme prevê o artigo 114, VIII, da CF/88, 
em razão de sentenças proferidas pela Justiça do Trabalho relativas ao 
pagamento de valores em dinheiro, nas quais devem ser recolhidas as 
contribuições previdenciárias devidas. 
³$UW�������&RPSHWH�j�-XVWLoD�GR�7UDEDOKR�SURFHVVDU�H�MXOJDU��
(...) 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais 
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, 
GHFRUUHQWHV�GDV�VHQWHQoDV�TXH�SURIHULU�������´ 
O segundo caso é a único exemplo de exceção à obrigatoriedade de 
autoridade administrativa para o lançamento do crédito tributário, hipótese 
em que esse será realizado por uma autoridade judiciária. Nos demais casos, 
sempre teremos uma autoridade administrativa. Por sua vez, conforme o 
CTN, somente a essa cabe o ato de lançamento tributário. 
Muito embora tenhamos apresentado os dois itens anteriores, em regra, o ato 
de lançamento do crédito tributário é ato privativo da autoridade 
administrativa. Devemos ter muito cuidado com questões que cobram esse 
tema, uma vez que as bancas podem considerar que o ato é realmente 
privativo, sem considerar as exceções que citei, bem como considerar que 
existe essa exceção, não obstante o que diz expressamenteo CTN. Atenção! 
Todo cuidado é pouco! Atenção quanto às questões que cobrem esse tema 
(privatividade do lançamento do crédito tributário por autoridade 
administrativa) 
O conceito legal do que vem a ser o lançamento tributário está previsto no 
texto do artigo 142 do CTN, o qual deve ser lido e relido, uma vez que é de 
grande importância para a sua prova. Preste bastante atenção: 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 116 
³$UW�� ����� &RPSHWH� privativamente à autoridade 
administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a 
matéria tributável, calcular o montante do tributo 
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento 
é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade 
funcional.´��*ULIRV�QRVVR�� 
Como podemos notar, o lançamento é um procedimento administrativo, 
ou seja, constitui-se numa sequencia de atos previamente definidos, 
organizados e intimamente relacionados, tendo como objetivo uma finalidade 
específica, qual seja, constituir o crédito tributário. Ele não é realizado de 
qualquer maneira, mas sim respeitando regras e formas previamente 
definidas na legislação tributária. 
Como finalidades, a atividade lançamento tem as seguintes: 
- Verificar a ocorrência do fato gerador in abstrato (hipótese de 
incidência) e a sua adequação ao que ocorreu no mundo dos fatos; 
- Determinar a matéria tributável, ou o que deve ser tributado; 
- Calcular o montante do tributo devido pelo sujeito passivo, 
determinando a base de cálculo e a alíquota aplicável a cada situação; 
- Identificar o sujeito passivo da obrigação tributária, seja ele 
contribuinte ou responsável; 
- Propor, nos casos em que isto se mostrar cabível, a aplicação de 
penalidade em razão do descumprimento da obrigação tributária 
principal ou acessória. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 116 
Por sua vez, na atividade de lançamento, deve ser seguido o princípio 
GRFXPHQWDO�� TXH�� FRQIRUPH� R� 67)�� ³consiste no acréscimo de um plus à 
configuração do fato gerador, com a exigência de que, além da essencial 
consistência do fato, ato ou negócio que nele se contém (gestum) id quod 
interest ± tal fato tenha por forma de exteriorização uma versão documental, 
XP�VFULSWXP��XP�LQVWUXPHQWR�HVSHFtILFR��5(��������0*��GH�������������´ 
O lançamento é um procedimento administrativo que segue o 
PRINCIÍPIO DOCUMENTAL, uma vez que deverá conter a totalidade dos 
elementos necessários à identificação da obrigação tributária que deu origem 
ao surgimento do crédito tributário por ele constituído. 
Um ponto muito importante sobre o lançamento: a natureza desse é 
DECLARATÓRIA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA e CONSTITUTIVA DO 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, uma vez que a obrigação tributária já existe ao 
tempo do lançamento, tendo este apenas o condão de verificar a sua 
existência, enquanto que o crédito tributário é oriundo do lançamento, com 
este fazendo nascer aquele. 
 
Em relação aos efeitos do lançamento tributário, este possui efeitos EX 
TUNC, já que retroage para alcançar os efeitos surgidos com o nascimento 
da obrigação tributária, desde o momento em que este foi verificada. 
Veremos melhor esse tema no próximo item da nossa aula. Por enquanto, 
tenha em mente apenas que o lançamento possui efeitos ex tunc. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 116 
O parágrafo único do artigo 142 traz ainda outra característica importante do 
lançamento, qual seja, seu caráter vinculado, não cabendo à autoridade 
administrativa ponderar entre lançar ou não lançar determinado tributo ou 
penalidade pecuniária. A atividade administrativa de lançamento é ato 
vinculado e obrigatório, podendo o servidor ser responsabilizado 
funcionalmente em decorrência da inobservância dessa previsão. Para que 
seja realizada, deve ser sempre seguido o que consta na lei, tendo em vista o 
princípio da legalidade. 
 
