Buscar

RESUMO IED V1

Prévia do material em texto

RESUMO PARA PROVA (V1)
CAPÍTULO I: NOÇÕES INICIAIS DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
INTRODUÇÃO
Essa disciplina tem por objetivo facilitar a compreensão dos conceitos fundamentais do Direito, portanto, serve como preparação inicial para estudos dentro da carreira jurídica, proporcionando as primeiras bases teóricas e práticas ao ingresso no mundo jurídico.
Natureza (autônoma e pedagógica)
A IED é comum a outras disciplinas e ciências, portanto, sua autonomia é de natureza meramente didática.
Conceito
A IED não é uma ciência, por lhe faltar objeto próprio, mas uma disciplina do curso de Direito, de natureza autônoma e pedagógica, quem tempo o intuito de introduzir o estudante de Direito e de lhe fornecer todo o aparato inicial para a compreensão da linguagem e conteúdo necessários para sua nova vida nesse novo mundo.
Características
Propedeutica: Quer dizer que a IED é a disciplina preparatória do curso de Direito.
Enciclopédica: Por não possuir objetos próprios, estuda e analisa vários conhecimentos de diversas disciplinas jurídicas. Ex: Filosofia do Direito, História do Direito, Sociologia etc.
Crítica: Julga os fatos de maneira independente com diferentes valorações. Visão crítica e valorativa. Apesar de ter caráter descritivo, como se fosse uma ciência exata (visão dogmática do Direito), a IED provoca no estudante de direito o raciocínio e a reflexão crítica e valorativa sobre o assunto (visão zetética do Direito).
Dogmatismo: Se apresenta como o caráter de certeza absoluta, que exprime uma opinião de forma categórica. Caráter descritivo como ciência exata. Verdade absoluta. Sabemos que Deus existe, mas nunca o vimos, acreditamos pela fé.
Zetética: Método empregado para descobrir a razão e a natureza. Parte crítica do Direito. Informação passada dogmaticamente que cabe questionamentos (raciocínio e reflexão). É uma forma de questionar a dogmática.
Compilatória: Aproveita conhecimentos de outras disciplinas e os reúne, compilando em uma só.
Objeto
A Introdução aos Estudos do Direito tem por objetos principais:
Conceitos Gerais: São utilizados dentro de qualquer ramo do Direito. Ex: Norma, ordenamento, fato jurídico, lei, justiça etc.
Conceitos Específicos: São utilizados dentre de um ou alguns ramos do Direito em especial. Tem serventia restrita. Ex: Crime, testamento, casamento, desapropriação etc.
Lineamento de Técnica Jurídica: São os procedimentos. Aspectos práticos de natureza procedimental do Direito. Ex: Procedimentos para elaboração de leis, aplicação e interpretação das normas jurídicas etc.
 Finalidade
A finalidade da IED é informar e preparar o estudante para poder, sem maiores dificuldades, circular e se comunicar neste país para ele até então desconhecido, o Direito.	
A LINGUAGEM TÉCNICO-JURÍDICA
É a linguagem própria do Direito.
Exs: Habbeas Corpus (remédio constitucional); Jurisdição (cabe ao juiz); Circunscrição (cabe aos policiais).
AS DISCIPLINAS JURÍDICAS FUNDAMENTAIS
Ciência do Direito ou Dogmática Jurídica: É a disciplina que aborda o Direito vigente em determinada sociedade. Seu papel é o de revelar o ser do Direito, aquele que se acha posto à coletividade (sociedade) e que se localiza, basicamente, nas leis e nos códigos; não é de natureza crítica.
Filosofia do Direito: Diferentemente da dogmática jurídica, que se limita a descrever e sistematizar o Direito vigente, a Filosofia do Direito transcende o plano meramente normativo para questionar o critério de justiça adotado nas normas jurídicas; preocupa-se com o dever ser do Direito. É Zetética.
Sociologia do Direito: Enlace entre fatos sociais com que o Direito imputa. É a disciplina que examina o fenômeno jurídico do ponto de vista social, a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais. Direito e sociedade.
AS DISCIPLINAS JURÍDICAS AUXILIARES
História do Direito: É uma análise histórica das atitudes jurídicas. É a disciplina jurídica que tem por objetivo a pesquisa e análise dos institutos jurídicos do passado.
Direito Comparado: É a disciplina que tempo por objeto o estudo comparativo de ordenamentos jurídicos diferentes estados, dentro do propósito de revelar as novas conquistas alcançadas em determinado ramo da árvore jurídica.
CAPÍTULO II: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO
IMPORTÂNCIA DO DIREITO
Segundo Aristóteles “O homem é um animal político”, ou seja, não pode viver fora da sociedade, do convívio social.
Mala Fortuna (infortúnio): Por uma má sorte, por exemplo, ocorre um acidente e o indivíduo fica isolado em um lugar afastado da sociedade. Esse seu afastamento foi acidental, se ele voltar para a sociedade ele vai continuar pertencendo a ela, pois o mesmo só se afastou acidentalmente.
Corruptio Naturae (alienação mental): Corrupção da natureza. Desvio de conduta. Ex: A pessoa autista que cria seu próprio mundo imaginário, apesar de estarem fisicamente no meio social.
Excelentia Naturae (elevação espiritual): Excelência na natureza, pessoa acima do padrão com o intuito de elevar o espírito. Afasta-se da sociedade para elevar seu nível espiritual. Ex: Pessoas que vivem em mosteiros.
CONCEITO, OBJETO E FINALIDADES DO DIREITO
“UBI HOMMINIS, IB SOCIETAS, UBI SOCIETAS, IB JUS”
“Onde está o Homem, está a sociedade, onde está a sociedade, está o Direito”.
O Direito está na sociedade para regular, controlar o comportamento do homem na convivência social.
Conceito: É um conjunto de normas coercitivas que rege o agir social do homem objetivando a Justiça e o Bem Comum. É um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros.
Objeto: O objeto do Direito é a norma jurídica. Aquilo que a ciência se preocupa, no nosso caso, a norma jurídica.
Finalidade: Alcançar a justiça e o bem comum. Realizar a justiça é tratar as coisas iguais de maneira igual e as diferentes de maneira diferente. O bem comum pode ser considerado como o bem de todos os membros da sociedade.
MULTIPLICIDADE E UNIDADE DO DIREITO
O Direito é um só, mas com vários ramos (Constitucional, Tributário, Administrativo, Penal...)
Direito Privado: relações que não interessam de maneira direta ao Estado, mas ao indivíduo e quando interessam ao estado, participa este de uma relação de coordenação e não de subordinação. Civil e Comercial.
Direito Público: Normas jurídicas que regulam relações que têm o Estado como sujeito (subordinação e não coordenação). Constitucional, Administrativo, Tributário.
NATUREZA E CULTURA (O dado e o construído)
Dado: Mundo natural. Independe do Homem. O Homem encontra pronto na natureza.
Construído: Mundo cultural ou histórico. Refere-se as leis morais, jurídicas, sociais, religiosas etc.
Cultura: Tudo que o Homem criou com intuito de facilitar sua vida.
Fatores Naturais (dentro do mundo natural, independe da vontade humana)
Fatores Geográficos
 Clima: influi no crescimento e no comportamento humano.
 Recursos Naturais: tem exploração regulada pelas leis.
Território: região com tradições e costumes diferentes.
Fatores Demográficos: Países populosos que entram em acordo para migrarem para outra região, sendo que a nacionalidade será a mesma.
Fatores Antropológicos: Constituição física e mental, etnias, aptidões, tendências e características peculiares de cada raça que influenciam o fenômeno social. Os aspectos físicos do Homem influenciam no Direito.
 Fatores Culturais ou Históricos
Fator Econômico: Influenciam no Direito. Situações ligadas ao Direito Tributário, Civil etc.
Invenções: Criações humanas. Lei de Patentes, questões de bio-segurança (tecnologia, informática, as patentes, transgênicos).
Moral: É criada pelo homem. Há normas jurídicas que são morais. Empresta valores ao Direito
Religião: Atua indiretamente no fenômeno jurídico. Normas jurídicas influenciadas no catolicismo. Também é criada pelo homem. Ex: Casamento religioso com validade civil.
Ideologias: Impõemsuas idéias á formulação das regras de determinada sociedade. Facismo, Nazismo, Liberalismo, Nacionalismo.
Educação: Elemento cultural. É através da educação que o país muda sua realidade social. O Direito controla a educação de maneira sadia.
Política: Organização da sociedade. Estruturação e organização de qualquer Estado.
ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO
SENTIDO ETIMOLÓGICO (Tudo que está conforme a reta, que não tem desvio, inclinação nem curvatura)
Origem do vocábulo. Vem do latim directus right ou law e recht.
Right: Direito subjetivo
Law: Direito como ciência
Nas línguas latinas JUS substituído por Direito.
SENTIDO ENQUANTO CIÊNCIA (Ciência do Direito)
É a teoria da Ciência do Direito.
Ex:... é doutor em Direito.
SENTIDO DE VALOR
Posicionamento pessoal a alguma coisa.
Direito – atribuindo valores
Ex: Aquele rapaz é direito.
O direito na frase está atribuindo valor ao rapaz.
SENTIDO DE NORMAS
Como referência à Constituição e às demais leis, decretos, portarias.
Ex: As normas do código penal estão ultrapassadas.
Direito como sentido de norma jurídica.
SENTIDO DE ORDENAMENTO
Refere-se ao conjunto de normas jurídicas que regulam o comportamento na sociedade.
Ex: O ordenamento jurídico brasileiro precisa ser revisto.
 O direito brasileiro precisa ser revisto
SENTIDO DE FACULDADE
Poder de agir que a ordem jurídica garante a alguém. Você exerce se você quiser.
Ex: Eu tenho direito de cobrar a ele.
O Direito é meu, eu cobro se quiser.
Direito subjetivo – pode ser apropriado (meu direito, seu direito, nosso direito).
Direito significa a possibilidade de agir que a ordem jurídica garante a alguém.
SENTIDO DE FATO SOCIAL (Sociologia Jurídica)
Estuda o direito como fato de convivência ordenada, procurando se valer de dados estatísticos para compreender como as normas jurídicas se apresentam.
TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE MIGUEL REALE
Para Miguel Reale, toda experiência jurídica pressupõe três elementos: Fato, Valor e Norma, ou seja, “um elemento de fato, ordenado valorativamente em processo normativo”. Não existe Direito sem a aliança desses três elementos.
FATO (eficácia – sociólogo)
É o acontecimento social referido pelo Direito. São os fatos que envolvem interesses básicos entre os homens que, por isso, enquadram-se entre os assuntos regulados pela ordem jurídica.
VALOR (fundamento – filósofo)
É o posicionamento que cada um tem perante os fatos. É a valoração que a sociedade dá para aquele fato acontecido, no sentido de atingir ou preservar certa finalidade ou objetivo.
NORMA (vigência – jurista)
É o padrão de conduta criado ou aceito pelo Estado. É o padrão de comportamento social que o Estado impõe aos indivíduos que devem observá-la em determinadas circunstâncias.
QUESTÃO DE PROVA
Em que consiste a teoria tridimensional do direito de Miguel Reale?
Resp: A teoria tridimensional do direito de Miguel Reale consiste em explicar a idéia que o Direito é composto de: Fato (acontecimento social referido ao Direito); Valor (posicionamento de cada um perante os fatos); Norma (é o padrão de conduta criado ou aceito pelo Estado).
Fato, valor e norma estão intimamente vinculados. Há uma interdependência entre os três elementos.
O Direito só existe como um todo único, sem desmembramentos de seus elementos.
Reale entende o fenômeno jurídico como uma “realidade fático-axiológica-normativa”, que se revela como produto histórico-cultural dirigido à realização do bem comum.
TEORIA DA BILATERIALIDADE ATRIBUTIVA
Outra teoria importante de Miguel Reale, utilizada nesse último conceito, é uma proporção insubjetiva, em função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir ou fazer garantidamente, algo. Para Reale, sem essa pretensão ou sem a garantia, não há direito.
No Direito, sempre que há relação entre duas ou mais pessoas é uma bilateralidade. Essa relação tanto pode ser social, quanto jurídica.
Atributiva: Geração proporcional entre as pessoas imputadas pelo Direito. (Direitos e Obrigações)
- Pessoa Social: Pedinte
- Pessoa Jurídica: Cobrados de ônibus
Se o Direito regula a situação, temos a relação social jurídica, onde estão presentes os direitos e obrigações.
Atributividade: Imputação entre usuário e cobrador.
Para Reale o Direito é a realidade histórico-cultural tridimensional, ordenada de forma bilateral atributiva, segundo valores de convivência.
CAPÍTULO III : CORRENTES DO PENSAMENTO JURÍDICO
INTRODUÇÃO
Correntes do pensamento, segundo Paulo Dourado Gusmão, são os “grandes caminhos percorridos pelo pensamento jurídico no decorrer da história, pelo qual grande número de juristas perseguiu uma fundamentação universal para o Direito ou uma explicação exaustiva para o fenômeno jurídico”.
Tentam encontrar o fundamento do Direito, perguntando qual deve ser o seu conteúdo e como deve este conteúdo ser estabelecido.
Correntes do Pensamento são os grandes caminhos percorridos para se chegar a uma explicação. Idéias diferentes acerca do Direito.
JUSNATURALISMO
É conhecida também por Teoria do Direito Natural. Teoria que busca por um direito mais justo, capaz de proteger o homem contra o arbítrio do governo.
É a corrente do pensamento que reúne todas as idéias que surgiram no decorrer da história do homem em torno desse direito natural.
O Direito Natural revela os princípios fundamentais de justiça; não é escrito nem formulado pelo Estado; é um direito espontâneo, o intuito de justiça é inerente ao ser humano culturalmente cultivado.
É um conjunto de princípios que podem adaptar as normas jurídicas a um determinado momento histórico.
O Direito Natural, para os defensores desta teoria nasceu antes do homem. O Direito neste caso não depende do Estado porque nasceu antes dele, com isso independe de legislação.
Não é o homem que cria, pois nasceu antes dele.
O Direito Natural tem nove características:
Universalidade: É comum a todos os povos. Na defesa da vida, por exemplo. Direito a vida.
Perpetualidade: Os direitos naturais vão existir sempre. Válidos em todas as épocas. Defender, argumentar.
Imutabilidade: Não sofre mudanças, como natureza humana.
Indispensabilidade: É irrenunciável. Não se pode dispor, renunciar. Ex: Quem está querendo se afogar e chega a um ponto que, querendo voltar, não é mais possível.
Inolvidabilidade: Não pode ser esquecido.
Obrigatoriedade: Todos são obrigados a respeitar os direitos naturais.
Unidade: É igual para todos os homens.
Necessidade: Não há sociedade sem direito natural.
Validez: Os princípios dos direitos naturais são válidos em qualquer situação.
Na Idade Média, a teoria jusnaturalista era fundamentada em aspectos teológicos, pois os fundamentos do direito natural eram a inteligência e a vontade divina.
O jusnaturalismo é um instrumento fortíssimo no ataque a todas as formas de totalitarismo (a ditadura, por exemplo). É a única corrente que propicia ao homem a condição de questionar a Justiça ou não das regras estatais em vigor.
POSITIVISMO
É outra corrente tradicional. Positivismo Jurídico é a doutrina do direito positivo, que é a projeção do positivismo filosófico de Auguste Comte.
Positivismo Filosófico
Nasceu no século XIX quando o método experimental era amplamente empregado no âmbito das ciências da natureza, segundo Paulo Nader. Tinha a pretensão de transportar o método para o âmbito das ciências sociais. O trabalho científico deveria ter por base a observação dos fatos capazes de serem comprovados.
O método experimental adotado pelo positivismo era composto por três fases:
Observação: é o ponto de partida. Observa-se o fato ocorrido primeiramente.
Formulação da Hipótese: a sucessão de acontecimentos que sugerem a formulação de hipóteses; são questionamentos sobre o observado.
Experimentação: onde o cientista põe em prova sua hipótese.
Conclusão: é o resultado do experimento.
Positivismo Jurídico
É a corrente doutrinário-filosófica quedefende a existência de uma única forma de manifestação do Direito, o Positivo, sendo este Direito Positivo o sistema de normas formais, elaborado ou aceito pelo Estado e imposto à sociedade, prezando-se o tempo e o espaço (quando e onde).
Essa corrente pretende a construção de uma ciência imune a juízos de valor. Observâncias de verdades absolutas e constatação inflexível da realidade, independentemente de qualquer reflexão sob perspectiva humanística.
O positivismo jurídico rejeita o Direito Natural. O mesmo despreza os juízos de valor, para se apegar apenas aos fenômenos observáveis.
O Objeto dessa corrente é estudar as normas que estão em vigor, fundada em dados reais. Só existe uma ordem jurídica, a criada ou aceita pelo Estado.
 Características do positivismo:
- O jurista deve estudar o direito sem juízo de valor;
- A validade jurídica não implica em seu valor, mas na autoridade;
- Identificação do direito com a norma jurídica (escrita ou não);
- As fontes do direito são a lei e o costume secundum legem;
Essa corrente não tem a menor preocupação com o homem, pois a lei pode servir para o bem ou para o mal.
O Positivismo Jurídico é uma corrente que não satisfaz às exigências sociais de Justiça como prega o Jusnaturalismo, mas a análise pura e fria do Direito.
ESCOLA DA EXEGESE OU EXEGETISMO (Espírito da Lei)
É uma corrente do pensamento que estabelece que o verdadeiro direito é aquele que está escrito, ou seja, aquele que está positivado.
Lei e Direito são sinônimos.
O conhecimento é resultante do exame do objeto.
Essa corrente não negou o Direito Natural como fez o positivismo, admitindo a idéia de que os princípios jusnaturalistas serviram como base da estruturação do direito formalmente instituído.
A Escola da Exegese identifica a totalidade do direito positivo (vigente) com a lei escrita, com a norma positivada. Nesse caso, há uma clara exclusão das normas não escritas como integrantes do Direito.
A totalidade do direito positivo se identifica por completo com a lei escrita.
A Lei e o Direito constituem uma mesma realidade, pois a única fonte do Direito é a lei (legislação) e tudo que estiver estabelecido na lei é direito.
O exegeta tinha apenas que entender os textos e nada mais. Essa forma de análise reduziu a função do intérprete e do aplicado do Direito, principalmente a do julgado, a uma função mecânica, de lógica dedutiva.
Os juristas, na leitura e aplicação dos textos, procuravam uma harmonização, sanando contradições. É através dos interpretes da lei que surge a ciência do direito, com caráter dogmático (dogmática jurídica).
Os juízes não podiam alterar as leis, apenas aplicá-las. A função judicial era descobrir e não criar um novo direito.
ESCOLA HISTÓRICA OU HISTORICISMO JURÍDICO (Volksgeist – Espírito da Lei)
O verdadeiro Direito é aquele que nasce nas vilas.
O Direito nasce dos costumes e tradições.
O Direito quando escrito está sendo apenas sistematizado.
Savigny questionava a codificação pura e simples do Direito sem referência ao que estava gravado no comportamento da sociedade. Argumentava sobre a impossibilidade de codificação sem antes conhecer o verdadeiro direito em vigor na Alemanha, devendo ser o direito fundado não sobre a razão, mas sobre a história, os costumes e o respeito à tradição do povo. Foi ele quem desenvolveu a Escola Histórica.
Savigny além de se opor à Exegese, opunha-se também ao jusnaturalismo, porque essa corrente coloca o direito, em parte, fora da história e de práticas costumeiras.
Essa corrente não é oposta ao positivismo. É o homem que cria.
A Escola da Exegese que é oposta, pois só aceita o Direito escrito.
O legislador não pode ser considerado como aquele que cria o direito, e sim como o que traduz em normas escritas o direito vivo, que já existe no espírito popular, que se forma através da história do povo, como resultado de suas aspirações e necessidades.
- Historicismo
É a corrente que estabelece que o verdadeiro Direito reside nos usos, costumes e tradição do povo.
Em vista disto, podemos concluir que o fundamento do direito para essa escola encontrava-se nas tradições jurídicas de cada povo e na realidade histórica. O direito resultava de longa evolução histórica da consciência coletiva e não se improvisava a golpes de legislação saída dos cérebros. O historicismo jurídico estabeleceu uma íntima conexão entre direito e história e entre ciência do direito e sua pesquisa histórica.
SOCIOLOGISMO JURÍDICO
É uma corrente difusa de pensamento jurídico que dá ênfase aos fatores sociais como importantes parâmetros para a interpretação jurídica.
Sua utilização visa a compreensão dos sentidos das normas jurídicas mediante a utilização de parâmetros sociais.
É a corrente do pensamento jurídico que em função do fato social, explica o direito, aplicando os métodos sociológicos e os resultados da Sociologia do Direito.
Define o Direito como fenômeno social, independente do Estado.
Não concretiza o direito como norma ou lei, mas como fato social.
Defende a idéia de que o direito se manifesta primeiro como costume e depois em norma escrita.
É uma corrente com características próximas do Historicismo, mas com particularidades, principalmente no que concerne à interpretação e compreensão do Direito, pautadas na sua relação com os aspectos sociais.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes