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Aula 09
Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas)
Professor: Aluisio Neto
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 87 
AULA 09 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Suspensão da Exigibilidade do Crédito tributário 02 
Moratória 12 
Depósito do Montante Integral 26 
Reclamações e Recursos, nos termos do PAT 35 
Concessão de Medida liminar em Mandado de 
Segurança e Concessão de Medida Liminar ou Tutela 
Antecipada em outras espécies de ação judicial 
39 
Parcelamento 43 
Questões Propostas 48 
Gabaritos 87 
 
 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à nona aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de 
Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. E os 
estudos, a todo vapor? Hoje vamos iniciar uma matéria decisiva na sua 
aprovação, responsável por uma boa parte dos pontos a serem conquistados 
pelos futuros aprovados. Nessa aula iremos tratar da suspensão da 
Exigibilidade do crédito tributário; 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus dois outros contatos: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 87 
Suspensão do Crédito Tributário 
 
Nesse item da aula estudaremos a suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário, prevista nos artigos 151 a 155-A do CTN. Depois de constituído o 
crédito tributário contra o sujeito passivo, cabe a esse pagar o valor a ele 
imputado ou, em regra, impugnar o lançamento efetuado, de modo a não 
haver a cobrança do mesmo junto aos órgãos encarregados das esferas de 
poder da nossa federação, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, 
que também poderá ocorrer de outras maneiras, conforme veremos mais 
adiante. 
Após ser lançado o crédito tributário, esse é notificado ao sujeito passivo para 
que, caso concorde com a obrigação tributária principal a ele imposta, efetue 
o pagamento dos valores devidos. Caso não concorde, cabe ao sujeito passivo 
proceder, em regra, à impugnação da imposição tributária junto à Fazenda 
competente, ou como comentei, solicitar a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário para que os atos de cobrança da fazenda pública interessada 
sejam temporariamente suspensos. 
Não concordando com o que lhe foi imposto, o sujeito passivo então vai até a 
repartição fazendária do ente político competente para cobrar o tributo 
questionado e entra com uma impugnação formal contra o lançamento 
efetuado em seu nome. Essa impugnação deverá ser protocolada dentro do 
prazo previsto na legislação tributária para que venha a ser julgada pela 
administração tributária, hipótese em que temos a chamada impugnação 
tempestiva, diferente da intempestiva, que é apresentada fora do prazo 
previsto na legislação e que não produz qualquer efeito quanto à suspensão 
do crédito tributário. 
Ao impugnar a pretensão tributária, Virgulino irá também suspender a 
exigibilidade do crédito tributário. A impugnação administrativa, junto com 
mais cinco modalidades, é uma das causas de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, que estudaremos na aula de hoje, uma a uma. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 87 
Como comentei anteriormente, determinadas situações, além da impugnação 
tempestiva junto à Fazenda Pública (ou mesmo junto ao Poder Judiciário) 
podem ocorrer para que o crédito tributário não venha a ser cobrando, sendo 
suspensa a sua EXIGIBILIDADE pela Fazenda Pública. Lembre-se que o 
crédito tributário, depois de constituído, passa a ser EXIGÌVEL. Depois de 
definitivamente constituído e não sendo pago, o crédito tributário é então 
inscrito em dívida ativa, passando a ser EXEQUÍVEL. Não confunda os dois 
termos em prova. Uma coisa é a exigibilidade, outra é a exequibilidade. 
 
Para que se possa suspender a exigibilidade do crédito tributário, devem ser 
utilizadas as modalidades previstas no caput do artigo 151 do CTN, sendo 
este um rol exaustivo, conforme nos diz o artigo 141 do próprio Código: 
³$UW�������O crédito tributário regularmente constituído 
somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade 
suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora 
dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de 
responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação 
RX�DV�UHVSHFWLYDV�JDUDQWLDV�´��*ULIRV�QRVVR�� 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 09 
 
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As causas de suspensão do crédito tributário, como falei, estão presentes no 
caput artigo 151 do CTN, em seus seis incisos. QUALQUER UMA DELAS 
TEM O MESMO PODER DE SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO, AINDA QUE SEJAM INSTITUTOS DIFERENCIADOS. A 
redação do artigo é a seguinte: 
³$UW�������6XVSHQGHP�D�H[LJLELOLGDGH�GR�FUpGLWR�WULEXWiULR� 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de 
segurança. 
V ± a concessão de medida liminar ou de tutela 
antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
VI ± o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o 
cumprimento das obrigações assessórios dependentes 
da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou 
dela consequentes�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Uma vez suspenso por um dos institutos acima, o crédito tributário não 
poderá ser cobrado (exigido) pela Administração Tributária, nem exigíveis 
multas e acréscimos legais em razão do não pagamento dos valores devidos, 
mas que se encontram suspensos por qualquer uma das modalidades. 
Uma grande quantidade de questões de prova de concursos trata da 
cobrança literal das hipóteses de suspensão do crédito tributário, 
bem como das causas de extinção e exclusão do mesmo, estudadas em 
aulas específicas relativas a esses dois institutos tributários. 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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Podemos resumir as três espécies, bem como as suas modalidades, no 
quadro seguinte. Memorize cada uma das hipóteses, em especial as 
relativas à suspensão, tema desse item da nossa aula. Você não tem ideia 
da quantidade de questões que pode resolver somente sabendo as 
hipóteses, caro aluno! Muitas mesmo. 
Este quadro, acredite, fará você responder muita questão de direito tributário 
sobre os três temas. Vamos a ele! 
MODALIDADES 
EXTINÇÃO SUSPENSÃO EXCLUSÃO 
PAGAMENTO MORATÓRIA 
ISENÇÃO 
COMPENSAÇÃO DEPÓSITO DO MONTANTE 
INTEGRAL TRANSAÇÃO 
REMISSÃO RECLAMAÇÕES E 
RECURSOS, NOS TERMOS 
DEFINIDOS NO PAT 
PRESCRIÇÃODECADÊNCIA 
CONVERSÃO DE DEPÓSITO 
EM RENDA CONCESSÃO DE MEDIDA 
LIMINAR EM MANDADO 
DE SEGURANÇA 
PAGAMENTO ANTECIPADO 
E HOMOLOGAÇÃO DO 
LANÇAMENTO 
ANISTIA 
CONSIGNAÇÃO EM 
PAGAMENTO CONCESSÃO DE MEDIDA 
LIMINAR OU DE TUTELA 
ANTECIPADA, EM OUTRAS 
ESPÉCIES DE AÇÃO 
JUDICIAL 
DECISÃO ADMINISTRATIVA 
IRREFORMÁVEL 
DECISÃO JUDICIAL 
PASSADA EM JULGADO 
DAÇÃO EM PAGAMENTO DE 
BENS IMÓVEIS PARCELAMENTO 
 
³0DV�DSHQDV�FRP�HVVD�OLVWLQKD�GR�quadro acima as bancas fazem questões de 
SURYD"�8PD�RX�RXWUD�HX�DWp�SRVVR�HQWHQGHU��PDV�PXLWDV��QmR�´ 
 
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Pode colocar fé no que estou dizendo. Muitas questões de prova cobram 
apenas a literalidade do que consta no quadro acima. Pedem apenas qual 
modalidade é de suspensão, de extinção ou de exclusão do crédito tributário. 
Simples assim! Memorize bem as modalidades acima, especialmente, claro, 
as que serão estudadas na aula de hoje. 
 