 
(Questão 01) Ao procedimento administrativo tendente a verificar a 
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a 
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito 
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, o Código 
Tributário Nacional dá o nome de: 
a) processo administrativo fiscal. 
b) Auto de Infração. 
c) lançamento. 
d) Representação Fiscal. 
e) Notificação de Lançamento. 
Conforme vimos anteriormente, o artigo 142 do CTN nos diz em seu texto 
TXH�R�³procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, 
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo 
caso, propor a aplicação da penalidade cabível´ diz respeito ao lançamento do 
crédito tributário. 
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 116 
Lei aplicada ao fato gerador para efeitos de lançamento (lei formal e 
lei material) 
 
O artigo 144 do Código Tributário nos diz o seguinte: 
³$UW�������O lançamento reporta-se à data da ocorrência 
do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então 
vigente, ainda que posteriormente modificada ou 
revogada. 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, 
posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, 
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das 
autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores 
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o 
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos 
lançados por períodos certos de tempo, desde que a 
respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato 
gerador se considera ocorrido�´ 
O lançamento do crédito tributário relativo a tributos se faz tomando 
em consideração todos os normativos vigentes à época da ocorrência 
do fato gerador, ainda que aquele (o lançamento) somente venha a ser 
feito após a revogação ou alteração da lei. Ele RETROAGE à data da 
ocorrência do fato gerador da obrigação 
Imagine que em 2011 determinada lei nº 11.111 previa que a alíquota de 
determinado tributo era de 7%. Na vigência dessa lei, Virgulino deu origem 
ao fato gerador do tributo hipotético, mas deixou de efetuar os recolhimentos 
devidos. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 116 
Dois anos depois, em 2013, para o mesmo tributo, estava em vigor alei nº 
11.400, que previa a revogação da lei nº 11.111 e ainda estipulava uma nova 
alíquota de 15% para as mesmas situações presentes na lei revogada. 
Em 2014, a autoridade administrativa, tomando conhecimento da obrigação 
tributária surgida com o fato gerador em 2011, lavrou auto de infração contra 
Virgulino. Que alíquota ele utilizou? Você (ainda bonzinho porque ainda não é 
ILVFDO�� PDV� VHUi� ORJR�� ORJR�� UHVSRQGH� QD� SRQWD� GD� OtQJXD�� ³7%, claro, 
professor´� 
Mas está correto. Muito bem! E se em vez de 7%, a nova lei tivesse 
estipulado a alíqXRWD�GH���"�³Seria 4%, já que a lei só vem para beneficiar o 
réu, professor´�� (� TXHP� GLsse que sujeito passivo é réu? Na esfera 
administrativa, ou é contribuinte ou é responsável, considerando o mesmo 
tributo e operação. Concorda? 
Se o fato gerador ocorreu na vigência da lei nº 11.111, esta será a lei a ser 
considerada para fins de apuração da base de cálculo, da alíquota, das 
deduções, compensações, traduções, jargões... TUDO! 
A lei nº 11.111 será considerada ainda que no outro dia, quiçá, no mesmo 
dia, ela seja revogada. Independente de quando foi feita a fiscalização, a 
intimação, a lavratura de auto de infração, entre outros. Não importa, ela, a 
lei nº 11.111, de 2011, será utilizada. 
Observe que ainda que a lei venha a ser alterada ou revogada, as regras que 
continuarão a reger o lançamento são aquelas presentes na data do fato 
gerador, e não as da atual lei em vigor. 
É como se a lei obrigasse a autoridade administrativa a voltar no tempo e 
aplicar a legislação vigente à época da ocorrência do fato gerador. Cabe a ele 
aplicar a lei vigente no tempo pretérito. 
Assim é o caso, por exemplo, de determinada empresa industrial ter deixado 
de recolher IPI em relação aos produtos que produz, sendo que, à época da 
produção, em 2000, a alíquota vigente para o produto fabricado era de 12%, 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 116 
ano em que ele produziu diversos guardanapos de papel. Dois anos mais 
tarde a lei foi alterada, passando a prevê alíquota de 18%. 
Para o lançamento do IPI devido e não pago em 2000, deverá ser aplicada a 
alíquota de 12%, uma vez que esta e que vigorava à época do fato gerador. 
Para os produtos produzidos posteriormente à alteração da alíquota para 
18%, este será o percentual a ser aplicado. 
Nesses casos, estaremos diante da aplicação de uma lei de conteúdo apenas 
material ou substantiva, uma vez que a mesma poderá estar revogada ou 
modificada ao tempo do lançamento, bastando apenas que estivesse vigente 
ao tempo da ocorrência do fato gerador. 
Em relação ao fato gerador, não resta dúvida: a legislação aplicada será 
aquela vigente ao tempo de sua ocorrência, e o lançamento deve se 
reportar a essa data. 
Contudo, essa regra não será utilizada em relação às situações previstas no 
§§1º do artigo 144, aplicando-se a legislação vigente ao tempo do 
lançamento do crédito tributário. As situações são as seguintes: 
; Lei que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades 
administrativas; 
Como exemplo desse tipo de lei, temos as que conferem às autoridades 
administrativas maiores privilégios e prerrogativas quanto à 
investigação de contas, bens, transações e compras do sujeito passivo, 
por exemplo, bem como ampliando os poderes relativos à possibilidade 
da quebra de sigilo fiscal, podendo ser aplicada de forma retroativa aos 
fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei. 
Nessas situações, os novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização poderão ser utilizados para determinada imposição 
tributária relativa a tributo anterior à publicação da lei, tendo em vista 
os novos dados de que dispõe a Fazenda Pública para efetuar o correto 
lançamento tributário. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 116 
; Lei que tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, 
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. 
Esses são os casos que uma determina lei, por exemplo, amplia o rol de 
garantias a serem concedidas para que o sujeito passivo salde os 
débitos em aberto, ou que amplia o prazo de decadência do lançamento 
tributário, dando ao Fisco um tempo maior para agir. 
A possibilidade acima somente não será possível caso venha a 
aumentar as garantias ou os privilégios atribuindo responsabilidade 
tributária a terceiros, devendo, nesses casos, ser aplicado o princípio da 
irretroatividade, uma vez que a imposição tributária é sempre posterior 
à lei. As novas garantias e privilégios poderão ser outorgadas 
retroativamente, exceto se essa outorga resultar em atribuição de 
responsabilidade a terceiros, vedado pelo CODEX. 
