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Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 1 FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA ANATOMIA VETERINÁRIA OSTEOLOGIA Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves 1. ESQUELETO 1.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO ESQUELETO 1.1.1 CONSISERAÇÕES GERAIS • O esqueleto compreende o conjunto de ossos e cartilagens que se unem para formar o arcabouço de sustentação do corpo do animal. • Na maioria dos vertebrados, as peças rígidas do esqueleto situam-se mais ou menos profundamente no corpo, constituindo um típico endo-esqueleto. • Em alguns animais, porém, estruturas ósseas são também encontradas revestindo externamente partes do corpo, formando assim um exoesqueleto, a exemplo da carapaça das tartarugas e do casco dos tatus e as penas das aves. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 2 • Ao lado de sua óbvia função de sustentação, as peças do esqueleto constituem alavancas nas quais se prendem os músculos; estes, ao se contraírem, provocam deslocamento dessas peças, resultando em movimento de partes do corpo. • Por serem formados por tecido mineralizado (tecido ósseo, a ser estudado em Histologia), os ossos armazenam cálcio e fósforo para o organismo. Além disso, alojam em seu interior a medula óssea, que é um importante órgão hemocitopoiético. • A palavra grega para osso é osteon, daí derivando vários termos como osteologia, osteossarcoma, osteoporose, etc. Já das palavras latinas os, ossis originam-se os termos ósseo, ossificação, etc. 1.1.2 DIVISÃO DO ESQUELETO • Conforme sua localização no corpo, o esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial, esqueleto apendicular e esqueleto visceral. • O esqueleto axial compreende os ossos que se dispõem ao longo do eixo longitudinal do corpo, ou seja, os ossos do crânio, a coluna vertebral, as costelas e o esterno. • O esqueleto apendicular inclui os ossos componentes dos membros torácicos e pelvinos. • A união entre os esqueletos axial e apendicular é feita por meio das chamadas cinturas: cintura escapular (ombro) para o membro torácico e cintura pelvina (quadril) para o membro pelvino. • O esqueleto visceral é representado por alguns ossos que se desenvolvem no interior de determinas vísceras, sem conexão com o restante do esqueleto, como, por exemplo, o osso do coração do bovino e o osso do pênis no canino. 1.1.3 NUMERO DE OSSOS • Dentro de uma mesma espécie, o número de ossos varia de acordo com a idade. • Assim, o feto e os animais jovens têm um número maior de ossos que os adultos, pois nestes últimos, alguns ossos tendem a se fundir. • Mesmo nos animais adultos, o número de ossos também pode variar, tal como ocorre no ovino, em que o número de vértebras lombares pode ser seis ou sete. • O número de vértebras coccígeas (da cauda) é também bastante variável. Obviamente, variações acentuadas no número de ossos são verificadas entre diferentes espécies domésticas. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 3 1.1.4 TIPOS DE OSSOS • Comumente, os ossos são classificados, quanto às suas formas, em ossos longos, ossos curtos, ossos planos e ossos irregulares. 1.1.4.1 OSSOS LONGOS • São aqueles em que o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Estes ossos têm, em geral, forma cilíndrica ou colunar e ocorrem tipicamente nos membros. • Os ossos longos do membro torácico são o úmero, o rádio, o metacárpico III + IV e as falanges proximal e média. No membro pelvino, são ossos longos, o fêmur, a tíbia, o metatársico III + IV e as falanges proximal e média. • Em um osso longo distinguem-se uma parte média – o corpo ou diáfise – e duas extremidades mais dilatadas – as epífises. • Nos animais adultos, a diáfise é contínua com as epífises. • Porém, nos animais jovens, ainda em fase de crescimento, esta continuidade não ocorre, estando a diáfise separada de cada epífise por um disco de cartilagem hialina, denominada cartilagem epifisal. É a partir desta cartilagem que os ossos longos crescem longitudinalmente. • A região da diáfise adjacente à cartilagem epifisal é mais larga e denomina-se metáfise. • A parede da diáfise é formada por uma camada espessa de osso compacto (substância compacta), que delimita uma cavidade alongada, denominada cavidade medular. • Dependendo da idade do animal, esta cavidade contém medula óssea vermelha (de função hemocitopoiética), medula óssea amarela (rica em tecido adiposo), ou ambas. • As epífises e metáfises são constituídas internamente por osso esponjoso (substância esponjosa), sob a forma de malha de trabéculas ósseas interligadas e orientadas segundo as linhas de força que passam pelo osso. Seus espaços são também preenchidos por medula óssea. • O osso esponjoso das epífises e metáfises apresenta-se envolvido por uma delgada camada de osso compacto, camada essa denominada substância cortical. • Em suas superfícies articulares, o osso longo é ainda revestido por uma fina de cartilagem hialina, denominada cartilagem articular. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 4 1.1.4.2 OSSOS CURTOS • São aqueles em que as principais dimensões (comprimento, largura e espessura) têm valores aproximadamente iguais. • Não têm cavidade medular e seu centro é formado por osso esponjoso; • Suas superfícies articulares são também revestidas por cartilagem hialina • Como exemplos de ossos curtos, citam-se os ossos do carpo, do tarso e também os ossos sesamóides. Estes últimos são pequenos ossos curtos encontrados próximo à inserção de determinados músculos e que servem para modificar a direção dos tendões desses músculos. 1.1.4.3 OSSOS PLANOS • São aqueles em que a largura e o comprimento predominam sobre a espessura. • Eles são constituídos por duas camadas de osso compacto, separadas por uma fina camada de osso esponjoso contendo medula óssea. • O esponjoso de ossos planos do crânio recebe a denominação especial de DÍPLOE. • A escápula, o esterno e muitos ossos do crânio são do tipo plano. • Alguns desses ossos são tão finos que apresentam em sua estrutura, apenas uma camada de osso compacto. • As superfícies articulares dos ossos planos são revestidas por cartilagem hialina e, em certos ossos do crânio, por tecido conjuntivo fibroso. 1.1.4.4 OSSOS IRREGULARES • Como o nome indica, são ossos cuja forma não se enquadra nos tipos anteriores. • O osso do quadril, as vértebras e alguns ossos do crânio são considerados como ossos irregulares. • Sua estrutura é variável. Podem ser constituídos por osso esponjoso envolvido por osso compacto ou ainda, dependendo da parte do osso considerado, por osso compacto apenas. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 5 1.1.5 OSSOS PNEUMÁTICOS • Alguns ossos do crânio possuem cavidades revestidas por mucosa e contendo ar. Por esta razão, são considerados como ossos pneumáticos e suas cavidades são denominadas seios (seios paranasais). 1.1.6 CONTORNOS E ACIDENTES ÓSSEOS • A superfície dos ossos não é uniforme, apresentando áreas planas, saliências e depressões. • Estes acidentes são mais bem vistos em ossos preparados, dos quais foram removidas as estruturas moles que os envolvem. • Os acidentes dos ossos servem, na maioria das vezes, como superfícies de articulação com ossos vizinhos, como pontos de inserção de tendões e ligamentos ou ainda são impressões deixadas pelo contatocom outras estruturas. São eles: � SALIÊNCIAS ARTICULARES PROEMINENTES: côndilo, cabeça, capítulo, tróclea, dente, etc. � SALIÊNCIAS DE INSERÇÃO DE TENDÕES E LIGAMENTOS: Túber, tubérculo, tuberosidade, trocânter, processo, epicôndilo. � SALIÊNCIAS LINEARES: Linha, crista, espinha, etc. � ÁREAS LISAS E PLANAS, ARTICULARES OU NÃO: asa, tábula, ramo ou lâmina. � DEPRESSÕES ARTICULARES OU NÃO: Cavidades, fossas, fossetas ou fóveas. � REENTRÂNCIAS GERALMENTE NÃO ARTICULARES: fissura, incisura, sulco, colo e arco. � FORAME: Orifício na superfície do osso. Quando dá passagem a uma artéria denomina-se forame nutrício. 1.1.7 PERIÓSTEO E ENDÓSTEO • O periósteo é uma membrana conjuntiva que reveste externamente os ossos, exceto nas superfícies articulares. • Ele é constituído por uma camada externa fibrosa e uma camada interna mais celularizada, dotada de capacidade esteogênica. • Durante o crescimento do animal, a camada interna é bastante desenvolvida. • Nas epífises, o periósteo continua-se com a cápsula articular, prestando-se também à inserção de tendões. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 6 • O periósteo é dotado de abundante inervação sensitiva, sendo particularmente sensível a estímulos dolorosos. O endósteo é uma delgada membrana conjuntiva que reveste a superfície interna da parede da diáfase, na cavidade medular dos ossos longos. 1.1.8 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO DOS OSSOS • Os ossos são órgãos muito vascularizados. • Sua nutrição provém de vasos do periósteo, vasos das articulações e vasos da medula óssea. • Os vasos do periósteo originam-se de artérias que correm próximas a ele. Eles distribuem-se tanto no periósteo quanto no osso compacto subjacente. • As epífises são vascularizadas principalmente por vasos provenientes das articulações. • Já a cavidade medular recebe sangue por meio da artéria nutrícia. Esta artéria penetra no forame nutrício do osso, localizado mais comumente na diáfise, atravessa a substância compacta e distribui-se na medula óssea e no próprio osso compacto da diáfise. • Os nervos atingem os ossos acompanhando os vasos sanguíneos. Eles contêm tanto fibras sensitivas como vasomotoras. Os impulsos sensitivos são principalmente dolorosos. 1.2 OSSOS DO MEMBRO TORÁCICO 1.2.1 INTRODUÇÃO • Os ossos do membro torácico estão localizados nos seguintes segmentos: cintura escapular (ombro), braço, antebraço e mão; • Nos ruminantes domésticos, a cintura escapular está reduzida a um só osso, a escápula; • Não há clavícula, presente em outros mamíferos, como o homem; • A união entre o tronco e o membro torácico é feita por meio de vários músculos que prendem a escápula ao tórax e ao pescoço; • O braço tem por base óssea o úmero; • No antebraço estão localizados o rádio e a ulna; • A mão engloba os ossos do carpo, do metacarpo e dos dedos. Estes últimos são formados pelas falanges e pelos ossos sesamóides. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 7 1.2.2 ESCÁPULA 1.2.2.1 CARACTERÍSTICAS • A escápula é um osso plano, triangular, que está preso obliquamente à porção cranial da parede torácica e ao pescoço por meio de diversos músculos; • Distalmente ela articula-se com o úmero; • Apresenta duas faces (lateral e costal), três ângulos (cranial, caudal e ventral) e três bordas (cranial, caudal e dorsal); • A face lateral da escápula está dividida por uma saliência vertical alongada, a espinha da escápula, em duas depressões alongadas, as fossas supra-espinhal e infra- espinhal; • A face costal (medial) da escápula é ligeiramente côncava e está aplicada ao tórax; • A cartilagem da escápula é uma lâmina de cartilagem hialina, em forma de meia-lua, que está unida à borda dorsal da escápula. Ela apresenta a porção cartilaginosa da escápula fetal que não se ossificou. 1.2.2.2 ACIDENTES ÓSSEOS DA ESCÁPULA • Espinha da escápula: saliência vertical alongada localizada na face lateral da escápula, dividindo-a em duas depressões alongadas: fossa supra-espinhal e fossa infra-espinhal • Fossa Supra-espinhal: situa-se cranialmente à espinha da escápula. É estreita e estende-se distalmente até mais ou menos à metade do osso. É ocupada pelo músculo supra-espinhal; • Fossa infra-espinhal: é a mais longa e larga das duas. Situa-se caudalmente à espinhada escápula e aloja o músculo infra-espinhal: • Túber da espinha: Dilatação rugosa situada no terço médio da espinha da escápula; • Acrômio: Saliência ponteaguda localizada na extremidade distal do túber da espinha: • Fossa subescapular: Depressão localizada na face costal (medial) da escápula, mais acentuada no terço distal, ocupada pelo músculo subescapular; • Face serreada: Área rugosa localizada no terço proximal da face costal, na qual se prende o músculo serrátil ventral; Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 8 • Cavidade Glenóide: Superfície articular côncava, de contorno arredondado, localizada na extremidade distal (ângulo ventral), para articulação com a cabeça do úmero; • Tubérculo supraglenoidal: Saliência rugosa localizada cranial e um pouco proximalmente à cavidade glenóide, onde se origina o músculo bíceps do braço; • Processo coracóide: Pequena saliência que se projeta da porção medial do tubérculo supraglenoidal, do qual se origina o músculo coracobranquial; • Forame nutrício: Orifício ósseo que se situa, na escápula, mais comumente, no terço distal da face lateral, próximo à sua borda caudal. 1.2.2.2.1 IMAGENS DAS VISTAS LATERAL, VENTRAL, MEDIAL E VENTROMEDIAL DA ESCÁPULA. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 9 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 10 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 11 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br 1.2.3 ÚMERO 1.2.3.1 CARACTERÍSTICAS • É o osso do braço; • Articula-se proximalmente com a escápula e distalmente com o rádio e a ulna; • Nele distinguem-se o corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises): proximal e distal; • A extremidade proximal do úmero compreende: cabeça, colo, tubérculo maior, tubérculo menor e sulco intertubercular. • No bovino, a cabeça está separada dos tubérculos e do sulco intertubercular por uma área rugosa, na qual se situam pequenos forames. No caprino e no ovino, a transição entre estas estruturas é feita suavemente, sem a presença de forames; Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 12 • O colo é bem definido somente na face caudal da extremidade proximal. • A extremidade distal do úmero é constituída pelo côndilo, o qual apresenta as seguintes partes: capítulo, tróclea, 1.2.3.2 ACIDENTES ÓSSEOS DA CABEÇA DO ÚMERO • Cabeça do úmero: superfície articular arredondada, com a forma aproximada de uma calota, voltada dorsocaudalmente e destinada a se articular com a cavidade glenóide da escápula. • Tubérculo maior: é uma grande massa óssea situada na borda lateralde um largo e profundo sulco (sulco intertubercular). • Tubérculo menor: saliência menos volumosa que o tubérculo maior, forma a parede medial do referido sulco. • Sulco intertubercular: sulco que separa os tubérculos maior e menor por onde passa o tendão do músculo bíceps. • Face do músculo infra-espinhal: área rugosa circular localizada logo distalmente ao tubérculo maior na qual se insere o tendão do músculo espinhal. 1.2.3.3 ACIDENTES DO CORPO (DIÁFISE) DO ÚMERO • Sulco do músculo braquial: depressão larga e lisa, de conformação espiralada, localizada na face lateral do úmero, no qual se aloja o músculo braquial. • Tuberosidade redonda maior: área rugosa irregular localizada na face medial, próxima ao terço médio do corpo onde se insere o músculo redondo maior. • Crista do úmero: elevação linear que ocorre distalmente no corpo do osso no sentido lateromedial. • Tuberosidade deltóidea: saliência localizada na porção inicial da crista do úmero, onde se insere o músculo deltóide. • Forame nutrício: situa-se no terço médio do corpo do úmero. 1.2.3.4 ACIDENTES DA EXTREMIDADE DISTAL DO ÚMERO • Côndilo: extremidade distal do úmero. Apresenta: • Capítulo: superfície articular mais estreita e lateral do côndilo. • Tróclea: superfície articular em forma de polia, mais larga e medial do côndilo. • Fossa radial: depressão rasa e rugosa localizada na face cranial da extremidade distal, imediatamente proximal a tróclea. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 13 • Fossa do olécrano: depressão na face caudal, bem mais profunda que a fossa radial que aloja parte do olécrano, que é a extremidade proximal da ulna. • Epicôndilo lateral: elevação irregular, não-articular mais saliente que o epicôndilo medial, situado lateralmente ao côndilo. • Epicôndilo medial: saliência irregular, não-articular menor que o epicôndilo lateral, que dá origem aos músculos flexores do carpo e dos dedos. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 14 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 15 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 16 1.2.4 RÁDIO E ULNA 1.2.4.1 CARACTERÍSTICAS DO RÁDIO • Estes ossos encontram-se parcialmente fundidos no antebraço dos ruminantes; • O rádio é o mais volumoso e o mais cranial dos dois; • O rádio articula-se proximalmente com o úmero, distalmente com o carpo e caudalmente com a ulna; • A face caudal da extremidade proximal do rádio apresenta facetas para articulação com a ulna. No animal adulto, porém, esta face apresenta-se fundida à face adjacente da ulna; • O rádio é constituído de cabeça, colo, corpo e tróclea. • A cabeça é a extremidade proximal do rádio e apresenta duas cavidades articulares rasas, uma medial e outra lateral, destinadas a se articularem com a tróclea e o capítulo do úmero, respectivamente. • As duas cavidades estão separadas por uma pequena área não articular denominada fóvea da cabeça do rádio; • Logo distalmente à cabeça situa-se o colo, o qual apresenta uma rugosidade pouco saliente, a tuberosidade do rádio. Nos pequenos ruminantes, esta última é relativamente mais evidente e localiza-se no corpo do rádio, um pouco distalmente ao colo; • O corpo do rádio apresenta faces cranial e caudal, separadas pelas bordas lateral e medial. Estas bordas são lisas e não apresentam acidentes importantes; • A face cranial é lisa e plana; • A face caudal apresenta-se, no bovino, percorrida por sulcos; parte desta face está aderida à ulna; • Em duas áreas da face caudal não há contato entre o rádio e a ulna. Aí se formam dois espaços, denominados espaços interósseos proximal e distal; • O forame nutrício do rádio situa-se na borda lateral do corpo, no espaço interósseo proximal; Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 17 • A extremidade proximal do rádio tem sua porção lateral fundida à extremidade distal da ulna. Nela encontra-se a face articular cárpica ou tróclea do rádio, a qual apresenta três facetas dispostas obliquamente para articulação com os ossos cárpicos; • A face cranial da extremidade distal apresenta dois sulcos rasos, delimitados por três discretas cristas verticais. O sulco lateral dá passagem aos tendões do músculo extensor comum dos dedos. O sulco medial aloja o tendão do músculo extensor radial do carpo. 1.2.4.2 CARACTERÍSTICAS DA ULNA • A ulna é um osso longo, com a extremidade proximal bem mais desenvolvida do restante; • A ulna apresenta duas extremidades e um corpo; • A extremidade proximal da ulna é constituída pelo olecrano, o qual se apresenta como uma massa óssea que se projeta dorsal e caudalmente; • A extremidade livre da ulna é tuberculada(túber do olecrano) e dá inserção ao músculo tríceps do braço; • A face cranial da extremidade proximal da ulna apresenta uma projeção ponteaguda, o processo ancôneo; • Distalmente ao processo ancôneo, há duas reentrâncias: incisura troclear (a proximal) e incisura radial (a distal): • A incisura troclear tem perfil semilunar e articula-se com a tróclea do úmero; • A incisura radial, bem menor que a troclear, está em contato com a face caudal da extremidade proximal do rádio; • O corpo da ulna é alongado e está fundido ao rádio, exceto nos espaços interósseos; • A extremidade distal da ulna também está fundida ao rádio e termina com uma saliência ponteaguda, o processo estilóide, que se projeta distalmente, articulando-se com o osso ulnar do carpo; • Nos pequenos ruminantes, o processo estilóide articula-se também com o osso acessório do carpo. 1.2.4.3 ACIDENTES DO RADIO E ULNA • Cabeça do rádio: é a extremidade proximal do rádio e apresenta duas cavidades articulares rasas, uma medial e outra lateral, destinadas a se articularem com a tróclea e o capítulo do úmero, respectivamente; Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 18 • Fóvea da cabeça do rádio: Pequena área não articular localizada entre as cavidades não articulares, rasas, medial e lateral da cabeça do rádio. • Corpo do rádio: O corpo do rádio apresenta faces cranial e caudal, separadas pelas bordas lateral e medial. Estas bordas são lisas e não apresentam acidentes importantes; • Colo do rádio: Localizado logo distalmente à cabeça do rádio, na qual se localiza a tuberosidade do rádio. • Tuberosidade do rádio: Rugosidade pouco saliente localizada no colo do rádio. • Espaço interósseo: espaços existentes entre o rádio e a ulna, em duas áreas da face caudal do rádio, denominados espaço interósseo proximal e espaço interósseo distal; • Olécrano: massa óssea localizada na extremidade proximal da ulna, que se projeta dorsal e caudalmente; • Túber olécrano: extremidade livre e tuberculada do olécrano que dá passagem ao músculo tríceps do braço; • Processo ancôneo: projeção ponteaguda localizada na extremidade proximal da face cranial; • Incisura troclear: reentrância localizada distalmente ao processo ancôneo, com perfil semilunar, quese articula com a tróclea do úmero; • Incisura radial: reentrância localizada proximalmente ao processo ancôneo, bem menor que a incisura troclear e está em contato com a face caudal da extremidade proximal do rádio; • Processo estilóide: saliência ponteaguda que se projeta distalmente, localizada na extremidade distal da ulna e se articula com o osso ulnar do carpo. Nos pequenos ruminantes, o processo estilóide articula-se também com o osso acessório do carpo. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 19 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 20 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br 1.2.5 CARPO 1.2.5.1 CARACTERÍSTICAS DOS OSSOS CÁRPICOS • O carpo dos ruminantes é constituído por SEIS ossos CURTOS, dispostos em duas fileiras, uma proximal e outra distal. A fileira proximal articula-se com as extremidades distais do rádio e da ulna. A fileira distal articula-se com a fileira proximal e com o osso metacárpico III + IV; • QUATRO ossos compõem a fileira proximal e denominam-se, no sentido médiolateral, respectivamente, OSSO RADIAL DO CARPO, OSSO INTERMÉDIO DO CARPO, OSSO LUNAR DO CARPO E OSSO ACESSÓRIO DO CARPO; • Somente DOIS ossos formam a fileira distal e são, no mesmo sentido (médiolateral), o OSSO CÁRPICO II + III e o OSSO CÁRPICO IV. O CÁRPICO I é inexistente nos ruminantes. • Os ossos do carpo articulam-se entre si e apresentam, em conseqüência, várias facetas articulares; • No bovino, o osso acessório do carpo possui apenas uma faceta para articulação com o osso ulnar do carpo. No ovino e no caprino, ele apresenta, além desta, outra faceta para articulação com o processo estilóide da ulna; Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 21 • A superfície dorsal do conjunto do carpo é plana, enquanto a superfície palmar é ligeiramente côncava e irregular. A concavidade constitui o sulco do carpo, que dá passagem aos tendões dos músculos flexores. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 22 1.2.6 METACARPO 1.2.6.1 CARACTERÍSTICAS • Apenas um osso metacárpico completamente desenvolvido está presente nos ruminantes domésticos. Ele é o osso metacárpico III + IV, constituído pelos ossos metacárpico III e metacárpico IV que se fundiram durante a vida fetal. Vestígios desta fusão são os sulcos longitudinais dorsal e palmar, existentes na superfície deste osso. • Nos bovinos, está também presente um osso metacárpico pequeno, rudimentar e estilóide, o metacárpico V, preso à face lateral da extremidade proximal do metacárpico III + IV. • Nos pequenos ruminantes, o metacárpico III + IV, formando uma crista, ou pode ainda estar ausente. • O metacárpico III + IV é um osso longo e constitui-se de base, corpo e cabeça. • A base é a extremidade proximal e articula-se com a fileira distal dos ossos do carpo, por meio de duas facetas articulares ligeiramente côncavas. • Observa-se nos bovinos e, às vezes, nos pequenos ruminantes, uma faceta para articulação com o metacárpico V na face palmar do ângulo lateral da base. • No aspecto dorsomedial da base encontra-se uma saliência discreta, a tuberosidade metacárpica, na qual se prende o tendão de inserção do músculo extensor radial do carpo. • O corpo é longo e robusto. Sua face dorsal é convexa transversalmente e apresenta-se percorrida por uma depressão linear, o sulco longitudinal dorsal, que é pouco manifesto nos ovinos e caprinos. • Nas extremidades proximal e distal deste sulco encontram-se dois orifícios, os canais proximal e distal do metacarpo, que dão passagem a vasos sanguíneos. • O canal proximal é menos desenvolvido que o canal distal e, às vezes, falta. • A face palmar do corpo é plana na sua maior extensão, sendo ligeiramente côncava no terço proximal. Tal como a face dorsal, apresenta um sulco longitudinal palmar, porém bem mais discreto. • A extremidade distal ou cabeça articula-se com as falanges proximais e com os quatro ossos sesamóides proximais. • Está dividida por uma fenda profunda, a incisura intertroclear, em duas trócleas, uma medial e outra lateral. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 23 • Cada tróclea apresenta uma crista, que a divide em duas superfícies articulares aproximadamente iguais. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 24 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 25 1.2.7 FALANGES • Os ruminantes domésticos possuem quatro dedos na mão. • Destes, o terceiro e o quarto são completamente desenvolvidos e possuem, cada um, três falanges(proximal, média e distal) e três ossos sesamóides (dois proximais e um distal). • O segundo e o quinto dedos, também denominados paradígitos, são rudimentares e possuem um ou dois pequenos ossos que não se articulam com os demais ossos da mão e, por isto, não são vistos nos esqueletos. • A falange proximal é um osso longo, apresentando base, corpo e cabeça. • A base é a extremidade proximal, mais larga e apresenta duas facetas côncavas, separadas por um sulco, para a articulação com a tróclea correspondente dos ossos metacárpico III + IV. • Apresenta ainda, na face palmar, duas pequenas facetas planas para a articulação com os ossos sesamóides proximais e, logo distalmente a estas facetas, dois tubérculos separados por um largo sulco. • O corpo apresenta quatro faces: axial, abaxial, dorsal e palmar. • A cabeça é a extremidade distal, formada por uma tróclea, que se articula com a base da falange média. Na tróclea distinguem-se duas pequenas facetas convexas e um sulco. • Embora mais curta que a proximal, a falange média é também um osso longo. Sua base apresenta duas facetas côncavas para a tróclea da falange proximal. Apresenta, na face palmar, dois tubérculos que, nos bovinos, são mais desenvolvidos que os da falange proximal, especialmente os abaxiais. • A cabeça é constituída por uma tróclea para articulação com a falange distal, semelhante àquela da falange proximal. • A falange distal difere das duas precedentes por sua forma irregular, apresentando quatro faces e três ângulos. • A face solear é aquela que se apóia no solo por meio do casco; é lisa, lanceolada, com a extremidade aguda voltada pra frente e ligeiramente para dentro. • A face parietal ou abaxial é convexa, apresentando vários forames. Os dois forames maiores estão localizados nos ângulos caudal e proximal e conduzem a um canal no interior do osso. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 26 • A face axial é aquela voltada para o espaço interdigital. É ligeiramente côncava e possui igualmente vários forames; os dois maiores têm localização variável e também se comunicam com um canal dentro do osso. • A face articular ou proximal apresenta duas facetas côncavasseparadas por uma crista e articula-se com a falange média. • Outra faceta, situada palmarmente à face articular, serve para articulação com o osso sesamóides distal. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br 1.2.8 OSSOS SESAMÓIDES • São pequenos ossos ovóides relacionados com a face palmar das articulações metacarpofalângica e interfalângica distal. • Nos ruminantes domésticos, existem quatro sesamóides proximais, dois para cada dedo principal, articulados com a cabeça do metacárpico III + IV e com a base da falange proximal. • Há ainda, em cada dedo principal, um sesamóides distal, que é alongado no sentido transversal e se articula com a cabeça da falange média e com a falange distal. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 27 1.3 COLUNA VERTEBRAL, COSTELAS, CARTILAGENS COSTAIS E ESTERNO • A coluna vertebral constitui o eixo longitudinal de sustentação do corpo do animal, sendo formada por uma cadeia de ossos ímpares, irregulares, situados no plano mediano desde o crânio até a cauda e denominados vértebras. • Ela é subdividida em cinco regiões, de acordo com a parte do corpo que sustenta: cervical, torácica, lomba, sacral e caudal (coccígea). • As vértebras são unidades independentes, exceto na região sacral, onde se encontram fundidas para formar o osso do sacro. • Seus corpos estão unidos entre si por meio de estruturas denominadas discos intervertebrais, constituídos por fibrocartilagem. • As vértebras possuem entre si um pequeno grau de movimento, o que confere à coluna vertebral certa flexibilidade. • O número de vértebras é variável conforme a espécie, exceto na região cervical, cujo número (sete) é constante em todos os mamíferos domésticos. • A tabela I indica o número de vértebras de cada região da coluna, nos ruminantes domésticos. Tabela I – Número de vértebras dos ruminantes domésticos, segundo as regiões da coluna. Espécie Cervical Torácica Lombar Sacral Coccígea Bovino Caprino Ovino 7 7 7 13 13 13 6 6 6-7 4-5 4 4 18-20 11-13 16-24 1.3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS VÉRTEBRAS • Em uma vértebra típica distinguem-se o corpo, o arco e vários processos para inserções musculares e ligamentosas. • O corpo é a massa ventral da vértebra, apresentando-se mais ou menos cilíndrico; nele se prendem as demais partes da vértebra. • Os corpos de vértebras vizinhas são unidos entre si por estruturas de natureza fibrocartilagínea, os discos intervertebrais. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 28 • A extremidade cranial, convexa, do corpo constitui a cabeça da vértebra. • A extremidade caudal apresenta uma depressão, denominada fossa da vértebra. • A face dorsal do corpo é plana e forma o assoalho de um amplo orifício, o forame vertebral. • A face ventral apresenta uma crista mediana disposta longitudinalmente, denominada crista ventral. • O arco dispõe-se dorsalmente ao corpo da vértebra, delimitando com este uma ampla abertura, o forame vertebral, que aloja e protege a medula espinhal. • No arco da vértebra distinguem-se, a cada lado, duas partes: pedículo e lâmina. • O pedículo forma a parede lateral do arco e está unido ventralmente ao corpo da vértebra. • A lâmina une-se com a do lado oposto, formando a parede dorsal do arco da vértebra. • O espaço delimitado dorsalmente pelos arcos de duas vértebras adjacentes é denominado espaço interarcual. • Nas transições occípito-atlântica, lombossacral e sacrococcígea, este espaço é mais amplo, podendo ser utilizado para introdução de agulhas dentro do canal vertebral, com a finalidade de punção do líquor ou aplicação de anestésicos. • A cada lado, o pedículo apresenta, tanto em sua borda cranial como em sua borda caudal, uma reentrância; estas reentrâncias denominam-se incisura vertebral cranial e incisura vertebral caudal, respectivamente. • A incisura vertebral caudal de uma vértebra e a incisura vertebral cranial da vértebra seguinte delimita uma abertura, o forame intervertebral, que dá passagem ao nervo espinhal correspondente, bem como a vasos sanguíneos. • Em algumas vértebras aparecem forames completos em lugar de incisuras vertebrais, como ocorre, por exemplo, nas vértebras torácicas e lombares. • Da porção mediana de cada arco vertebral projeta-se dorsalmente uma saliência, o processo espinhoso, cuja forma varia conforme a região da coluna, atingindo maior altura nas vértebras torácicas. • Nos processos espinhosos inserem-se músculos e ligamentos. • De cada lado do corpo da vértebra projeta-se também uma expansão, o processo transverso, de forma também variável. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 29 • Na região cervical, quase todos os processos transversos estão perfurados, em sua junção com o corp da vértebra, pelo forame transversal, que dá passagem à artéria e nervos vertebrais. • Na região torácica, os processos transversos são curtos e apresentam uma superfície articular, a fóvea costal do processo transverso, para articulação com a correspondente costela. • Nas bordas cranial e caudal do arco da vértebra encontram-se também superfícies articulares de forma variável, denominadas respectivamente processos articulares cranial e caudal. Estes processos articulam-se com suas correspondentes vértebras adjacentes. 1.3.2 VÉRTEBRAS CERVICAIS 1.3.2.1 ATLAS • O Atlas é a primeira das sete vértebras cervicais. • É uma vértebra atípica, desprovida de corpo e de processo espinhoso. É composto basicamente por duas massas laterais e dois arcos oponentes, um dorsal e outro ventral. • O arco dorsal tem parede delgada e apresenta em sua superfície dorsal uma eminência mediana rugosa, o tubérculo dorsal do atlas. • Uma larga incisura está presente em sua borda cranial e uma incisura menor em sua borda caudal. • Já o arco ventral é mais espesso e apresenta, em sua superfície ventral, o tubérculo ventral do atlas. • A superfície dorsal do arco ventral forma o assoalho do forame vertebral e, próximo á sua borda caudal, apresenta duas áreas lisas e uma pequena depressão mediana, denominada fóvea do dente, para articulação com o dente do àxis (segunda vértebra cervical). • As massas laterais apresentam, cranialmente, duas superfícies articulares côncavas, as fóveas articulares craniais, para articulação com os côndilos do osso occipital. • Caudalmente, aparecem duas superfícies articulares planas, as fóveas articulares caudais, para articulação com o áxis. • No atlas, os processos transversos estão representados pelas asas, lâminas ósseas horizontais que se protejam lateralmente das massas laterais. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 30 • Na face dorsal de cada asa, próximo á sua borda cranial, observa-se uma fosseta, na qual se abrem dois orifícios: medialmente, o forame vertebral lateral, que dá passagem ao primeiro nervo espinhal cervical; lateralmente, o forame alar, que conduz vasos à medula espinhal e à vértebra. • Na face central da asa, observa-se uma depressão, a fossa do atlas, na qual se abre o forame alar. • Os ruminantes não possuem forame transversal na asa do atlas, ao contrário do que ocorre em outras espécies domésticas, como o cavalo. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 31 FONTE: UFMG.Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 32 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 33 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 34 1.3.2.2 ÁXIS • O áxis é a segunda e a mais longa das vértebras cervicais. • Caracteriza-se por apresentar uma saliência articular denominado dente, que se projeta cranialmente do corpo, apresentando a forma aproximada de um hemicilindro. • O dente do Áxis articula-se com o arco ventral e a face interna das massas laterais do Atlas. • Os processos articulares craniais estão bastante modificados e dispõem-se lateralmente ao dente; eles articulam-se com as fóveas articulares caudais das massas laterais do Atlas. • Já a extremidade caudal do áxis acompanha o padrão encontrado em uma vértebra típica, apresentando a fossa vertebral para articulação com a cabeça da terceira vértebra cervical e os processos articulares caudais bastante desenvolvidos. • A face ventral do áxis é semelhante à das demais vértebras da região e apresenta uma crista ventral bem manifesta, com um tubérculo proeminente em sua extremidade caudal. • O processo espinhoso apresenta-se como uma lâmina sagital espessa; caudalmente é mais alto e apresenta um tubérculo rugoso. • Os processos transversos são pontiagudos e encurvados caudalmente. • Próximo á borda cranial do pedículo encontra-se o forame vertebral lateral, que dá passagem ao segundo nervo espinhal cervical. • O forame transversal é pequeno e abre-se ventralmente ao forame vertebral lateral, podendo faltar em alguns casos. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 35 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 36 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br 1.3.2.3 TERCEIRA A SÉTIMA VÉRTEBRAS CERVICAIS • As cinco últimas vértebras cervicais apresentam aproximadamente os mesmos caracteres morfológicos. • A sexta e a sétima vértebras possuem particularidade próprias, sem, contudo fugir ao padrão da região. • A terceira, quarta e quinta vértebras são aproximadamente cubóides e seus corpos diminuem de comprimento à medida que se distanciam na coluna.Suas cristas ventrais são menos cortantes que a do áxis e terminam sempre em um tubérculo, que se projeta caudalmente. Seu arco é largo, forte e bastante regular apresentando incisuras vertebrais bem marcadas. O processo espinhoso é proeminente e inclinado cranialmente. O processo transverso é robusto e está voltado caudalmente; em sua junção com o corpo encontra-se o forame transversal, bastante amplo. Projetando-se do corpo em direção ventrocranial observa-se uma outra expansão óssea, o processo costal. • A sexta vértebra cervical destaca-se por ser mais curta que as precedentes. Seu arco é também mais amplo, ocorrendo isto devido à intumescência que a medula espinhal apresenta neste ponto. Seus processos costais são característicos, apresentando-se como largas lâminas ósseas dispostas à semelhança de sela. • A sétima vértebra cervical caracteriza-se por apresentar, a cada lado da fossa vertebral, uma fóvea costal caudal para articulação com a cabeça da primeira costela. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 37 Seu processo espinhoso é bem mais longo que o da vértebra precedente. Já o forame transversal e o processo costal estão ausentes nesta vértebra. FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 38 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br 1.3.3 VÉRTEBRAS TORÁCICAS • Existem 13 vértebras torácicas nos ruminantes domésticos. Em casos raros, podem ser encontradas 12 ou 14. • As vértebras torácicas destacam-se por possuir fóveas costais para a articulação com as costelas e processos espinhosos caracteristicamente altos. • As fóveas costais cranial e caudal são facetas côncavas situadas a cada lado das extremidades cranial e caudal do corpo, respectivamente. • As fóveas costais caudal e cranial de vértebras adjacentes formam, juntamente com o disco intervertebral, uma cavidade articular para a cabeça das costelas. • A última vértebra torácica não possui as fóveas costais caudais. • Na maioria das vértebras torácias, os processos articulares craniais e caudais estão reduzidos a simples facetas articulares planas. • Os processos transversos são curtos e espessos e apresentam lateralmente uma superfície articular para o tubérculo da costela, a fóvea costal do processos transverso. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 39 • Conforme já mencionado, os processos espinhosos das vértebras torácicas são bastante longos, apresentando-se da terceira e quarta vértebras como os mais altos e os subseqüentes decrescendo sucessivamente. São inclinados em sentido caudal; exceto o processo espinhoso da última vértebra torácica dos bovinos e da penúltima dos pequenos ruminantes, que se dispõe verticalmente. Devido a isto, esta vértebra recebe a denominação de vértebra anticlinal. Nos bovinos jovens, as extremidades livres dos processos espinhosos das primeiras vértebras torácicas são cartilaginosas. • Nos bovinos, as incisuras vertebrais caudais são fechadas, resultando na formação de um forame completo, o forame vertebral lateral, que dá passagem a vasos. Mas os forames intervertebrais continuam presentes, dando passagem aos nervos espinhais torácicos. • Ainda nos bovinos, os espaços interarcuais torácicos praticamente não existem, devido à superposição dos arcos vertebrais adjacentes. • Já nos pequenos ruminantes, os dois últimos espaços interarcuais torácicos estão presentes. 1.3.4 VÉRTEBRAS LOMBARES FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 40 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 41 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 42 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 43 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br • As vértebras lombares são em número de seis, contando-se sete em 50% dos ovinos. • Caracterizam-se por apresentar processos transversosmuito desenvolvidos, com uma típica forma laminar. • Seu corpo é longo, arqueado ventralmente e mais largo nas extremidades. • O arco das vértebras lombares aumenta progressivamente em altura e largura à medida que se distância na região. Isto se explica pelo fato de a medula espinhal apresentar, neste ponto, outra intumescência. • As incisuras vertebrais são profundas, notadamente as caudais onde, muitas vezes, nas duas ou três primeiras vértebras, um septo ósseo chega a convertê-las em forames completos, os forames vertebrais laterais. • Os processos articulares craniais são tuberosos e suas facetas articulares são muito côncavas, estando voltadas para o plano mediano. • Já os processos articulares caudais possuem facetas articulares convexas ventralmente e côncavas dorsalmente, de maneira a apresentar um perfil em “S”. • Os processos transversos estendem-se lateralmente a partir do pedículo do arco. Apresentam-se como lâminas horizontais encurvadas ligeiramente em sentido cranial e seu comprimento aumenta até a quinta vértebra. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 44 • Os da sexta vértebra são menores, mais espessos e pontiagudos e mais encurvados cranialmente. • Em todas as vértebras lombares o processo espinhoso tem forma laminar quadrilátera. 1.3.5 SACRO • O sacro é formado por vértebras sacrais fundidas, em número de quatro ou cinco nos bovinos e quatro nos ovinos e caprinos. • Ele articula-se cranialmente com a última vértebra lombar, caudalmente com a primeira vértebra coccígea e lateralmente com o osso do quadril. • Sua face dorsal é bastante irregular. Assim, no plano mediano, os processos espinhosos encontram-se fundidos e constituem, deste modo, a crista sacral mediana. • Da fusão dos processos articulares resulta a formação, a cada lado, da crista sacral intermédia, que se dispõe dorsalmente aos forames sacrais dorsais. Estes últimos são quatro pares e variam em tamanho, sendo o último, no entanto, sempre o maior deles. • Os forames sacrais dorsais dão passagem aos ramos dorsais dos nervos espinhais sacrais. • As cristas sacrais laterais, uma a cada lado, são as bordas laterais do sacro, resultantes da fusão dos processos transversos das vértebras sacrais. • A face ventral ou pelvina do sacro é lisa, apresentando-se cruzada por linhas transversas, que indicam os limites dos corpos vertebrais. Nela encontram-se quatro pares de forames sacrais pelvinos, que são maiores que seus correspondentes da face dorsal e dão passagem aos ramos ventrais dos nervos espinhais sacrais. • O canal vertebral percorre longitudinalmente o sacro, recebendo aí o nome de canal sacral. Seu contorno é triangular, sendo mais amplo cranialmente. Comunica-se com os forames sacrais dorsais e com os forames sacrais pelvinos através dos forames intervertebrais, cuja visualização externa é difícil. • A base é a extremidade cranial do sacro e apresentam duas expansões triangulares, as asas do sacro, que se dispõem uma a cada lado da cabeça do primeiro segmento sacral. • Ventralmente, a extremidade cranial do sacro forma uma saliência abaulada, que se denomina promontório sacral. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 45 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 46 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 47 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 48 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 49 1.3.6 VÉRTEBRAS COCCÍGEAS • As vértebras coccígeas formam a base óssea da cauda. Elas diminuem progressivamente de tamanho, devido à redução de seus processos espinhosos e transversos. • As cinco ou seis primeiras possuem arco vertebral completo e de sua face ventral projetam-se duas expansões discretas, os processos hemais. Estes últimos delimitam uma concavidade, na qual passam vasos sanguíneos, cuja pulsação pode ser sentida pela palpação da face ventral da cauda. • As últimas vértebras coccígeas estão reduzidas a simples ossos de forma cilíndrica. 1.3.7 COSTELAS E CARTILAGENS COSTAIS • Os ruminantes domésticos possuem 13 pares de costelas, podendo encontrar-se, em alguns casos, 14 pares. • As costelas são ossos longos, que formam o arcabouço da parede do tórax e dão proteção aos órgãos da cavidade torácica e parte dos órgãos abdominais. • Articulam-se dorsalmente com as vértebras correspondentes e ventralmente com as cartilagens costais. • A sexta, sétima e oitava costelas destacam-se por sua maior largura.As três primeiras costelas dos bovinos são aproximadamente retas, enquanto as restantes apresentam-se ligeiramente curvas. • As costelas dos pequenos ruminantes são, em geral, mais curvas que a dos bovinos. • As oito primeiras costelas estão unidas ventralmente ao esterno por meio das respectivas cartilagens costais. São denominadas, por isto, costelas verdadeiras ou esternais. • As costelas restantes são chamadas falsas ou asternais, por não se prenderem diretamente ao esterno. • Nos ovinos, a 13ª. costela apresenta uma pequena cartilagem costal, que possui sua extremidade distal livre. • Cada costela é constituída de cabeça, colo e corpo. • A cabeça é a extremidade dorsal da costela, apresentando-se como uma saliência arredondada, que se prende ao corpo por uma parte mais estreitada, o colo, bastante nítido. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 50 • A cabeça da costela articula-se com a fóvea costal caudal e costal cranial de duas vértebras adjacentes. • A cabeça e o colo formam com o corpo um ângulo aproximadamente reto nas sete primeiras costelas dos bovinos e nas três primeiras dos pequenos ruminantes. • Nas costelas restantes, este ângulo aumenta gradativamente até que, na última costela, a cabeça e o colo continuam-se com o corpo, sem limite nítido de demarcação. • Na união entre o colo e o corpo encontra-se uma eminência, denominada tubérculo da costela. • Os tubérculos são bem desenvolvidos nas primeiras costelas, diminuindo de tamanho em sentido caudal. • Cada tubérculo apresenta uma faceta que se articula com a fóvea costal do processo transverso da vértebra correspondente. • O corpo constitui a parte mais extensa da costela. • A face lateral do corpo é lisa e convexa. • A face medial é côncava e apresenta um sulco, denominado sulco da costela, que acompanha sua borda caudal. Este sulco aloja a artéria, a veia e o nervo intercostais e apresenta um ou dois forames nutrícios, próximos ao tubérculo da costela. • As cartilagens costais são segmentos de cartilagem hialina que fazem ligação das extremidades ventrais das costelas esternais com o esterno. • Nas costelas esternais, as cartilagens costais terminam em ponta e estão unidas umas às outras de modo a formar o arco costal. • As cartilagens costais ossificam-se nos animais adultos. • As extremidades ventraisdas cartilagens costais das costelas esternais apresentam facetas articulares para articulação com o esterno. Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 51 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br Criado pelo acadêmico: Ubirajara Fonseca Costa Prof. Daniel Herbert de Menezes Alves Médico Veterinário 52 FONTE: UFMG. Disponível em http://www.icb.ufmg.br
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