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Aula 09 Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas) Professor: Aluisio Neto Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 87 AULA 09 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Suspensão da Exigibilidade do Crédito tributário 02 Moratória 12 Depósito do Montante Integral 26 Reclamações e Recursos, nos termos do PAT 35 Concessão de Medida liminar em Mandado de Segurança e Concessão de Medida Liminar ou Tutela Antecipada em outras espécies de ação judicial 39 Parcelamento 43 Questões Propostas 48 Gabaritos 87 Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! Chegamos à nona aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. E os estudos, a todo vapor? Hoje vamos iniciar uma matéria decisiva na sua aprovação, responsável por uma boa parte dos pontos a serem conquistados pelos futuros aprovados. Nessa aula iremos tratar da suspensão da Exigibilidade do crédito tributário; Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem ainda os meus dois outros contatos: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 87 Suspensão do Crédito Tributário Nesse item da aula estudaremos a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, prevista nos artigos 151 a 155-A do CTN. Depois de constituído o crédito tributário contra o sujeito passivo, cabe a esse pagar o valor a ele imputado ou, em regra, impugnar o lançamento efetuado, de modo a não haver a cobrança do mesmo junto aos órgãos encarregados das esferas de poder da nossa federação, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, que também poderá ocorrer de outras maneiras, conforme veremos mais adiante. Após ser lançado o crédito tributário, esse é notificado ao sujeito passivo para que, caso concorde com a obrigação tributária principal a ele imposta, efetue o pagamento dos valores devidos. Caso não concorde, cabe ao sujeito passivo proceder, em regra, à impugnação da imposição tributária junto à Fazenda competente, ou como comentei, solicitar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário para que os atos de cobrança da fazenda pública interessada sejam temporariamente suspensos. Não concordando com o que lhe foi imposto, o sujeito passivo então vai até a repartição fazendária do ente político competente para cobrar o tributo questionado e entra com uma impugnação formal contra o lançamento efetuado em seu nome. Essa impugnação deverá ser protocolada dentro do prazo previsto na legislação tributária para que venha a ser julgada pela administração tributária, hipótese em que temos a chamada impugnação tempestiva, diferente da intempestiva, que é apresentada fora do prazo previsto na legislação e que não produz qualquer efeito quanto à suspensão do crédito tributário. Ao impugnar a pretensão tributária, Virgulino irá também suspender a exigibilidade do crédito tributário. A impugnação administrativa, junto com mais cinco modalidades, é uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, que estudaremos na aula de hoje, uma a uma. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 87 Como comentei anteriormente, determinadas situações, além da impugnação tempestiva junto à Fazenda Pública (ou mesmo junto ao Poder Judiciário) podem ocorrer para que o crédito tributário não venha a ser cobrando, sendo suspensa a sua EXIGIBILIDADE pela Fazenda Pública. Lembre-se que o crédito tributário, depois de constituído, passa a ser EXIGÌVEL. Depois de definitivamente constituído e não sendo pago, o crédito tributário é então inscrito em dívida ativa, passando a ser EXEQUÍVEL. Não confunda os dois termos em prova. Uma coisa é a exigibilidade, outra é a exequibilidade. Para que se possa suspender a exigibilidade do crédito tributário, devem ser utilizadas as modalidades previstas no caput do artigo 151 do CTN, sendo este um rol exaustivo, conforme nos diz o artigo 141 do próprio Código: ³$UW�������O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação RX�DV�UHVSHFWLYDV�JDUDQWLDV�´��*ULIRV�QRVVR�� Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 87 As causas de suspensão do crédito tributário, como falei, estão presentes no caput artigo 151 do CTN, em seus seis incisos. QUALQUER UMA DELAS TEM O MESMO PODER DE SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, AINDA QUE SEJAM INSTITUTOS DIFERENCIADOS. A redação do artigo é a seguinte: ³$UW�������6XVSHQGHP�D�H[LJLELOLGDGH�GR�FUpGLWR�WULEXWiULR� I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V ± a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI ± o parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes�´��*ULIRV�QRVVR�� Uma vez suspenso por um dos institutos acima, o crédito tributário não poderá ser cobrado (exigido) pela Administração Tributária, nem exigíveis multas e acréscimos legais em razão do não pagamento dos valores devidos, mas que se encontram suspensos por qualquer uma das modalidades. Uma grande quantidade de questões de prova de concursos trata da cobrança literal das hipóteses de suspensão do crédito tributário, bem como das causas de extinção e exclusão do mesmo, estudadas em aulas específicas relativas a esses dois institutos tributários. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 87 Podemos resumir as três espécies, bem como as suas modalidades, no quadro seguinte. Memorize cada uma das hipóteses, em especial as relativas à suspensão, tema desse item da nossa aula. Você não tem ideia da quantidade de questões que pode resolver somente sabendo as hipóteses, caro aluno! Muitas mesmo. Este quadro, acredite, fará você responder muita questão de direito tributário sobre os três temas. Vamos a ele! MODALIDADES EXTINÇÃO SUSPENSÃO EXCLUSÃO PAGAMENTO MORATÓRIA ISENÇÃO COMPENSAÇÃO DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL TRANSAÇÃO REMISSÃO RECLAMAÇÕES E RECURSOS, NOS TERMOS DEFINIDOS NO PAT PRESCRIÇÃODECADÊNCIA CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO ANISTIA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA, EM OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS IMÓVEIS PARCELAMENTO ³0DV�DSHQDV�FRP�HVVD�OLVWLQKD�GR�quadro acima as bancas fazem questões de SURYD"�8PD�RX�RXWUD�HX�DWp�SRVVR�HQWHQGHU��PDV�PXLWDV��QmR�´ Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 87 Pode colocar fé no que estou dizendo. Muitas questões de prova cobram apenas a literalidade do que consta no quadro acima. Pedem apenas qual modalidade é de suspensão, de extinção ou de exclusão do crédito tributário. Simples assim! Memorize bem as modalidades acima, especialmente, claro, as que serão estudadas na aula de hoje. (Questão 01) Assinale a opção que, a teor do disposto no Código Tributário Nacional, não constitui hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. a) Recurso interposto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. b) Adesão, por parte do contribuinte, a parcelamento. c) Depósito de montante integral para garantia do juízo. d) Consignação em pagamento. e) Concessão de antecipação de tutela em ação judicial. Como você pode notar ao consultar o quadro anterior, somente a consignação em pagamento não se inclui como uma hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, sendo uma hipótese de extinção do mesmo, vista em aula específica, presente no artigo 156, VIII, do CTN. As demais modalidades constantes nas alternativas, muito embora seus textos, constituem modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. As demais modalidades FRQVWDQWHV�QDV�DOWHUQDWLYDV�³D´�a ³F´�e ³H´�VmR�causas de suspensão do crédito tributário, presentes no artigo 151 do CTN. Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 87 O parágrafo único do artigo 151 traz um normativo muito importante, afirmando mais uma vez a independência e a autonomia existente entre a obrigação tributária principal e a obrigação tributária acessória. Lembre-se que uma coisa é a obrigação tributária principal e outra é a obrigação tributária acessória. Uma pode existir perfeitamente sem a outra. A situação que dá origem à suspensão do crédito tributário, a menos que venha expressamente determinado em lei o contrário, não exclui nenhuma responsabilidade do sujeito passivo quanto ao cumprimento de obrigações acessórias relativa ao tributo cuja exigibilidade esteja suspensa por uma das causas prevista no caput do artigo 151. Assim, se o sujeito passivo está contestando a cobrança de crédito relativo ao imposto sobre a propriedade territorial rural do seu imóvel e, para isso, suspendeu a exigibilidade do mesmo por meio do depósito do montante integral ou por impugnação apresentada junto à Receita Federal, por exemplo, ainda assim ficará obrigado à entrega da declaração quanto ao imóvel, à prestação de informações solicitadas pelo Fisco federal, entre outras. Uma coisa não influi na outra. - Guarde bem isso: a suspensão da exigibilidade diz respeito à obrigação tributária principal, não influindo em nada na obrigação tributária acessória, que continua perfeitamente exigível, devendo ser integralmente cumprida, a menos que a legislação tributária disponha em contrário. Lembre-se: os dois tipos de obrigações tributárias são autônomas entre si, uma vez que existência de uma não é determinada pela outra, e vice-versa. Quer ver como isso pode ser cobrado em prova? Veja essa questão simples logo a seguir. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 87 (Questão 02) A suspensão do crédito tributário decorrente de uma obrigação principal acarreta a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias dela dependentes. ( ) Certo ( ) Errado Conforme o parágrafo único do artigo 151, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não dispensa o sujeito passivo do cumprimento das obrigações tributárias acessórias, que devem ser cumpridas normalmente, afirmando mais uma vez a independência e a autonomia existente entre estas e a obrigação tributária principal, exceto se houver disposição na legislação prevendo o contrário. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Vejamos agora as principais características da suspensão, sendo as regras aplicadas a todas as hipóteses previstas nos artigos I a VI do artigo 151 do CTN. A suspensão do crédito tributário por uma das modalidades previstas no CTN não desconstitui a obrigação tributária nem o crédito tributário dele decorrente, que permanecem com as mesmas características de quando do lançamento devidamente realizado pela autoridade administrativa, exceto se, por algum motivo, o sujeito passivo comprovar que não houve o fato gerador apontado pelo Fisco; A suspensão tem caráter apenas temporário, não podendo permanecer indefinidamente no tempo (ao menos em teoria -); A suspensão impede apenas a exigência do crédito tributário e a consequente execução do sujeito passivo devedor perante a Fazenda Pública; Interpreta-se LITERALMENTE a legislação tributária que disponha sobre suspensão do crédito tributário (Artigo 111, I, do CTN); Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 87 Conforme o artigo 140 do CTN, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem; Mesmo que suspenso o crédito tributário, serão devidos juros de mora sobre os valores não integralmente pagos no vencimento, exceto se existir o depósito do montante integral; Caso o crédito tributário se encontre com sua exigibilidade suspensa, o sujeito passivo poderá obter Certidão Positiva de Débitos com Efeito de Negativa - CPEN (artigo 206, do CTN), não sendo permitida a obtenção de Certidão negativa de débitos (CND); A suspensão recai apenas sobre a possibilidade de exigência do crédito tributário do sujeito passivo, nada impedindo a atividade administrativa de lançamento pela autoridade administrativa, que poderá ser realizada (exigência) antes ou depois da suspensão; As causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário NÃO IMPEDEM O FISCO DE REALIZAR O LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO; (Importantíssimo!). O lançamento realizado pela autoridade administrativa tem o condão apenas de evitar a decadência do crédito discutido, uma vez que a mora na resolução da lide que deu causa à suspensão pode ultrapassar o período decadencial previsto no CTN, impossibilitando a constituição do crédito pela FazendaPública, ainda que a decisão posterior seja desfavorável ao contribuinte ou responsável (sobre a decadência, veremos esta com mais detalhes na aula seguinte). Veja o que nos diz o STJ sobre a suspensão do crédito tributário e a possibilidade de lançamento do mesmo enquanto pender causa de suspensão da exigibilidade: Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 87 ³(...) Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação e havendo o pagamento antecipado por parte do contribuinte, o prazo decadencial para o lançamento de eventuais diferenças é de cinco anos a contar do fato gerador, conforme disposto no § 4º do art. 150 do CTN. (...) A suspensão da exigibilidade do crédito, apesar de impedir o Fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, não impossibilita a Fazenda de proceder à regular constituição do crédito tributário para prevenir a decadência do direito. (REsp 1259346/SE, de 06/12/2011)´ O lançamento, como comentamos, é necessário para evitar a decadência do crédito tributário, caso a decisão seja desfavorável ao contribuinte. Conforme veremos mais adiante, com a decadência é extinto o crédito tributário, não podendo mais o mesmo ser cobrado pela Fazenda Pública. Uma vez constituído o crédito tributário, e não existindo mais causa de suspensão da exigibilidade, aquele voltará a ser exigido. Caso ainda não constituído, e já observado o prazo para que se opere a decadência do crédito tributário, este não poderá mais ser lançado, restando a impossibilidade da cobrança dos valores. Repito: ainda que a lide resulte desfavorável ao sujeito passivo. Essa medida é necessária uma vez que muitos sujeitos passivos, utilizando o que dispõe o artigo 151 do CTN, solicitavam a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, muitas vezes, como medida protelatória. Sabendo dos longos prazos que a administração e, principalmente, o judiciário levavam (e ainda leva, em certos casos) para decidir sobre uma questão a esta VXEPHWLGD��R�ODSVR�GH�WHPSR�DFDEDYD�SRU�³FRPHU´�WRGR�R�SHUtRGR�TXH�R�)LVFR� tinha para lançar os créditos tributários a tempo de não se verificar a decadência e a posterior cobrança do crédito tributário. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 87 Assim, será realizado o lançamento do crédito tributário sem a imposição de qualquer penalidade, seja punitiva ou moratória, uma vez que a finalidade é apenas a de prevenir a decadência do crédito tributário. Terminada a lide, e sendo favorável à Fazenda Pública, esta iniciará os procedimentos de cobrança do crédito tributário já lançado, podendo, inclusive, executar o sujeito passivo, caso esse não venha a saldar o valor devido após a suspensão do crédito tributário discutido ou suspenso por outra modalidade prevista no artigo 151 do CTN. Nessa linha, não poderá ser aplicada multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, e desde que a suspensão tenha ocorrido antes de qualquer medida de ofício. Se após essa medida, será suspensa também a cobrança dos valores devidos quanto à multa de ofício, a qual já fará parte do lançamento realizado em nome do sujeito passivo. Terminada essa rápida apresentação sobre a suspensão, vamos ao estudo de cada uma das modalidades de suspensão do crédito tributário. Em frente! Iniciaremos pela moratória, prevista no inciso I do artigo 151 do CTN. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 87 Moratória A moratória é uma das modalidades de SUSPENSÃO da exigibilidade do crédito tributário, estando prevista de maneira genérica no inciso I do artigo 151 do CTN, possuindo regulação específica nos artigos 152 a 155 do mesmo código. A moratória pode ser conceituada como uma dilação (extensão) ou prorrogação do prazo para pagamento de tributo pelo ente competente para a sua instituição, devendo, sempre, obediência ao que dispõe a lei concessiva. Primeiro ponto: a moratória é sempre concedida por meio de lei do ente competente para instituir o tributo, regra geral (no caso do ICMS, especificamente, será por meio de deliberação no âmbito do CONFAZ ± Artigo 10 da lei complementar nº 24, de 1975). Essa hipótese de suspensão do crédito tributário é concedida principalmente em razão da verificação da dificuldade de pagamento do devedor tributário ou de uma momentânea impossibilidade de cumprir o que determina a legislação tributária. Mais à frente veremos alguns exemplos. A instituição da moratória será sempre por meio de lei em sentido estrito, como já comentei. Porém, a concessão aos beneficiários poderá ser realizada diretamente pela própria lei (moratória em caráter geral) ou por meio de ato administrativo declaratório quanto ao cumprimento dos requisitos para a concessão previstos em lei (moratória em caráter especifico). Guarde bem isso: a moratória poderá ser concedida tanto em caráter GERAL (moratória objetiva) QUANTO ESPECÍFICO (moratória subjetiva). Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 87 Veja o que nos diz o artigo 152 do CTN: ³$UW�������$�PRUDWyULD�somente pode ser concedida: I - em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos�´��*ULIRV�QRVVR�� O inciso I dispõe sobre a moratória em caráter geral, que poderá ser $87Ð120$��DOtQHD�³D´��28�+(7(5Ð120$��DOtQHD�³E´��� Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 87 A moratória autônoma é aquela concedida pelo próprio ente político competente para instituir o tributo. Por exemplo, temos o caso em que o município de Itapaci/GO institui moratória quanto ao ISS, imposto de competência municipal. Itapaci é o ente competente para instituir o tributo, logo, é também o ente competente para conceder a moratória. Por sua vez, a moratória heterônoma é aquela concedida por ente político diferente do competente para instituir o tributo, sendo instituída pela União quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios��FRQIRUPH�GLVS}H�R�&71�HP�VHX�DUWLJR������,��³E´. PORÉM, DEVE SER CONCEDIDA CONCOMITANTEMENTEPARA OS TRIBUTOS FEDERAIS e ÀS OBRIGAÇÕES DE DIREITO PRIVADO. Esse é o tipo de moratória de caráter EXCEPCIONAL, SENDO AINDA DO TIPO CONDICIONAL. Assim, caso a União resolva instituir moratória quanto aos tributos cobrados pelo Estado de Pernambuco (IPVA e ITCMD, por exemplo), deverá também fazer quanto aos tributos por ela cobrados (ITR e IPI, por exemplo), bem com quanto às obrigações de direito privado. Esse último tipo de moratória é considerada inconstitucional por muitos estudiosos, tendo em vista os princípios do pacto federativo e da autonomia tributária dos entes políticos. Contudo, para efeitos de concurso, a regra permanece perfeitamente válida e constitucional. Porém, tenha cautela ao UHVSRQGHU� TXHVW}HV�PDLV� ³DEXVDGDV´�� Pela literalidade do CTN, a concessão de moratória heterônoma é perfeitamente válida! Por sua vez, a lei concessiva da moratória poderá determinar a aplicação do benefício a apenas determinada região do território da pessoa jurídica que a conceder, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. É o caso, por exemplo, de uma lei municipal que concede moratória quanto ao pagamento do ISS apenas aos contribuintes situados na zona rural do Município, ou apenas aos profissionais autônomos contribuintes do imposto municipal, tendo em vista alguma sazonalidade que impeça ou dificulte o pagamento do tributo por essas classes de sujeitos passivos. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 87 Na situação anterior, estaremos diante da concessão de MORATÓRIA EM CARÁTER INDIVIDUAL, na qual os seus destinatários são pessoas determinadas e que deverão atender aos requisitos estabelecidos em lei para que possam se beneficiar do alargamento do prazo para pagamento do tributo. Como exemplo da necessidade da instituição de moratória, temos os casos em que uma grave enchente destrói grande parte da produção agrícola de determinada cidade, a qual é quase que totalmente dependente dessa produção agrícola. Para tentar ajudar os moradores e produtores rurais desse Município, a União institui, por meio de lei própria, moratória prorrogando por seis anos todo e qualquer pagamento de imposto sobre a renda, tanto para as pessoas jurídicas quanto para as pessoas físicas, desde que residentes no Município e comprovada a situação por meio de documentos definidos na lei instituidora. Na situação descrita acima, também estaríamos diante de um caso de moratória concedida em caráter individual, uma vez que possui destinatários certos e específicos. Essa previsão não fere o princípio da isonomia ou da igualdade, já que visa justamente o contrário: equalizar pessoas que, momentaneamente, tornaram-se desiguais por motivos alheios à sua vontade. Por outro lado, uma eventual crise econômica que atinja a economia mundial faz com que a União, para estimular o consumo e aquecer a economia, institua lei prevendo que toda contribuição para a previdência social devida por pessoas jurídicas e relativa aos próximos seis meses após a data de publicação da lei concessiva da moratória poderá ser paga parceladamente em até dois anos, a contar da data prevista expressamente no texto da lei concessiva do favor. Nesse caso, estaríamos diante de uma moratória de caráter geral, uma vez que não possui beneficiários determinados. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 87 Como comentei anteriormente, a moratória sempre será concedida por meio de lei, não necessitando ser lei específica do ente competente (artigo 150, §6º, da CF/88). Veja a figura abaixo. O artigo 153 do CTN dispõe o seguinte sobre o que acabamos de comentar: ³$UW�������$� lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos: I - o prazo de duração do favor; II - as condições da concessão do favor em caráter individual; III - sendo caso: a) os tributos a que se aplica; Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 87 b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual; c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual�´��*ULIRV�QRVVR�� Observe que A LEI, SEM PREJUÍZO DE OUTRAS DISPOSIÇÕES QUE POSSAM VIR A SER NELA PREVISTAS, DEVERÁ ESPECIFICAR: 1) O prazo de duração do favor Æ uma vez que a moratória é um favor temporário, não pode ser instituída por prazo indeterminado; (SEMPRE DEVE SER PREVISTO O PRAZO) 2) As condições a serem preenchidas pelo sujeito passivo no caso de concessão em caráter INDIVIDUAL (específico); (SEMPRE) 3) Os tributos aos quais será aplicada a moratória, caso seja relativa a apenas a alguns deles; (QUANDO FOR O CASO) 4) A lei, sendo o caso, deverá especificar o número de prestações (poderá ser apenas um diferimento do pagamento, mas em parcela única, ou em várias parcelas, a critério do legislador ordinário) e o vencimento do prazo para pagamento dos débitos; (QUANDO FOR O CASO) 5) O NÚMERO DE PARCELAS e as datas de vencimento, quando for o caso, poderão ser estipulados por ato da autoridade administrativa, nos casos de concessão em caráter individual, e conforme vier a prever a lei; (QUANDO FOR O CASO) 6) Sendo o caso, quais as garantias que devem ser prestadas pelo beneficiário, quando concedida em caráter individual. (QUANDO FOR O CASO) Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 87 Quero que você guarde muito bem os itens apresentados acima. Esses, quanto ao tema desse item da aula, costumam ser bastante solicitados em prova. Atenção aos detalhes! Vamos agora ao que nos diz o artigo 154 do CTN, que possui a seguinte redação: ³$UW�� ����� Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele�´ O caput do artigo nos diz que a moratória somente abrangerá os créditos tributários DEFINITVAMENTE CONSTITUIDOS à data da lei (caráter geral) ou do despacho administrativo (caráter individual) que a conceder, ou ainda quanto àqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela mesma data (crédito tributário ainda não definitivamente constituído). Por sua vez, a lei poderá dispor em contrário, prevendo que a moratória seja aplicada ainda aos créditos tributários a serem lançados posteriormente pelo Fisco. Não se esqueça dessa exceção! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof.Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 87 Por sua vez, a moratória não será concedida a quem houver praticado atos com DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO, seja do sujeito passivo ou de terceiros em benefício daquele. Por exemplo, caso uma lei concessiva de moratória estabeleça que, para que essa seja concedida, o sujeito passivo deverá ter renda mensal de até R$ 6.000,00, somente com o preenchimento desse requisito, e atestado pela autoridade administrativa por despacho fundamentado, o beneficiário poderá fazer jus à moratória. Porém, determinado sujeito passivo, observando que ganha mais de R$ 10.000,00, frauda documento comprovador de renda apenas para obter a concessão da moratória. Essa concessão, uma vez descoberta a fraude, deverá ser cancelada, já que a moratória não aproveita aos casos de atos praticados com dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou de terceiro, este em beneficio daquele. Por fim, temos o que dispõe o artigo 155 do CTN, que assim nos diz: Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 87 Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o UHIHULGR�GLUHLWR�´��*ULIRV�QRVVR�� Quanto a esse artigo, podemos anotar o seguinte: 0 A MORATÓRIA CONCEDIDA EM CARÁTER GERAL GERA DIREITO AQUIRIDO AO SUJEITO PASSIVO, ou seja, não poderá ser revogada por simples ato da autoridade administrativa do ente político competente; 0 QUANDO CONCEDIDA EM CARÁTER INDIVIDUAL, NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO PARA O SUJEITO PASSIVO, observado o que dispõe o item seguinte; 0 EM CARÁTER INDIVIDUAL, PODERÁ SER REVOGADA DE OFÍCIO SEMPRE QUE SE APURE QUE O BENEFICÍÁRIO NÃO SATISFAZIA OU DEIXOU DE SATISFAZER AS CONDIÇÕES OU NÃO CUMPRIA OU DEIXOU DE CUMPRIR OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 87 Para os casos do último item acima, em que será revogada de ofício a isenção concedida, o crédito tributário será cobrado com juros de mora acrescidos da imposição de penalidade (multa moratória e/ou punitiva) nos casos em que o sujeito passivo tenha praticado atos com DOLO OU SIMULAÇÃO (não inclua no pensamento a fraude! Muita atenção!). Caso não tenha sido observado dolo ou simulação do beneficiário, serão cobrados apenas os juros de mora. Por sua vez, no caso de haver dolo ou simulação, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito. Se o sujeito passivo agiu com dolo, a moratória não era devida, uma vez que aquele não satisfazia determinado requisito previsto na lei concessiva. E caso não tivesse sido observada a moratória, o crédito tributário, não sendo observada outra situação impeditiva, seria normalmente constituído e cobrado do sujeito passivo seguindo os trâmites normais previstos em lei. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 87 Uma vez que o sujeito passivo agiu com dolo ou simulação, a Fazenda Pública não pode ser prejudicada por ter sido impedida de cobrar o crédito tributário por achar que o sujeito passivo agia conforma o que prescrevia a lei. Logo, o prazo da prescrição, que é o direito de a Fazenda proceder à cobrança do crédito tributário dentro do prazo de cinco anos a contar da constituição definitiva do crédito tributário (artigo 174 do CTN), é iniciado a partir da data da revogação da moratória. Caso não tenha havido dolo ou fraude, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. Já quanto a juros e multas, caberá à lei concessiva de moratória estabelecer se sobre os valores incluídos na benesse incidirão juros e multas, podendo ou não ser excluídos dos valores a serem pagas pelo beneficiário. Atente bem: QUEM DEFINE A INCLUSÃO OU NÃO É A LEI CONCESSIVA. No caso de prática de atos com dolo ou simulação por parte do sujeito passivo, este ficará sujeito, além dos juros de mora em razão do atraso no pagamento dos valores devidos, às penalidades porventura previstas em lei, podendo ser aplicadas tanto ao próprio beneficiário quanto a terceiro agindo Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 87 em beneficio daquele. Dolo ou simulação = valores devidos + juros de mora + penalidades cabíveis. Por sua vez, caso o beneficiário não tenha agido com dolo ou simulação, serão cobrados os valores acrescidos apenas de juro de mora, tendo em vista o pagamento dos valores devidos fora do prazo previsto na legislação. Sem dolo ou simulação = Valores devidos + juros de mora. Por fim, embora a redação do artigo 155 cite expressamente a revogação da concessão, tecnicamente o termo correto não é esse, uma vez que a revogação implica em juízo de conveniência ou oportunidade, o que não ocorre nesses casos. A atuação da autoridade administrativa é vinculada, devendo ser anulado o ato de concessão caso sejam observadas as situações previstas no caput e incisos I e II do artigo 155. Na figura apresentada anteriormente, embora esteja presente o termo revogação e o CTN faça menção ao ato dessa maneira, para os casos dos incisos I e II e do caput, estaremos diante de uma anulação. As principais características da moratória são as seguintes: Podem ser concedidas em caráter geral (sem destinatários específicos) ou específico/individual (sendo destinada a pessoas determinadas); A moratória em caráter geral poderá ser concedida tanto pelo ente político competente para instituir o tributo quanto pela União, quanto aos tributos dos demais entes políticos (nesse último caso, a União deverá, SEMPRE, conceder simultaneamente a moratória para os seus tributos, sem o qual resta inoperante a previsão); A moratória concedida pelo próprio ente competente para instituir o tributo é denominada de moratória autônoma, enquanto a concedida pela União quanto aos tributos dos demais entes é classificada como moratória heterônoma; Quando concedida em caráter individual, dependerá de despacho fundamentado da autoridade competente, que deverá ser indicada na lei concessiva; Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 87 A lei que conceder a moratória, seja em caráter individual ou geral, deverá especificar, dentre outros elementos: o prazo de duração do favor, as condições para a concessão, os tributos aos quais se aplica (quando não seja a apenas um), o número de prestações e vencimentos (no caso de parcelamento dos valores devidos, além da extensão do prazo para pagamento) e as garantias que devem ser fornecidas pelos beneficiados; A moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo, ou seja, a moratória é aplicada apenas ao passado, não regulando situações futuras à sua concessão, EXCETO SE HOUVER DISPOSIÇÃO EXPRESSA DE LEI EM CONTRÁRIO (PRESTE ATENÇÃO!). (Questão 03) Sobre a moratória, hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, podemos dizer que: a) pode ser concedida por despacho da autoridade administrativa, desde que em condições específicas. b) pode ser concedida por despacho da autoridade administrativa, em quaisquer casos, incondicionalmente. c) não pode ser concedida em caráter individual. d) não pode, em nenhuma hipótese, ser concedida pela União em relação a tributos de competência estadual. e) a lei que a prever não poderá restringi-la a determinada região do território do ente tributante. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 87 Alternativa a) Correta. A moratória pode ser concedida em caráter geral, hipótese em que não há necessidade de despacho da autoridade administrativa, ou em caráter específico, situação em que há essa necessidade para fins de reconhecimento do direito do sujeito passivo a ser beneficiado. Alternativa b) Incorreta. Quando concedida em caráter específico, a moratória deve ser concedida por despacho da autoridade administrativa, que irá verificar a preenchimento dos requisitos necessários para a fruição do beneficio. Alternativa c) Incorreta. Conforme o artigo 152, II, do CTN, a moratória pode ser concedida em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei. Alternativa d) Incorreta. Tema polêmico. Mas, como vimos, o CTN possui essa disposição referente à concessão de moratória heterônoma, a qual é proibida, segundo a melhor doutrina. Alternativa e) Incorreta. Conforme o artigo 152, parágrafo único, do CTN, a lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. Finalizadas as disposições relativas à moratória, vamos à segunda hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: o depósito do montante integral. Em frente, espartanos! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 87 Depósito do Montante Integral A segunda modalidade de suspensão do crédito tributário está prevista no inciso II do artigo 151: o depósito do montante integral. Essa hipótese de suspensão decorre de um ato voluntário do sujeito passivo, que poderá optar por utilizá-la ou não. Assim, o depósito do montante integral é um direito subjetivo do sujeito passivo, cabendo somente a este o seu exercício, não dependendo de autorização judicial ou administrativa. O depósito do montante integral pode ser conceituado com o ato em que o sujeito passivo deposita, em conta oficial aberta em uma instituição financeira e determinada pelo Ente político, o valor cobrado pelo Fisco para que seja suspensa a exigibilidade do crédito tributário até que venha a ser proferida decisão sobre a procedência ou não dos valores cobrados pela Fazenda Pública. Esse procedimento é bastante comum na via judicial, sendo relativamente pouco utilizado na seara administrativa. Discordando do que lhe foi imposto, o sujeito passivo deposita o valor cobrado, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário e instaura o processo administrativo, caso o lançamento esteja sendo discutido nessa órbita. Ao fazer isso, e caso a decisão seja a ele desfavorável, não incidirão multas, juros de mora e acréscimos moratórios junto ao sujeito passivo, ainda que o litígio demore dez anos para ser solucionado. Com a suspensão, resta impossibilitado também o processo de cobrança. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 87 Observou o que nos diz a parte final da decisão do STF transcrita anteriormente? Uma vez efetuado o depósito do montante integral do valor questionado, esse não poderá, até a decisão final do processo, ser levantado pelo sujeito passivo, passando a ficar indisponível a esse. Os valores passam a ficar vinculados ao resultado da decisão da demanda em cujos autos de efetivou o depósito, somente podendo ser utilizados para essa demanda e em relação ao(s) tributo(s) ou multa(s) objeto da lide específica. Assim, se a decisão for favorável, no todo ou em parte ao sujeito passivo, os valores serão também devolvidos na mesma proporção (total ou parcialmente). Porém, caso a decisão seja desfavorável, os valores serão convertidos em renda do ente político competente, extinguindo o crédito tributário. ³(� HVVH� WHUPR µLQWHJUDO¶�� SUHVHQWH� QR� WH[WR� GD� PRGDOLGDGH�� TXHU� GL]HU� exatamente o que diz, professor? O depósito, para ser aceito, necessariamente tem que ser no valor integral?´ Tenha certeza que sim. Somente o depósito do montante integral do débito tem o poder de suspender a exigibilidade do crédito tributário. Nem adiante Virgulino chegar na repartição e querer suspender apenas 20% do valor do crédito tributário. Ele pode até fazer o depósito, mas ele não terá o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário em razão do que dispõe o artigo 151, II, do CTN. Agora eu pergunto a você: e esse valor integral é o quê? É o que o sujeito passivo entende ser ou o cobrado pelo Fisco? Como o próprio nome nos diz, o depósito deve corresponder ao VALOR INTEGRAL DO DÉBITO E ÀQUELE COBRADO PELO FISCO, E NÃO AO QUE O CONTRIBUINTE ENTENDA SER DEVIDO. O valor depositado não poder ser parcial. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 87 Assim, caso tenha sido lavrado auto de infração contra Norberto no valor de R$ 40.000,00 e este entenda que somente R$ 10.000,00 são devidos, não poderá depositar em juízo apenas esse valor, devendo, caso queira suspender a exigibilidade do crédito tributário, depositar todo o valor lançado. Nem poderá depositar também, por outro lado, os R$ 30.000,00 que entende ser indevido. E esse valor depositado é em dinheiro, bens, bovinos, moedas raras, o quê? Outra boa pergunta, não é? Para responder essa pergunta,basta simplesmente observar o que dispõe o STJ. Veja o que nos diz a Súmula nº 112 desse tribunal: ³2� GHSRVLWR� VRPHQWH� VXVSHQGH� D exigibilidade do credito tributário se for integral e em dinheiro�´ Observe um ponto importante da Súmula: o depósito, além de integral, DEVERÁ SER EM DINHEIRO, não podendo ser penhorado bens, dados valores em garantia, imóveis ou outro tipo de bem. Como eu já havia comentado, solucionada a demanda, sendo esta favorável ao sujeito passivo, os valores por ele depositados serão devolvidos em sua integralidade (caso a decisão seja totalmente favorável) ou parcialmente (caso sejam devidos valores, mas menores do que os anteriormente cobrados pelo Fisco). Essa previsão será observada ainda que existam outros débitos devidos pelo sujeito passivo. Por exemplo, suponha que um determinado contribuinte esteja em débito com a União quanto a valores devidos em relação ao IPI e ao IRPJ, sendo R$ 20.000,00 quanto a este e R$ 50.000,00 quanto àquele. Discordando da cobrança efetuada em relação ao IPI, o sujeito passivo efetua o depósito do montante integral de R$ 20.000,00, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário quanto a esse tributo. Nada faz quanto ao IRPJ, nem mesmo pagá-lo. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 87 Sobrevindo a decisão final, a administração tributária entende que o valor devido pelo sujeito passivo era de apenas R$ 15.000,00. Logo, esses valores são convertidos em renda para a União e os R$ 5.000,00 são devolvidos ao sujeito passivo. ³(�SRU�Tue a União não utiliza o R$ 5.000,00 para saldar parte do IRPJ devido SHOR�VXMHLWR�SDVVLYR"´ Lembra-se do que falei anteriormente quanto à vinculação dos valores ao objeto da lide instaurada pelo sujeito passivo? Os valores passam a ficar vinculados ao resultado da decisão da demanda em cujos autos de efetivou o depósito, somente podendo ser utilizados para essa demanda e em relação ao(s) tributo(s) ou multa(s) objeto da lide específica. Logo, a União deverá devolver a parte não devida, independentemente de o sujeito passivo dever R$ 1,00 ou R$ 1.000.000,00. Essas dívidas são outros quinhentos... - Veja o que nos diz o STJ sobre o tema: ³2�GHSyVLWR�LQLELWyULR�GH�DomR�ILVFDO��&71��DUW�������GHYH�VHU� devolvido ao contribuinte em caso de este ser vitorioso na ação a ele relativa. Não é lícito ao Fisco apropriar-se de tal depósito a pretexto de que existem outras dívidas do contribuinte, oriundas de outros tributos. Semelhante apropriação atenta contra a coisa julgada. (REsp 297115/SP, GH�������������´ Porém, caso a decisão seja desfavorável ao contribuinte, haverá a conversão do depósito por ele efetuado em renda do ente político, devendo os valores depositados ser definitivamente destinados aos cofres públicos. Ao haver a conversão do depósito em renda, opera-se uma das modalidades de extinção do crédito tributário (artigo 156, VI, do CTN), a serem vistas em aula específica. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 87 Caso interessante se mostra no caso de o sujeito passivo querer depositar apenas os valores que seriam devidos caso ele pagasse o valor cobrado à vista e, em razão disso, obtivesse o desconto. Ele não pagou nada, mas quer depositar como se o tivesse feito. Veja o que o STJ fala sobre o tema: ³���������$�WHVH�UHFXUVDO�OLPLWD-se a questionar se o alcance do conceito de "depósito integral" apto a suspender a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, inciso II, do CTN) deve levar em consideração o desconto concedido pela Administração Tributária para pagamento a vista. Inaplicabilidade da Súmula 7/STJ à espécie. 2. "O depósito do crédito tributário com o desconto previsto para pagamento à vista, por não ser integral, não tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. (AgRg no AREsp 186769/SP, de 11/09/2012)" É importante sabermos também que os valores depositados pelo sujeito passivo somente poderão ser levantados (devolvidos) ou convertidos em renda após o trânsito em julgado da decisão nos casos em que esta seja Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 87 favorável àquele. O juiz, por ato próprio, não poderá autorizar nem a conversão nem a devolução antes da decisão definitiva. ³6RPHQWH� SRGHUi� VHU� OHYDQWDGR�� RX� FRQvertido em renda, o depósito judicial destinado a suspender a exigibilidade do credito tributário, após o transito em julgado da sentença���506������')��GH�������������´ Por sua vez, há casos em que os valores podem ser levantados antes da decisão, mas, nessas situações, deve haver outro meio de suspensão da exigibilidade. Caso não, fica mantida a impossibilidade de levantamento antes da decisão final: ³2� GHSyVLWR� MXGLFLDO� HP� PDQGDGR� GH� VHJXUDQoD�� FRP� R� objetivo de suspender-se a exigibilidade do crédito tributário, pode ser levantado a qualquer tempo, se garantido o impetrante com liminar (art. 151, IV do CTN). 3. Diferentemente, em ação ordinária, o depósito judicial para tal fim não pode ser levantado, senão após o trânsito em julgado da sentença. (REsp ������3(��GH������������´��*ULIRV�QRVVR�� Por sua vez, é INCONSTITUCIONAL a exigência de depósito prévio como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo ou judicial. Essa previsão, conforme o STF, viola a garantia constitucional de acesso ao Poder Judiciário e o princípio do contraditório e da ampla defesa, presentes, respectivamente, nos incisos XXXV e LV do artigo 5º da CF/88. Veja o que nos diz a Súmula Vinculante nº 28 do STF: ³e� inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se SUHWHQGD�GLVFXWLU�D�H[LJLELOLGDGH�GH�FUpGLWR�WULEXWiULR�´ Como efeito da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, fica concedido ao sujeito passivo o direito de obter certidão positiva com efeitos de negativa, conforme o artigo 206 do CTN. Entretanto, até a solvência dos Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 87 débitos, ainda que suspensos, o sujeito passivo não poderá obter certidão negativa de débitos (CND). Por sua vez, como veremos mais detalhadamente ao estudarmos a consignação em pagamento (causa de extinção do crédito tributário ± Artigo 156, VIII, do CTN), há uma grande diferença entre o depósito do montante integral e a consignação em pagamento. No depósito do montante integral o sujeito passivo não quer pagar, enquanto que na consignação há a vontade de pagar. Outro ponto importante é o que decidiu o STJ na seguinte decisão abaixo: ³������ ��� Com o depósito do montante integral, tem-se verdadeiro lançamento por homologação. O contribuinte calcula o valor do tributo e substitui o pagamento antecipado pelo depósito, por entender indevida a cobrança. Se a Fazenda aceita como integral o depósito, para fins de suspensão da exigibilidade do crédito, aquiesceu expressa ou tacitamente com o valor indicadopelo contribuinte, o que equivale à homologação fiscal prevista no art. 150, § 4º, do CTN. 2. Uma vez ocorrido o lançamento tácito, encontra-se constituído o crédito tributário, razão pela qual não há mais falar no transcurso do prazo decadencial nem na Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 87 necessidade de lançamento de ofício das importâncias depositadas. Precedentes da Primeira Seção. 3. A extinção do processo sem resolução de mérito, salvo o caso de ilegitimidade passiva ad causam, impõe a conversão do depósito em renda da Fazenda Pública respectiva. (AgRg QR�5(VS���������63��GH������������´ Para o STJ, uma vez efetuado o depósito do montante integral pelo sujeito passivo de determinada quantia, e sendo esta aceita como sendo a que o Fisco entende ser a devida em razão da suspensão da exigibilidade, fica o crédito tributário lançado por homologação, não se falando mais em ocorrência do prazo decadencial e em necessidade de eventuais lançamentos de ofício. O crédito tributário encontra-se constituído no momento em que o contribuinte calcula o valor do tributo e substitui o pagamento antecipado pelo depósito, por entender indevida a cobrança. (Questão 04) Contribuinte "ABC" ingressa com medida judicial na qual obtém medida liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário. No decurso do processo, a medida liminar vem a ser cassada pelo referido Juízo. Nesse contexto, a) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não mais será aplicável, exceto se o contribuinte promover o depósito judicial do montante integral. b) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário será mantida até o julgamento final do processo em instância. c) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário será mantida até o julgamento do agravo de instrumento, independentemente dos efeitos de seu recebimento. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 87 d) a liminar não pode suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas apenas a tutela antecipada. e) os efeitos da sentença somente serão aplicáveis após 90 dias de sua publicação, com base no princípio constitucional da anterioridade mitigada. De acordo com o artigo 151, II e V, do CTN, tanto a concessão de medida liminar quanto o depósito do montante integral suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Restando caVVDGD� D� OLPLQDU�� H� D� FRQVHTXHQWH� ³GHV- VXVSHQVmR´� GR� FUpGLWR� WULEXWiULR�� VRPHQWH� FRP� D� XWLOL]DomR� GH� RXWUD� modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário o contribuinte não terá os valores devidos cobrados pela Fazenda Pública, como é o caso do depósito do montante integral. Sem a suspensão, o crédito tributário volta a ser novamente exigido pela Fazenda Pública. Logo, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 87 Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do Processo Administrativo Tributário Outra modalidade de suspensão do crédito tributário está prevista no inciso III do artigo 151 do CTN, dispondo sobre as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo administrativo tributário. As reclamações e os recursos administrativos podem ser entendidos como as diversas espécies de impugnações administrativas apresentadas pelos sujeitos passivos perante a Administração Tributária em razão dos valores cobrados por esta e que aqueles entendem ser indevidos. Ao discordarem de qualquer imposição tributária ou de alguma penalidade pecuniária, é conferido aos sujeitos passivos o direito de contestar o que entenderem indevido, sendo assegurados o contraditório e a ampla defesa, com todos os meios e recursos a eles inerentes, conforme previsão contida no artigo 5º, LV, da CF/88: ³Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; O CTN prevê, em seu artigo 145, I, que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo somente poderá ser alterado, entre outras duas outras situações (de ofício e em razão de recurso de ofício), por meio de impugnação deste. Ao apresentar qualquer recurso ou reclamação em matéria tributária, o sujeito passivo estará suspendendo qualquer exigência a ele imposta e que reputa ser indevida, desde que dentro dos prazos e das normas reguladoras do processo administrativo. Ou seja, o recurso ou a reclamação, conforme o caso, deve ser TEMPESTIVO e dentro do que prevê a legislação tributária processual. Sendo intempestivo (fora do prazo), o recurso ou a reclamação Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 87 não será conhecido, não sendo suspensa, por consequência, a exigibilidade do crédito tributário. Suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, fica o sujeito ativo impedido de efetuar qualquer tipo de cobrança junto ao sujeito passivo até que seja exarada decisão sobre a aceitação ou não dos argumentos apresentados por este, seja em grau de recurso, seja em grau de impugnação. Uma vez suspensa a exigibilidade, fica também proibida a inscrição do crédito tributário em dívida ativa do Ente político competente. Outro efeito importante é a possibilidade, enquanto suspenso o crédito tributário, da emissão de certidão positiva com efeitos de negativa, tema estudado em aula específica. As reclamações (impugnações ou defesas) são aquelas apresentadas juntos aos próprios órgãos encarregados da imposição tributária, sendo geralmente junto ao próprio Auditor Fiscal ou a um setor competente para a revisão do lançamento imposto. Ou seja, existe apenas a representação da Fazenda Pública, que julgará os atos por ela mesma exarados. Por sua vez, os recursos são aqueles destinados a promover um novo julgamento da imposição tributária imputada ao sujeito passivo. Nesse caso, há uma petição a um órgão de instância superior ao que exarou a primeira decisão ou o lançamento efetuado. O CTN não nos diz os atos compreendidos no conceito de recurso ou de reclamação necessários a impugnação administrativa do sujeito passivo. Sobre isso, veja o que nos diz o STJ sobre o tema: ³$�H[LJLELOLGDGH�GR�FUpGLWR� WULEXWiULR� ILFD�VXVSHQVD�HP�UD]mR� de qualquer impugnação do contribuinte à cobrança do tributo. (...) Uma vez realizado o lançamento ou provocada a Administração, por iniciativa dos contribuintes ou mesmo ex officio, abre-se a instância de revisão, formando-se o Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 87 procedimento administrativo tributário, que será regido nos termos da lei (art. 151, III, do CTN). Assim, a manifestação administrativado contribuinte suscitando a compensação tributária equivale a verdadeira desconformidade quanto à arrecadação do tributo, abrindo o processo administrativo fiscal de que trata o art. 151, III, do CTN. Esse é o espírito legislativo do referido inciso. Não há, dentro desse quadro, como entender-se ocorrido o afastamento da taxatividade que deve ser própria ao art. 151 do CTN para se considerar tal interpretação como ampliativa ou extensiva. O que está fazendo o STJ é tão-somente interpretar o real sentido do art. 151, III, do CTN, que sugere a suspensão da exigibilidade do tributo quando existente uma impugnação do contribuinte à cobrança do tributo, qualquer que seja esta. (REsp 1149115/PR, de �����������´ Sendo impugnada de alguma forma a imposição tributária, e dentro dos prazos previstos na legislação tributária, hipótese em que teremos uma impugnação tempestiva, instaura-se a fase litigiosa do processo e a consequente suspensão da exigibilidade do crédito tributário, qualquer que seja a natureza dessa impugnação. Um ponto muito importante é o pedido de compensação ser entendido como uma inconformidade do sujeito passivo, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, sendo observados todos os efeitos inerentes à suspensão (impossibilidade de cobrança e execução do sujeito passivo). Ainda quanto ao tema, temos hoje como sendo inconstitucional a exigência prévia de qualquer tipo de depósito em dinheiro ou o arrolamento prévio de bens ou valores como condição de admissibilidade de recurso na esfera Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 87 administrativa, sendo aplicada a todas as esferas da federação. Tanto é assim que o STF editou a seguinte Súmula Vinculante, de número 21: ³6~PXOD� 9LQFXODQWH� 67)� Q� ���� É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens SDUD� DGPLVVLELOLGDGH� GH� UHFXUVR� DGPLQLVWUDWLYR´ (Grifos nosso) Assim, será inconstitucional a lei que determina que o sujeito passivo deverá, por exemplo, depositar previamente à admissibilidade do recurso/reclamação o montante de 20% do valor da imposição tributária a ele imputada. O mesmo aconteceria caso fosse exigida qualquer garantia, seja em bens ou em valores. Por fim, qualquer ação judicial impetrada pelo sujeito passivo em relação a tema sobre o qual haja recurso ou reclamação na órbita administrativa implica em desistência automática do poder de recorrer junto a esta esfera, bem como na desistência do recurso porventura já interposto. É o que prevê o artigo 38 da Lei de Execuções Fiscais (lei federal nº 6.830/80), ao menos na órbita federal. ³$UW�� ��� - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso DFDVR�LQWHUSRVWR�´ Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 87 CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA E CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA EM OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL O mandado de segurança pode ser definido brevemente como sendo o remédio jurídico utilizado para resguardar direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus nem habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que esta exerça. Ou seja, se a autoridade administrativa impõe ao sujeito passivo o pagamento de determinados valores a título de tributo, não cabe a este apenas recusar-se a pagar. Uma vez que não pode, regra geral, ser desfeito o lançamento operado pela autoridade administrativa, e entendendo o sujeito passivo ser ilegal a cobrança, pode este recorrer ao Judiciário para ver resguardado seu direito de não ter seu patrimônio subtraído pela tributação injusta. A medida a ser tomada junto ao judiciário, para que se suspenda a exigibilidade do crédito tributário, será denominada de medida liminar (medida provisória, de caráter remediador, enquanto não seja proferida a decisão), desde que presentes os pressupostos para a sua concessão, quais sejam: a plausibilidade da alegação (fumo boni juris) e a urgência do pedido quanto aos efeitos que possam vir a ser observados (periculum in mora). A concessão de medida liminar não é a decisão final quanto ao mandado de segurança, mas apenas uma medida preventiva e, digamos, mais rápida de o direito do sujeito passivo não ser atingido, caso verificada alguma irregularidade na imposição tributária ou desnecessidade desta. O mandado de segurança, bem como a concessão de medida liminar, está regulado na lei federal nº 12.016, de 07 de agosto de 2009. Por sua vez, e conforme contido na referida lei, o mandado de segurança não pode ser Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 87 ajuizado contra lei em tese, mas apenas ao caso concreto. Essa é a previsão constante na Súmula STF nº 266, que assim nos diz em seu texto: ³1mR�FDEH�PDQGDGR�GH�VHJXUDQoD�FRQWUD�OHL�HP�WHVH�´ Como características principais do mandado de segurança, temos o seguinte: 1) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 2) Equiparam-se às autoridades, para efeitos de concessão do mandado de segurança, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 3) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 4) Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. 5) Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: x de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; x de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; x de decisão judicial transitada em julgado. 6) Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários e a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentadosProf. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 87 7) Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. 8) O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. O mandado de segurança poderá ser concedido contra lei tributária em tese e com efeitos imediatos e concretos na esfera patrimonial do sujeito passivo, conforme decisão do STJ, uma vez que as leis dessa natureza se revestem de poder para invadir o patrimônio do contribuinte, afastando a aplicação da Súmula do STF vista anteriormente: ³e�FDEtYHO�PDQGDGR�GH�VHJXUDQoD�FRQWUD�QRUPD�tributária de aplicabilidade imediata, capaz de produzir efeitos concretos na esfera patrimonial dos contribuintes, o que afasta a aplicação da Súmula 266/STF. (RMS 10832/AC, de ������������´ De pronto, já identificamos o seguinte: a concessão de medida liminar é um instituto privativo do poder judiciário, que poderá suspender a exigibilidade do crédito tributário. Essa previsão vale tanto para a concessão de medida limitar em mandado de segurança quanto para a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada nas demais espécies de ações judiciais. Entretanto, um ponto muito importante deve ser bem memorizado por você: A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, OU AINDA DE TUTELA ANTECIPADA OU MEDIDA LIMINAR EM OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL APENAS SUSPENDEM A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, NÃO IMPEDINDO JAMAIS A FAZENDA DE EFETUAR O LANÇAMENTO. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 87 A explicação é simples: se o contribuinte não pode esperar a decisão final do judiciário sobre a exigibilidade ou não do crédito tributário devido, o mesmo não pode acontecer com a Fazenda Pública, que pode ver esvaecido o seu direito de cobrar o crédito tributário em razão da decadência, causa de extinção do mesmo. A exigibilidade, repito, permanecerá suspensa, não podendo ser exigido nenhum valor até a decisão final do judiciário, o que, por consequência, NÃO impede a lavratura de auto de infração contra o sujeito passivo, apenas com o fim de constituir o crédito tributário. Por sua vez, a obtenção da medida liminar pode se dar antes ou depois do lançamento do credito tributário, sendo indiferente. Se for concedida antes, terá o condão declaratório, embora não possa, em nenhuma hipótese, impedir a autoridade de lançar o crédito tributário. Caso seja concedido depois do lançamento, terá o efeito anulatório quanto ao lançamento. Atualmente existem apenas duas causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário em razão de ato emanado do Poder Judiciário, quais sejam: CONCESSÃO de medida liminar em mandado de segurança (inciso IV do artigo 151 do CTN); CONCESSÃO de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de ação judicial (inciso V do artigo 151 do CTN). Um ponto muito importante para a sua prova, caro aluno: O QUE SUSPENDE A EXIGIBILIDADE É A CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR, E NÃO O SIMPLES PROTOCOLO DO PEDIDO NO JUDICIÁRIO. MUITA ATENÇÃO COM O ELABORADOR MAIS MINUNCIOSO. Nada impede que o sujeito passivo solicite a medida liminar e não seja atendido pelo juiz competente. Nesses casos, por óbvio, não haverá a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Vamos agora à última modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: o parcelamento. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 87 Parcelamento A última causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário está contida no inciso VI do artigo 151 do CTN: o parcelamento. Essa modalidade, assim como a moratória, possui disposições específicas no corpo do CTN, presentes no artigo 155-A, acrescentado pela lei complementar federal nº 104, de 2001. O parcelamento é o ato comissivo do sujeito passivo que tem por finalidade acertar suas contas com a Fazenda Pública, vindo a saldar o débito existente junto a esta, mas não de uma vez só, e sim de forma parcelada. Ao acertar o parcelamento, ficará suspenso qualquer ato de cobrança do crédito tributário. Como regra do parcelamento, uma vez descumprido o acordo, por meio do não pagamento das parcelas acertadas, o parcelamento é rescindido e os valores voltam a ser novamente exigíveis. Caso cumpra o que foi acordado, faz jus o sujeito passivo à obtenção de Certidão Negativa com Efeitos de Positiva, conforme o artigo 206 do CTN. Após pagas todas as parcelas, o crédito tributário é extinto. O artigo 155-A nos diz o seguinte quanto ao parcelamento: ³$UW�� ���-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. § 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. § 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória. § 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 87 § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica�´��*ULIRV�QRVVR�� O caput do artigo 155-A traz uma informação importante, dispondo que o parcelamento deverá ser regulado por meio de lei específica. Ou seja, a lei que conceder o parcelamento deverá cuidar apenas desse tema, diferentemente da moratória, que não necessita de lei específica. Esse é o ponto que distingue os dois institutos, bastante semelhantes entre si e nos seus objetivos. Ainda quanto à lei específica relativa ao parcelamento, essa também estabelecerá as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial, procedimento determinado pela lei federal nº 11.101, de 2005. Caso essa lei específica quanto ao parcelamento do devedor em recuperação judicial não venha a ser editada, deverá ser aplicada a LEI GERAL de parcelamento do ente da federação. Por sua vez, o prazo de parcelamento dos demais entes políticos não poderá ser inferior ao concedido em lei federal específica. Ou seja, caso a União estabeleça em lei geral de parcelamento que o prazo máximo de parcelamento dos débitos de seus devedores tributários seja de, por exemplo, 60 meses, o Estado de Pernambuco não poderá editar lei específica sobre Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 87 parcelamento dos seus créditos tributários com prazo máximo de 50 meses, por exemplo. Esse prazo deverá ser igual ou superior a 60 meses, conforme a
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