Quanto aos dois casos acima, temos o que a doutrina e a jurisprudência 
chamam de leis de caráter formal ou de caráter processual, uma vez 
que se relacionam apenas a critérios formais do lançamento, e não ao 
próprio tributo em si. Essas leis, assim, possuem efeitos retroativos. 
Conforme o STJ, essas normas são chamadas de normas procedimentais, já 
que, como falei, referem-se a aspectos formais do crédito tributário, tendo, 
inclusive, aplicação IMEDIATA, não se submetendo a nenhum princípio 
constitucional tributário. 
Veja o que nos diz o STJ sobre o tema: 
³2�6TJ possui entendimento consolidado no sentido de que a 
legislação que institui novos procedimentos fiscalizatórios 
pode ser aplicada na constituição de créditos tributários cujo 
fato gerador tenha ocorrido antes da sua entrada em vigor. 
(REsp 1212780/SP, dH�������������´ 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 116 
³$�MXULVSUXGrQFLD�SDFtILFD�GHVWD�&RUWH�p�QR�VHQWLGR�GH�TXH�D�
Lei n. 10.174/01 e a Lei Complementar n. 105/01, que 
autorizam a utilização de dados da CPMF pelo Fisco para 
apuração de eventuais créditos tributários referentes a 
outros tributos, não ofendem o princípio da irretroatividade 
da lei tributária, na medida em que são normas 
procedimentais e, por essa razão, não se submetem ao 
princípio da irretroatividade das leis, ou seja, incidem de 
imediato, ainda que relativas a fato gerador ocorrido antes 
de sua entrada em vigor. (AgRg no REsp 1044373/SP, de 
������������´ 
³������ 2� DUWLJR� ����� †� �ž�� GR� &71� SUHYr� TXH� DV� QRUPDV�
tributárias procedimentais ou formais têm aplicação 
imediata, ao contrário daquelas de natureza material, que 
somente alcançariam fatos geradores ocorridos durante a sua 
vigência. 
6. Os dispositivos que autorizam a utilização de dados da 
CPMF pelo Fisco para apuração de eventuais créditos 
tributários referentes a outros tributos são normas 
procedimentais e, por essa razão, não se submetem ao 
princípio da irretroatividade das leis, ou seja, incidem de 
imediato, ainda que relativas a fato gerador ocorrido antes 
de sua entrada em vigor. (REsp 1039364/ES, de 
������������´ 
Diferentemente é o caso de leis que reduzem penalidades pecuniárias a 
serem impostas em razão do descumprimento do que prevê a legislação 
tributária. Caso uma infração seja apuradapela fiscalização tributária e que 
importe em imposição de uma penalidade pecuniária, a lei a ser aplicada 
deve ser a mais favorável ao sujeito passivo, desde que não existente a coisa 
julgada ou a extinção do crédito tributário em razão do que consta no artigo 
156 do CTN. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 116 
Se, por exemplo, no exemplo que demos no inicio desse item da aula a 
redução tivesse sido quanto ao percentual de multa a ser aplicado, esse seria 
o percentual a ser aplicado, e não o vigente ao tempo da ocorrência do fato 
gerador. Caso o percentual fosse maior do que o anteriormente previsto, 
seria aplicado o vigente ao tempo da ocorrência do fato gerador. 
Por fim, o §2º dispõe que a previsão constante no caput do artigo 144 do 
CTN não será aplicada em relação aos tributos lançados por período certo de 
tempo, sendo os mesmos vigentes pelas leis que os regulam na data da 
ocorrência do seu fato gerador. Como exemplo desses tributos, temos o ITR e 
o IPTU. 
Disso tudo podemos ainda definir que o constante no caput do artigo 144 do 
CTN se refere às leis de conteúdo material, enquanto o constante em seu §1º 
trata das leis de conteúdo formal, já que se refere a novos critérios de 
apuração e fiscalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 116 
(Questão 02) (P������������D�HPSUHVD�³$66(0�726´�UHDOL]RX�D�YHQGD�GH�
300 cadeiras executivas, sendo que não declarou tal operação à Fazenda 
Estadual e, tampouco promoveu o recolhimento do ICMS sobre a referida 
operação. Em 23/10/2009 teve início fiscalização tributária estadual na 
empresa, sendo que em 25/03/2010 foi lavrado o auto de infração, 
promovendo o lançamento sobre a mencionada operação. Em análise à 
legislação tributária, constata-se que a alíquota de ICMS incidente sobre tais 
operações sofreu variações, sendo de 12% para o ano de 2008; 17% para o 
ano de 2009 e 7% para o ano de 2010. Com base em tais informações, a 
imposição tributária deve se dar com a aplicação da alíquota de: 
a) 12%, adotando-se por base a data do fato gerador. 
b) 17%, considerando a data do início de fiscalização, após a qual não se 
admite a denúncia espontânea. 
c) 7%, uma vez que o efetivo lançamento tributário ocorreu em 2010, com o 
auto de infração. 
d) 17%, uma vez que a sonegação praticada pelo contribuinte impõe a 
adoção da alíquota mais elevada. 
e) 7% em função do princípio da retroatividade benéfica em matéria 
tributária. 
Diante do que foi estudado, deve ser aplicada a alíquota vigente ao tempo da 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, qual seja, a de 12%, 
tendo em vista o que dispõe o artigo 144, caput, do CTN. Logo, resta como 
FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³D´� 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 116 
(Questão 03) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta 
correta. 
‡� e� YHGDGD� D� DSOLFDomR� DR� ODQoDPento da legislação que, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha ampliado os poderes de 
investigação das autoridades administrativas? 
‡� 2� FUpGLWR� WULEXWiULR� WHP� D� PHVPD� QDWXUH]D� GD� REULJDomR� WULEXWiULD�
principal? 
‡�$�OHL�YLJHQWH�j�GDta da ocorrência do fato gerador da obrigação, que tenha 
sido posteriormente revogada, é aplicável ao lançamento do crédito 
tributário? 
a) Sim, sim, sim. 
b) Sim, sim, não. 
c) Sim, não, sim. 
d) Não, sim, sim. 
e) Não, sim, não. 
Vamos aos itens da questão para encontrar a resposta que atende ao 
enunciado da questão. 
Item I) Não. 6HJXQGR�R�TXH�GHWHUPLQD�R�DUWLJR������†�ž��GR�&71��³Aplica-
se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato 
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou 
processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das 
autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou 
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros´� 
Item II) Sim. Lembra-se do que falamos lá no começo da aula? Segundo o 
DUWLJR�����GR�&71��³o crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação 
tributária principal, sendo decorrente da imposição de um tributo ou da 
ocorrência de uma multa aplicada ao sujeito passivo, sendo originário de 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 116 
umas dessas duas fontes. O crédito tributário, assim, é a formalização de 
uma obrigação pecuniária do contribuinte frente ao Estado´. 
Item III) Sim. Segundo prescreve o artigo 144 GR� &71�� ³o lançamento 
reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela 
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada´�� 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 116 
Modificação dos Critérios Jurídicos Adotados no Lançamento 
 
O artigo 146 do CTN nos diz o seguinte: 
³$UW�� ����� $� PRGLILFDomR� LQWURGX]LGD�� GH� RItFLR� RX� HP�
consequência de decisão administrativa ou judicial, nos 
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no 
exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em 
relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador 
RFRUULGR�SRVWHULRUPHQWH�j�VXD�LQWURGXomR�´ 
Esse artigo nos diz que qualquer alteração nos critérios jurídicos adotados 
pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente será 
adotada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador 
ocorrido POSTERIORMENTE À SUA INTRODUÇÃO, não podendo alcançar 
fatos anteriores a eles. 
Por exemplo, durante o período compreendido entre 2008 e 2010 a 
autoridade administrativa do município de Nazaré da Mata/PE entendeu que, 
para a correta definição da base de cálculo do ISS a ser pago, deveriam ser 
excluídos os valores relativos aos custos administrativos apurados pelo 
prestador do serviço. 
Diante desse entendimento, os contribuintes passaram a retirar da base de 
FiOFXOR�GR�,66�HVVHV�YDORUHV��DJLQGR�FRQIRUPH�³PDQGDYD´�R�)LVFR�PXQLFLSDO��
Dessa forma, vários lançamentos foram realizados. 
Em 2011, revendo os critérios adotados, a Fazenda Municipal passou a 
entender que esses valores não deveriam ser excluídos da base de cálculo do 
tributo. Aqueles que pagaram o ISS sob o manto do entendimento anterior 
deverão recolher as diferenças? Não. Apenas será aplicado o novo 
entendimento aos fatos geradores ocorrido posteriormente à introdução 
daquele. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br29 de 116 
Logo, a modificação não pode ser aplicada a fatos geradores já ocorridos 
anteriormente a esta, uma vez que o sujeito passivo agiu conforme o 
entendimento anteriormente adotado. (Princípio da inalterabilidade dos 
critérios jurídicos quanto a fatos pretéritos). 
Deve ser atentado que a modificação pode dizer respeito tanto a atos de 
ofício quanto a decisões administrativas ou judiciais, e que se destinam a 
alterar determinado entendimento anteriormente tomado como correto pela 
autoridade administrativa no exercício do lançamento. 
Com essa previsão, o CTN veio a confirmar também o princípio da 
confiança do contribuinte, que o protege contra mudanças de 
interpretação da legislação, no qual aquele acreditou na correta aplicação dos 
critérios adotados pela autoridade administrativa no momento em que esta 
procedeu ao lançamento do crédito tributário. 
Assim, o lançamento anteriormente efetuado não poderá mais ser revisto em 
razão da mudança de determinado critério jurídico anteriormente adotado 
pelo Fisco, fundado no chamado ERRO DE DIREITO, que é justamente a 
mudança de interpretação, ou até mesmo na utilização incorreta de 
determinado normativo legal a um caso concreto. 
Veja o que nos diz o STJ sobre o tema: 
³(...) 1. "A mudança de critério jurídico adotado pelo fisco 
não autoriza a revisão do lançamento" (Súmula 227 do TFR). 
2. A revisão de lançamento do imposto, diante de erro de 
classificação operada pelo Fisco aceitando as declarações do 
importador, quando do desembaraço aduaneiro, constitui-se 
em mudança de critério jurídico, vedada pelo CTN. 
3. O lançamento suplementar resta, portanto, incabível 
quando motivado por erro de direito. (REsp 1112702/SP, de 
�����������´� 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 116 
Nessa linha, temos como ERRO DE FATO aquele que acontece no mundo dos 
fatos, não tendo relação com o conhecimento da norma jurídica. É o caso, 
por exemplo, do contribuinte que envia declaração de isento quando na 
verdade deveria enviar declaração de imune, bem como o contribuinte que 
declara R$ 450,00, quando o correto seria R$ 450.000,00, ou vice-versa. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 116 
Lançamento tributário e valor tributável em moeda estrangeira 
 
Esse item é simples, apenas nos dizendo que quando o valor tributável 
estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento, deverá ser feita a 
conversão desse valor para a moeda nacional utilizando-se o valor do 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, e não o 
valor apurado no dia do lançamento. 
 
Essa disposição, entretanto, poderá ser alterada por disposição de lei em 
contrário, conforme vontade do legislador. Atente bem para a data a ser 
considerada para fins de utilização do valor do câmbio: DIA DA OCORRENCIA 
DO FATO GERADOR, exceto disposição em contrário. É comum as bancas 
tentarem confundir o candidato apresentando outra data. 
Veja o que nos diz o artigo 143 do CTN: 
³$UW�� ����� Salvo disposição de lei em contrário, quando o 
valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no 
lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador GD�REULJDomR�´ 
Observe que essa disposição pode ser alterada em razão de dispositivo legal 
que preveja outra situação para a definição do valor do câmbio a ser 
utilizado, fixando outro momento que não o da ocorrência do fato gerador. 
Embora o CTN autorize a lei dispor de forma contrária, cabe apenas à União 
legislar sobre o câmbio e sobre o sistema monetário, conforme o artigo 22, 
VI e VII, da CF/88. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 116 
Revisão do Lançamento 
 
Após a constituição do crédito tributário pelo lançamento, é dada ao sujeito 
passivo a possibilidade de recusar o que a ele foi imposto, hipóteses em que, 
caso aceitas as alegações por ele apresentadas, provocará a alteração do 
lançamento anteriormente efetuado, ou até mesmo a anulação deste. Vamos 
a um passo-a-passo do caminho a ser seguido. 
Primeiramente a autoridade administrativa lança o crédito tributário após a 
apuração dos atributos que definem o tributo a ser constituído, o qual se 
encontra agora constituído, embora ainda não definitivamente, uma vez que 
deve ser dado ao sujeito passivo o direito de contestar o que lhe foi imposto, 
caso não concorde com o lançamento efetuado. 
Posteriormente, o sujeito passivo é notificado do lançamento contra ele 
efetuado, por meio de aviso postal, meio eletrônico, pessoalmente ou ainda 
por meio de edital, conforme dispuser a legislação tributária. É, ao mesmo 
tempo, dado a ele prazo para saldar o valor cobrado ou para apresentar 
contrarrazões e defesa contra o que lhe foi imposto, caso discorde da exação. 
Nessa hipótese estaremos diante de uma impugnação do sujeito passivo, 
uma das situações que podem ensejar a alteração do lançamento 
regularmente efetuado e notificado àquele. 
Caso acatadas as alegações do sujeito passivo, o lançamento anteriormente 
efetuado será alterado em virtude da revisão provocada por aquele, podendo 
ser relativo à anulação total ou parcial do crédito tributário contido no 
lançamento. 
Por sua vez, muitas leis tributárias dispõem em seu texto que, ao proceder a 
um lançamento ou a uma revisão de lançamento que importe em diminuição 
ou exclusão de valores de créditos tributários em valores superiores aos 
fixados em seus textos, a autoridade que proceder a esse ato deve, DE 
OFÍCIO, apresentar recurso de ofício à instância administrativa superior ou a 
um determinado superior hierárquico, que decidirá novamente pela 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 116 
manutenção ou não da diminuição ou cancelamento, total ou parcial, do 
crédito lançado pela autoridade administrativa que realizou a primeira 
decisão. Esses são os casos em que o crédito tributário será alterado por 
meio de recurso de ofício. 
Por fim, temos as situações em que a autoridade administrativa, por iniciativa 
própria e de ofício, realiza a alteração do lançamento efetuado anteriormente. 
Porém, SEMPRE NAS SITUAÇÕES PREVISTAS NO ARTIGO 149 do CTN, e não 
porque a autoridade administrativa resolveu, após brigar com a namorada, 
revisar tudo que é lançamento apenas para esquecer a amada. - Veremos 
essas hipóteses mais adiante. 
Tudo que foi visto por nós consta no artigo 145 do CTN, que assim dispõe: 
³$UW�� ����� 2� ODQoDPHQWR� regularmente notificado ao 
sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, 
nos casos previstos no artigo 149�´ 
Exceto nos casos previstos nos incisos I a III do artigo 145 do CTN, o 
lançamento rege-se pelo princípio da imutabilidade, que veda a alteração do 
lançamento fora das hipóteses previstas em lei depois de regularmente 
notificadoao sujeito passivo. 
Essas são as únicas três situações que permitem, no âmbito administrativo, a 
alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo, não 
existindo outras situações aptas. Nada impede, contudo, que o lançamento 
venha a ser alterado, também, em razão de decisão judicial, mesmo que já 
notificado o sujeito passivo (claro, já que, sem notificação, em regra, o 
sujeito passivo não sabe da existência do débito cobrado -). 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 116 
 
Por fim, a única situação em que não se verifica caráter litigioso de alteração 
do lançamento está contida no inciso III do artigo 149, possuindo as demais 
caráter litigioso. 
 
 
(Questão 04) O lançamento de obrigação tributária regularmente notificado 
ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de 
a) impugnação de terceiro interessado. 
b) recurso interposto pela procuradoria fiscal. 
c) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no 
CTN. 
d) interesse do sujeito passivo. 
e) impugnação do sujeito ativo. 
Os casos possíveis de serem observados quanto à alteração do lançamento 
são expressamente os previstos no artigo 145, constando apenas a situação 
SUHYLVWD�QD�DOWHUQDWLYD�³F´�FRPR�KLSyWHVH�YiOLGD��FRQIRUPH�RV� LQFLVRV�,�D�,,, 
desse artigo. Entre essas, está incluída a revisão de ofício efetuada pela 
autoridade administrativa, nos casos previstos expressamente no CTN. 
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 116 
Modalidades de Lançamento 
 
O texto do CTN prevê três modalidades de lançamento do crédito tributário, 
sendo classificadas conforme a maior ou menor participação do sujeito 
passivo (seja o contribuinte ou o responsável) no ato de lançamento. Assim, 
as modalidades de lançamento do crédito tributário são as seguintes: 
; Lançamento por Declaração ou misto; 
; Lançamento de Ofício, direto, unilateral ou ex officio; 
; Lançamento por Homologação ou autolançamento. 
Vamos agora ao que nos diz cada tipo de lançamento previsto acima, 
possuindo, cada um deles, características próprias e que as diferenciam 
bastante um do outro. 
 
Lançamento por Declaração ou Misto 
 
É a modalidade onde a autoridade administrativa prevista na lei utiliza 
elementos (documentos, comprovantes, declarações, informações) fornecidos 
pelo sujeito passivo ou por terceiros, necessários à formalização do crédito 
tributário. Esta modalidade está prevista no artigo 147 do CTN, que assim 
nos diz em seu texto: 
³$UW�������2�ODQoDPHQWR�p�HIHWXDGR�FRP�base na declaração 
do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na 
forma da legislação tributária, presta à autoridade 
administrativa informações sobre matéria de fato, 
indispensáveis à sua efetivação. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 116 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio 
declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é 
admissível mediante comprovação do erro em que se 
funde, e antes de notificado o lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu 
exame serão retificados de ofício pela autoridade 
administrativa a que competir a revisão daquela�´��*ULIRV�
nosso) 
1R�ODQoDPHQWR�SRU�GHFODUDomR�SHUFHEHPRV�D�FODUD�³SDUFHULD´�HQWUH�R�)LVFR�H�
o sujeito passivo ou terceiros, uma vez que somente após a prestação das 
informações por estes dois últimos é que a autoridade administrativa poderá 
apurar todos os elementos constitutivos do futuro crédito tributário e realizar 
o lançamento deste, considerando que o valor devido seja cobrado com a 
utilização dessa modalidade de lançamento. 
Por sua vez, nessa modalidade, há a iniciativa do sujeito passivo para o 
lançamento. Entretanto, muito embora exista a participação do sujeito 
passivo, o lançamento continua a ser ato privativo da autoridade 
administrativa. 
Como exemplo de tributo sujeito ao lançamento por declaração, temos o 
ITBI, imposto de competência municipal, o qual somente é calculado, em 
regra, após a prestação das informações do imóvel a ser transmitido, 
possibilitando à autoridade fiscal apreciar elementos relativos ao imóvel, 
calcular possíveis deduções/acréscimos previstos na legislação e, 
principalmente, o valor do imposto devido em razão do valor venal do imóvel. 
Nada impede, porém, que a autoridade administrativa, não sendo munida 
com as informações que deveriam ser prestadas pelo sujeito passivo, realize 
sozinho a apuração e posterior lançamento do tributo devido. Nesse último 
caso, porém, estaremos, em regra, diante do lançamento de ofício. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 116 
Por sua vez, em relação à retificação da declaração apresentada pelo 
contribuinte e por iniciativa própria deste, visando a reduzir ou a excluir 
tributo (se for par aumentar, o Fisco é mais bondoso -), o §1º do artigo 147 
do CTN dispõe que somente será admissível a retificação caso seja 
COMPROVADO O ERRO EM QUE SE FUNDE A RETIFICAÇÃO E, SEMPRE, 
ANTES DE NOTIFICADO O LANÇAMENTO ao sujeito passivo. 
Após a notificação do lançamento, somente será possível a revisão do 
lançamento por meio do lançamento de ofício, seguindo todos os trâmites 
administrativos e conforme o que determina o artigo 149 do CTN, a ser 
estudado logo em seguida. Atente bem à ressalva do parágrafo: QUE VISE A 
REDUZIR OU A EXCLUIR TRIBUTO. 
Já o §2º nos fala da revisão de ofício a ser realizada pela autoridade 
administrativa que examinar e detectar erros na declaração apresentada pelo 
sujeito passivo. 
A matéria de fato a que se refere o artigo 147 seria, por exemplo, quanto ao 
ITBI, o tipo de transmissão (onerosa ou gratuita), a natureza das partes 
envolvidas (adquirente e alienante), o tipo do imóvel (urbano, rural, 
comercial, residencial), entre outras. 
 
 
(Questão 05) Em determinado Município, prevê-se que os contribuintes do 
,7%,� �,PSRVWR� VREUH�D�7UDQVPLVVmR�RQHURVD�� SRU� DWR� ³LQWHU� YLYRV´�� GH�%HQV�
Imóveis) devem apresentar à autoridade tributária competente, em 
formulário próprio, informação sobre a alienação do imóvel, indicando, 
inclusive, o valor do negócio jurídico. A partir destes dados, a autoridade irá 
apurar o valor devido, a título de ITBI, identificando o sujeito passivo e 
notificando-o a pagar o valor apurado. 
Esta previsão municipal, no que tange ao lançamento do ITBI, corresponde 
ao: 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 116 
a) lançamento de ofício; 
b) lançamento por homologação; 
c) autolançamento; 
d) lançamento por declaração. 
Conforme acabamos de comentar, o ITBI, regra geral, é lançado por 
declaração. Assim,resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
 
 
Lançamento de Ofício 
 
É a modalidade em que o próprio Fisco, por meio de seus servidores fiscais 
competentes, efetua o lançamento do crédito tributário sem que haja 
qualquer ação ou prestação de informação por parte do sujeito 
passivo. Nesse tipo de lançamento, a Administração Tributária já dispõe de 
dados suficientes para realizar o ato administrativo de lançamento do crédito 
tributário. 
Por exemplo, imagine que determinada empresa, submetida à fiscalização 
federal, foi autuada mediante a lavratura do auto de infração por falta de 
recolhimento do IPI no montante de R$ 600.000,00, com acréscimo de multa 
de 75% incidente sobre o valor do respectivo imposto. Nessa linha, a 
modalidade de lançamento empregada é a de ofício, uma vez que houve 
apenas a iniciativa do Fisco para que o lançamento fosse efetuado. Coube 
àquele apurar o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota, o montante do 
imposto devido e, em razão da infração, a penalidade pecuniária 
correspondente, aplicando o percentual previsto na legislação. 
Assim, o lançamento de ofício diz respeito ao lançamento tanto ao tributo 
devido quanto a eventuais penalidades pecuniárias apuradas pela 
fiscalização. Por outro lado, o lançamento de ofício pode dizer respeito 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 116 
apenas à imposição de uma penalidade pecuniária, em razão de uma infração 
quanto ao descumprimento de uma obrigação tributária acessória, por 
exemplo. 
O lançamento de ofício, bem como a sua REVISÃO, está regulado no artigo 
149 do CTN, que possui o seguinte texto: 
³$UW�� �����2� lançamento é efetuado e revisto de ofício 
pela autoridade administrativa nos seguintes casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem 
de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora 
tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, 
deixe de atender, no prazo e na forma da legislação 
tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela 
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou 
não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela 
autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão 
quanto a qualquer elemento definido na legislação 
tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por 
parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da 
atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito 
passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê 
lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou 
terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude 
ou simulação; 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 116 
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou 
não provado por ocasião do lançamento anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, 
ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o 
efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato 
ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser 
iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda 
Pública.´��*ULIRV�QRVVR�� 
Observe que o lançamento de ofício poder acontecer em diversas situações, 
inclusive nos casos de falta de apresentação de declaração pelo sujeito 
passivo, que, caso apresentada, poderia levar a um lançamento por 
declaração. Entretanto, o caso que mais caracteriza o lançamento de ofício é 
o contido no inciso I do artigo acima. Assim, a iniciativa no lançamento de 
ofício é da autoridade administrativa, não sendo verificada nenhuma ação do 
sujeito passivo. Nada impede, porém, que o lançamento efetuado pela 
autoridade administrativa leve em consideração dados fornecidos pelo sujeito 
passivo em momento anterior ao procedimento de fiscalização. 
Por exemplo, determinado contribuinte entrega declaração afirmando que, 
em razão da prática de determinado ato, passou a dever ao Fisco R$ 
200.000,00. Ao proceder à fiscalização dessa declaração, a autoridade fiscal 
apura que o valor realmente devido não era o declarado pelo sujeito passivo, 
mas sim R$ 270.000,00. Assim, haverá o lançamento de oficio do restante do 
tributo devido, ou seja, dos R$ 70.000,00, sem prejuízo de eventuais 
penalidades pecuniárias devidas em razão de infração à legislação tributária. 
Por meio do lançamento de ofício pode ser lançado qualquer tipo de 
tributo, inclusive os sujeitos às demais modalidades de lançamento, 
nos casos em que seja verificada alguma inexatidão, incorreção, 
fraude ou dolo praticado pelo sujeito passivo e que importe em uma 
ação da Autoridade Administrativa. Assim, o lançamento de ofício pode 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 116 
ser utilizado em qualquer modalidade em que seja devido outro tipo de 
lançamento, conforme o tipo de tributo devido. 
O lançamento de ofício poderá ser utilizado inclusive se outro tipo de 
lançamento já houver sido utilizado anteriormente, situação em que teremos 
uma revisão de ofício, conforme dispõem as hipóteses previstas nos incisos I 
a IX do artigo 149 do CTN. 
Por exemplo, considere que determinado contribuinte, numa transmissão de 
imóvel, informa ao Fisco municipal determinados valores e dados, e, em 
razão desses, o fisco lança, por meio de um lançamento por declaração, o 
ITBI no montante de R$ 1.540,00. Posteriormente, a fiscalização apura que o 
valor do imóvel era maior do que o informado pelo sujeito passivo, o que 
resultaria, à época, em ITBI a pagar no montante de R$ 2.000,00. Com essa 
certeza, o fisco irá lançar, de ofício, R$ 460,00. 
Estão sujeitos a lançamento de ofício, precipuamente, por exemplo, o IPTU, o 
IPVA e as Contribuições de Melhoria, uma vez que o lançamento é realizado 
apenas por meio de informações já conhecidas pelo Fisco, sem que seja 
necessária a prestação de informações pelo sujeito passivo. 
Outra observação muito importante deve ser feita em relação ao parágrafo 
único do artigo 149, que somente permite a revisão do lançamento caso 
ainda não extinto o direito da Fazenda Pública. Depois do período 
previsto em lei, não poderá haver mais nenhuma alteração do lançamento, 
ainda que para o lançamento de valores complementares ainda não cobrados 
anteriormente. 
O artigo 174 do CTN, que trata da extinção do crédito tributário, determina 
que a administração tributária, após a constituição definitiva daquele, terá o 
prazo de cinco anos para efetuar a cobrança dos valores lançados. Sendo 
assim, considere que determinada autoridade fiscal tenha lançado um tributo 
no valor de R$ 50.000,00 em 2010, estando este definitivamente constituído. 
Nessa linha, em 2016 restará extinto o direito da Fazenda cobrar qualquer 
valor do sujeito passivo quanto ao crédito apurado e constituído em 2010. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Netowww.estrategiaconcursos.com.br 42 de 116 
Em 2017 a mesma autoridade fiscal apura que, no lugar dos R$ 50.000,00, o 
correto seria ter lançado R$ 58.000,00. Entretanto, uma vez que já se operou 
a prescrição (uma das modalidades de extinção do crédito tributário), não 
poderá mais haver a revisão do lançamento, uma vez que o direito da 
Fazenda pública já está extinto. 
 
 
(Questão 06) Nos termos do Código Tributário Nacional, o lançamento é 
efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes 
casos, exceto: 
a) quando a lei assim o determine. 
b) quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na 
forma da legislação tributária. 
c) quando se suspeite que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, 
agiu com dolo, fraude ou simulação. 
d) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer 
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração 
obrigatória. 
e) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração, 
deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de 
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-
lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade. 
Questão simples, que exigiu apenas o conhecimento das hipóteses que 
ensejam o lançamento ou a revisão de ofício para autoridade administrativa, 
conforme constante nos incisos I a IX do artigo 149 do CTN. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 116 
(QWUH�DV�VLWXDo}HV��DSHQDV�R�FRQVWDQWH�QD�DOWHUQDWLYD�³F´ atende o enunciado 
da questão, uma vez que simples suspeita não é causa para o lançamento de 
oficio, tendo em vista a redação do seu inciso VII, que exige a comprovação 
de que o sujeito passivo, ou o terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, 
fraude ou simulação. 
 
 
(Questão 07) Consideradas as disposições do Código Tributário Nacional, é 
correto afirmar que é lícito à autoridade administrativa rever de ofício o 
lançamento já procedido: 
a) somente no caso de lançamento anterior por homologação. 
b) no caso de qualquer lançamento anterior, exceto o de ofício. 
c) no caso de qualquer lançamento anterior, inclusive o de ofício. 
d) somente no caso de lançamento anterior com base na declaração do 
sujeito passivo. 
e) somente no caso de lançamento anterior relativo à empresa concordatária. 
O lançamento de ofício é aquele realizado por ato exclusivo da autoridade 
DGPLQLVWUDWLYD��VHP�TXH�VHMD�QHFHVViULD�QHQKXPD�LQWHUYHQomR�RX�³DMXGD´�GR�
sujeito passivo. Essa modalidade de lançamento é utilizada inclusive naquelas 
em que seja devido, originalmente, o lançamento por homologação e por 
declaração. 
Desse modo, conforme o que dispõe o artigo 149 do CTN, é lícito à 
autoridade administrativa rever de ofício o lançamento já procedido de 
qualquer lançamento anterior, inclusive o de ofício, e desde que o direito da 
fazenda público não esteja extinto, conforme o parágrafo único do mesmo 
artigo do CTN. 
Caso determinado contribuinte, por não declarar alguma informação que 
fosse influenciar na apuração de um tributo sujeito a lançamento por 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 116 
declaração, importe em valor inicial de tributo a pagar menor do que o devido 
e posteriormente a autoridade fiscal apura esses valores omitidos, esta 
poderá efetuar normalmente o lançamento de ofício. 
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. 
 
 
 
Lançamento por Homologação 
 
Por fim, chegamos ao lançamento por homologação, previsto no artigo 150 
do CTN, o qual estudaremos agora. Esse artigo nos diz o seguinte: 
³$UW�� ����� 2� lançamento por homologação, que ocorre 
quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito 
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio 
exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato 
em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a 
homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos 
deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória 
da ulterior homologação ao lançamento. 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer 
atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito 
passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do 
crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, 
porém, considerados na apuração do saldo porventura 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 116 
devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua 
graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 
cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; 
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha 
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e 
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a 
RFRUUrQFLD�GH�GROR��IUDXGH�RX�VLPXODomR�´��*ULIRV�QRVVR�� 
 
 
(Questão 08) O ato mediante o qual o contribuinte antecipa o pagamento 
de imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, e fica 
aguardando a ratificação do seu proceder, de modo expresso ou tácito, 
chama-se: 
a) pagamento por consignação 
b) lançamento por homologação 
c) lançamento por declaração ou misto 
d) antecipação de pagamento, sob condição suspensiva 
e) denúncia espontânea de pagamento para evitar a mora fiscal e aplicação 
de penalidades pela fazenda pública 
Conforme o artigo 150 do CTN, que acabamos de ler (assim eu espero -), o 
lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação 
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio 
exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida 
autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a homologa. 
Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 08 
 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 116 
Nesse tipo de lançamento, o sujeito passivo participa ativamente do 
processo, sendo responsável pela prática de quase todos os atos e efetuando 
o pagamento dos tributos que entende devido sem que nenhuma 
providência anterior ou concomitante seja tomada pelo Fisco. 
Compete ao sujeito passivo apurar o fato gerador, determinar a base de 
cálculo e a alíquota aplicável e apurar o montante devido, realizado o 
respectivo pagamento. 
Assim como no lançamento por declaração, no lançamento por 
homologação a iniciativa é do sujeito passivo. Já no lançamento de 
ofício, a iniciativa é sempre da autoridade administrativa. 
 
³6H�R� VXMHLWR� ID]� WXGR�H�DLQGD�SDJD��HQWmR�p�HOH�TXH� UHDOL]D�R� ODQoDPHQWR��
FRUUHWR��SURIHVVRU"´ 
Também pensei isso ao começar a devorar meus estudos de direito tributário, 
mas isso é incorreto. Observe o que dispõe a parte final do caput do artigo 
����� ³(...) opera-se pelo ato

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes