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Julgados de penas restritivas de direitos

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA
PRÓ–REITORIA ACADÊMICA
DIREITO
Giovanna Siviero
Larissa Espozito Bramante
Larissa Karoline da Silva
REQUISITOS PARA APLICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Sorocaba/SP
2017
Giovanna Siviero R.A 68478
Larissa Espozito Bramante R.A 90965
Larissa Karoline da Silva R.A 90390
REQUISITOS PARA APLICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Direito Penal III, no Curso de Direito, na Universidade de Sorocaba
 Prof(a). Fernanda Ueda
Sorocaba/SP
2017
SUMÁRIO
Introdução......................................................................................................................4
1. TJ-PR - Apelação Crime ACR 7756930 PR 0775693-0 (TJ-PR)..........................5
1.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos..........................................7
2. TJ-PA - Apelação: APL 00018226420108140006 BELÉM.............................8
2.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direito.....................................11
3. TJ-SP - Apelação: APL 320119420088260554 SP...............................................12
3.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos........................................14
4. TJ-SP - Apelação: APL 00057934020098260539 SP ........................................15
4.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos.......................................16
5. TJ-SP - Apelação: APL 00001071520108260642 SP ........................................17
5.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direito........................................19
6. TJ-SP - Apelação: APL 10740720078260435 SP..............................................20
6.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos.......................................21
7. TJ-PA - Apelação: APL 00020695120098140024 BELÉM..............................22
7.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos......................................26
Considerações Finais...................................................................................................27
Bibliografia..................................................................................................................27
INTRODUÇÃO
Apresenta sentenças e acórdãos que resultaram em penas restritivas de direitos, ou apelações para conversão de penas privativas de liberdade, apontando os requisitos objetivos e subjetivos legais exigíveis para a sua aplicação. O objetivo é a identificação de cada requisito para a aplicação ou substituição da pena restritiva de direitos, podendo assim visualizar situações nas quais realmente deverão ser aplicada tais penas em cada caso. 
1.TJ-PR - Apelação Crime ACR 7756930 PR 0775693-0 (TJ-PR)
2ª CÂMARA CRIMINAL - APELAÇÃO CRIME Nº 775.693-0
ORIGEM: 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE UMUARAMA
APELANTE: JOSÉ MARIA CORDEIRO
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
RELATORA: DES. LIDIA MAEJIMA
APELAÇÃO CRIME. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO (ART. 14, CAPUT, DA LEI Nº 10.826/03).INCONFORMISMO QUANTO A APLICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. NÃO ACOLHIMENTO. ESCOLHA QUE CABE AO JUIZ E NÃO AO RÉU. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO
RELATÓRIO
Trata-se de apelação criminal contra sentença proferida pelo Juízo de Direito da 10ª Vara Criminal da Capital, a qual condenou o réu Natanael Bezerra da Silva a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão e ao pagamento de 15 (quinze) dias-multa em razão da prática do crime capitulado no art. 14 da Lei nº 10.826/2003 (porte de arma de fogo de uso permitido)
Audiência de Instrução realizada no dia 28 de abril de 2014. (termo de assentada às fls. 97/99).
Concluída a instrução, o magistrado a quo condenou o apelante pelo crime previsto no art. 14 da Lei nº 10.826/2003, imputando-lhe a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime semiaberto, e 15 (quinze) dias-multa à razão de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente ao tempo do fato delituoso (sentença às fls. 128/135).
Inconformado, o réu interpôs (fl. 146) o presente recurso de apelação, mediante o qual pleiteia a absolvição em virtude de a arma apreendida estar desmuniciada e ser ineficiente para a realização de disparos conforme laudo pericial, não podendo ser considerada como arma de fogo nos termos da Lei nº 10.826/03, implicando, assim, a atipicidade do fato, já que não houve ofensa ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Razões recursais às fls. 149/165.
Subsidiariamente, requer, se mantida a condenação, que seja efetuado novo cálculo da dosimetria da pena, para considerar favoráveis todas as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, fixando a pena base no mínimo legal, sendo mantido o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea.
Ao final, requer que com a pena fixada no mínimo de até 02 (dois) anos, seja substituída a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, uma vez que o apelante preenche os requisitos objetivos e subjetivos do artigo 44 do Código de Processo Penal.
O Ministério Público de primeiro grau apresentou contrarrazões às fls. 167/169, pugnando pelo improvimento do recurso.
A Procuradoria-Geral da Justiça ofertou o parecer de fls. 182/187 opinando pelo improvimento do apelo.
É o relatório.
Tribunal de Justiça
Gabinete Des. Sebastião Costa Filho
Da substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos
No que se refere à substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, não assiste razão ao réu ter direito a este benefício tendo em vista que ele não preenche aos requisitos contidos no artigo 44 do Código Penal.
Acontece que, do cotejo dos autos, vê-se que o réu é reincidente por ter cometido anteriormente os crimes de roubo e de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (autos nº 0003526-87.2013.8.02.0001 e nº 0005984-48.2011.8.02.0001).
Além disso, a reincidência se opera em virtude da prática do mesmo crime, qual seja, porte de arma de fogo de uso permitido.
HABEAS CORPUS. PENAL. RECEPTAÇÃO. RÉU REINCIDENTE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS FAVORÁVEIS. REGIME INICIAL FECHADO DE CUMPRIMENTO DE PENA.DESPROPORCIONALIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 269 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO QUANTO A ESSE TOCANTE. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.IMPOSSIBILIDADE. REQUISITOS DO ART. 44DO CÓDIGO PENAL. NÃO PREENCHIDOS. RÉU REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
1. Ao condenado reincidente que teve consideradas favoráveis as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal, e cuja pena imposta foi inferior a quatro anos de reclusão, aplica-se o regime prisional semiaberto. Incidência da Súmula n.º 269 desta Corte. 
2. Diante da reincidência apresentada pelo Réu, condenado por outro crime contra o patrimônio (roubo duplamente majorado), não há como ser substituída a pena privativa de liberdade, por ausência de preenchimento dos requisitos do art. 44 do Código Penal. Precedentes desta Corte. 
3. Ordem parcialmente concedida, tão somente para estabelecer o regime semiaberto para o início do cumprimento da pena reclusiva imposta ao Paciente.
(STJ - HC: 224968 SP 2011/0271745-1, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 28/02/2012, T5 - QUINTA TURMA, Data
1.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
No caso acima, mesmo sendo condenado o réu Natanael Bezerra da Silva a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão por crime cometido sem violência e grave ameaça, e tal pena atenda aos requisitos objetivos previstos no art. 44 inciso I do Código Penal, não se adéqua a substituição da pena restritiva de direitos diante da ausência do preenchimento dos seguintes requisitos:
O réu é reincidente por ter cometido anteriormenteos crimes de roubo e de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido o que fere o requisito subjetivo previsto no art. 44 inciso II do Código Penal. Tendo em vista que tal fato indique maus antecedentes e má conduta social ferindo assim os requisitos subjetivos previsto no art. 44 inciso III.
Além disso, a reincidência se opera em virtude da prática do mesmo crime, qual seja, porte de arma de fogo de uso permitido conforme art. 44, §3º do Código Penal.
	
2. TJ-PA - Apelação : APL 00018226420108140006 BELÉM
COMARCA DE ORIGEM: ANANINDEUA
APELANTE: NILSON SOARES DAMASCENO (Defensora Pública Claudine Ribeiro de Oliveira Martins)
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ(Promotora de Justiça Valéria Porpino Nunes Iannuzzi)
PROCURADOR DE JUSTIÇA: FRANCISCO BARBOSA DE OLIVEIRA
RELATOR: DES. JOÃO JOSÉ DA SILVA MAROJA
PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO: CRIME DE MERA CONDUTA. CRIMINALIZAÇÃO DO RISCO: POSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO A REGULAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA. DEPOIMENTOS DE POLICIAIS: VALIDADE COMO MEIO DE PROVA. APLICAÇÃO DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME
RELATÓRIO 
Trata-se de recurso de apelação interposto por NILSON SOARES DAMASCENO, atacando a sentença que o condenou à pena de dois anos de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime aberto, além de vinte dias-multa, considerando-o culpado pelo crime previsto no art. 14, caput, da Lei n. 10.826, de 2003
Em suas razões recursais (fls. 72/80), alega que a conduta imputada não representa ofensa a nenhum bem jurídico tutelado, sendo portanto caso de atipicidade e impondo a absolvição do réu. Para tanto, fundamenta-se em diversos precedentes. A par disso, não haveria prova suficiente de autoria, posto que o apelante negou o delito e as testemunhas de acusação são todas policiais civis, que efetuaram sua prisão. O apelante alega que nenhuma munição foi encontrada em seu poder e que sua prisão resultou de ser investigado por outro fato. Pede, assim, sua absolvição com base no art. 386, inciso III ou VII, do Código Penal.
Alternativamente, caso mantida a condenação, requer a reforma da sentença na parte em que negou a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, posto que o decisum se baseou em antecedentes criminais. Contudo, o apelante, apesar de responder a outros processos, jamais foi condenado, por isso teria direito à substituição, com fundamento, inclusive, na Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, por analogia.
Em contrarrazões (fls. 82/93), a promotoria de justiça rejeita as pretensões absolutórias do apelo, uma vez que o porte ilegal de munição já é suficiente para configurar crime, além de que as provas de autoria são idôneas para legitimar uma condenação. Contudo, acatou a tese de cabimento da substituição da pena privativa de liberdade aplicada ao apelante por uma restritiva de direitos, acolhendo integralmente as razões da defesa, notadamente no que tange ao princípio do estado de inocência.
Em segundo grau, o Ministério Público pronunciou-se pelo conhecimento e provimento parcial do recurso, estritamente no que tange à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (fls. 105/110).
É o relatório. À revisão.
Belém, 24 de janeiro de 2011.
Admissibilidade e contextualização
O recurso é adequado e tempestivo, além de estar subscrito por defensora pública no exercício regular de seu munus. Conheço.
Narra a denúncia (fls. 2/3) que, na tarde de 9.3.2010, o apelante foi preso em flagrante em razão do porte ilegal de duas munições, marca CBC, calibre .38. Uma equipe policial recebeu uma denúncia anônima de que o réu, suspeito de participar de um crime de latrocínio cometido contra um policial militar, encontrava-se em um bar na Rua Principal do Conjunto Júlia Seffer. Ao chegar ao local, os policiais encontraram o denunciado e, após uma revista, foram encontradas as munições suprarreferidas.
Após a instrução processual, o apelante foi condenado a penas de reclusão e de multa, o que ensejou o presente recurso, pugnando pela reforma da sentença, para sua absolvição ou, alternativamente, para a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
Substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos
Superado o pleito de absolvição do apelante, resta enfrentar o pedido alternativo, que insiste na possibilidade de substituir a pena privativa de liberdade imposta, de dois anos de reclusão, por restritivas de direitos. Neste particular, vale destacar que o Ministério Público, em primeiro e segundo graus, foram favoráveis à pretensão.
A pena restritiva de direito pode ser aplicada quando houver uma condenação não superior a quatro anos e o crime não tiver sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, ou se o crime for culposo, respeitando os elementos objetivos e subjetivos do art. 44 do Código Penal.
No caso vertente, todos esses requisitos estão presentes, inclusive a inexistência de antecedentes criminais. Agiu mal o juízo a quo, portanto, ao negar a substituição unicamente com base na certidão de antecedentes, de onde extrai ser o apelante “propenso a prática de crimes de tudo” (sic), fundamentação especulativa e de difícil compreensão. Outrossim, a certidão de fl. 41 aponta quatro resultados, mas dois deles são autos de prisão em flagrante, seguidos das ações penais decorrentes. Logo, são duas acusações criminais, sendo uma a destes autos, restando por conseguinte apenas uma ação penal por roubo, perante a 2ª Vara Penal de Belém, em relação à qual não consta condenação definitiva. E a sentença condenatória transitada em julgado é o pressuposto indispensável para a caracterização de antecedentes criminais, consoante vem entendendo o Supremo Tribunal Federal: 
“Habeas Corpus. (...) Alegada falta de fundamentação idônea para a definição da pena-base. Ocorrência. A mera existência de inquéritos ou de ações penais em andamento não pode ser considerada como caracterizadora de maus antecedentes, sob pena de violar-se o princípio constitucional da não-culpabilidade (CF, art. 5º, LVII). 5. Habeas corpus parcialmente deferido.” (STF, 2ª Turma – HC 102968/RJ – rel. Min. GILMAR MENDES – j. 14/9/2010 – DJe-211 DIVULG 03-11-2010 PUBLIC 04-11-2010) 
Este mesmo posicionamento foi por mim sufragado em inúmeras ocasiões anteriores.
Demonstrado que o apelante não registra antecedentes criminais, resta prejudicado o único argumento por meio do qual foi negada a substituição da pena, no caso concreto. Deve-se lembrar, por oportuno, que até mesmo a reincidência em crime doloso não constitui obstáculo intransponível a essa substituição, como resulta claro do § 3º do art. 44 do Código Penal. Acolho a pretensão recursal, portanto, e considerando ainda o disposto no § 2º do mesmo art. 44, substituo a pena de dois anos de reclusão por duas restritivas de direitos, a serem definidas e implementadas pelo juízo da execução penal, consoante possibilidade já reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça, por sua 6ª Turma, ao julgar o Habeas Corpus127909/SP, relatado pelo Min. OG FERNANDES (j. 29/6/2009, DJe 27/09/2010).
Essa delegação é necessária, pois o juízo competente para a execução penal é quem melhor conhece a infraestrutura disponível, para saber quais espécies de penas são mais viáveis de impor, no caso concreto.
Conclusão
Por todo o exposto, conheço da apelação e, no mérito, dou-lhe parcial provimento, estritamente para substituir a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consoante ulterior deliberação do juízo competente para execução das penas alternativas, mantida a sentença recorrida em seus demais termos.
É como voto.
Belém, 10 de fevereiro de 2011. 
Des. João José da Silva Maroja
Relator 
2.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
Neste caso o Ministério Público, em primeiro e segundo graus, foram favoráveis à pretensão da substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos.
No caso acima, mesmo sendo condenado o réu Nilson SoaresDamasceno a pena de 02 (dois) anos de reclusão por crime cometido sem violência e grave ameaça, e demonstrado que o apelante não registra antecedentes criminais, respeitando os elementos objetivos e subjetivos do art. 44 do Código Penal.
3. TJ-SP - Apelação : APL 320119420088260554 SP 0032011-94.2008.8.26.0554
14ª Câmara de Direito Criminal
Roubo - Prova - Suficiência - Condenação mantida.Suficiente o acervo probatório composto por prova oral incriminadora, de rigor a manutenção da condenação tal como lançada.Substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos Impossibilidade.Tratando-se de crime cometido com grave ameaça à pessoa, impossível a pretendida aplicação de penas restritivas de direitos, em substituição à privativa de liberdade
Relatório
Pela r. sentença de fls. 353/362, prolatada pelo MM. Juiz Luiz Francisco Del Giudice, cujo relatório se adota, EVANDRO FABOS foi condenado às penas de 07 anos, 08 meses e 04 dias de reclusão, em regime inicial semiaberto, e 65 dias-multa, de valor unitário mínimo, como incurso no art. 157, § 2º, I e II, c.c. os arts. 70 e 71, todos do Código Penal.
Inconformado com a r. decisão de primeiro grau, apelou o réu em busca da redução de sua reprimenda, da fixação de regime aberto ou, ainda, da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Processado o recurso e contra-arrazoado, a Douta Procuradoria Geral de Justiça manifestou-se pelo seu desprovimento.
É o Relatório.
O apelo não merece prosperar.
A condenação do acusado pelos crimes de roubo qualificado, nem sequer questionada nas razões recursais, foi bem decretada e veio embasada em suficiente acervo probante, haja vista que ele confessou, com riqueza de detalhes, a prática dos delitos, restando devidamente comprovada a materialidade delitiva pelos “autos” de fls. 16/19, 51, 54, 57, pelos boletins de ocorrência de fls. 11/15, 45/48, 63/64, e “laudos” de fls. 318/331 e 345/347, mostrando-se a prova oral colhida na instrução criminal, outrossim, apta à vinculá-lo à autoria delitiva.
As reprimendas foram bem dosadas e fundamentadas, não comportando qualquer reparo.
Registre-se que o reconhecimento da confissão espontânea do réu, embora devidamente considerada, não teve reflexo na fixação da sua pena porque não tem o condão de trazê-la aquém do mínimo legal.
Sobre o tema, é da Súmula nº 231, do Colendo Superior Tribunal de Justiça, que:
“A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal”.
Na segunda fase, saiu-se, em muito, beneficiado o ora recorrente com a exasperação de somente 1/3, já que, tendo em vista a presença de duas qualificadoras, e em observância aos novos percentuais adotados com o advento da Lei 9.426/96, que introduziu duas novas causas de aumento no crime de roubo, a majoração incidente sobre a básica deveria ter sido fixada vem 3/8; todavia, por falta de irresignação ministerial, mantém-se o critério adotado pelo MM. Juiz sentenciante.
Na terceira e última fase, correto o aumento de 1/5 em razão do reconhecimento do crime formal e do crime continuado, não havendo possibilidade de redução de sua reprimenda.
Fica mantido, por fim, o regime inicial semiaberto.
Dado o crescente aumento da criminalidade violenta, a tranquilidade e a segurança do corpo social devem ser resguardadas, não se olvidando que a hipótese dos autos vários roubos cometidos com o emprego de arma e concurso de pessoas - denota maior periculosidade dos agentes e até falta de desvelo para com a integridade física de outrem e a própria vida humana.
E, tanto mais se faz necessária a fixação do regime mais gravoso ao se vislumbrar, no caso em exame, a extrema ousadia e periculosidade do apelante que, em companhia de um menor, roubou um veículo e vários estabelecimentos comerciais, mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, em continuidade delitiva, num mesmo dia, em pouco espaço de tempo, só parando de praticar delitos, porque perdeu o controle da direção do carro roubado colidindo com obstáculos da via pública, momento em que detido em flagrante delito.
Ademais, ainda que primário, o agente que participa de assalto com emprego de arma não disfarça evidente periculosidade, irrecusável ousadia e clara temibilidade, atributos que não são privilégios exclusivos de delinquentes reincidentes ou de idade mais avançada.
Assim sendo, não é plausível que o réu inicie o cumprimento da pena reclusiva em regime menos rigoroso, até porque benevolência em excesso gera incentivo a novas investidas do mesmo gênero.
Vedada, de resto, tratando-se de crime cometido com grave ameaça à pessoa, a pretendida aplicação de penas restritivas de direitos, em substituição à privativa de liberdade.
Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso, mantida a r. sentença, por seus próprios fundamentos.
WILSON BARREIRA
RELATOR
3.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
Há a impossibilidade da substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.
Mesmo que o réu Evandro Fabos não seja reincidente em crime doloso atendendo ao requisito subjetivo descrito no art.44, inciso II do Código Penal, o réu foi condenado à pena de 07 anos, 08 meses e 04 dias de reclusão, pena esta que excede ao exigido pelo requisito objetivo, que seria de pena privativa de liberdade não superior a 04 anos também tratando-se de crime cometido com grave ameaça à pessoa, impossível a pretendida aplicação de penas restritivas de direitos, em substituição à privativa de liberdade deixando de atender o requisito objetivo descrito no art. 44 inciso I do Código Penal.
4. TJ-SP - Apelação : APL 00057934020098260539 SP 0005793-40.2009.8.26.0539 
APELANTE: ALESSANDRO APARECIDO AMORIN
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA: SANTA CRUZ DO RIO PARDO
VOTO Nº 26.940
APELAÇÃO CRIMINAL. 
Furto qualificado e estelionatos. Sentença condenatória. Pedido de absolvição por insuficiência de provas. – Incabível. Réu confessou espontaneamente a autoria dos crimes. Prova oral e material o incriminam. Laudo grafotécnico atestou que os escritos constantes nas cártulas advieram do seu punho escrevente. Penas dosadas com critério. Regime prisional compatível. Escorreita a aplicação de penas restritivas de direitos. - Recurso improvido
I - Ao relatório da r. sentença, que acolho, acresço que por decisão do Magistrado da 3ª Vara da Comarca de Santa Cruz de Rio Pardo (Controle nº 242/09), o réu ALESSANDRO APARECIDO AMORIM restou condenado a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, regime aberto, e mais o pagamento de 25 (vinte e cinco) dias-multa, no piso, por incurso no art. 155, “caput”, e no art. 171, “caput” (quatro vezes), c.c. o art. 71, “caput”, todos Código Penal, e, irresignado, apela objetivando a absolvição por insuficiência de provas.
Pelo provimento do recurso, em discordância do que consta da fundamentação (mero erro material), é o parecer da Douta Procuradoria Geral de Justiça.
II - Incabível a acolhida do pedido absolutório.
As provas encartadas nos autos demonstraram de forma induvidosa que ALESSANDRO APARECIDO AMORIM subtraiu bens do interior do veículo de Rose Maria Franciscon Império, dentre eles folhas de cheque, as quais foram preenchidas e colocadas no comércio para obtenção de vantagem ilícita, mediante fraude, em detrimento de terceiros (cf. denúncia de fls. 01d/05d; e sentença de fls. 162/172).
A materialidade delitiva restou comprovada pelos Boletins de Ocorrência (cf. fls. 03/04 e 21/22), pelos autos de exibição e apreensão (cf. fls. 06, 11, 13, 15, 23 e 34), e pelo laudo de exame grafotécnico (cf. fls. 80/84).
A autoria é incontestável porque o réu confessou espontaneamente a autoria do furto e, ao depois, dos estelionatos, justificando seu agir por ser depende de “crack” (cf. fls. 142/vº).
Seu relato foi corroborado pela prova oral (declarações das vítimas - cf. fls. 139, 140 e 141) e pela material, em especial o laudo de exame grafotécnico que atestouque alguns dos escritos constantes nas cártulas provieram do punho escrevente do réu (cf. fls. 80/84).
Não se há falar, pois, em absolvição diante de tão robusto e contundente conjunto probatório incriminador.
A dosimetria da pena não comporta reparo.
As bases foram fixadas no mínimo legal. A do crime de furto permaneceu como definitiva nesta patamar e a dos estelionatos sofreram acréscimo por conta da continuidade delitiva.
Escorreita a imposição de regime aberto e a substituição da pena carcerária por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária no valor de 02 (dois) salários mínimos.
Ante ao exposto, nego provimento ao apelo.
PÉRICLES PIZA
Relator
4.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
Neste caso foram favoráveis à pretensão da substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos.
No caso acima, sendo condenado o réu Alessandro Aparecido Amorim a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, regime aberto por crime cometido sem violência e grave ameaça, e demonstrado que o apelante não registra antecedentes criminais, respeitando os elementos objetivos e subjetivos do art. 44 do Código Penal.
5. TJ-SP - Apelação : APL 00001071520108260642 SP 0000107-15.2010.8.26.0642 
APELANTE: MARCOS PIRES
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA: UBATUBA
VOTO Nº 27.179
Crime de receptação dolosa de bens do patrimônio público. Sentença condenatória. Defesa pretende absolvição por insuficiência de provas. -Incabível. Prisão em flagrante na posse de 16 (dezesseis) hastes de palmito. Réu admitiu que a posse ao alegar que prestava serviço de transporte para o dono dos palmitos que fugiu quando da intervenção policial. Comprovado que o réu tinha conhecimento da origem espúria e que concordou em transportar. Pena dosada com critério. Regime compatível. Escorreita aplicação de penas restritivas de direitos. - Recurso improvido.
I - Ao relatório da r. sentença, que acolho, acresço que por decisão prolatada pela Magistrada da 2ª Vara Judicial da Comarca de Ubatuba (Controle nº 07/2010), o réu MARCOS PIRES restou condenado a pena 02 (dois) anos de reclusão, regime aberto, e mais o pagamento de 20 (vinte) dias-multa, no piso, substituída a pena carcerária por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e em prestação pecuniária, por incurso no art. 180, § 6º, do Código Penal, e, irresignado, apela objetivando a absolvição por insuficiência de provas.
Pelo improvimento é o parecer da Douta Procuradoria.
II - Incabível a acolhida do pedido absolutório.
MARCOS PIRES restou preso em estado de flagrante delito adquirindo, recebendo ou transportando 16 (dezesseis) hastes de palmito “pupunha”, mediando um metro cada um, avaliados em R$ 160,00 (cento e sessenta reais), o que sabia ser produto de crime (cf. denúncia de fls. 02D/04D; auto de prisão em flagrante delito de fls. 02/13; e auto de exibição e apreensão de fls. 18/19).
A prova amealhada no caderno processual demonstrou de forma induvidosa a materialidade delitiva, conforme se verifica do boletim de ocorrência (fls. 14/17), auto de constatação (cf. fls. 20/21), bem como do auto de avaliação (fls. 22), não pairando dúvidas acerca da efetiva responsabilidade criminal do ora apelante.
O acusado admitiu nas fases extrajudicial e judicial que prestava serviço de transporte para terceira pessoa, a quem foi perguntado sobre a legalidade no carregamento dos palmitos. Chegando ao local desejado aproximou-se uma viatura policial, momento em que referida pessoa saiu em fuga e embrenhou-se no mato (cf. fls. 12/13 e 146).
Os policiais Nivaldo Moacir Santiago e Daumir Tomas Conrado confirmaram as circunstâncias da prisão do réu e da apreensão dos palmitos, bem como a fuga empreendida por terceira pessoa que ocupava o veículo. O réu não apresentou documentação válida que permitisse a posse dos palmitos (cf. fls. 143 e 144).
O representante da vítima, Carlos Eduardo Ferreira de Castro, confirmou que foram furtados palmitos e que policiais surpreenderam duas pessoas transportando os bens, uma delas fugiu, sem a devida documentação que justificasse a origem da aquisição (cf. fls. 142).
Indiscutível, pois, a culpabilidade de MARCOS PIRES. O fato de ser ou não possuidor dos palmitos, ou de ser ou não verdadeira a versão de que apenas transportava para pessoa que fugiu ao ver a viatura policial, em nada o exime de culpa. 
Mormente porque, como ele mesmo afirmou em Juízo, já teria sido processado e condenado por fato similar: "Já fui processado por dar carona à um índio que transportava palmito. Tive que pagar uma cesta basica" (cf. fls. 146).
O bem era produto de crime, e certamente o réu tinha conhecimento de tal desiderato, tanto que afirmou ter advertido o possuidor que era errado transportar palmitos, segundo admitiu.
Pesa contra o réu o fato de ter se envolvido no passado com fato semelhante, inclusive com consequências na esfera penal.
Como bem fundamentado na r. sentença: “Com efeito, o desconhecimento da origem espúria dos palmitos - tese invocada pelo réu -seduz, porém não vinga, porquanto restou sobejadamente demonstrado nos autos que o acusado tinha, ao contrário do que alega, plena ciência da irregularidade de sua conduta tanto que declarou em juízo já ter sofrido processo por dar carona à um índio que, da mesma maneira que no caso em apreço, transportava palmito” (cf. fls. 163).
Mantém-se, pois, a lúcida e escorreita condenação.
A pena não comporta reparo.
Foi fixada no mínimo legal a pena-base e, ao depois, sofreu acréscimo em dobro por conta da causa de aumento prevista no parágrafo 6º, do art. 180 do Código Penal.
Acertada a fixação de regime aberto e a substituição da carcerária por prestação de serviço à comunidade e prestação pecuniária nos moldes da legislação penal.
Ante ao exposto, nego provimento ao apelo.
PÉRICLES PIZA
Relator
5.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
O réu Marcos Pires Pires restou condenado a pena 02 (dois) anos de reclusão, regime aberto, substituída a pena carcerária por duas restritivas de direitos 
Sendo o réu não reincidente em crime doloso atendendo ao requisito subjetivo descrito no art.44, inciso II do Código Penal, e condenado à pena de 02 anos de reclusão, pena esta que atende ao exigido pelo requisito objetivo, que seria de pena privativa de liberdade não superior a 04 anos também tratando-se de crime não cometido com emprego de violência e grave ameaça, é possível a pretendida aplicação de penas restritivas de direitos, em substituição à privativa de liberdade atendendo a todos os requisitos objetivos e subjetivos descrito no art. 44 incisos I ao III do Código Penal.
6. Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação : APL 10740720078260435 SP 0001074-07.2007.8.26.0435 
Voto nº 23.258
7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça Pedreira
FURTO QUALIFICADO - Autoria e materialidade delitiva perfeitamente demonstradas - Prova robusta a admitir a condenação do réu - Afastamento da reincidência, por inadequação da certidão - Aplicação de penas restritivas de direitos em substituição a privativa de liberdade e fixação do regime inicial do cumprimento de pena nos termos do artigo 33, § 2º, letra c, do Código Penal - Readequação da pena e do regime prisional - Recurso parcialmente provido. 
Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. sentença de fls. 123/129 (Patrícia Soares de Albuquerque), cujo relatório se adota, que julgou parcialmente procedente a ação penal para condenar MARCOS BRANDÃO(qualificado às fls. 12), como incurso nas sanções do artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal, ao cumprimento de 02 (dois) anos, de reclusão, regime inicial fechado, e pagamento de 10 (dez) dias-multa, valor mínimo legal.
Pretende-se, com a presente interposição (fls. 144/149), sua absolvição, alternativamente, o reconhecimento do furto tentado e a adequação do regime prisional.
Regularmente processado orecurso interposto, com o oferecimento das contrarrazões de fls. 151/153, vieram os autos a esta Instância, a Douta Procuradoria Geral de Justiça opinando pelo seu não provimento (fls. 158/161).
É o relatório.
O réu foi condenado como incurso nas sanções do artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal, porque no dia, hora e local mencionados na denúncia, mediante escalada, subtraiu uma bicicleta “Caloi” e uma caixa de ferramentas, pertencentes a Diógenes Luis Davoli.
A r. sentença recorrida, suficientemente motivada no que diz respeito ao decreto condenatório e em nada abalada pelas razões de recurso oferecidas, merece ser mantida por seus próprios fundamentos, ora ratificados, nenhum reparo se lhe impondo, seja quanto ao reconhecimento da ocorrência do fato e da sua autoria ao réu atribuída, seja quanto à caracterização do crime de furto qualificado (mediante escalada) e efetivamente consumado, diante da evidência de que o apelante teve a posse não vigiada do produto do crime, reparo cabendo apenas no que diz respeito à pena aplicada.
Com efeito, foi reconhecida a reincidência do acusado. Todavia, o referido apontamento criminal (fls. 55) trata de condenação, porém consta nele a ocorrência do trânsito em julgado em data posterior ao crime praticado nestes autos, o que inviabiliza sua utilização para o reconhecimento da reincidência do apelante, devendo, portanto, ser afastada, ficando sua pena mantida em 02 (dois) anos de reclusão e pagamento de 10 (dez) dias-multa, valor mínimo legal, sendo certo que, seja em face do seu “quantum” seja em face da primariedade do réu, a pena privativa de liberdade há de se cumprir, na forma prevista pelo artigo 33, § 2º, letra 'c', do Código Penal, no regime aberto.
Finalmente, sendo a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos, não tendo sido o crime praticado mediante violência (artigo 44, inciso I, do Código Penal), de rigor, na espécie, substituir a pena privativa de liberdade por restritivas de direito, por igual período da condenação, consistentes em prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, a ser determinada na origem, e, ainda, ao pagamento da multa de 10 (dez) dias-multa, no valor unitário mínimo.
Assim sendo, e nestes termos, dá-se parcial provimento ao recurso do réu, readequando-se a pena e o regime prisional fixado, mantendo-se, no mais, nos termos em que proferida, a r. sentença de primeiro grau.
Christiano Kuntz
Relator
6.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
O réu Marcos Brandão restou condenado a pena ao cumprimento de 02 (dois) anos, de reclusão, regime inicial fechado, pena esta convertida em pena restritiva de direitos.
 Não sendo reconhecida a reincidência do acusado em crime doloso atendendo ao requisito subjetivo descrito no art.44, inciso II do Código Penal, e sua pena privativa de liberdade inferior a quatro anos, não tendo sido o crime praticado mediante violência conforme requisitos objetivos exigidos no art. 44, inciso I, do Código Penal cabe a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos por igual período da condenação.
7. Tribunal de Justiça do Pará TJ-PA - Apelação : APL 00020695120098140024 BELÉM 
APELAÇAO CRIMINAL DA 3ª VARA PENAL DA COMARCA DE ITAITUBA
APELANTE: JAQUELINE DOS SANTOS FERREIRA
APELADO: A JUSTIÇA PÚBLICA
PROCURADOR DE JUSTIÇA: Dr. HEZEDEQUIAS MESQUITA DA COSTA
RELATORA: Desa. MARIA DE NAZARÉ SILVA GOUVEIA DOS SANTOS
PROCESSO N.º 2010.3.010547-8 
 REQUER A ABSOLVIÇÂO, COM FULCRO NO ARTIGO 386, INCISO V DO CPB – SUBSIDIARIAMENTE REQUER A DIMINUIÇÃO DA PENA-BASE EM 2/3 (DOIS TERÇOS), INCLUSIVE, DA PENA DE MULTA. FIXAÇÃO DO REGIME ABERTO. APLICAÇÃO DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO. – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO APENAS PARA SUBSTITUIR A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR DUAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO.
RELATÓRIO
JAQUELINE DOS SANTOS FERREIRA, interpôs o presente recurso contra a sentença que a condenou, a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão e 550 (quinhentos e cinquenta e cinco) dias-multa, a ser cumprido no regime semi-aberto, pela prática da conduta tipificada no art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
Consta na denúncia que em 02.06.2009 por volta das 14 h, no quarto de um hotel em Trairão/PA, cidade próxima a Itaituba, a acusada fora presa em flagrante delito com 13 (treze) pedras de uma substância esbranquiçada, envolvida em papelote, que segundo Laudo provisório, trata-se de cocaína, e que pelas circunstâncias em que fora encontrada seria para comercialização de entorpecentes.
O processo seguiu os trâmites legais.
Em alegações finais, o Ministério Público requereu a condenação da apelante. A defesa sustentou a negativa de autoria e fragilidade de provas, devendo, por conseguinte, ser aplicada o in dúbio pro réu.
O processo seguiu os trâmites legais.
Em alegações finais, o Ministério Público requereu a condenação da apelante. A defesa sustentou a negativa de autoria e fragilidade de provas, devendo, por conseguinte, ser aplicada in dúbio pro réu.
O juízo a quo convencido da autoria e materialidade do crime julgou procedente a denúncia, condenando JAQUELINE DOS SANTOS FERREIRA a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão e 550 (quinhentos e cinquenta e cinco) dias-multa, a ser cumprido no regime semi-aberto, pela prática da conduta tipificada no art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
Inconformada, a apelante recorreu da sentença condenatória, requerendo a absolvição com fulcro no art. 386, V do CPB.
Caso não seja esse o entendimento, requer a diminuição da pena-base em 2/3, inclusive da pena de multa no mesmo patamar; o cumprimento da pena no regime aberto, conforme art. 33, § 2º, c do CP; aplicação das penas restritivas de direito, e o direito de recorrer em liberdade.
Em contrarrazões, o Ministério Público posicionou-se pelo parcial provimento do recurso, para que seja concedido a apelante o regime aberto para início de cumprimento da pena, a conversão desta em pena restritiva de direitos, e o direito de recorrer em liberdade, mantendo-se a sentença quanto a quantidade de pena aplicada.
Nesta Superior Instância, o custos legis manifestou-se pelo parcial provimento do recurso, para que seja concedido a apelante o regime aberto para o início de cumprimento da pena, a conversão desta em pena restritiva de direitos e o direito de recorrer em liberdade.
É o relatório.
À revisão é o Des. João José da Silva Maroja.
VOTO
Primeiramente, saliente-se que a presente peça recursal preenche os pressupostos de admissibilidade, devendo ser conhecida. 
Em suas razões recursais, requer a apelante a sua absolvição com fulcro no art. 386, V do CPB. Subsidiariamente requer a diminuição da pena-base em 2/3, inclusive da pena de multa no mesmo patamar; o cumprimento da pena no regime aberto, conforme art. 33, § 2º, c do CP; aplicação das penas restritivas de direito, e o direito de recorrer em liberdade. 
Analisando o pedido de absolvição por insuficiência de provas, verifica-se que pelo conjunto probatório dos autos, o referido pedido não merece prosperar, assim vejamos: 
A testemunha ALMIR CASTRO GOMES, policial militar, em juízo declarou:
“ QUE receberam denúncia de que Jaqueline e outras pessoas teriam levado drogas de Itaituba para revender em Trairão; QUE fizeram campana em frente ao hotel, próximo a BR; QUE segundo a denúncia Diego fazia a distribuição ; QUE Diego voltava para o hotel para pegar droga e revendia na festa; QUE no momento em que Diego chegou no hotel, os policiais entraram no quarto deste para realizar buscas; ......QUE Diego então falou ao declarante que quem tinha trazido o material seria a Jaqueline;....QUE Jaqueline negou o crime....QUE encontraram embaixo do colchão da cama um copo contendo cabeças de drogas; QUE eram 13 ou 16 cabeças; QUE Jaqueline foi presa quando retornou para o hotel; (fls. 87) (grifo nosso) 
A testemunha CESAR AUGUSTO PAIVA DE ALBUQUERQUE, policial militar que também participou da operação, declarou em juízo:
“ QUE estavam fazendo campana no hotel; QUE Diego foi oprimeiro que chegou no hotel; QUE Diego foi abordado; QUE o dono do hotel confirmou que Diego e Jaqueline estavam juntos no quarto; QUE encontraram no quarto um vidro contendo “pasta base...QUE Jaqueline disse que o quarto era dela.” (136). (grifo nosso) 
Assim resta devidamente configurado a autoria e materialidade do crime, pelo Auto de Apresentação e Apreensão substância entropecente (fls. 21) e Laudo Toxicológico Definitivo (fls. 50), assim como, a autoria delitiva imputada a apelante, conforme os elementos probatórios constante dos autos. 
Nesse sentido, inclina-se a jurisprudência: 
Apelação Penal. Tráfico de entorpecentes. Absolvição. Impossibilidade. Autoria e materialidade comprovadas.
Omissis...
impossível cogitar de que o flagrante foi forjado pelos policiais, considerando que a defesa, não conseguiu comprovar, no curso da instrução a existência de qualquer (sic) interesse por parte dos policiais em prejudicar o réu, assim como não conseguiu elidir os testemunhos prestados por eles ao longo da instrução. (TJPA – Processo nº 20063006104-8 – 2ª Câmara Criminal Isolada - Acórdão nº 95388 - Rel. Des. Ronaldo Valle – D.J.: 01/03/2011 – D. P.: 16/03/2011) (Grifo nosso) 
Quanto à diminuição da pena-base em 2/3 (dois terços), inclusive da pena de multa, entende esta relatora que esta foi adequadamente fixada pelo juízo a quo, uma vez que ao estabelecer em 05 (cinco) anos a pena-base (mínimo legal), reconhecendo a causa de diminuição prevista no § 4º do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006, reduziu a pena na ½ (metade), resultando a pena definitiva em 02 (dois) anos e 06 (seis) meses. Assim, como a pena de 550 (quinhentos e cinquenta dias), a qual se encontra adequadamente fixada.
Quanto ao regime de cumprimento da pena, mantenho o regime fixado pelo magistrado singular, pela fundamentação constante na sentença. 
Referente ao pedido subsidiário da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, entendo que a apelante faz jus, por satisfazer os requisitos do artigo 44, incisos I, II e III, do CPB. Nesse sentido, considerando que foi cominada a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, substituo-a por duas penas restritivas de direito, a teor do § 2º do art. 44 do CPB, de prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária, a ser determinada pelo juízo que executará o cumprimento destas. 
Nesse sentido, pelos fundamentos constantes neste voto, data vênia o parecer da Procuradoria de Justiça, conheço do recurso e dou provimentoapenas para substituir a pena privativa de liberdade imposta por duas penas restritivas de direito de prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária.
É como voto.
Belém, 27 de setembro de 2012. 
Desa. MARIA DE NAZARÉ SILVA GOUVEIA DOS SANTOS
relatora
7.1 Aplicação dos requisitos da pena restritiva de direitos
A apelante Jaqueline dos Santos Ferreira faz jus ao pedido da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, pois sua sentença a condenou, a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses, não sendo reincidente em crime culposo, não ter cometido crime com emprego de violência e grave ameaça, esta também não possuindo maus antecedentes, assim por satisfazer os requisitos objetivos e subjetivos do artigo 44, incisos I, II e III, do CPB.
Considerações Finais
Diante do disposto trabalho, entende-se que para aplicação das penas restritivas de direitos deve se atender ao requisitos objetivos dispostos no art. 44 inciso I do Código Penal. Sendo estes:
A quantidade de pena, não podendo ser inferior a 4 anos para crimes dolosos, e em casos de crimes culposos, não há limite legal de pena.
E o crime não ter sido cometido com emprego de violência e grave ameaça à pessoa.
Exige-se também que esteja de acordo com os requisitos subjetivos, descritos no art. 44, incisos II e III do Código Penal:
O réu não ser reconhecido como reincidente em crime doloso ou não se tenha operado em virtude da pratica do mesmo crime, mesmo que com penas inferiores a 4 anos. Levando em consideração que se torna reincidente a partir do transito em julgado, não sendo antes considerada a reincidência do réu.
São também analisadas as condições pessoais favoráveis do réu, como sua culpabilidade, seus antecedentes, conduta social e a personalidade do condenado. Deve também os motivos e circunstancias indicarem que a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos seja o suficiente.
Somados os requisitos objetivos e subjetivos para a aplicação da pena restritiva de direitos, compete ao juiz de conhecimento ou tribunal em grau recursal avaliar se cabe a substituição da pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas penas restritivas de direitos, quando a pena for superior a 1 ano.
Referências Bibliográficas 
Manual de Direito Penal, Parte geral Parte especial
Nucci, Guilherme de Souza – 4ª edição - Editora Revista dos Tribunais
https://www.jusbrasil.com.br
Decreto-Lei n. 2.848 de 7 dezembro de 1940 – Código Penal

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