 
(Questão 01) Assinale a opção que, a teor do disposto no Código Tributário 
Nacional, não constitui hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário. 
a) Recurso interposto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 
b) Adesão, por parte do contribuinte, a parcelamento. 
c) Depósito de montante integral para garantia do juízo. 
d) Consignação em pagamento. 
e) Concessão de antecipação de tutela em ação judicial. 
Como você pode notar ao consultar o quadro anterior, somente a consignação 
em pagamento não se inclui como uma hipótese de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, sendo uma hipótese de extinção do 
mesmo, vista em aula específica, presente no artigo 156, VIII, do CTN. As 
demais modalidades constantes nas alternativas, muito embora seus textos, 
constituem modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
As demais modalidades FRQVWDQWHV�QDV�DOWHUQDWLYDV�³D´�a ³F´�e ³H´�VmR�causas 
de suspensão do crédito tributário, presentes no artigo 151 do CTN. 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
 
 
 
 
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O parágrafo único do artigo 151 traz um normativo muito importante, 
afirmando mais uma vez a independência e a autonomia existente entre a 
obrigação tributária principal e a obrigação tributária acessória. Lembre-se 
que uma coisa é a obrigação tributária principal e outra é a obrigação 
tributária acessória. Uma pode existir perfeitamente sem a outra. 
A situação que dá origem à suspensão do crédito tributário, a menos que 
venha expressamente determinado em lei o contrário, não exclui nenhuma 
responsabilidade do sujeito passivo quanto ao cumprimento de 
obrigações acessórias relativa ao tributo cuja exigibilidade esteja suspensa 
por uma das causas prevista no caput do artigo 151. 
Assim, se o sujeito passivo está contestando a cobrança de crédito relativo ao 
imposto sobre a propriedade territorial rural do seu imóvel e, para isso, 
suspendeu a exigibilidade do mesmo por meio do depósito do montante 
integral ou por impugnação apresentada junto à Receita Federal, por 
exemplo, ainda assim ficará obrigado à entrega da declaração quanto ao 
imóvel, à prestação de informações solicitadas pelo Fisco federal, entre 
outras. Uma coisa não influi na outra. - 
Guarde bem isso: a suspensão da exigibilidade diz respeito à obrigação 
tributária principal, não influindo em nada na obrigação tributária acessória, 
que continua perfeitamente exigível, devendo ser integralmente cumprida, a 
menos que a legislação tributária disponha em contrário. Lembre-se: os dois 
tipos de obrigações tributárias são autônomas entre si, uma vez que 
existência de uma não é determinada pela outra, e vice-versa. Quer ver como 
isso pode ser cobrado em prova? Veja essa questão simples logo a seguir. 
 
 
 
 
 
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(Questão 02) A suspensão do crédito tributário decorrente de uma 
obrigação principal acarreta a dispensa do cumprimento das obrigações 
acessórias dela dependentes. 
( ) Certo ( ) Errado 
Conforme o parágrafo único do artigo 151, a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário não dispensa o sujeito passivo do cumprimento das 
obrigações tributárias acessórias, que devem ser cumpridas normalmente, 
afirmando mais uma vez a independência e a autonomia existente entre estas 
e a obrigação tributária principal, exceto se houver disposição na legislação 
prevendo o contrário. 
Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 
 
 
Vejamos agora as principais características da suspensão, sendo as 
regras aplicadas a todas as hipóteses previstas nos artigos I a VI do artigo 
151 do CTN. 
… A suspensão do crédito tributário por uma das modalidades previstas no 
CTN não desconstitui a obrigação tributária nem o crédito tributário 
dele decorrente, que permanecem com as mesmas características 
de quando do lançamento devidamente realizado pela autoridade 
administrativa, exceto se, por algum motivo, o sujeito passivo 
comprovar que não houve o fato gerador apontado pelo Fisco; 
… A suspensão tem caráter apenas temporário, não podendo 
permanecer indefinidamente no tempo (ao menos em teoria -); 
… A suspensão impede apenas a exigência do crédito tributário e a 
consequente execução do sujeito passivo devedor perante a Fazenda 
Pública; 
… Interpreta-se LITERALMENTE a legislação tributária que disponha 
sobre suspensão do crédito tributário (Artigo 111, I, do CTN); 
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… Conforme o artigo 140 do CTN, as circunstâncias que modificam o 
crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os 
privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não 
afetam a obrigação tributária que lhe deu origem; 
… Mesmo que suspenso o crédito tributário, serão devidos juros de mora 
sobre os valores não integralmente pagos no vencimento, exceto se 
existir o depósito do montante integral; 
… Caso o crédito tributário se encontre com sua exigibilidade suspensa, o 
sujeito passivo poderá obter Certidão Positiva de Débitos com 
Efeito de Negativa - CPEN (artigo 206, do CTN), não sendo permitida 
a obtenção de Certidão negativa de débitos (CND); 
… A suspensão recai apenas sobre a possibilidade de exigência do 
crédito tributário do sujeito passivo, nada impedindo a atividade 
administrativa de lançamento pela autoridade administrativa, que 
poderá ser realizada (exigência) antes ou depois da suspensão; 
… As causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário NÃO 
IMPEDEM O FISCO DE REALIZAR O LANÇAMENTO DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO; (Importantíssimo!). 
… O lançamento realizado pela autoridade administrativa tem o condão 
apenas de evitar a decadência do crédito discutido, uma vez que a 
mora na resolução da lide que deu causa à suspensão pode ultrapassar 
o período decadencial previsto no CTN, impossibilitando a 
constituição do crédito pela FazendaPública, ainda que a decisão 
posterior seja desfavorável ao contribuinte ou responsável (sobre a 
decadência, veremos esta com mais detalhes na aula seguinte). 
Veja o que nos diz o STJ sobre a suspensão do crédito tributário e a 
possibilidade de lançamento do mesmo enquanto pender causa de suspensão 
da exigibilidade: 
 
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³(...) Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por 
homologação e havendo o pagamento antecipado por parte 
do contribuinte, o prazo decadencial para o lançamento de 
eventuais diferenças é de cinco anos a contar do fato 
gerador, conforme disposto no § 4º do art. 150 do CTN. (...) 
A suspensão da exigibilidade do crédito, apesar de impedir o 
Fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à 
cobrança de seu crédito, não impossibilita a Fazenda de 
proceder à regular constituição do crédito tributário para 
prevenir a decadência do direito. (REsp 1259346/SE, de 
06/12/2011)´ 
O lançamento, como comentamos, é necessário para evitar a decadência do 
crédito tributário, caso a decisão seja desfavorável ao contribuinte. Conforme 
veremos mais adiante, com a decadência é extinto o crédito tributário, não 
podendo mais o mesmo ser cobrado pela Fazenda Pública. 
Uma vez constituído o crédito tributário, e não existindo mais causa de 
suspensão da exigibilidade, aquele voltará a ser exigido. Caso ainda não 
constituído, e já observado o prazo para que se opere a decadência do crédito 
tributário, este não poderá mais ser lançado, restando a impossibilidade da 
cobrança dos valores. Repito: ainda que a lide resulte desfavorável ao sujeito 
passivo. 
Essa medida é necessária uma vez que muitos sujeitos passivos, utilizando o 
que dispõe o artigo 151 do CTN, solicitavam a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, muitas vezes, como medida protelatória. Sabendo dos 
longos prazos que a administração e, principalmente, o judiciário levavam (e 
ainda leva, em certos casos) para decidir sobre uma questão a esta 
VXEPHWLGD��R�ODSVR�GH�WHPSR�DFDEDYD�SRU�³FRPHU´�WRGR�R�SHUtRGR�TXH�R�)LVFR�
tinha para lançar os créditos tributários a tempo de não se verificar a 
decadência e a posterior cobrança do crédito tributário. 
 
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Assim, será realizado o lançamento do crédito tributário sem a 
imposição de qualquer penalidade, seja punitiva ou moratória, uma 
vez que a finalidade é apenas a de prevenir a decadência do crédito 
tributário. Terminada a lide, e sendo favorável à Fazenda Pública, esta 
iniciará os procedimentos de cobrança do crédito tributário já lançado, 
podendo, inclusive, executar o sujeito passivo, caso esse não venha a saldar 
o valor devido após a suspensão do crédito tributário discutido ou suspenso 
por outra modalidade prevista no artigo 151 do CTN. 
Nessa linha, não poderá ser aplicada multa de ofício nos lançamentos 
efetuados para prevenir a decadência, e desde que a suspensão tenha 
ocorrido antes de qualquer medida de ofício. Se após essa medida, será 
suspensa também a cobrança dos valores devidos quanto à multa de ofício, a 
qual já fará parte do lançamento realizado em nome do sujeito passivo. 
 
Terminada essa rápida apresentação sobre a suspensão, vamos ao estudo de 
cada uma das modalidades de suspensão do crédito tributário. Em frente! 
Iniciaremos pela moratória, prevista no inciso I do artigo 151 do CTN. 
 
 
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Moratória 
 
A moratória é uma das modalidades de SUSPENSÃO da exigibilidade 
do crédito tributário, estando prevista de maneira genérica no inciso I do 
artigo 151 do CTN, possuindo regulação específica nos artigos 152 a 155 do 
mesmo código. 
A moratória pode ser conceituada como uma dilação (extensão) ou 
prorrogação do prazo para pagamento de tributo pelo ente 
competente para a sua instituição, devendo, sempre, obediência ao 
que dispõe a lei concessiva. Primeiro ponto: a moratória é sempre 
concedida por meio de lei do ente competente para instituir o tributo, regra 
geral (no caso do ICMS, especificamente, será por meio de deliberação no 
âmbito do CONFAZ ± Artigo 10 da lei complementar nº 24, de 1975). 
Essa hipótese de suspensão do crédito tributário é concedida principalmente 
em razão da verificação da dificuldade de pagamento do devedor tributário ou 
de uma momentânea impossibilidade de cumprir o que determina a legislação 
tributária. Mais à frente veremos alguns exemplos. 
A instituição da moratória será sempre por meio de lei em sentido 
estrito, como já comentei. Porém, a concessão aos beneficiários poderá ser 
realizada diretamente pela própria lei (moratória em caráter geral) ou por 
meio de ato administrativo declaratório quanto ao cumprimento dos requisitos 
para a concessão previstos em lei (moratória em caráter especifico). 
Guarde bem isso: a moratória poderá ser concedida tanto em caráter GERAL 
(moratória objetiva) QUANTO ESPECÍFICO (moratória subjetiva). 
 
 
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Veja o que nos diz o artigo 152 do CTN: 
³$UW�������$�PRUDWyULD�somente pode ser concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente 
para instituir o tributo a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, 
do Distrito Federal ou dos Municípios, quando 
simultaneamente concedida quanto aos tributos de 
competência federal e às obrigações de direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade 
administrativa, desde que autorizada por lei nas 
condições do inciso anterior. 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode 
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à 
determinada região do território da pessoa jurídica de 
direito público que a expedir, ou a determinada classe 
ou categoria de sujeitos passivos�´��*ULIRV�QRVVR�� 
O inciso I dispõe sobre a moratória em caráter geral, que poderá ser 
$87Ð120$��DOtQHD�³D´��28�+(7(5Ð120$��DOtQHD�³E´��� 
 
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A moratória autônoma é aquela concedida pelo próprio ente político 
competente para instituir o tributo. Por exemplo, temos o caso em que o 
município de Itapaci/GO institui moratória quanto ao ISS, imposto de 
competência municipal. Itapaci é o ente competente para instituir o tributo, 
logo, é também o ente competente para conceder a moratória. 
Por sua vez, a moratória heterônoma é aquela concedida por ente político 
diferente do competente para instituir o tributo, sendo instituída pela União 
quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios��FRQIRUPH�GLVS}H�R�&71�HP�VHX�DUWLJR������,��³E´. PORÉM, DEVE 
SER CONCEDIDA CONCOMITANTEMENTEPARA OS TRIBUTOS 
FEDERAIS e ÀS OBRIGAÇÕES DE DIREITO PRIVADO. Esse é o tipo de 
moratória de caráter EXCEPCIONAL, SENDO AINDA DO TIPO 
CONDICIONAL. 
Assim, caso a União resolva instituir moratória quanto aos tributos cobrados 
pelo Estado de Pernambuco (IPVA e ITCMD, por exemplo), deverá também 
fazer quanto aos tributos por ela cobrados (ITR e IPI, por exemplo), bem com 
quanto às obrigações de direito privado. 
Esse último tipo de moratória é considerada inconstitucional por muitos 
estudiosos, tendo em vista os princípios do pacto federativo e da autonomia 
tributária dos entes políticos. Contudo, para efeitos de concurso, a regra 
permanece perfeitamente válida e constitucional. Porém, tenha cautela ao 
UHVSRQGHU� TXHVW}HV�PDLV� ³DEXVDGDV´�� Pela literalidade do CTN, a concessão 
de moratória heterônoma é perfeitamente válida! 
Por sua vez, a lei concessiva da moratória poderá determinar a aplicação do 
benefício a apenas determinada região do território da pessoa jurídica que a 
conceder, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. É o 
caso, por exemplo, de uma lei municipal que concede moratória quanto ao 
pagamento do ISS apenas aos contribuintes situados na zona rural do 
Município, ou apenas aos profissionais autônomos contribuintes do imposto 
municipal, tendo em vista alguma sazonalidade que impeça ou dificulte o 
pagamento do tributo por essas classes de sujeitos passivos. 
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Na situação anterior, estaremos diante da concessão de MORATÓRIA EM 
CARÁTER INDIVIDUAL, na qual os seus destinatários são pessoas 
determinadas e que deverão atender aos requisitos estabelecidos em lei para 
que possam se beneficiar do alargamento do prazo para pagamento do 
tributo. 
Como exemplo da necessidade da instituição de moratória, temos os casos 
em que uma grave enchente destrói grande parte da produção agrícola de 
determinada cidade, a qual é quase que totalmente dependente dessa 
produção agrícola. 
Para tentar ajudar os moradores e produtores rurais desse Município, a União 
institui, por meio de lei própria, moratória prorrogando por seis anos todo e 
qualquer pagamento de imposto sobre a renda, tanto para as pessoas 
jurídicas quanto para as pessoas físicas, desde que residentes no Município e 
comprovada a situação por meio de documentos definidos na lei instituidora. 
Na situação descrita acima, também estaríamos diante de um caso de 
moratória concedida em caráter individual, uma vez que possui destinatários 
certos e específicos. Essa previsão não fere o princípio da isonomia ou da 
igualdade, já que visa justamente o contrário: equalizar pessoas que, 
momentaneamente, tornaram-se desiguais por motivos alheios à sua 
vontade. 
Por outro lado, uma eventual crise econômica que atinja a economia mundial 
faz com que a União, para estimular o consumo e aquecer a economia, 
institua lei prevendo que toda contribuição para a previdência social devida 
por pessoas jurídicas e relativa aos próximos seis meses após a data de 
publicação da lei concessiva da moratória poderá ser paga parceladamente 
em até dois anos, a contar da data prevista expressamente no texto da lei 
concessiva do favor. Nesse caso, estaríamos diante de uma moratória de 
caráter geral, uma vez que não possui beneficiários determinados. 
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Como comentei anteriormente, a moratória sempre será concedida por 
meio de lei, não necessitando ser lei específica do ente competente 
(artigo 150, §6º, da CF/88). Veja a figura abaixo. 
 
O artigo 153 do CTN dispõe o seguinte sobre o que acabamos de comentar: 
³$UW�������$� lei que conceda moratória em caráter geral 
ou autorize sua concessão em caráter individual 
especificará, sem prejuízo de outros requisitos: 
I - o prazo de duração do favor; 
II - as condições da concessão do favor em caráter 
individual; 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
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b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro 
do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação 
de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada 
caso de concessão em caráter individual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo 
beneficiado no caso de concessão em caráter 
individual�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Observe que A LEI, SEM PREJUÍZO DE OUTRAS DISPOSIÇÕES QUE POSSAM 
VIR A SER NELA PREVISTAS, DEVERÁ ESPECIFICAR: 
1) O prazo de duração do favor Æ uma vez que a moratória é um favor 
temporário, não pode ser instituída por prazo indeterminado; (SEMPRE 
DEVE SER PREVISTO O PRAZO) 
2) As condições a serem preenchidas pelo sujeito passivo no caso de 
concessão em caráter INDIVIDUAL (específico); (SEMPRE) 
3) Os tributos aos quais será aplicada a moratória, caso seja relativa a 
apenas a alguns deles; (QUANDO FOR O CASO) 
4) A lei, sendo o caso, deverá especificar o número de prestações 
(poderá ser apenas um diferimento do pagamento, mas em parcela 
única, ou em várias parcelas, a critério do legislador ordinário) e o 
vencimento do prazo para pagamento dos débitos; (QUANDO FOR 
O CASO) 
5) O NÚMERO DE PARCELAS e as datas de vencimento, quando for o 
caso, poderão ser estipulados por ato da autoridade 
administrativa, nos casos de concessão em caráter individual, e 
conforme vier a prever a lei; (QUANDO FOR O CASO) 
6) Sendo o caso, quais as garantias que devem ser prestadas pelo 
beneficiário, quando concedida em caráter individual. (QUANDO FOR O 
CASO) 
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Quero que você guarde muito bem os itens apresentados acima. Esses, 
quanto ao tema desse item da aula, costumam ser bastante solicitados em 
prova. Atenção aos detalhes! 
Vamos agora ao que nos diz o artigo 154 do CTN, que possui a seguinte 
redação: 
³$UW�� ����� Salvo disposição de lei em contrário, a 
moratória somente abrange os créditos 
definitivamente constituídos à data da lei ou do 
despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha 
sido iniciado àquela data por ato regularmente 
notificado ao sujeito passivo. 
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de 
dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do 
terceiro em benefício daquele�´ 
O caput do artigo nos diz que a moratória somente abrangerá os créditos 
tributários DEFINITVAMENTE CONSTITUIDOS à data da lei (caráter 
geral) ou do despacho administrativo (caráter individual) que a conceder, 
ou ainda quanto àqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela 
mesma data (crédito tributário ainda não definitivamente constituído). Por 
sua vez, a lei poderá dispor em contrário, prevendo que a moratória seja 
aplicada ainda aos créditos tributários a serem lançados posteriormente pelo 
Fisco. Não se esqueça dessa exceção! 
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Por sua vez, a moratória não será concedida a quem houver praticado atos 
com DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO, seja do sujeito passivo ou de 
terceiros em benefício daquele. 
Por exemplo, caso uma lei concessiva de moratória estabeleça que, para que 
essa seja concedida, o sujeito passivo deverá ter renda mensal de até R$ 
6.000,00, somente com o preenchimento desse requisito, e atestado pela 
autoridade administrativa por despacho fundamentado, o beneficiário poderá 
fazer jus à moratória. 
Porém, determinado sujeito passivo, observando que ganha mais de R$ 
10.000,00, frauda documento comprovador de renda apenas para obter a 
concessão da moratória. Essa concessão, uma vez descoberta a fraude, 
deverá ser cancelada, já que a moratória não aproveita aos casos de atos 
praticados com dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou de terceiro, 
este em beneficio daquele. 
Por fim, temos o que dispõe o artigo 155 do CTN, que assim nos diz: 
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Art. 155. A concessão da moratória em caráter 
individual não gera direito adquirido e será revogado 
de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não 
satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não 
cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão 
do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de 
mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de 
dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em 
benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo 
decorrido entre a concessão da moratória e sua 
revogação não se computa para efeito da prescrição do 
direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste 
artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o 
UHIHULGR�GLUHLWR�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Quanto a esse artigo, podemos anotar o seguinte: 
0 A MORATÓRIA CONCEDIDA EM CARÁTER GERAL GERA DIREITO 
AQUIRIDO AO SUJEITO PASSIVO, ou seja, não poderá ser revogada por 
simples ato da autoridade administrativa do ente político competente; 
0 QUANDO CONCEDIDA EM CARÁTER INDIVIDUAL, NÃO GERA DIREITO 
ADQUIRIDO PARA O SUJEITO PASSIVO, observado o que dispõe o 
item seguinte; 
0 EM CARÁTER INDIVIDUAL, PODERÁ SER REVOGADA DE OFÍCIO 
SEMPRE QUE SE APURE QUE O BENEFICÍÁRIO NÃO SATISFAZIA OU 
DEIXOU DE SATISFAZER AS CONDIÇÕES OU NÃO CUMPRIA OU 
DEIXOU DE CUMPRIR OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO. 
 
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Para os casos do último item acima, em que será revogada de ofício a isenção 
concedida, o crédito tributário será cobrado com juros de mora acrescidos da 
imposição de penalidade (multa moratória e/ou punitiva) nos casos em que o 
sujeito passivo tenha praticado atos com DOLO OU SIMULAÇÃO (não inclua 
no pensamento a fraude! Muita atenção!). Caso não tenha sido 
observado dolo ou simulação do beneficiário, serão cobrados apenas os juros 
de mora. 
 
Por sua vez, no caso de haver dolo ou simulação, o tempo decorrido 
entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para 
efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito. 
Se o sujeito passivo agiu com dolo, a moratória não era devida, uma vez que 
aquele não satisfazia determinado requisito previsto na lei concessiva. E caso 
não tivesse sido observada a moratória, o crédito tributário, não sendo 
observada outra situação impeditiva, seria normalmente constituído e 
cobrado do sujeito passivo seguindo os trâmites normais previstos em lei. 
 
 
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Uma vez que o sujeito passivo agiu com dolo ou simulação, a Fazenda Pública 
não pode ser prejudicada por ter sido impedida de cobrar o crédito tributário 
por achar que o sujeito passivo agia conforma o que prescrevia a lei. Logo, o 
prazo da prescrição, que é o direito de a Fazenda proceder à cobrança do 
crédito tributário dentro do prazo de cinco anos a contar da constituição 
definitiva do crédito tributário (artigo 174 do CTN), é iniciado a partir da data 
da revogação da moratória. 
Caso não tenha havido dolo ou fraude, a revogação só pode ocorrer 
antes de prescrito o referido direito. 
 
Já quanto a juros e multas, caberá à lei concessiva de moratória estabelecer 
se sobre os valores incluídos na benesse incidirão juros e multas, podendo ou 
não ser excluídos dos valores a serem pagas pelo beneficiário. Atente bem: 
QUEM DEFINE A INCLUSÃO OU NÃO É A LEI CONCESSIVA. 
No caso de prática de atos com dolo ou simulação por parte do sujeito 
passivo, este ficará sujeito, além dos juros de mora em razão do atraso no 
pagamento dos valores devidos, às penalidades porventura previstas em lei, 
podendo ser aplicadas tanto ao próprio beneficiário quanto a terceiro agindo 
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em beneficio daquele. Dolo ou simulação = valores devidos + juros de mora 
+ penalidades cabíveis. 
Por sua vez, caso o beneficiário não tenha agido com dolo ou simulação, 
serão cobrados os valores acrescidos apenas de juro de mora, tendo em vista 
o pagamento dos valores devidos fora do prazo previsto na legislação. Sem 
dolo ou simulação = Valores devidos + juros de mora. 
Por fim, embora a redação do artigo 155 cite expressamente a revogação da 
concessão, tecnicamente o termo correto não é esse, uma vez que a 
revogação implica em juízo de conveniência ou oportunidade, o que não 
ocorre nesses casos. A atuação da autoridade administrativa é 
vinculada, devendo ser anulado o ato de concessão caso sejam 
observadas as situações previstas no caput e incisos I e II do artigo 155. Na 
figura apresentada anteriormente, embora esteja presente o termo revogação 
e o CTN faça menção ao ato dessa maneira, para os casos dos incisos I e II e 
do caput, estaremos diante de uma anulação. 
As principais características da moratória são as seguintes: 
™ Podem ser concedidas em caráter geral (sem destinatários específicos) 
ou específico/individual (sendo destinada a pessoas determinadas); 
™ A moratória em caráter geral poderá ser concedida tanto pelo ente 
político competente para instituir o tributo quanto pela União, quanto 
aos tributos dos demais entes políticos (nesse último caso, a União 
deverá, SEMPRE, conceder simultaneamente a moratória para os seus 
tributos, sem o qual resta inoperante a previsão); 
™ A moratória concedida pelo próprio ente competente para instituir o 
tributo é denominada de moratória autônoma, enquanto a concedida 
pela União quanto aos tributos dos demais entes é classificada como 
moratória heterônoma; 
™ Quando concedida em caráter individual, dependerá de despacho 
fundamentado da autoridade competente, que deverá ser indicada na 
lei concessiva; 
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™ A lei que conceder a moratória, seja em caráter individual ou geral, 
deverá especificar, dentre outros elementos: o prazo de duração do 
favor, as condições para a concessão, os tributos aos quais se aplica 
(quando não seja a apenas um), o número de prestações e vencimentos 
(no caso de parcelamento dos valores devidos, além da extensão do 
prazo para pagamento) e as garantias que devem ser fornecidas pelos 
beneficiados; 
™ A moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à 
data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já 
tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao 
sujeito passivo, ou seja, a moratória é aplicada apenas ao passado, não 
regulando situações futuras à sua concessão, EXCETO SE HOUVER 
DISPOSIÇÃO EXPRESSA DE LEI EM CONTRÁRIO (PRESTE 
ATENÇÃO!). 
 
 
(Questão 03) Sobre a moratória, hipótese de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, podemos dizer que: 
a) pode ser concedida por despacho da autoridade administrativa, desde que 
em condições específicas. 
b) pode ser concedida por despacho da autoridade administrativa, em 
quaisquer casos, incondicionalmente. 
c) não pode ser concedida em caráter individual. 
d) não pode, em nenhuma hipótese, ser concedida pela União em relação a 
tributos de competência estadual. 
e) a lei que a prever não poderá restringi-la a determinada região do 
território do ente tributante. 
 
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Alternativa a) Correta. A moratória pode ser concedida em caráter geral, 
hipótese em que não há necessidade de despacho da autoridade 
administrativa, ou em caráter específico, situação em que há essa 
necessidade para fins de reconhecimento do direito do sujeito passivo a ser 
beneficiado. 
Alternativa b) Incorreta. Quando concedida em caráter específico, a 
moratória deve ser concedida por despacho da autoridade administrativa, que 
irá verificar a preenchimento dos requisitos necessários para a fruição do 
beneficio. 
Alternativa c) Incorreta. Conforme o artigo 152, II, do CTN, a moratória 
pode ser concedida em caráter individual, por despacho da autoridade 
administrativa, desde que autorizada por lei. 
Alternativa d) Incorreta. Tema polêmico. Mas, como vimos, o CTN possui 
essa disposição referente à concessão de moratória heterônoma, a qual é 
proibida, segundo a melhor doutrina. 
Alternativa e) Incorreta. Conforme o artigo 152, parágrafo único, do CTN, 
a lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua 
aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito 
público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos 
passivos. 
 
 
Finalizadas as disposições relativas à moratória, vamos à segunda hipótese de 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário: o depósito do montante 
integral. Em frente, espartanos! 
 
 
 
 
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Depósito do Montante Integral 
 
A segunda modalidade de suspensão do crédito tributário está prevista no 
inciso II do artigo 151: o depósito do montante integral. Essa hipótese de 
suspensão decorre de um ato voluntário do sujeito passivo, que poderá 
optar por utilizá-la ou não. Assim, o depósito do montante integral é um 
direito subjetivo do sujeito passivo, cabendo somente a este o seu 
exercício, não dependendo de autorização judicial ou administrativa. 
 
O depósito do montante integral pode ser conceituado com o ato em que o 
sujeito passivo deposita, em conta oficial aberta em uma instituição 
financeira e determinada pelo Ente político, o valor cobrado pelo Fisco 
para que seja suspensa a exigibilidade do crédito tributário até que venha a 
ser proferida decisão sobre a procedência ou não dos valores cobrados pela 
Fazenda Pública. Esse procedimento é bastante comum na via judicial, sendo 
relativamente pouco utilizado na seara administrativa. 
Discordando do que lhe foi imposto, o sujeito passivo deposita o valor 
cobrado, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário e instaura o 
processo administrativo, caso o lançamento esteja sendo discutido nessa 
órbita. Ao fazer isso, e caso a decisão seja a ele desfavorável, não incidirão 
multas, juros de mora e acréscimos moratórios junto ao sujeito passivo, 
ainda que o litígio demore dez anos para ser solucionado. Com a suspensão, 
resta impossibilitado também o processo de cobrança. 
 
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Observou o que nos diz a parte final da decisão do STF transcrita 
anteriormente? Uma vez efetuado o depósito do montante integral do valor 
questionado, esse não poderá, até a decisão final do processo, ser levantado 
pelo sujeito passivo, passando a ficar indisponível a esse. Os valores passam 
a ficar vinculados ao resultado da decisão da demanda em cujos autos de 
efetivou o depósito, somente podendo ser utilizados para essa demanda e em 
relação ao(s) tributo(s) ou multa(s) objeto da lide específica. 
Assim, se a decisão for favorável, no todo ou em parte ao sujeito passivo, os 
valores serão também devolvidos na mesma proporção (total ou 
parcialmente). Porém, caso a decisão seja desfavorável, os valores serão 
convertidos em renda do ente político competente, extinguindo o crédito 
tributário. 
³(� HVVH� WHUPR µLQWHJUDO¶�� SUHVHQWH� QR� WH[WR� GD� PRGDOLGDGH�� TXHU� GL]HU�
exatamente o que diz, professor? O depósito, para ser aceito, 
necessariamente tem que ser no valor integral?´ 
Tenha certeza que sim. Somente o depósito do montante integral do débito 
tem o poder de suspender a exigibilidade do crédito tributário. Nem adiante 
Virgulino chegar na repartição e querer suspender apenas 20% do valor do 
crédito tributário. Ele pode até fazer o depósito, mas ele não terá o condão de 
suspender a exigibilidade do crédito tributário em razão do que dispõe o 
artigo 151, II, do CTN. 
Agora eu pergunto a você: e esse valor integral é o quê? É o que o sujeito 
passivo entende ser ou o cobrado pelo Fisco? Como o próprio nome nos diz, o 
depósito deve corresponder ao VALOR INTEGRAL DO DÉBITO E ÀQUELE 
COBRADO PELO FISCO, E NÃO AO QUE O CONTRIBUINTE ENTENDA 
SER DEVIDO. O valor depositado não poder ser parcial. 
 
 
 
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Assim, caso tenha sido lavrado auto de infração contra Norberto no valor de 
R$ 40.000,00 e este entenda que somente R$ 10.000,00 são devidos, não 
poderá depositar em juízo apenas esse valor, devendo, caso queira suspender 
a exigibilidade do crédito tributário, depositar todo o valor lançado. Nem 
poderá depositar também, por outro lado, os R$ 30.000,00 que entende ser 
indevido. 
E esse valor depositado é em dinheiro, bens, bovinos, moedas raras, o quê? 
Outra boa pergunta, não é? Para responder essa pergunta,basta 
simplesmente observar o que dispõe o STJ. Veja o que nos diz a Súmula nº 
112 desse tribunal: 
³2� GHSRVLWR� VRPHQWH� VXVSHQGH� D exigibilidade do credito 
tributário se for integral e em dinheiro�´ 
Observe um ponto importante da Súmula: o depósito, além de integral, 
DEVERÁ SER EM DINHEIRO, não podendo ser penhorado bens, dados 
valores em garantia, imóveis ou outro tipo de bem. 
Como eu já havia comentado, solucionada a demanda, sendo esta favorável 
ao sujeito passivo, os valores por ele depositados serão devolvidos em sua 
integralidade (caso a decisão seja totalmente favorável) ou parcialmente 
(caso sejam devidos valores, mas menores do que os anteriormente cobrados 
pelo Fisco). Essa previsão será observada ainda que existam outros débitos 
devidos pelo sujeito passivo. 
Por exemplo, suponha que um determinado contribuinte esteja em débito 
com a União quanto a valores devidos em relação ao IPI e ao IRPJ, sendo R$ 
20.000,00 quanto a este e R$ 50.000,00 quanto àquele. 
Discordando da cobrança efetuada em relação ao IPI, o sujeito passivo efetua 
o depósito do montante integral de R$ 20.000,00, suspendendo a 
exigibilidade do crédito tributário quanto a esse tributo. Nada faz quanto ao 
IRPJ, nem mesmo pagá-lo. 
 
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Sobrevindo a decisão final, a administração tributária entende que o valor 
devido pelo sujeito passivo era de apenas R$ 15.000,00. Logo, esses valores 
são convertidos em renda para a União e os R$ 5.000,00 são devolvidos ao 
sujeito passivo. 
³(�SRU�Tue a União não utiliza o R$ 5.000,00 para saldar parte do IRPJ devido 
SHOR�VXMHLWR�SDVVLYR"´ 
Lembra-se do que falei anteriormente quanto à vinculação dos valores ao 
objeto da lide instaurada pelo sujeito passivo? Os valores passam a ficar 
vinculados ao resultado da decisão da demanda em cujos autos de efetivou o 
depósito, somente podendo ser utilizados para essa demanda e em relação 
ao(s) tributo(s) ou multa(s) objeto da lide específica. Logo, a União deverá 
devolver a parte não devida, independentemente de o sujeito passivo dever 
R$ 1,00 ou R$ 1.000.000,00. Essas dívidas são outros quinhentos... - 
Veja o que nos diz o STJ sobre o tema: 
³2�GHSyVLWR�LQLELWyULR�GH�DomR�ILVFDO��&71��DUW�������GHYH�VHU�
devolvido ao contribuinte em caso de este ser vitorioso na 
ação a ele relativa. Não é lícito ao Fisco apropriar-se de tal 
depósito a pretexto de que existem outras dívidas do 
contribuinte, oriundas de outros tributos. Semelhante 
apropriação atenta contra a coisa julgada. (REsp 297115/SP, 
GH�������������´ 
Porém, caso a decisão seja desfavorável ao contribuinte, haverá a 
conversão do depósito por ele efetuado em renda do ente político, devendo os 
valores depositados ser definitivamente destinados aos cofres públicos. Ao 
haver a conversão do depósito em renda, opera-se uma das modalidades de 
extinção do crédito tributário (artigo 156, VI, do CTN), a serem vistas em 
aula específica. 
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Caso interessante se mostra no caso de o sujeito passivo querer depositar 
apenas os valores que seriam devidos caso ele pagasse o valor cobrado à 
vista e, em razão disso, obtivesse o desconto. Ele não pagou nada, mas quer 
depositar como se o tivesse feito. Veja o que o STJ fala sobre o tema: 
³���������$�WHVH�UHFXUVDO�OLPLWD-se a questionar se o alcance do 
conceito de "depósito integral" apto a suspender a 
exigibilidade do crédito tributário (art. 151, inciso II, do CTN) 
deve levar em consideração o desconto concedido pela 
Administração Tributária para pagamento a vista. 
Inaplicabilidade da Súmula 7/STJ à espécie. 
2. "O depósito do crédito tributário com o desconto previsto 
para pagamento à vista, por não ser integral, não tem o 
condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. 
(AgRg no AREsp 186769/SP, de 11/09/2012)" 
É importante sabermos também que os valores depositados pelo sujeito 
passivo somente poderão ser levantados (devolvidos) ou convertidos em 
renda após o trânsito em julgado da decisão nos casos em que esta seja 
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favorável àquele. O juiz, por ato próprio, não poderá autorizar nem a 
conversão nem a devolução antes da decisão definitiva. 
³6RPHQWH� SRGHUi� VHU� OHYDQWDGR�� RX� FRQvertido em renda, o 
depósito judicial destinado a suspender a exigibilidade do 
credito tributário, após o transito em julgado da 
sentença���506������')��GH�������������´ 
Por sua vez, há casos em que os valores podem ser levantados antes da 
decisão, mas, nessas situações, deve haver outro meio de suspensão da 
exigibilidade. Caso não, fica mantida a impossibilidade de levantamento antes 
da decisão final: 
³2� GHSyVLWR� MXGLFLDO� HP� PDQGDGR� GH� VHJXUDQoD�� FRP� R�
objetivo de suspender-se a exigibilidade do crédito tributário, 
pode ser levantado a qualquer tempo, se garantido o 
impetrante com liminar (art. 151, IV do CTN). 
3. Diferentemente, em ação ordinária, o depósito 
judicial para tal fim não pode ser levantado, senão 
após o trânsito em julgado da sentença. (REsp 
������3(��GH������������´��*ULIRV�QRVVR�� 
Por sua vez, é INCONSTITUCIONAL a exigência de depósito prévio como 
pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo ou judicial. Essa 
previsão, conforme o STF, viola a garantia constitucional de acesso ao Poder 
Judiciário e o princípio do contraditório e da ampla defesa, presentes, 
respectivamente, nos incisos XXXV e LV do artigo 5º da CF/88. 
Veja o que nos diz a Súmula Vinculante nº 28 do STF: 
³e� inconstitucional a exigência de depósito prévio como 
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se 
SUHWHQGD�GLVFXWLU�D�H[LJLELOLGDGH�GH�FUpGLWR�WULEXWiULR�´ 
Como efeito da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, fica 
concedido ao sujeito passivo o direito de obter certidão positiva com efeitos 
de negativa, conforme o artigo 206 do CTN. Entretanto, até a solvência dos 
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débitos, ainda que suspensos, o sujeito passivo não poderá obter certidão 
negativa de débitos (CND). 
Por sua vez, como veremos mais detalhadamente ao estudarmos a 
consignação em pagamento (causa de extinção do crédito tributário ± Artigo 
156, VIII, do CTN), há uma grande diferença entre o depósito do montante 
integral e a consignação em pagamento. No depósito do montante 
integral o sujeito passivo não quer pagar, enquanto que na 
consignação há a vontade de pagar. 
 
Outro ponto importante é o que decidiu o STJ na seguinte decisão abaixo: 
³������ ��� Com o depósito do montante integral, tem-se 
verdadeiro lançamento por homologação. O 
contribuinte calcula o valor do tributo e substitui o 
pagamento antecipado pelo depósito, por entender 
indevida a cobrança. Se a Fazenda aceita como integral 
o depósito, para fins de suspensão da exigibilidade do 
crédito, aquiesceu expressa ou tacitamente com o 
valor indicadopelo contribuinte, o que equivale à 
homologação fiscal prevista no art. 150, § 4º, do CTN. 
2. Uma vez ocorrido o lançamento tácito, encontra-se 
constituído o crédito tributário, razão pela qual não há mais 
falar no transcurso do prazo decadencial nem na 
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necessidade de lançamento de ofício das importâncias 
depositadas. Precedentes da Primeira Seção. 
3. A extinção do processo sem resolução de mérito, salvo o 
caso de ilegitimidade passiva ad causam, impõe a conversão 
do depósito em renda da Fazenda Pública respectiva. (AgRg 
QR�5(VS���������63��GH������������´ 
Para o STJ, uma vez efetuado o depósito do montante integral pelo sujeito 
passivo de determinada quantia, e sendo esta aceita como sendo a que o 
Fisco entende ser a devida em razão da suspensão da exigibilidade, fica o 
crédito tributário lançado por homologação, não se falando mais em 
ocorrência do prazo decadencial e em necessidade de eventuais lançamentos 
de ofício. O crédito tributário encontra-se constituído no momento em que o 
contribuinte calcula o valor do tributo e substitui o pagamento antecipado 
pelo depósito, por entender indevida a cobrança. 
 
 
(Questão 04) Contribuinte "ABC" ingressa com medida judicial na qual 
obtém medida liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário. No 
decurso do processo, a medida liminar vem a ser cassada pelo referido Juízo. 
Nesse contexto, 
a) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não mais será aplicável, 
exceto se o contribuinte promover o depósito judicial do montante integral. 
b) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário será mantida até o 
julgamento final do processo em instância. 
c) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário será mantida até o 
julgamento do agravo de instrumento, independentemente dos efeitos de seu 
recebimento. 
 
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d) a liminar não pode suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas 
apenas a tutela antecipada. 
e) os efeitos da sentença somente serão aplicáveis após 90 dias de sua 
publicação, com base no princípio constitucional da anterioridade mitigada. 
De acordo com o artigo 151, II e V, do CTN, tanto a concessão de medida 
liminar quanto o depósito do montante integral suspendem a exigibilidade do 
crédito tributário. Restando caVVDGD� D� OLPLQDU�� H� D� FRQVHTXHQWH� ³GHV-
VXVSHQVmR´� GR� FUpGLWR� WULEXWiULR�� VRPHQWH� FRP� D� XWLOL]DomR� GH� RXWUD�
modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário o contribuinte 
não terá os valores devidos cobrados pela Fazenda Pública, como é o caso do 
depósito do montante integral. Sem a suspensão, o crédito tributário volta a 
ser novamente exigido pela Fazenda Pública. 
Logo, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
 
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Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
Processo Administrativo Tributário 
 
Outra modalidade de suspensão do crédito tributário está prevista no inciso 
III do artigo 151 do CTN, dispondo sobre as reclamações e os recursos, 
nos termos das leis reguladoras do processo administrativo 
tributário. 
As reclamações e os recursos administrativos podem ser entendidos como as 
diversas espécies de impugnações administrativas apresentadas pelos 
sujeitos passivos perante a Administração Tributária em razão dos valores 
cobrados por esta e que aqueles entendem ser indevidos. 
Ao discordarem de qualquer imposição tributária ou de alguma penalidade 
pecuniária, é conferido aos sujeitos passivos o direito de contestar o que 
entenderem indevido, sendo assegurados o contraditório e a ampla defesa, 
com todos os meios e recursos a eles inerentes, conforme previsão contida no 
artigo 5º, LV, da CF/88: 
³Art. 5º (...) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
O CTN prevê, em seu artigo 145, I, que o lançamento regularmente notificado 
ao sujeito passivo somente poderá ser alterado, entre outras duas outras 
situações (de ofício e em razão de recurso de ofício), por meio de impugnação 
deste. 
Ao apresentar qualquer recurso ou reclamação em matéria tributária, o 
sujeito passivo estará suspendendo qualquer exigência a ele imposta e que 
reputa ser indevida, desde que dentro dos prazos e das normas reguladoras 
do processo administrativo. Ou seja, o recurso ou a reclamação, conforme o 
caso, deve ser TEMPESTIVO e dentro do que prevê a legislação tributária 
processual. Sendo intempestivo (fora do prazo), o recurso ou a reclamação 
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não será conhecido, não sendo suspensa, por consequência, a exigibilidade do 
crédito tributário. 
Suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, fica o sujeito ativo 
impedido de efetuar qualquer tipo de cobrança junto ao sujeito 
passivo até que seja exarada decisão sobre a aceitação ou não dos 
argumentos apresentados por este, seja em grau de recurso, seja em 
grau de impugnação. Uma vez suspensa a exigibilidade, fica também proibida 
a inscrição do crédito tributário em dívida ativa do Ente político competente. 
Outro efeito importante é a possibilidade, enquanto suspenso o crédito 
tributário, da emissão de certidão positiva com efeitos de negativa, 
tema estudado em aula específica. 
As reclamações (impugnações ou defesas) são aquelas apresentadas juntos 
aos próprios órgãos encarregados da imposição tributária, sendo geralmente 
junto ao próprio Auditor Fiscal ou a um setor competente para a revisão do 
lançamento imposto. Ou seja, existe apenas a representação da Fazenda 
Pública, que julgará os atos por ela mesma exarados. 
Por sua vez, os recursos são aqueles destinados a promover um novo 
julgamento da imposição tributária imputada ao sujeito passivo. Nesse caso, 
há uma petição a um órgão de instância superior ao que exarou a primeira 
decisão ou o lançamento efetuado. 
O CTN não nos diz os atos compreendidos no conceito de recurso ou de 
reclamação necessários a impugnação administrativa do sujeito passivo. 
Sobre isso, veja o que nos diz o STJ sobre o tema: 
³$�H[LJLELOLGDGH�GR�FUpGLWR� WULEXWiULR� ILFD�VXVSHQVD�HP�UD]mR�
de qualquer impugnação do contribuinte à cobrança do 
tributo. (...) 
Uma vez realizado o lançamento ou provocada a 
Administração, por iniciativa dos contribuintes ou mesmo ex 
officio, abre-se a instância de revisão, formando-se o 
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procedimento administrativo tributário, que será regido nos 
termos da lei (art. 151, III, do CTN). 
Assim, a manifestação administrativado contribuinte 
suscitando a compensação tributária equivale a 
verdadeira desconformidade quanto à arrecadação do 
tributo, abrindo o processo administrativo fiscal de que 
trata o art. 151, III, do CTN. Esse é o espírito legislativo do 
referido inciso. 
Não há, dentro desse quadro, como entender-se ocorrido o 
afastamento da taxatividade que deve ser própria ao art. 151 
do CTN para se considerar tal interpretação como ampliativa 
ou extensiva. O que está fazendo o STJ é tão-somente 
interpretar o real sentido do art. 151, III, do CTN, que sugere 
a suspensão da exigibilidade do tributo quando existente 
uma impugnação do contribuinte à cobrança do tributo, 
qualquer que seja esta. (REsp 1149115/PR, de 
�����������´ 
Sendo impugnada de alguma forma a imposição tributária, e dentro dos 
prazos previstos na legislação tributária, hipótese em que teremos uma 
impugnação tempestiva, instaura-se a fase litigiosa do processo e a 
consequente suspensão da exigibilidade do crédito tributário, qualquer que 
seja a natureza dessa impugnação. 
Um ponto muito importante é o pedido de compensação ser entendido como 
uma inconformidade do sujeito passivo, suspendendo a exigibilidade do 
crédito tributário, sendo observados todos os efeitos inerentes à suspensão 
(impossibilidade de cobrança e execução do sujeito passivo). 
Ainda quanto ao tema, temos hoje como sendo inconstitucional a exigência 
prévia de qualquer tipo de depósito em dinheiro ou o arrolamento prévio de 
bens ou valores como condição de admissibilidade de recurso na esfera 
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administrativa, sendo aplicada a todas as esferas da federação. Tanto é assim 
que o STF editou a seguinte Súmula Vinculante, de número 21: 
³6~PXOD� 9LQFXODQWH� 67)� Qž� ���� É inconstitucional a 
exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro 
ou bens SDUD� DGPLVVLELOLGDGH� GH� UHFXUVR� DGPLQLVWUDWLYR´ 
(Grifos nosso) 
Assim, será inconstitucional a lei que determina que o sujeito passivo deverá, 
por exemplo, depositar previamente à admissibilidade do recurso/reclamação 
o montante de 20% do valor da imposição tributária a ele imputada. O 
mesmo aconteceria caso fosse exigida qualquer garantia, seja em bens ou em 
valores. 
Por fim, qualquer ação judicial impetrada pelo sujeito passivo em relação a 
tema sobre o qual haja recurso ou reclamação na órbita administrativa 
implica em desistência automática do poder de recorrer junto a esta 
esfera, bem como na desistência do recurso porventura já interposto. É 
o que prevê o artigo 38 da Lei de Execuções Fiscais (lei federal nº 6.830/80), 
ao menos na órbita federal. 
³$UW�� ��� - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, 
salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de 
repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da 
dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do 
débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e 
multa de mora e demais encargos. 
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação 
prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de 
recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso 
DFDVR�LQWHUSRVWR�´ 
 
 
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 CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA E 
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA EM 
OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL 
 
O mandado de segurança pode ser definido brevemente como sendo o 
remédio jurídico utilizado para resguardar direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus nem habeas data, sempre que, ilegalmente ou 
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou 
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria 
for e sejam quais forem as funções que esta exerça. 
Ou seja, se a autoridade administrativa impõe ao sujeito passivo o 
pagamento de determinados valores a título de tributo, não cabe a este 
apenas recusar-se a pagar. Uma vez que não pode, regra geral, ser desfeito o 
lançamento operado pela autoridade administrativa, e entendendo o sujeito 
passivo ser ilegal a cobrança, pode este recorrer ao Judiciário para ver 
resguardado seu direito de não ter seu patrimônio subtraído pela tributação 
injusta. 
A medida a ser tomada junto ao judiciário, para que se suspenda a 
exigibilidade do crédito tributário, será denominada de medida liminar 
(medida provisória, de caráter remediador, enquanto não seja proferida a 
decisão), desde que presentes os pressupostos para a sua concessão, quais 
sejam: a plausibilidade da alegação (fumo boni juris) e a urgência do pedido 
quanto aos efeitos que possam vir a ser observados (periculum in mora). A 
concessão de medida liminar não é a decisão final quanto ao mandado de 
segurança, mas apenas uma medida preventiva e, digamos, mais rápida de o 
direito do sujeito passivo não ser atingido, caso verificada alguma 
irregularidade na imposição tributária ou desnecessidade desta. 
O mandado de segurança, bem como a concessão de medida liminar, está 
regulado na lei federal nº 12.016, de 07 de agosto de 2009. Por sua vez, e 
conforme contido na referida lei, o mandado de segurança não pode ser 
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ajuizado contra lei em tese, mas apenas ao caso concreto. Essa é a 
previsão constante na Súmula STF nº 266, que assim nos diz em seu texto: 
³1mR�FDEH�PDQGDGR�GH�VHJXUDQoD�FRQWUD�OHL�HP�WHVH�´ 
Como características principais do mandado de segurança, temos o seguinte: 
1) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica 
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de 
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções 
que exerça. 
2) Equiparam-se às autoridades, para efeitos de concessão do mandado de 
segurança, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de 
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do 
poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
3) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial 
praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço 
público. 
4) Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, 
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. 
5) Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
x de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução; 
x de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
x de decisão judicial transitada em julgado. 
6) Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a 
compensação de créditos tributários e a entrega de mercadorias e bens 
provenientes do exterior. 
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7) Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão 
até a prolação da sentença. 
8) O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 
120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado. 
O mandado de segurança poderá ser concedido contra lei tributária em 
tese e com efeitos imediatos e concretos na esfera patrimonial do 
sujeito passivo, conforme decisão do STJ, uma vez que as leis dessa 
natureza se revestem de poder para invadir o patrimônio do contribuinte, 
afastando a aplicação da Súmula do STF vista anteriormente: 
³e�FDEtYHO�PDQGDGR�GH�VHJXUDQoD�FRQWUD�QRUPD�tributária de 
aplicabilidade imediata, capaz de produzir efeitos concretos 
na esfera patrimonial dos contribuintes, o que afasta a 
aplicação da Súmula 266/STF. (RMS 10832/AC, de 
������������´ 
De pronto, já identificamos o seguinte: a concessão de medida liminar é um 
instituto privativo do poder judiciário, que poderá suspender a exigibilidade 
do crédito tributário. Essa previsão vale tanto para a concessão de medida 
limitar em mandado de segurança quanto para a concessão de medida liminar 
ou de tutela antecipada nas demais espécies de ações judiciais. 
 
Entretanto, um ponto muito importante deve ser bem memorizado por você: 
A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, OU 
AINDA DE TUTELA ANTECIPADA OU MEDIDA LIMINAR EM OUTRAS ESPÉCIES 
DE AÇÃO JUDICIAL APENAS SUSPENDEM A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO, NÃO IMPEDINDO JAMAIS A FAZENDA DE EFETUAR O 
LANÇAMENTO. 
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A explicação é simples: se o contribuinte não pode esperar a decisão final do 
judiciário sobre a exigibilidade ou não do crédito tributário devido, o mesmo 
não pode acontecer com a Fazenda Pública, que pode ver esvaecido o seu 
direito de cobrar o crédito tributário em razão da decadência, causa de 
extinção do mesmo. 
A exigibilidade, repito, permanecerá suspensa, não podendo ser 
exigido nenhum valor até a decisão final do judiciário, o que, por 
consequência, NÃO impede a lavratura de auto de infração contra o 
sujeito passivo, apenas com o fim de constituir o crédito tributário. 
Por sua vez, a obtenção da medida liminar pode se dar antes ou depois do 
lançamento do credito tributário, sendo indiferente. Se for concedida antes, 
terá o condão declaratório, embora não possa, em nenhuma hipótese, 
impedir a autoridade de lançar o crédito tributário. Caso seja concedido 
depois do lançamento, terá o efeito anulatório quanto ao lançamento. 
Atualmente existem apenas duas causas de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário em razão de ato emanado do Poder Judiciário, quais sejam: 
™ CONCESSÃO de medida liminar em mandado de segurança (inciso IV do 
artigo 151 do CTN); 
™ CONCESSÃO de medida liminar ou de tutela antecipada em outras 
espécies de ação judicial (inciso V do artigo 151 do CTN). 
Um ponto muito importante para a sua prova, caro aluno: O QUE SUSPENDE 
A EXIGIBILIDADE É A CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR, E NÃO O 
SIMPLES PROTOCOLO DO PEDIDO NO JUDICIÁRIO. MUITA ATENÇÃO 
COM O ELABORADOR MAIS MINUNCIOSO. Nada impede que o sujeito passivo 
solicite a medida liminar e não seja atendido pelo juiz competente. Nesses 
casos, por óbvio, não haverá a suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário. 
Vamos agora à última modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário: o parcelamento. 
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Parcelamento 
 
A última causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário está 
contida no inciso VI do artigo 151 do CTN: o parcelamento. Essa modalidade, 
assim como a moratória, possui disposições específicas no corpo do CTN, 
presentes no artigo 155-A, acrescentado pela lei complementar federal nº 
104, de 2001. 
O parcelamento é o ato comissivo do sujeito passivo que tem por 
finalidade acertar suas contas com a Fazenda Pública, vindo a saldar 
o débito existente junto a esta, mas não de uma vez só, e sim de 
forma parcelada. Ao acertar o parcelamento, ficará suspenso qualquer ato 
de cobrança do crédito tributário. 
Como regra do parcelamento, uma vez descumprido o acordo, por meio 
do não pagamento das parcelas acertadas, o parcelamento é 
rescindido e os valores voltam a ser novamente exigíveis. Caso 
cumpra o que foi acordado, faz jus o sujeito passivo à obtenção de 
Certidão Negativa com Efeitos de Positiva, conforme o artigo 206 do 
CTN. Após pagas todas as parcelas, o crédito tributário é extinto. 
O artigo 155-A nos diz o seguinte quanto ao parcelamento: 
³$UW�� ���-A. O parcelamento será concedido na forma e 
condição estabelecidas em lei específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o 
parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência 
de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as 
disposições desta Lei, relativas à moratória. 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de 
parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. 
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§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o 
deste artigo importa na aplicação das leis gerais de 
parcelamento do ente da Federação ao devedor em 
recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o 
prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei 
federal específica�´��*ULIRV�QRVVR�� 
O caput do artigo 155-A traz uma informação importante, dispondo que o 
parcelamento deverá ser regulado por meio de lei específica. Ou seja, 
a lei que conceder o parcelamento deverá cuidar apenas desse tema, 
diferentemente da moratória, que não necessita de lei específica. Esse é o 
ponto que distingue os dois institutos, bastante semelhantes entre si e nos 
seus objetivos. 
 
Ainda quanto à lei específica relativa ao parcelamento, essa também 
estabelecerá as condições de parcelamento dos créditos tributários do 
devedor em recuperação judicial, procedimento determinado pela lei federal 
nº 11.101, de 2005. 
Caso essa lei específica quanto ao parcelamento do devedor em recuperação 
judicial não venha a ser editada, deverá ser aplicada a LEI GERAL de 
parcelamento do ente da federação. 
Por sua vez, o prazo de parcelamento dos demais entes políticos não 
poderá ser inferior ao concedido em lei federal específica. Ou seja, 
caso a União estabeleça em lei geral de parcelamento que o prazo máximo de 
parcelamento dos débitos de seus devedores tributários seja de, por exemplo, 
60 meses, o Estado de Pernambuco não poderá editar lei específica sobre 
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parcelamento dos seus créditos tributários com prazo máximo de 50 meses, 
por exemplo. Esse prazo deverá ser igual ou superior a 60 meses, conforme a

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