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Atuacao da fisioterapia no tratamento da ulcera venosa cronica estudodecaso

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1 
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ÚLCERA 
VENOSA CRÔNICA: estudo de caso. 
 
PROCEDURE OF PHYSIOTHERAPY IN THE TREATMENT OF CHRONIC 
VENOUS ULCERS: a case study. 
 
Marielle Pereira de Lima¹, Vanessa Grasiele Soares², Viviane Domingues do Nascimento³, Sabrina 
Gomes de Morais
4
. 
 
1- Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador 
Valadares-MG. E-mail: marilima.2007@hotmail.com. 
2- Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador 
Valadares-MG. E-mail: soares-van@hotmail.com. 
3- Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador 
Valadares-MG. E-mail: vivianedomingues_fisio@hotmail.com. 
4- Orientadora Professora da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares-
MG. E-mail: sagomesmorais@yahoo.com.br. 
 
RESUMO 
Introdução: As úlceras venosas crônicas (UVCs) ocorrem devido à insuficiência no retorno venoso. 
No Brasil, constituem um grave problema de saúde pública, embora os registros desses atendimentos 
sejam escassos. Entretanto, apesar das grandes repercussões relacionadas à úlcera venosa crônica 
existem poucos estudos que relatam o seu tratamento conservador, principalmente fisioterapêutico. 
Objetivo: Avaliar os efeitos do tratamento fisioterapêutico em um paciente com úlcera venosa 
crônica, atendido no Ambulatório de Lesões da Universidade Vale do Rio Doce. Metodologia: Trata-
se de um estudo de caso, desenvolvido no período de março a junho de 2009. A amostra constou de 
um sujeito, do sexo masculino, com 55 anos de idade, cadastrado e em tratamento no referido 
ambulatório com diagnóstico clínico de UVC há 41 anos, localizada em membro inferior esquerdo, 
estendendo – se posteriormente de maléolo a maléolo. As variáveis avaliadas foram: retorno venoso, 
marcha, equilíbrio e mobilidade da articulação do tornozelo. O tratamento teve duração de doze 
semanas. Resultados: Foi observada melhora no retorno, na marcha, no equilíbrio e na amplitude do 
movimento de flexão plantar. Conclusão: Os dados obtidos neste estudo demonstraram resultados 
satisfatórios do tratamento fisioterapêutico. No entanto, faz-se necessário que sejam realizados mais 
estudos, com maior número de sujeitos, visando garantir evidência científica para tais intervenções. 
Palavras-chave: Úlcera venosa. Tratamento. Fisioterapia. 
ABSTRACT 
 
Introduction: The chronic veined ulcers (UVCs) occur due to the inadequacy in the veined return. In 
Brazil, they constitute a serious problem of public health, although the registrations of those services 
are scarce. However, in spite of the great repercussions related to the chronic veined ulcer there are 
few studies that mention its conservative treatment, mainly in the physiotherapy. Objective: To 
evaluate the effects of this treatment in a patient with chronic veined ulcer, assisted at the Clinic of 
Lesions of Rio Doce Valley University. Methodology: It is a case study, developed in the period from 
March to June, 2009. The sample consisted of a subject, masculine gender, 55 years old, registered 
and in treatment in referred clinic with clinical diagnosis of UVC 41 years ago, located in left inferior 
member, extending - if later from maléolo to maléolo. The appraised variables were: veined return, 
marches, balance and mobility of the ankle articulation. The treatment had the duration of twelve 
weeks. Results: A reduction was observed recovery in the return, in the march, in the balance and in 
the wideness of the plantar flexing movement. Conclusion: The data obtained in this study 
demonstrated satisfactory results of the physiotherapy treatment. However, it is necessary that more 
studies are achieved, with larger number of subjects seeking to guarantee scientific evidence for such 
interventions. 
Keywords: Veined ulcer. Treatment. Physiotherapy. 
 
 2 
1 INTRODUÇÃO 
 
Úlcera é uma solução de continuidade, 
aguda ou crônica, de uma superfície epidérmica, 
dérmica ou mucosa, que pode ser acompanhada 
de processo inflamatório (FERREIRA, 2001). 
Nos membros inferiores, os três principais tipos 
de úlcera são: arteriais, neuropáticas e venosas, 
sendo a última com prevalência de 80% dos 
casos (ZUFFI, 2009). 
As úlceras venosas crônicas (UVCs) 
também chamadas de úlceras varicosas ou 
úlceras de estase venosa acontecem devido à 
insuficiência venosa crônica por varizes 
primárias, seqüela de trombose profunda, 
anomalias valvulares venosas ou outras causas 
que interferem no retorno venoso. As 
características clínicas são hipertermia de 
extremidade, presença de varizes, alterações 
cutâneas como eczema, esclerose e 
hiperpigmentação (BRASIL, 2002). 
 Podem ser únicas ou múltiplas, possuir 
tamanhos e localizações variadas, porém 
ocorrem freqüentemente na porção distal dos 
membros, particularmente na região do maléolo 
medial. Em algumas circunstâncias podem 
ocorrer na porção superior da panturrilha e nos 
pés. Sua freqüência tem crescido em 
concordância com o aumento da expectativa de 
vida da população mundial, e a prevalência 
também vem sendo modificada, sendo maior em 
pessoas acima dos 65 anos, predominando no 
gênero feminino (ABBADE e LASTÓRIA, 2006). 
Nos Estados Unidos da América (EUA) 
cerca de 1,0% da população apresentou ou 
apresenta UVC. O tratamento desta moléstia 
gera custo anual de mais de 1 bilhão de dólares, 
não considerando o impacto econômico 
associado às alterações no estilo de vida, aos 
dias de trabalho perdidos e às internações 
freqüentes (BONGIOVANNI, HUGHES, 
BOMENGEN, 2006). 
No Brasil, as úlceras também constituem 
um grave problema de saúde pública, embora os 
registros desses atendimentos sejam escassos. 
Decorrente do grande número de pessoas com 
úlceras há aumento dos gastos públicos no 
Sistema Único de Saúde (SUS), além de interferir 
na qualidade de vida da população 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2003). 
Conseqüências importantes são notadas 
na vida do indivíduo com UVC, principalmente no 
que diz respeito aos fatores psicológicos e 
emocionais além de problemas socioeconômicos 
para as organizações de saúde e sociedade. 
Afeta ainda as pessoas que convivem próximas 
ao doente, evidenciando o complexo envoltório 
da situação desencadeada pela lesão 
(BAPTISTA e CASTILHO, 2006; SOUZA, 2009).
 Em função da complexidade dos fatores 
envolvidos, as pessoas que possuem úlceras 
venosas, necessitam de atendimento realizado 
por uma equipe multidisciplinar, como médicos, 
enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, 
psicólogos e outros. O atendimento deve ser de 
modo integrado, visando melhor abordagem, 
menores custos e maiores benefícios ao 
indivíduo, no que se refere à eficiência e eficácia 
do tratamento (ABBADE e LASTÓRIA, 2006). 
Diante deste contexto, em março de 
2004, foi inaugurado em Governador Valadares, 
o Ambulatório de Lesões da Universidade Vale 
do Rio Doce – UNIVALE, cujo objetivo é prestar 
atendimento multidisciplinar aos indivíduos com 
úlceras crônicas. É realizado acompanhamento 
de enfermagem, farmácia, nutrição, psicologia e 
fisioterapia que desde o primeiro semestre de 
2007 passou a compor a equipe. 
Entretanto, apesar das grandes 
repercussões relacionadas à úlcera venosa 
 3 
crônica existem poucos estudos que relatem o 
seu tratamento conservador, principalmente 
fisioterapêutico. 
O objetivo deste estudo foi avaliar os 
efeitos da intervenção fisioterapêutica no 
tratamento de um paciente com úlcera venosa 
crônica, atendido no Ambulatório de Lesões da 
Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). 
 
2 METODOLOGIA 
2.1 Tipo do estudo 
Trata-se de um estudo de caso,desenvolvido no Ambulatório de Lesões da 
Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE, em 
Governador Valadares / MG, no período de 
março a junho de 2009. 
2.2 Critérios de inclusão 
 
O critério de inclusão do paciente no 
estudo foi possuir diagnóstico médico de úlcera 
venosa crônica em membros inferiores, ter 
disponibilidade para realizar as sessões de 
fisioterapia e concordar com o tratamento 
proposto. 
2.3 Amostra 
A amostra constou de um sujeito, do 
sexo masculino, com 55 anos de idade, 
cadastrado e em tratamento no referido 
ambulatório com diagnóstico clínico de UVC há 
41 anos, cuja úlcera está localizada em membro 
inferior esquerdo, estendendo – se 
posteriormente de maléolo a maléolo. 
 
2.4 Variáveis 
 
As variáveis avaliadas foram: retorno 
venoso, marcha, equilíbrio e mobilidade da 
articulação do tornozelo. 
O retorno venoso foi avaliado por meio 
da aferição do pulso dorsal pedioso, palpado na 
porção média do dorso do pé até que o pulso 
fosse identificado. Com o segundo e terceiro 
dedo sobre o local foram contados os batimentos 
durante um minuto e comparados os valores 
obtidos com os existentes na literatura segundo 
Guyton e Hall (2002). 
A análise da marcha foi realizada por 
meio de observação clínica do ciclo da marcha, 
solicitando ao paciente que deambulasse 
enquanto era observado. O teste seguiu o 
protocolo do Rancho Los Amigos Medical Center 
(2001). 
A velocidade da marcha foi avaliada por 
meio do teste de velocidade da marcha. Em um 
terreno plano foi marcado 10 metros com fita 
adesiva, sendo descartado o primeiro e último 
metro, considerados como fase de aceleração e 
desaceleração, concomitantemente. O paciente 
foi instruído a caminhar em velocidade habitual e, 
ao comando “vai", ele iniciou o teste. Antes de 
iniciar, o paciente obteve orientações de como 
executar o referido teste (GOMES, et al., 2008). 
Foram realizadas três medidas e calculada a 
média das mesmas, sendo o valor obtido em 
segundos e centésimos de segundos. Para a 
realização do teste foi utilizada fita métrica, fita 
adesiva e cronômetro. O valor obtido foi 
comparado com valores normativos existentes na 
literatura, descrito por Sutherland (1988). 
O equilíbrio foi avaliado pelos testes de 
Romberg, TImed Get Up And Go e alcance 
funcional. O teste de Romberg avaliou o 
equilíbrio estático do individuo: de pé sem apoio 
com os pés juntos, ficar de pés juntos com os 
olhos fechados, de pé com apoio unipodálico, 
 4 
olhos abertos e posteriormente fechados. Cada 
tarefa foi avaliada por 10 segundos (LANUEZ e 
JACOB FILHO, 2008). O Timed Get Up and Go 
Test avalia o equilíbrio assentado, transferências 
de assentado para a posição de pé, estabilidade 
na deambulação e mudanças no curso da 
marcha sem utilizar estratégias compensatórias. 
Ao paciente, foi solicitado que ele se levantasse 
de uma cadeira, deambulasse 3 metros, 
retornasse e se assentasse novamente. O teste 
consistiu em mensurar o tempo necessário para 
o indivíduo realizar todas as tarefas propostas 
(FIGUEIREDO, LIMA e GUERRA, 2007). Foi 
utilizado no teste fita métrica e cronômetro. 
 O teste de alcance funcional conhecido 
internacionalmente como Functional Reach (FR), 
fornece informação quantitativa acerca da 
capacidade do indivíduo em deslocar-se 
anteriormente, com a manutenção de sua base 
de apoio. O paciente foi orientado a se posicionar 
perpendicularmente à parede, a 10 cm de 
distância da mesma, com os pés paralelos e 
descalços, numa posição confortável. O membro 
superior foi posicionado com os ombros 
flexionados a 90º, cotovelos estendidos, punhos 
em posição neutra e dedos estendidos. O 
indivíduo foi instruído a se inclinar anteriormente, 
o máximo possível, sem retirar os calcanhares do 
chão, perder o equilíbrio ou dar um passo. 
Registrou-se, em centímetros, o deslocamento 
anterior sobre a fita métrica, ou seja, o local onde 
a falange distal do terceiro dedo da mão se 
encontrou na fita métrica (AIKAWA et al., 2009). 
O valor obtido também foi comparado com 
valores normativos existentes na literatura 
propostos por Duncan (1990). 
 Um cronômetro de celular (Sony Ericsson 
z530) foi usado para cronometrar o tempo nos 
testes acima descritos. 
Para avaliar a mobilidade do tornozelo foi 
realizado a goniometria, nos movimentos de 
flexão plantar e dorsiflexão. Foram realizadas 
três medidas e retirada a média entre elas. O 
posicionamento do goniômetro seguiu as 
referências do Manual de Goniometria de Amélia 
Pasqual Marques (2003). 
Todos os testes foram executados pelo 
mesmo examinador no início e fim do tratamento. 
 
2.5 Intervenção Fisioterapêutica 
 
 O tratamento fisioterapêutico constou de 
alongamento passivo de tríceps sural, 
isquiotibiais, quadríceps e glúteo máximo (2 
repetições de 30 segundos); exercícios de tríplice 
flexão em decúbito dorsal (3 x 15); mobilização 
das articulações interfalangeanas, metatarso 
falangeanas e talocrural; e tração das 
interfalangianas; isometria dos músculos 
dorsiflexores e flexores plantares 3 séries de 15 
vezes; trabalho da musculatura intrínseca do pé 
onde foi colocado um tecido no chão, e solicitou-
se ao paciente agarrar o mesmo fazendo uso dos 
dedos dos pés (2 x 15), evoluindo para 3 
repetições de 15; estimulação do retro, médio e 
ante-pé com bastão e bolinha de tênis; descarga 
de peso unipodal ântero-posterior e latero-lateral 
3 repetições de 15 em cada sentido; treino de 
equilíbrio e marcha em linha reta, evoluindo com 
desestabilizações em atividade de arremessar e 
agarrar bola anterior e lateralmente, circuito com 
cones, escadas, rampas e materiais de texturas 
diferentes, realizado no ambiente externo do 
ambulatório. 
O paciente recebeu orientações para 
elevar os membros inferiores a cada duas horas, 
por 30 minutos associado ao movimento de 
flexão e extensão dos dedos, uma vez que o 
mesmo não realizava dorsiflexão e flexão plantar 
 5 
do tornozelo ativamente; colocar tecido no chão e 
juntar com os dedos do pé duas vezes ao dia e 
fazer descarga de peso no retro, médio e ante pé 
com bastão uma vez ao dia. Ao decorrer das 
sessões as orientações foram reforçadas e 
incentivadas pelos terapeutas. 
 O tratamento teve duração de doze 
semanas, sendo uma sessão semanal com 
duração de 50 minutos. Após as doze sessões, 
foi realizada a reavaliação do sujeito da 
pesquisa. 
Concomitantemente ao tratamento 
fisioterapêutico, foi realizado a terapêutica com 
bota de unna, uma vez por semana pela equipe 
de enfermagem. 
 
2.6 Aspectos éticos 
 
O paciente assinou o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O 
presente trabalho teve aprovação do Comitê de 
Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Vale 
do Rio Doce com o parecer nº. 012/2010. 
 
2.7 Análise dos dados 
 Utilizou-se a Estatística descritiva para 
análise dos dados. Realizou-se também 
comparação com parâmetros normativos 
existentes na literatura. 
 
3 RESULTADOS 
 
3.1 Retorno venoso 
 
Houve melhora no retorno venoso 
passando de um pulso de 52 batimentos por 
minutos (bpm) para 64 bpm aproximando da 
faixa de normalidade que é de 70 bpm a 80 bpm 
(Gráfico 1). 
 
Gráfico 1 – Retorno venoso (pulso dorsal pedioso esquerdo) 
aferido antes e após tratamento. 
 
3.2 Marcha 
 
Averiguou-se melhora na marcha durante 
a análise observacional, com aumento da tríplice 
flexão (flexão de quadril, joelho e tornozelo). Com 
relação à velocidade da marcha também foi 
encontrado melhora (tabela1).Tabela 1 - Velocidade da marcha antes e após intervenção 
e valor normativo 
 
3.3 Equilíbrio 
 
Observou-se melhora do equilíbrio em 
todos os testes. O teste de alcance funcional 
evoluiu de 36,5 centímetros (cm) para 37 cm e o 
Timed Get Up And Go de 11,7 segundos para 9,3 
segundos (Gráfico 2). 
 
 6 
 
Gráfico 2 - Avaliação de equilíbrio antes e após a intervenção. 
 
 
Houve também melhora no teste de 
Romberg evoluindo de unipodal olhos abertos 
para unipodal olhos fechados. 
 
3.5 Mobilidade 
 
Em relação à mobilidade articular, 
observou-se melhora na amplitude do movimento 
de flexão plantar de 0 para 10 graus (gráfico 3). 
No entanto não houve alteração na amplitude do 
movimento de dorsiflexão, mantendo – se em 0º. 
 
 
Gráfico 3 – Goniometria de flexão plantar esquerdo antes e 
após intervenção. 
 
4 DISCUSSÃO 
 
A literatura tem reportado maior 
acometimento por UVC no gênero feminino com 
relação ao masculino bem com maior 
predisposição, maior severidade e 
comprometimento neste gênero após os 50 anos 
de idade (MOURA et al., 2010). No presente 
trabalho, o sujeito selecionado, pertence ao 
gênero masculino. Apesar de ser relatado menor 
freqüência neste gênero, vale a pena ressaltar 
que pessoas do gênero masculino podem ser 
acometidas severamente e precocemente pela 
patologia em questão, como demonstrado aqui. 
Sugere-se que sejam adotadas medidas de 
reabilitação e prevenção para esta parcela da 
população. 
Como recurso de reabilitação neste 
estudo foi utilizado a cinesioterapia, por 
constituir-se de um recurso importante, que se 
caracteriza pelo uso do movimento como forma 
de tratamento. Esta técnica se baseia nos 
conhecimentos anatômicos, fisiológicos e 
biomecânicos, visando maior eficácia no trabalho 
de prevenção, cura e reabilitação (GUIMARAES 
e CRUZ, 2003). A cinesioterapia melhora a 
mobilidade da articulação tíbio-társica refletindo 
positivamente no desempenho e qualidade da 
marcha (FIGUEIREDO, 2003), situação que se 
verifica também neste estudo, uma vez que o 
voluntário apresentou melhora na amplitude do 
movimento de flexão plantar e ganhos no padrão 
e velocidade da marcha. 
A cinesioterapia mostrou-se também 
eficaz para aquisição de equilíbrio neste estudo, 
bem como no realizado por Soares (2008), o qual 
observou sua efetividade após a intervenção, 
participaram deste estudo 40 voluntários 
atendidos na Clinica Escola de Fisioterapia 
da Universidade Metodista de São Paulo, 
com idade média de 71 anos de ambos os 
sexos. A intervenção foi em 12 semanas, 
realizado 2 vezes por semana durante 
60minutos. 
 7 
Além disto, a reabilitação com exercícios 
tem sido relatada como eficaz não invasiva e de 
baixo custo, quando comparada à intervenção 
cirúrgica (TREESAK, 2004), uma vez que os 
exercícios físicos melhoram a caminhada e a 
capacidade funcional, de modo a alcançar 
considerável melhora da qualidade de vida e do 
prognóstico da doença (SUDBRACK, SARNETO-
LEITE, 2007). 
No presente estudo houve ganho na 
mobilidade articular da articulação do tornozelo , 
assim como no estudo de Belczak (2006) em 
pacientes com anquilose de tornozelo 
submetidos a exercícios por um período superior 
a 30 dias que estimularam o aumento da 
mobilidade articular. Após a intervenção obteve - 
se melhora no grau de mobilidade da articulação 
tíbio-társica. 
Em um estudo piloto Campos, 
Albuquerque e Braga (2008), objetivaram avaliar 
o fluxo venoso na bomba sural, por meio de ultra-
sonografia doppler, durante cinesioterapia ativa e 
passiva de flexão plantar do tornozelo, e 
observaram que a cinesioterapia do movimento 
de flexão plantar do tornozelo mostrou-se eficaz 
na ativação da bomba sural, com aumento do 
volume do fluxo de sangue na veia poplítea, 
minimizando a estase venosa nos membros 
inferiores. 
Associado ao tratamento fisioterapêutico, 
o atendimento ao paciente deste estudo envolveu 
a intervenção da equipe de enfermagem, nutrição 
e psicologia o que visa um atendimento integral 
ao paciente em todas as suas necessidades. 
Com uma atuação bem próxima à fisioterapia, a 
equipe de enfermagem realizava o curativo com 
bota de unna semanalmente. A bota de unna 
facilita o retorno venoso e auxiliar na cicatrização 
(JORGE, 2004), o que associado à fisioterapia 
contribuiu para as melhoras apresentadas no 
aspecto da úlcera. 
Segundo Marques, Moreira e Almeida 
(2003), a intervenção fisioterapêutica reduz o 
período de cicatrização, possibilitando aos 
indivíduos retorno mais rápido às suas atividades 
sociais e de vida diária, diminuindo sua 
recorrência e conseqüentemente os custos 
públicos. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Os dados obtidos neste estudo 
demonstraram resultados satisfatórios do 
tratamento fisioterapêutico tendo a cinesioterapia 
como um recurso manual que proporciona bons 
resultados em portadores de úlcera venosa 
crônica. No entanto, faz-se necessário que sejam 
realizados mais estudos, com maior número de 
sujeitos visando garantir evidência científica para 
tais intervenções. 
 
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