Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 e-Tec Brasil Universidade Federal do Piauí-UFPI Colégio Agrícola de Floriano - CAF CURSO: Técnico em Enfermagem PERÍODO: 1º CARGA HORÁRIA: 45 horas PROFESSORA: Maria das Graças Leal Cortez DISCIPLINA: Promoção da Saúde e Segurança no Trabalho 1 CAPÍTULO 1 HISTÓRICO DA SAÚDE OCUPACIONAL “E Deus disse a Adão: com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra, pois dela fostes formado: porque tu és pó e ao pó retornarás.” Trabalhar é bom. O trabalho é uma necessidade, mas também um direito do indivíduo. Ele é uma benção e não um castigo. Apesar de o trabalho ter surgido na terra juntamente com o homem, a relação entre o trabalho e a doença foi praticamente ignorada até algumas dezenas de anos atrás. Existiam trabalhos pioneiros anteriormente tratando da relação trabalho-saúde, mas só em 1700, na Itália, iria ser publicado o livro “De Morbis Artificum Diatriba” (As doenças dos trabalhadores) do médico Bernardino Ramazzini, que teve importante repercussão. Foi com a Revolução Industrial, amrco inicial da moderna industrialização, ocorrida entre 1760-1830, inicialmente na Inglaterra, estendendo-se mais tarde para Alemanha, França e demais países europeus que começaram os problemas de saúde dos trabalhadores. A improvisação dos locais das fábricas nas grandes cidades e a mão-de-obra constituída principalmente das mulheres e crianças se, quaisquer restrições quanto ao estado de saúde, vindos de famílias numerosas de baixo nível sócio-econômico, resultaram em sérios problemas ocupacionais. Os acidentes de trabalho eram numerosos, provocados por máquinas sem qualquer tipo de proteção, cujo funcionamento era desconhecido por parte dos funcionários, movidas por correrias expostas: o desconhecimento da toxidade das substâncias manipuladas e a ausência de outras medidas de segurança causavam freqüentes mortes, principalmente das crianças. Não existia um limite na jornada de trabalho. Os trabalhadores iniciavam suas atividades pela madrugada, terminando-as somente no início da noite ou em alguns casos, continuavam mesmo durante à noite em ambientes pouco iluminados por bicos de gás. Os locais de trabalho eram pouco ventilados, o ruído das máquinas altíssimo, dificultando a comunicação e contribuindo para o aumento do número de acidentes. As doenças ocupacionais aumentavam à medida que novas atividades industriais tinham início. Assim como aumentava o número de doenças não profissionais. Toda esta situação mobilizou a opinião pública, levando o Parlamento Britânico a criar uma comissão de inquérito e, mais tarde conseguir que fosse aprovada em 1802 a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a “Lei da Saúde” e “Moral dos Aprendizes”, que estabelecia uma jornada de 12 horas de trabalho diárias, proibia o trabalho noturno e obrigava a ventilação das fábricas e aos empregados que lavassem suas paredes duas vezes por ano. Somente a partir de 1833, as condições de trabalho começaram a melhorar, apesar da resistência dos empregados. No Brasil, somente a partir de 1940 é que começaram as preocupações com os problemas ocupacionais. Nesse ano foi fundada a Associação de Prevenção do Trabalho. E em 1943 entrava em vigor a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que representa um marco da proteção legal dos trabalhadores. Na década de 50 iniciaram-se as contribuições nos institutos de aposentadoria e pensões. Em 1960 foram criados o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), atualmente chamado de Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), nos quais o acidente de trabalho é assegurado. Em 1972, pelas Portarias 3.236 e 3.237 do Ministério do Trabalho, tornava-se obrigatório nas empresas com mais de 100 empregados, a existência de um serviço de 2 saúde, compostos pelos seguintes profissionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança, técnico em segurança e auxiliar de enfermagem do trabalho. Em 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou a portaria 3.214, que criou 28 Normas Regulamentadoras, as NRs, que orientam as obrigações das empresas em relação ao trabalho. A partir de 1987, pela portaria 34, tornou-se obrigatório no Brasil, para todas as empresas em nosso país com empregados regidos pela CLT, ter um Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), obedecendo à graduação de risco da atividade desenvolvida e o número de pessoal do estabelecimento, conforme NR-4. Entretanto, somente alguns anos mais tarde, com maior fiscalização e aplicação de multas, é que as empresas brasileiras começaram a atender à legislação. Segundo HAAG et al (1997), há empresas que, para burlar a lei contratam técnico somente para cumprir a lei, dificultando o acesso a informações como fatores nocivos, matérias-primas envolvidas na produção, dentre outras. Existem muitas empresas que demitem os empregados ao invés de reabilitá-lo e os serviços de saúde nem sempre se ocupam dos aspectos laborais, desenvolvendo dentro das empresas o mesmo modelo clínico-assistencial do restante de sistema de saúde. CAPÍTULO 2 A ENFERMAGEM DO TRABALHO A Saúde Pública é a ciência e arte de promover, proteger e recuperar a saúde física e mental por meio de medidas de alcance coletivo e de motivação da população. A Enfermagem do Trabalho é um ramo da enfermagem de Saúde Pública e com tal, utiliza os mesmos métodos e técnicas empregados na saúde pública visando à promoção da saúde do trabalhador; proteção contra os riscos decorrentes de suas atividades laborais; proteção contra agentes químicos, físicos, biológicos e psicossociais; manutenção de sua saúde no mais alto grau do bem-estar físico e mental e recuperação de lesões, doenças ocupacionais ou não-ocupacionais e sua reabilitação para o trabalho. A enfermagem profissional surgiu na Inglaterra no século XIX. No Brasil a primeira escola de enfermagem foi criada em 1890, no Hospício Pedro II, atualmente a UNI-RIO. O exercício da enfermagem foi regulamentado no Brasil em 1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem no Brasil. Em 1964, a Escola de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (EURJ) incluiu a disciplina Saúde Ocupacional no curso de graduação. O auxiliar de enfermagem do trabalho foi incluído na equipe de saúde ocupacional em 1972, pela portaria nº 3.327 do Ministério do Trabalho. Em 1973 criou-se o conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Como deu para perceber, a história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente. Inicialmente a assistência de enfermagem do trabalho era vista mais côo atendimento emergencial na empresa, o que não o valorizava muito. Contudo o espaço para o desempenho profissional, está se ampliando a cada dia, seja na assistência direta aos trabalhadores e familiares ou no desempenho de funções administrativas, educacionais, de integração ou de pesquisa. A EQUIPE DE ENFERMAGEM DO TRABALHO A equipe de enfermagem do trabalho é composta por técnicos de enfermagem e enfermeiros do trabalho. É desnecessário discutirmos a grande importância desta equipe em um ambulatório de uma empresa, pois todo andamento do serviço por ele prestado está intimamente ligado a ela. 3 O Enfermeiro do Trabalho O enfermeiro do trabalho ou enfermeiro ocupacional é o profissional portador de certificado de conclusão de curso de especialização em enfermagem do trabalho, em nível de pós-graduação. Ele assiste aos trabalhadores promovendo e zelando pela sua saúde, fazendo prevenção das doenças ocupacionais e dos acidentes do trabalho ou prestando cuidadosaos doentes e acidentados, visando o bem-estar físico e mental dos seus clientes. Ele planeja, dirige, coordena, controla e avalia toda a assistência de enfermagem. Atua no trabalho aplicando os diferentes níveis de prevenção: prevenção primária, secundária e terciária. O Técnico em Enfermagem e os Acidentes do Trabalho A Norma Regulamentadora NR-4 diz que “todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário para prestação de primeiros socorros” (Artigo 168, lei 6.514, de 1977). Na maioria das vezes é o pessoal de enfermagem que tem o primeiro contato com o acidentado e a ele competem os primeiros socorros e o encaminhamento adequado. Deverão ser feitos por uma pessoa treinada que deverá agir sempre com confiança e calma, transmitindo segurança ao acidentado. Geralmente, estes cuidados são prestados no mesmo local da ocorrência até que seja possível transportá-la para um serviço de maiores recursos técnicos. Para um bom desempenho em casos de acidentes é necessário que o ambulatório seja bem organizado, de modo que facilite o atendimento. Deve-se ter sempre à mão os materiais e medicamentos necessários e realizar revisão periódica de equipamentos. Além disso deve-se saber com agilidade como proceder ao encaminhamento de cada caso. O auxiliar de enfermagem do trabalho deve ter bem desenvolvido a sua capacidade de observação. Ele deve conhecer os recursos da empresa e também os recursos da comunidade. Para o atendimento de primeiros socorros deverá ter conhecimento sólido, raciocínio rápido, iniciativa, segurança, criatividade, capacidade de improvisação e muito bom senso. Tabela 1. Kit de primeiros socorros MATERIAIS DIVERSOS E MEDICAMENTOS Água oxigenada 10 volumes Anti-histamínico Agulhas descartáveis Álcool 70% Antidiarréico Lâminas de barbear Algodão hidrófilo Anti-emético Esfigmomanômetro Ataduras de crepe Colírio neutro Estetoscópio Seringas descartáveis Analgésicos Soro fisiológico 0,9% Compressa de gase Pomada anti-séptica Termômetros Cotonetes Talas para braços, dedos, etc Antiácido Esparadrapo Água boricada Garrote Bisturi Anestésico tópico Tesoura de ponta redonda Espátula de madeira Pinça de sobrancelhas Alfinetes de segurança Luvas de procedimento Isqueiro e gás Bolsa de frio instantâneo Manual de primeiros socorros Aparelho portátil de respiração artificial Antídotos para substâncias químicas utilizadas na empresa 4 CAPÍTULO 03 O PROCESSO DE ENFERMAGEM DO TRABALHO O PROCESSO DE ENFERMAGEM NA SAÚDE OCUPACIONAL 1. Introdução Melhorar a qualidade da assistência prestada ao indivíduo, família e comunidade; Exigem habilidades cognitivas, técnicas e pessoais; Garante assistência contínua; Decisão COFEN nº 001/2000; Implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de enfermagem; A consulta deve ser registrada no prontuário do cliente. 1.2 Ações Executar atividades de nível médio atribuídas às equipes de enfermagem; Descrever sinais e sintomas, ao nível de sua competência; Verificar o ambiente de trabalho; Manter em ordem os arquivos, prontuários e registros; Realizar medidas biométricas; Auxiliar o enfermeiro e o médico do trabalho; Preparar o cliente para a consulta; Executar tratamentos prescritos; Prestar cuidados de higiene e conforto; Participar de programas de prevenção à saúde do trabalhador; Prestar atendimentos de primeiros socorros. Possui cinco (5) fases sequenciais: Histórico Diagnóstico Prescrição Evolução Prognóstico 2. Histórico Instrumento de levantamento sistemático dos dados (família, cliente, comunidade); Identificação, Anamnese, Exame Físico; Possibilita a identificação dos trabalhadores de risco, necessidades problemas, preocupação e relações humanas; Direciona as ações de enfermagem. 3. Diagnóstico Declaração da existência de um estado de saúde indesejável; Requer a intervenção e o manejo do enfermeiro; Faz julgamentos clínicos sobre a saúde; Avaliação dos problemas de forma individualizada e de acordo com o ambiente de trabalho; O problema refere-se a fatos que interfiram na qualidade de vida do trabalhador; Analisa os dados colhidos. 5 4. Prescrição É uma ordem do enfermeiro para sua equipe, direcionando a assistência; Explicativa e educativa; Orienta o que fazer, como e quando realizar; Controles, SSVV, tratamento, orientações; encaminhamentos, higiene, alimentação, etc. 5. Evolução É a evolução global da prescrição dos cuidados por meio de uma observação contínua e progressiva das respostas e reações do paciente à assistência prestada; Feita diariamente pelo enfermeiro; Data e hora; Assinatura e registro do COREN. Objetivos Direcionar o planejamento da assistência; Informa os resultados das condutas implementadas; Avaliar assistência prestada. 6. Prognóstico Parecer do enfermeiro, após avaliação da evolução do paciente; Decorrência da implantação do processo de enfermagem. CAPÍTULO 04 A BIOÉTICA E A ENFERMAGEM DO TRABALHO O bem interno da enfermagem do trabalho está na proteção e promoção da saúde e segurança do trabalhador, por meio de intervenções nos determinantes sociais do processo saúde doença, especialmente nos fatores de desgaste decorrentes do momento de produção. A atenção da enfermagem volta-se tanto para grupos da população trabalhadora, como para o trabalhador individualmente. Na prática da enfermagem não são raras as situações que implicam conflitos ou dilemas éticos. O profissional que atua nesta área pode ver-se em situações de conflitos de interesses impostas pelas expectativas, necessidades e demandas dos trabalhadores, dos empregadores, da administração organizacional, dos interesses econômicos, das seguradoras, dos provedores de serviços de saúde, dos sindicatos ou outras associações profissionais, de pendências judiciais ou da sociedade. Nestas situações, para manter-se fiel a sua obrigação profissional de defender e promover os interesses do trabalhador, a enfermagem deve pautar-se por um processo decisório ético que pondere as diferentes opiniões e possibilidades de ação, identifique os valores e princípios éticos em questão. Uma enfermagem ética é a que se conduz eticamente em todos os momentos e não apenas quando lhe é conveniente. Não há uma solução única, aplicável de maneira uniforme a toda e qualquer circunstância que traga problemas ou conflitos éticos, mas pode-se resolver, desde que haja um ambiente de liberdade e diálogo que possibilite a efetivação do processo decisório ético. 1. MORAL, ÉTICA E DEONTOLOGIA. Moral 6 A palavra moral vem do latim mos, moris, entende-se como um conjunto de princípios, normas e valores que cada geração transmite à seguinte, acreditando ser um bom legado de orientações sobre o modo de comportar-se para levar uma vida boa e justa (CORTINA, 1998). Refere-se aos atos e ao agir humanos, aos comportamentos cotidianos e às opções existenciais. Ética Do grego éthos, o vocábulo ética também diz respeito aos costumes, à conduta de vida e às regras de comportamento (do que é certo ou necessário fazer, buscando analisar os valores e seus fundamentos). Podemos compreender como uma reflexão crítica sobre os problemas morais e o comportamento humano. é um dos instrumentos que o homem usa para garantir a boa convivência social. Desta forma, a ética supõe adesão individual e espontânea das pessoas e não a mera obediência às regras por coação externa ou temor às punições. Deontologia Etimologicamente significaa “ciência dos deveres”, do grego deón – deontos, deontologia indica o conjunto de deveres ligados ao exercício profissional de um determinando grupo. Estes deveres expressos em códigos determinam os comportamentos mais adequados e, principalmente, os que estão proibidos para os membros de uma profissão, aplicando penalidades para os casos de desrespeito. Assim, os códigos deontológicos têm um caráter semi-jurídico, sendo a observância deles oficialmente fiscalizada por uma autoridade, so conselhos profissionais, no nosso caso, COREN (Conselho Regional de Enfermagem) e COFEN (Conselho Federal de Enfermagem). 2. BIOÉTICA Dentro as motivações que explicam a origem e o desenvolvimento da bioética destacam-se a crescente preocupação com o futuro da vida no planeta, os avanços nos campos da biologia molecular, da ecologia e a transformação ocorrida na prática da assistência à saúde com a incorporação das conquistas propiciadas pelo desenvolvimento da biotecnologia (clonagem, transplantes de órgãos, pesquisa células-tronco) (PESSINI, 2000). No sentido literal da palavra bioética significa ética na vida, ela é uma maneira de enfocar a ética a partir da perspectiva da vida ameaçada. Bioética é definida por Reich (1995) como o estudo sistemático das dimensões morais, incluindo a visão, a decisão, a conduta, e as normas da ciência da vida e da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto interdisciplinar. Os quatro princípios éticos São usados para serem aplicados de acordo com cada situação específica. Autonomia É o poder da pessoa para tomar decisões quanto aos assuntos que afetam sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica e suas relações sociais. Refere-se a capacidade do ser humano decidir sobre o que é “bom”, ou que é seu “bem-estar”, de acordo com seus valores, suas expectativas, suas necessidades, suas prioridades e suas crenças (FORTES, 1998). Não Maleficência É a obrigação de “não causar danos”, de não prejudicar intencionalmente. E dano não se restringe apenas aos aspectos físicos, como a dor, as incapacidades e a morte, mas inclui o âmbito psíquico, social e moral. 7 Beneficência Por beneficência entende-se fazer o bem, cuidar da saúde, favorecer a qualidade de vida, enfim aumentar os benefícios e evitar ou, ao menos, minorizar os danos. Na prática profissional cotidiana deve-se ponderar conjuntamente, num balanço risco/benefício, os princípios da beneficência e da maleficência, pois, para justificar riscos graves, os objetivos têm que ser importantes. Justiça A justiça é vista no seu sentido comutativo, ou seja, diz respeito à distribuição igual ou eqüitativa dos direitos e responsabilidades na sociedade, incluindo os direitos civis, políticos, sociais e econômicos. 3. DIREITO À INFORMAÇÃO, AO CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, À PRIVACIDADE E À CONFIDENCIALIDADE. O direito à informação, ao consentimento livre e esclarecido, à privacidade e à confidencialidade derivam do princípio da autonomia e do respeito às pessoas enquanto sujeitos independente. Direito à informação Um dos direitos fundamentais da pessoa é a informação. É bastante reconhecido o direito das pessoas emitirem, receberem ou investigarem informações. Na área de saúde o acesso à informação constitui condição indispensável para que a pessoa possa concordar, de forma esclarecida, os procedimentos diagnósticos e /ou terapêuticos que sejam necessários segundo sua situação clínica. Da mesma forma o paciente tem direito a receber informações sobre seu estado de saúde, das condutas terapêuticas que irão tomar em relação ao seu tratamento, de se recusar de qualquer procedimento e consultar seu prontuário quando assim quando desejar. Já o trabalhador, tem direito a receber informações quanto aos riscos físicos, químicos ou biológicos aos quais está exposto e como prevenir possíveis danos ou proceder em caso de exposição acidental. Também deve ser esclarecido acerca do quanto esses riscos e os fatores de desgaste inerente s ao processo produtivo estão comprometendo sua saúde. Privacidade e Confidencialidade A privacidade engloba a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem da pessoa e requer a confidencialidade das informações pessoais. As informações clínicas e pessoais do paciente devem ser acessíveis somente à equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo) que está o acompanhando e avaliando o seu tratamento durante sua internação no hospital. E as informações dadas a estes profissionais sobre a vida pessoal e clínica deve ser guardada de forma sigilosa, sendo proibida a sua disseminação para pessoas que não estejam envolvidas no assunto. Assim, a enfermagem deve garantir os elementos necessários para que o paciente decida quais informações ele deseja manter sob seu controle e quais deseja compartilhar com os familiares, aos amigos, à sociedade, ao trabalho e aos funcionários. Esse sigilo profissional só é quebrado quando há um risco iminente ou grave para terceiros ou à coletividade. Por dever legal, a revelação confidencial ocorre somente em casos de doenças de notificação compulsória, maus tratos à infância, à adolescência e aos idosos e apuração de delitos de omissão de socorro ou lesão corporal causados por membros da equipe de saúde. 8 Art. 82 – Manter segredo profissional sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional, exceto em casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. Nessa situação, o paciente é avisado que algumas das suas informações serão reveladas, explicando o que, para quem e os motivos. A enfermagem em seu dia a dia enfrenta diversas situações conflituosas, ou mesmo dilemáticas, para as quais não há uma resposta pronta ou padronizada. Resolver estes conflitos éticos requer do profissional de enfermagem o reconhecimento dos seus valores pessoais, o uso de reflexão crítica e a ponderação dos princípios avaliando as conseqüências em cada curso de ação proposto e passível de concretização. Para que a situação traçada seja a melhor possível, os profissionais de enfermagem também não podem perder de vista que integram uma equipe multiprofissional e que as soluções devem ser construídas de forma compartilhada no grupo e com a participação dos pacientes, sendo fundamental um clima de respeito às diversidades de opiniões e uma prática comunicativa que leve à interação das pessoas. Essa discussão nos deixa mais um aviso para que pratiquemos a ética diariamente e não em casos excepcionais (geradores de conflitos de opiniões). 4. CONCEITOS IMPORTANTES NEGLIGÊNCIA: é caracterizada pela falta de cuidado na execução de certos atos. Define-se inércia, passividade, desleixo, desatenção, em relação ao ato praticado, preguiça. É um ato omissivo que gera resultados prejudiciais. IMPRUDÊNCIA: falta de cuidado, desatenção consigo mesmo e, principalmente, descuidado com os outros. É resultado da irreflexão, pois o profissional imprudente, tendo perfeito conhecimento do risco e também ignorando a ciência, toma a decisão de agir, assim mesmo IMPERÍCIA: ocorre quando o profissional revela, em sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos técnicos, falta de observação das normas e despreparo prático (inexperiência). EUTANÁSIA: é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista. DISTANÁSIA: é o prolongamento artificial do processo de morte e por conseqüência prorroga também o sofrimento da pessoa. Prolongamento exagerado da morte de um paciente terminal ou tratamento inútil. ORTOTANÁSIA: significa morte correta, ou seja, a mortepelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. ABORTAMENTO: Interrupção da gravidez antes que o feto alcance a fase da viabilidade. Pode ser espontâneo ou provocado. TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: vender ou comprar órgão é crime e pode dar até oito anos de prisão. Entretanto, há uma lei que permite a doação de órgãos para quem não é parente, mas é necessário provar na justiça que não há interesse financeiro. CÉLULAS-TRONCO: têm ainda a capacidade de se transformar, num processo também conhecido por diferenciação celular, em outros tecidos do corpo, como ossos, nervos, músculos e sangue. CLONAGEM: a palavra clone (do grego klon, significa “broto”) é utilizada para designar um conjunto de indivíduos que deram origem a outros por reprodução assexuada. TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: quando existe risco de vida iminente de um menor, ao abrigo da Constituição de alguns países, os Tribunais de Menores têm vindo a decretar a suspensão temporária do poder paternal e autorizar o tratamento médico recomendado. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O que você entende por Deontologia, Moral e Ética? 9 2. Dê o conceito de Bioética 3. Cite seus quatro princípios da Bioética e dê seu significado. 4. Fale sobre imperícia, negligência e imprudência. 5. Dê o significado de COREN e COFEN. CAPÍTULO 05 ERGONOMIA Muitas patologias provenientes das atividades laborais não podem ser solucionadas somente com o tratamento médico convencional. Para que o trabalhador possa ter uma recuperação completa, seu posto de trabalho também precisará passar por uma avaliação, tratamento ou até por uma reformulação geral, se for o caso. A maior parte dos riscos e problemas decorre de instruções não entendidas ou mal elaboradas, de desqualificação ou incapacidade da mão-de-obra para operar equipamentos sofisticados ou modernos, de posturas inadequadas, de mobiliários impróprios, de trabalho em horário noturno ou excesso de horas trabalhadas, de armazenagem de produtos ou equipamentos de forma insegura e ou em locais impróprios, de exaustão ou ventilação imprópria ou inexistente, de atos inseguros e ou incorretos e de algumas outras razões. A manutenção do mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as suas ocupações, conforme recomenda a Organização Internacional do Trabalho – OIT, dependerá fundamentalmente do controle eficaz dos riscos existentes nesses locais de trabalho, para que os mesmo não continuem a afetar a saúde do trabalhador. A Ergonomia contemporânea, que apresenta uma visão mais holística sobre o homem em sua relação com o trabalho, tem se colocado à disposição das empresas para a colaboração na solução ou redução dos problemas decorrentes. Trabalhos ergonômicos bem elaborados têm se mostrado eficazes na redução dos níveis de absenteísmo ocupacional, devido a atuarem nos “postos de trabalhos doentes”, dessa forma além de corrigi-los, humaniza-os. Sua aplicação nos ambientes de trabalho vem proporcionando conforto, segurança e a possibilidade de um desempenho eficiente, garantindo uma vez a manutenção da saúde do trabalhador e a diminuição clara dos gastos dos cofres públicos na recuperação dos danos causados de um local de trabalho impróprio ou postura inadequada. Apesar de sua importância, a Ergonomia carece de melhor divulgação, eis que sua aplicação não se dá só nas fábricas, mas em quase todos os segmentos da nossa vida. Podemos enxergar situações vivenciadas no nosso dia a dia que atingem negativamente a nossa ergonomia, por exemplo: As cadeiras escolares quase sempre impróprias, em especial para estudantes canhotos; As mochilas extremamente pesadas, utilizadas por crianças em idade escolar; A localização dos pinos de travamento das portas dos carros; Os colchões demasiadamente moles ou excessivamente duros; As tábuas de passar roupa, sem a devida regulagem de altura; 10 As pias de cozinha, com alturas quase sempre inadequadas às usuárias. Pelos poucos exemplos, nota-se a importância da presença das soluções ergonômicas, em quase todos os momentos do nosso cotidiano, muitas vezes nem percebemos de imediato o seu efeito positivo ou negativo. A Ergonomia estuda a relação entre os colaboradores e seu trabalho. "Trabalho" inclui o ambiente, equipamentos e ferramentas de trabalho e as tarefas realizadas. As condições ergonômicas são inadequadas quando o "Trabalho" é incompatível com a estrutura corporal dos colaboradores e sua capacidade de realização das tarefas. Estas condições podem causar desconforto, fadiga e, conseqüentemente lesões. Fatores Humanos – o organismo humano possui características peculiares que devem ser levadas em consideração no projeto de sistemas para seu uso. Estes fatores podem ser classificados em: Psicológicos - capacidade de aprendizagem, mudança de comportamento, motivação, ansiedade, estresse, capacidade de desenvolver hábitos etc.; Fisiológicos - acuidade visual, audição, comprimento dos braços e pernas, limitações musculares, sensibilidade ao calor e ao frio etc. 1. ERGONOMIA COMO CIÊNCIA Em 1857, Woitiejch Jartrzebowshi publicou artigo denominado “Esboço da ergonomia ou Ciência do Trabalho”, onde se vê, aplicado pela primeira vez, o nome conceito de Ergonomia, como sendo ciência da utilização das forças e das capacidades humanas. Mas efetivamente, a ergonomia só vem a ser considerada como ciência em 1949, quando da criação do primeiro centro interessado em problemas de adaptação do trabalho ao homem. Entre 1960 e 80, graças à corrida espacial, a Ergonomia, que já era utilizada na área militar, passa a ser adotada pela NASA, em todos os seus projetos, e essa tecnologia é repassada às empresas privadas, às quais encomendava equipamentos, propiciando assim, sua sedimentação na área civil. A grande meta da sociedade sempre foi a de buscar o aumento da produção, como elemento principal do desenvolvimento econômico e neste sentido a carga é colocada toda em cima dos ombros dos funcionários que precisam alcançar metas e apresentar um trabalho satisfatório para a direção. Uma colocação moderna e especialmente interessante é a que consta no início da Norma Regulamentadora brasileira que trata especificamente da Ergonomia, a NR 17, publicada em 1990, e que tem por objetivo: “Estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.” Segundo Sell (1995, vol II, p. 259): “Condições de trabalho englobam tudo o que influencia o próprio trabalhador. Isso inclui o posto de trabalho, ambiente de trabalho, os meios de trabalho, a tarefa de trabalho, a jornada de trabalho, turnos, pausas, repouso, alimentação, serviço médico... relações entre produções e salário”. 2. FATORES QUE INTERFEREM NO TRABALHO É muito importante considerar que os fatores e as características podem interferir para que a atividade desempenhada num determinado posto de trabalho provoque maior ou menor desgaste ao trabalhador, em função daquelas cargas exigidas por aquela atividade. Esses fatores são os seguintes: Características físicas do trabalhador (idade, sexo, peso, estatura e condições fisiológicas e de saúde); Características psicossociais do trabalhador (diferenças individuais, capacidade de aprendizagem, treinamento, experiência profissional, capacidade de entendimento das ordens recebidas); 11 Organização do trabalho (normas de trabalho, modo de operar, conteúdo do trabalho e ritmos de trabalho); Componentes do posto (características do local, área, dimensões, mobiliários); Característicasdo ambiente (conforto visual: iluminação e cores; conforto térmico: calor, frio, umidade e velocidade do ar e conforto acústico: som, ruído e vibração). As cargas decorrentes das tarefas podem ser: físicas, quando exigem ação do operário, por meio da atividade muscular desenvolvida e exigida; sensoriais, quando exigem a atenção e a observação do trabalhador e envolvem seus órgãos sensoriais, especialmente a audição e a visão; mentais, quando exigem a concentração, raciocínio e resolução de problemas e as cargas relacionais que pedem a comunicação, capacidade de se relacionar com a chefia, subordinados, colegas e público, por exemplo. O desgaste proveniente do esforço traduz-se primeiro com a fadiga, que é a diminuição gradativa da resistência do organismo em resposta àquela ação, mas a repetitividade da ação pode transformá-la em doença. De antemão podemos enfocar que uma tarefa que apresente forte carga física, sensorial ou mental vai com certeza provocar fadiga; mas no contrário um trabalho monótono leva a uma diminuição na vigilância, podendo levar à ocorrência de um acidente. Dessa maneira a Ergonomia tem como meta a segurança, a satisfação, e o bem- estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUMAS POSTURAS Postura é a posição do corpo ou de suas partes (cabeça, tronco e membros), é o modo de manter o corpo e os seus movimentos. A saúde do trabalhador também depende das suas posturas adotadas durante o desempenho de suas atividades. Os vícios de posturas constituem um dos principais causadores de e alterações na coluna vertebral, de ossos, articulações, músculos e tendões, etc., causando dores, alterações das funções, entre outros problemas de saúde. Portanto, a manutenção de uma correta postura é fundamental para evitar lesões e desgastes. E esta se consegue por meio da educação postural, atenção e vigilância constantes. Não existe uma postura única adequada, pois todas elas, depois de muito tempo, podem causar dor ou desconforto. O homem foi projetado para o movimento, então para sentir-se bem e evitar problemas, são necessárias variações posturais. Qualquer tipo de estaticidade por um longo período de tempo, mesmo em um posto de trabalho confortável, é prejudicial. É necessário fazer uma pausa a cada 10 minutos por hora para aliviar, ossos, músculos, tendões e articulações de uma mesma posição. Existem três posições básicas do corpo: deitada, em pé e sentada (variações: ajoelhado e agachado). Posição deitada: posição deitada ou de repouso é a única que permite o relaxamento completo dos músculos, promovendo a recuperação do indivíduo. Posição em pé: na posição ereta o peso do corpo apóia-se na planta dos pés. A posição confortável em pé é aquela em que o corpo se inclina um pouco para frente num ângulo de 10° a 15°. Quando houver necessidade de manter-se nesta posição por longo tempo deve-se alternar o peso do corpo de um pé para o outro para permitir que os músculos das coxas e pernas descanse. As freqüentem queixas de quem trabalham nesta posição por muito tempo são dores lombares, cansaço, dores nos pés e formigamento nos membros inferiores. Posição sentada: é apropriada para trabalhos que exigem pouco movimento. A posição sentada ideal é aquela em que o tronco fica ligeiramente inclinado para a frente (cifose). Essa posição por longas horas pode dilatar as veias perianais e pélvicas formando hemorróidas. Outras posições: ajoelhada, agachada ou de cócoras. O trabalho nesats posições geralmente é de maior esforço , levando à fadiga muscular e alterações do esqueleto, a menos que seja por muito pouco tempo. 12 4. SUGESTÕES DE POSTURAS Ao ficar em pé: Manter os pés paralelos e alinhados com o joelho. O quadril e os ombros devem estar iguais, sem pender para um dos lados. Não deixar a cabeça cair, os pés devem ser revezados sempre que necessário. Ao andar: Pisar apoiando o calcanhar, depois a planta e em seguida a ponta do pé. O olhar sempre para frente (fixo na linha do horizonte), a marcha deve ser harmoniosa e suave para não causar impacto nas articulações. O tipo de calçado também é importante. Este deve ser, preferencialmente, com salto de altura máxima de 2 cm, com base e parte anterior largas, o que garante maior conforto, equilíbrio, menos dores nas pernas e evita que os dedos fiquem encavalados. Ao sentar: Apoiar-se sobre os quadris, manter as costas eretas (em ângulo de 90°), firmar os pés no chão, usar apoio se os mesmos não tocarem no chão. Os joelhos devem ficar aproximadamente 2 cm de altura do quadril. As cadeiras devem ser ajustáveis à estatura da pessoa, preferencialmente com assento arredondado, encosto adaptado ao corpo para proteger a coluna e com apoio para os braços. A posição sentada gera mais tensão sobre a coluna do que a deitada ou em pé, pois a coluna suporta o triplo do peso. Ao levantar e carregar peso: Agachar-se, segurar o objeto bem próximo ao corpo e levantar, estendendo o joelho. Nunca dobrar a coluna. Evitar carregar peso excessivo se preciso for, pedir ajuda a outra pessoa. Ao dormir: Para um repouso prolongado, pode-se adotar a posição de decúbito lateral (deitado de lado), que é a mais relaxante para os músculos, discos intervertebrais e ligamentos. As pernas têm que estar dobradas e a cabeça apoiada em um travesseiro para que preencha o espaço entre a extremidade do ombro e orelha. 13 Ao escrever: A posição de conforto para escrever por muito tempo é com o cotovelo e o antebraço sobre a mesa de trabalho. Ao sentir dor na coluna: Se possível, deitar-se em decúbito dorsal com um pequeno travesseiro sob a cabeça e com os joelhos dobrados e com um travesseiro entre eles para retificar a coluna e aliviar a dor. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. (117.016-3 / I2) A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e que pode ser variada ao longo do tempo. 14 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O que é Ergonomia? 2. De que forma ela pode nos ajudar no trabalho? 3. Quais são os fatores que influenciam no nosso trabalho? 4. Quais são as 3 (três) posições básicas do nosso corpo? 5. Dê a sugestão da postura correta para você, técnico de enfermagem, ao ficar em pé. CAPÍTULO 06 EPIDEMIOLOGIA DA MORBIDADE DO TRABALHO 1. ESTATÍSTICA Quase 500 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No mundo o número chega a cinco mil mortes por dia. Indústria, serviços e agricultura são os setores mais perigosos. De acordo com relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de cinco mil trabalhadores morrem no mundo todos os dias por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil, cerca de 500 mil pessoas se acidentaram e 2.708 morreram em 2005, segundo o Ministério da Previdência Social. As doenças decorrentes do trabalho chegaram a 30.334. Ministério da Previdência Social sobre registro de acidentes de trabalho na área da saúde divulgaram números como 17.267 no ano de 2002, e 16.869 no ano de 2003. 1.1. A SOCIEDADE PAGA A CONTA Longos períodos de afastamento e aposentadorias especiais devido aos tratamentos geram conseqüências drásticas para setores em que ocorrem os acidentes e para toda a sociedade brasileira. Os custos para a Previdência Social, apenas em 2003, chegaram a R$ 8,2 bilhões em benefícios acidentários; Desse valor, R$ 3,4 bilhões são referentes a aposentadorias, pensões pormorte, auxílio doença, acidente e suplementar e R$ 4,8 bilhões, a aposentadorias especiais. Os gastos da Previdência são apenas uma parte do custo dos acidentes de trabalho. Para cada real gasto pela P.S. com benefícios por incapacidades motivadas por acidentes ou doenças profissionais, mais R$ 3 são gerados pelo custo social como a falta de trabalho e redução de produtividade. 2. CONCEITO SAÚDE “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença” OMS (Organização Mundial de Saúde). Saúde do Trabalhador: uma das áreas prioritárias da Saúde Pública. Art. 3º CF/88: A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. 3. SAÚDE PÚBLICA (WINSLOW-1920) 15 "A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde". 4. EPIDEMIOLOGIA A palavra “epidemiologia” deriva do grego: epi = sobre; demos =população, povo; logos = estudo; Portanto, significa “estudo do que ocorre em uma população”. Constitui base da saúde pública. 4.1. Segundo Almeida Filho e Rouquayrol (1992): Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. 4.2. Epidemiologia tem como função Buscar registros; Contar número de casos; Verificar a distribuição espacial (onde?), temporal (quando?) e por pessoas (quem?); Verificar fatores determinantes (porquê?); Hipóteses sobre transmissão (associação); Ações – atuar sobre os fatores determinantes; Avaliação das medidas – impacto. 4.3. Preocupa-se com: Processo de ocorrência de doenças, mortes, quaisquer outros agravos ou situações de risco à saúde na comunidade, ou em grupos dessa comunidade. 5. OBJETIVO • Propor estratégias que melhorem o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade. • Obs: Para se conhecer como se dá o processo saúde-doença na comunidade é elaborando um diagnóstico comunitário de saúde. 16 6. CONCEITOS: Endemia É qualquer doença que ocorre apenas em um determinado local ou região, não atingindo nem se espalhando para outras comunidades. Enquanto a epidemia se espalha por outras localidades, a endemia tem duração continua porém, restrito a uma determinada área. No Brasil, existem áreas endêmicas. Febre amarela comum Amazônia - vacinação. A dengue - ela não se espalha por toda uma região, ocorre apenas onde há incidência do mosquito transmissor da doença. Epidemia É uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa comunidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de outras regiões, originando um surto epidêmico. Assim, a ocorrência de um único caso de uma doença transmissível (poliomielite) ou o primeiro caso de uma doença até então desconhecida na área (gripe aviária) requerem medidas de avaliação e uma investigação completa, pois, representam um perigo de originarem uma epidemia. Pandemia A pandemia é uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras. Os critérios de definição: a doença ou condição além de se espalhar ou matar um grande número de pessoas, deve ser infecciosa. Ex: AIDS, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe espanhola, tifo, etc. Morbidade: é a taxa de portadores de determinadas doenças em relação ao número de habitantes sãos em determinado local ou em determinado doente. Mortalidade: número de óbitos registrados por mil habitantes em uma dada região em um período de tempo. Incidência: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na população 17 Prevalência: representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado 7. ACIDENTES COM PÉRFURO CORTANTES NA ENFERMAGEM A crescente preocupação com a transmissão de doenças infecto-contagiosas através de acidentes com materiais pérfuro-cortantes e fluidos corpóreos fez com que sistemas de vigilância epidemiológica fossem criados na maioria dos hospitais Ministério da Saúde: estabelece todos os hospitais do Brasil deveriam manter uma comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH); Ministério do Trabalho: criação de um serviço especializado de segurança e medicina do trabalho (SESMT), fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) e a realização de um programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO). 8. ENFERMAGEM Categoria profissional com maior número de acidentes de trabalho com material biológico: Assistência direta ao paciente; Frequência de procedimentos. 8.1 A equipe de enfermagem, durante a assistência ao paciente, estão susceptíveis a vários perigos, chamados riscos ocupacionais; Riscos químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, que podem ocasionar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. 8.2 Os riscos do ambiente de trabalho são classificados em: Real (de responsabilidade do empregador); Suposto (quando se supõe que o trabalhador conhece as causas que o favorecem); Residual (de responsabilidade do trabalhador). 8.3 Estimativa anual de acidentes com percutâneos com trabalhadores da saúde nos hospitais é de 384.325 casos; *Risco de contaminação: HIV: 0,3% Hep. B: 6 a 30% Hep. C: 0,5 a 2%. 8.4 Principais erros: Reencape de agulhas; Desobediência limite Descartex; 18 Desconhecimento quanto ao risco de infecção; Desconsideração das precauções padrões. 8.5 O que fazer? • Elaborar e implementar programa de educação continuada; • Notificação dos acidentes com material biológico; • Vacinação; • Uso de EPI’s 8.6 Acidentes com Materiais Biológicos • Lavar o local exposto: • Pele/Mucosa: água e sabão; • Olho: Soro Fisiológico 0,9%. • Não usar álcool. Não esfregar. • Avisar chefia imediata para preencher CAT; • Atendimento médico nas primeiras duas horas após exposição; • Coleta de sangue para exames anti-HIV, hep. B, hep. C. Se positivo: Profilaxia deve ser realizada de preferência nas primeiras duas horas após exposição; Manter por 28 dias; Realizar teste anti-HIV, anti Hepatite B, anti Hepatite C no dia do acidente, após 6 semanas, 3 meses e 6 meses. Obs: Hep. C – 12 meses. Acompanhamento profissional é de 6 a 12 meses. 8.7 Responsabilidades do empregador: Fornecer instruções sobre os procedimentos a serem adotados em caso de acidente ou incidente grave; Informar os trabalhadores sobre os riscos existentes, as suas causas e as medidas preventivas a seremadotadas; Fornecimento ou reposição dos EPIs; Disposição de recipiente apropriado para o descarte de pérfuro-cortantes; Fornecer treinamento; Supervisionar o estado vacinal dos profissionais; 8.8 Vacinas recomendadas a todos que trabalham em instituições de saúde Vacina contra a Hepatite B; Vacina contra tétano /difteria (dT adulto); Tríplice Viral (Sarampo/caxumba/rubéola); Influenza. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O que você entende por saúde? 2. O que é epidemiologia e qual é a sua principal preocupação? 3. Qual o conceito de endemia, epidemia e pandemia? 4. A equipe de enfermagem é a classe mais atingida com os acidentes de materiais pérfuro-cortantes. Quais são os principais erros? 5. Que informações você daria se, seu colega de trabalho se acidentasse com algum material biológico? 19 CAPÍTULO 07 HIGIENE OCUPACIONAL “A saúde não tem preço. A saúde dos trabalhadores deve ser protegida contra a exposição às substâncias tóxicas sem ter em conta o custo das medidas necessárias”. (Supremo Tribunal do EUA, 1981) 1. HIGIENE DO TRABALHO: CONCEITOS E OBJETIVOS A higiene ocupacional, também conhecida como higiene do trabalho, pode ser definida como: “A ciência e a arte devotadas à antecipação, ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos fatores ambientais e agentes “tensores” originados no ou do trabalho, os quais podem causar enfermidades, prejuízos à saúde e bem-estar, ou significante desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou entre cidadãos da comunidade”. Tem como principais objetivos: 1. Proporcionar ambientes saudáveis para os trabalhadores e pacientes; 2. Proteger e promover a saúde dos trabalhadores; 3. Proteger o meio ambiente; 4. Contribuir para um desenvolvimento sócio-econômico e sutentável. O desenvolvimento sustentável permite suprir as necesidades das gerações presentes em termos de alimentação, habitação, serviços, etc, sem prejudicar a saúde dos trabalhadores, o meio ambiente e sem diminuir excessivamente os recursos naturais, de modo que as necessidades das gerações futuras possam continuar a ser supridas (Goelzer, 1994). A adoção de medidas relativas ao trabalhador tais como o rodízio de função, a limitação no tempo de exposição, educação e uso de equipamentos de proteção individual – EPIs, são medidas complementares para a realização de um trabalho seguro. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO Riscos ou agentes químicos: são as substâncias ou produtos químicos. Podem se apresentar de diversas formas o meio ambiente, tais como: Gases, vapores, névoas, neblinas, poeiras e fumo. Riscos ou agentes físicos: são aqueles que se apresentam sob forma de energia. Ruído, vibração, calor, frio, raios X, raio infravermelho, raio ultravioleta, microondas e raio laser. Riscos ou agentes biológicos: são formas vivas ou produtos e substâncias deles derivados. Pelos de gato, insetos, pólen de plantas, vírus da hepatite A, B, C, D, AIDS, herpes, bactérias, fungos, protozoários (doença de Chagas). 3. LIMITES DE TOLERÂNCIA São aquelas concentrações desses agentes químicos, físicos ou biológicos que o trabalhador pode ficar exposto durante toda a sua vida no trabalho sem que venha causar danos à sua saúde. Tem como objetivo garantir a proteção à saúde dos trabalhadores. No entanto, devido à variação de resistência de saúde que um trabalhador tem para o outro, algum funcionário poderá se queixar de algum desconforto ou mesmo adoecer, mesmo quando os limites estiverem dentro do normal. Um agente tóxico pode ser definido como qualquer substância química que entra e é absorvida pelo corpo, produz efeitos nocivos, podendo levar este indivíduo à morte ou 20 provocar sérias seqüelas ao organismo. O conjunto de sinais e sintomas que o trabalhador apresenta quando o agente tóxico entra no organismo é chamado de intoxicação. Ela (intoxicação) pode ser classificada segundo: Intensidade: letal, grave, moderada e leve. Efeito: agudo, sub agudo e crônico. Duração: curto, médio e longo prazo. O que são medidas Coletivas e Medidas Individuais? Medidas coletivas são providências tomadas para que o ambiente do trabalho se mantenha dentro de limites de tolerância permitidos pela legislação. Proteção coletiva pode ser entendida como proteção total, englobando questões como treinamento, educação, alimentação, medidas de engenharia, programas de qualidade, entre outras. Medidas individuais são as providências tomadas através de fornecimento de equipamento de proteção individual que acabem ou diminua os riscos. 4. AGENTES BIOLÓGICOS Os contaminantes biológicos estão presentes em diversos ambientes de trabalho e do contato entre estes e os trabalhadores e pode resultar uma situação de risco biológico. Exemplos de locais de trabalho com contaminantes biológicos: os laboratórios clínicos e de pesquisa, os hospitais, centro de tratamento de lixos hospitalares. Conceito São considerados contaminantes biológicos todos os seres vivos, sejam animais ou vegetais e todas aquelas substâncias dele derivadas, que estão no ambiente de trabalho e que podem causar efeitos negativos na saúde dos trabalhadores tais como processos infecciosos, tóxicos ou alérgicos. a. Organismos vivos: pêlos, plumas, excrementos, proteínas, enzimas,larvas. b. Derivados vegetais: afetam geralmente a pele e as vias respiratórias causando diversos transtornos do tipo alérgico ou irritativo, como: pólen, madeira, esporos, antibióticos. Estes agentes podem estar presentes em diferentes meios de transmissão, a saber: Água, ar, solo, animais (domésticos ou selvagens), objetos. 5. MEDIDAS DE CONTROLE PARA CONTAMINANTES BIOLÓGICOS Evitar o acúmulo de sujeiras nos locais de trabalho; Teto, paredes, piso e superfícies de trabalho devem ser contra infiltração, fáceis de limpar, e resistentes aos diferentes produtos desinfetantes; Ambientes bem arejados e ventilados; Avaliação médica preventiva para detectar pessoas sensíveis a alergias; Campanha de vacinação; Sanitários com chuveiros, lavabos e armários separados para uniformes e roupas pessoais, em número suficiente; Uniforme e outras roupas que sejam específicas para o trabalho; Controle de transmissores de doenças (baratas, ratos, formigas, etc.); Limpeza, desinfecção, esterilização de material contaminado; Educação continuada e treinamento, informações sobre os riscos que o trabalho envolve e a prática de trabalho correta. 6. HIGIENIZAÇÃO DO AMBIENTE A higiene tem como objetivo remover a sujidade. Entende-se que os resíduos retêm microrganismos que podem, em algum momento, ser transmitidos tanto por contato direto como através de poeira suspensa no ar. Outro aspecto importante é o bem estar proporcionado por um ambiente limpo e organizado, mesmo sendo em instalações físicas simples. Antes de iniciar o processo de limpeza e desinfecção do ambiente, este deve ser organizado de modo que todos os objetos e materiais estejam guardados, liberando as superfícies para facilitar a limpeza, além de contribuir para as condições de trabalho da 21 equipe. Lembramos ainda que as instituições de saúde têm o dever de dar o exemplo dos princípios básicos da promoção da saúde, que são: a higiene do ambiente, do corpo e dos alimentos. Por definição a limpeza é a remoção ou retirada de sujeira através de fricção de uma superfície com água e sabão ou detergente. Quanto maior o acúmulo de sujidade em uma superfície, maior será o tempo e força de fricção para sua remoção. Em ambiente fechado de assistência à saúde utiliza-se a varredura úmida, feita através de rodo e panos úmidos. Não se utiliza varrer ou espanar as superfícies para não dispersar partículas de poeira que podem se depositar nos artigos hospitalares,serem inaladas pela equipe e usuários, ou ainda, contaminar ferimentos expostos. No caso de limpeza de piso, parede e teto podemos utilizar o rodo com o pano para executar a fricção. O nosso ambiente de trabalho pode ser dividido em área física compreendendo o piso, paredes, teto, portas e janelas; o mobiliário compreendendo cadeiras, mesas, balcões, macas, bancadas e pias; e, ainda, equipamentos eletroeletrônicos e artigos hospitalares específicos da assistência. Área Física: Mobiliário: Piso Mesas Paredes Balcões Teto Macas Portas Cadeiras Janelas Pias Para coleções de sangue, vômitos, urina e outros fluidos, indica-se a aplicação de hipoclorito 1 a 2% (alvejante) sobre a secreção, deixando agir por minutos antes de remover com trapos ou papel a serem desprezados no lixo ou então deve-se trocar a água de enxágüe que limpou o pano sujo. Em caso de superfície suja com sangue ressecado, aplicar água oxigenada líquida 10 volumes antes da limpeza. O hipoclorito puro pode também ser usado para remover manchas e mofo de superfícies (alvejamento). Atenção: o hipoclorito corroe superfícies metálicas e desbota tecidos. Na limpeza do mobiliário é de fundamental importância que se recolha e guarde em locais específicos todos os objetos e materiais que ocupam as superfícies a serem limpas. Para superfícies metálicas, plásticas, fórmicas e de granito, indica-se a aplicação de álcool 70% após a limpeza para a desinfecção. De preferência para o mobiliário utilizamos baldes menores e panos específicos para esta finalidade. Se isso não for possível os baldes e panos devem ser lavados antes da limpeza de outro local. 6.1. Higiene hospitalar O setor de higiene hospitalar, através de suas atividades, é bastante exposto aos riscos biológicos. Muito comum são os acidentes com materiais perfuro-cortantes ou 22 cortocontusos (contaminados) encontrados depositados de forma errada em recipientes inadequados. Assim sendo, a coleta de lixo no ambiente hospitalar deve ser seletiva. Tais procedimentos são necessários, pois além de promover a segurança dos trabalhadores, proporcionará redução de custos envolvidos no tratamento de resíduos hospitalares. Esta prática só terá validade se acompanhada por um programa de educação continuada, visando treinar, principalmente, os novos funcionários da instituição hospitalar no modo correto de se descartar o lixo. Não raro, se encontram agulhas hipodérmicas, agulhas de sutura, lâminas de bisturi e outros materiais como pinos e parafusos acondicionados em sacos de pano destinados ao transporte de roupas cirúrgicas contaminadas para a lavanderia hospitalar. 3. RISCOS NO AMBIENTE HOSPITALAR A palavra “risco” indica, normalmente, a possibilidade de existência de perigo. “Esses riscos podem ser entendidos como lesões a pessoas, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou redução da capacidade de produção”. Fica mais bem definida, quando damos à natureza do risco, como, por exemplo: risco de choque elétrico (risco físico), risco de incêndio (químico), risco de queda (mecânico), risco de contaminação por hepatite B, hepatite C e HIV (risco biológico). EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Quais são os principais objetivos da higiene do trabalho? 2. Dê a classificação dos fatores de risco. 3. Cite 5 (cinco) medidas de controle para contaminantes biológicos 4. Em ambiente fechado de assistência à saúde utiliza-se a varredura úmida, feita através de rodo e panos úmidos. Por que não se pode varrer ou espanar as superfícies? 5. Os riscos no ambiente hospitalar são quantos? Cite e dê exemplos. CAPÍTULO 08 ACIDENTE DE TRABALHO E SEGURANÇA NO TRABALHO Saúde e Segurança no Trabalho: Dever do Empregador. Direito do Trabalhador. Acredita-se que no mundo ocorram 120 milhões de acidentes do trabalho por ano. Estimativa feita pelo Banco Mundial destaca que a maioria das doenças e acidentes de trabalho geram grandes perdas econômicas para os países em desenvolvimento que poderia ser evitada por meio da adoção de programas preventivos de higiene e segurança no trabalho. A segurança do trabalho pode ser definida como “a ciência e a arte do conhecimento, avaliação e controle dos riscos de acidentes” ou como conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. Regras gerais de segurança, proteção coletiva, uso de EPIs, entre outros, são os meios de que se serve a segurança do trabalho para erradicar os acidentes que tantos prejuízos causam aos trabalhadores, às empresas e a toda coletividade. O conceito técnico diz que acidente no trabalho é a ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere no andamento normal de um trabalho qualquer, ocasionando perda de tempo, lesão nos trabalhadores ou perdas de materiais. 23 1. CONCEITO LEGAL DE ACIDENTE DO TRABALHO “Acidente do trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que causa a morte ou a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho” (Lei 6.367/76). O acidente do trabalho pressupõe estreita ligação entre o acidente e o trabalho do acidentado. Deve existir o chamado “nexo ou casualidade”. Por esta razão, são importantes o local de trabalho e o horário. Para fins legais o local de trabalho deve ser entendido como aquele onde o empregado deve estar para atividades e horário de trabalho, aquele período de tempo dentro do qual o empregado executa as atividades que lhe foram determinadas, mesmo que seja fora do expediente normal. A legislação brasileira considera acidentes de trabalho todos os sofridos pelo empregado no local e durante o trabalho em conseqüência de (art. 3º da Lei 5.316): Ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro (Nova York, ataque das torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001); Ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; Ato de imprudência ou de negligência de terceiros, inclusive companheiro de trabalho; Desastres como desabamento, inundação ou incêndio; No período de tempo destinado às refeições, ao descanso ou à satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado como a serviço do empregador. Estão fora da lei de proteção de acidentes, os acidentes provocados de propósito, ou por não obedecer a uma ordem vinda do chefe. A lei de proteção estendeu o conceito de acidente para proteger o trabalhador quando estiver fora do local e horário de trabalho (art. 6 da mesma lei): 1. O acidente que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho. 2. O acidente que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa. 3. O acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa. 4. No trajeto de ida e volta para refeição e no intervalo do trabalho. 5. Doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho). 6. Doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho). Entende-se como acidente de trajeto: percusso habitual realizado diariamente pelo o funcionário que sai do trabalho e volta para casa. Caso o empregado mude o percusso por interesse próprio, já não é considerado acidente de trajeto. EMISSÃO DA CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) É OBRIGATÓRIA: Doença do Trabalho Doença Profissional Acidente do Trabalho Acidente do Trajeto 2. CAUSAS DO ACIDENTE Causas imprevisíveis Apesar de serem tomadas precauções tanto pelos empregadores quanto pelos empregados, existemcausas de acidentes imprevisíveis, que não podem ser afastadas pelo fato de não podermos prever. Causas previsíveis São aquelas que poderão ser afastadas com a observação ou a tomada de algumas providências. São de grande importância para estudo, não só porque podem ser eliminadas, mas também por constituírem 98% das causas responsáveis pelos acidentes. 24 Somente 2% das causas de acidentes do trabalho, como já dissemos não podem ser evitados, porque são imprevisíveis. As causas previsíveis podem ser classificadas em duas classes: CONDIÇÕES INSEGURAS E ATOS INSEGUROS Condições Inseguras É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. Exemplos: Escadas sem corrimão, lâmpadas queimadas, buracos nos pisos, ruídos, ventilação deficiente, condição sanitária deficiente, pisos sujos (óleo, líquido, sangue), falta de manutenção nos equipamentos, fios elétricos descascados e expostos, forro e muros rachados, falta de conhecimento ou qualificação profissional para o trabalho, vestuário inadequado, proteção ausente, calçado impróprio, jornadas de trabalhos excessivamente longas e falhas nos programas de treinamento. Atos Inseguros É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São os que provocam mais acidentes. São exemplos de atos inseguros: Trabalhar embriagado, não fazer uso dos EPIs, usar calçados abertos, reencapar agulhas usadas, usar agulhas como taxinhas de mural, usar roupas e acessórios inadequados no hospital, improvisar circuitos elétricos ou iluminação, manipular o secreções dos paciente sem usar luvas, ganhar tempo encurtando caminho ou improvisando acessos, manipular equipamentos os quais não conhece, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir a altas velocidades. Segundo estatísticas trabalhistas, cerca de 80% do total dos acidentes do trabalho são oriundos do próprio trabalhador. Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais. Esse é o papel da Segurança do Trabalho. A empresa tem obrigação de comunicar todos os acidentes, mesmo que não gere afastamento; no caso de morte a autoridade policial deve ser comunicada. No caso da empresa não comunicar, qualquer pessoa poderá fazê-lo: o próprio acidentado, os familiares ou o sindicato. Custo dos acidentes: Cada acidente traz elevadas despesas para a empresa. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o salário do empregado acidentado, incluindo os encargos sociais, deve ser multiplicado pelo mínimo quatro vezes. Isto significa que cada acidentado custa quatro vezes mais à empresa. Neste montante considera-se: Valor do salário do acidentado mais encargos; 1. Custo do seu substituto; 2. Custo do treinamento do seu substituto; 3. Custo da perda da produção desde o acidente até a substituição do funcionário; 4. Custo do atendimento médico; 5. Custo da manutenção dos benefícios ao acidentado sem sua mão-de-obra; Por força de lei o acidente de trabalho deve ser comunicado à empresa imediatamente, quando possível pelo acidentado (funcionário) e a empresa deve comunicar o acidente para o INSS dentro de 24 horas, caso não fizer, corre o risco de ser multada pela previdência social. E se o acidente causou a morte do trabalhador, a empresa deve comunicar de imediato à autoridade policial, do local de acidente no prazo de 24 horas. Esse prazo de 24 horas deve ser contado da data que o empregador (empresa) tiver o conhecimento do acidente. Nessa comunicação deve ter informações 25 quanto a o tipo de acidente, as conseqüências (lesão, fratura, morte), local, dia, hora, ponto de referências, testemunhas. 3. AS CARGAS DE TRABALHO A QUE ESTÃO EXPOSTOS OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM Foi constatado por meio de enquête coletiva e observação nas unidades, que os trabalhadores de enfermagem expõem-se a diversidade e simultaneidade de cargas, passives de provocar acidentes de trabalho, ao interagirem com objeto, utilizando meios e instrumentos, considerando-se a organização e divisão do trabalho da instituição. Na enfermagem há exposição do trabalhador a cargas biológicas e a acidentes ao manipular pacientes com doenças transmissíveis e infectocontagiosas, feridas cirúrgicas contaminadas, ostomias e outras secreções humanas. Estão também expostos a riscos ao desenvolverem as rotinas de limpezas, desinfecção e esterilização de materiais contaminados, além do número de microorganismos presentes em seu ambiente de trabalho. Agravante é a organização do trabalho, a precária infra-estrutura: falta de EPI em quantidade e qualidade adequadas, falta de materiais de trabalho adequados, recipiente para descartar perfurocortantes, não-treinamento do pessoal de enfermagem contra acidentes de trabalho. Verifica-se que a maioria dos trabalhadores resistem ao correto uso do EPI, aumentando a exposição a acidentes por cargas biológicas. Os trabalhadores de enfermagem também estão expostos às cargas físicas. Há exposição a choque elétrico no manejo de aspiradores, desfibriladores, tomadas e bisturis elétricos, fundamentalmente pela constatação de equipamentos sem manutenção constante e desgastes intensos, inclusive por serem obsoletos. Como em algumas unidades os trabalhadores de enfermagem estão expostos a ruídos de monitores e de ar- comprimido, à alta temperatura das autoclaves e a choques térmicos. Há risco de radiação (raios x) no auxilio a realização de exames diagnósticos ou pela proximidade ao equipamento. Foi observado falta de EPI adequado como protetor de chumbo para o pescoço. Na enfermagem muitos desconhecem que expor-se a radiações ionizantes ou não-ionizantes prolongadas causa doença profissional, embora haja dificuldade de comprovar os males da radioatividade, que não exibem conseqüências imediatas. Confirma-se que a precariedade dos meios e instrumentos e da organização do trabalho nas unidades (falta de manutenção de equipamentos, de salas apropriadas para realizar exames, EPI, conservação e reparo da estrutura física do prédio) contribuem para acidentes de trabalho decorrentes das cargas físicas. Na exposição a cargas fisiológicas é perceptível o sobrepeso ao transportar pacientes e ao manter-se em postura inadequada e incômoda para protege-lo e pô-lo em posição adequada - e ao trabalharem longamente de pé. A exposição prolongada e constante a essas cargas podem causar doenças osteoarticulares com limitações físicas. Percebe-se a necessidade da instituição realizar investimentos em treinamento, para que os trabalhadores adotem posturas corretas e modernização de equipamentos e reduza o desgaste causado pelas cargas fisiológicas. Há que somar exposição de trabalhadores de enfermagem a cargas fisiológicas ao se submeterem aos trabalhos em diferentes turnos (ou só no noturno), que levam a desgastes expressos em doenças psicossomáticas e alterações da saúde mental. Os trabalhadores de enfermagem muito se expõem às cargas químicas quando manipulam meios e instrumentos de trabalho, medicamentos, soluções, desinfetantes, desincrostantes ou esterilizantes, anti-sépticos, quimioterápicos, gases analgésicos, ácidos para tratamento dermatológicos, do contato com materiais de borracha (látex) e a fumaça do cigarro. À falta dos EPIs expõe a riscos os trabalhadores, afora ambiente pouco ventilado, não-treinamento para proceder à limpeza, à desinfecção e à esterilização ou mal empregar as precauções-padrão. Na enquête coletiva, trabalhadores de enfermagem relatam tontura, dispnéia, urticária (coceira), irritação da mucosa nasal (pele interna do nariz), embora usem EPI. 26 Cargas psíquicas advêm de lidar com pacientes/acompanhantes agressivos, do dia- a-dia com óbito, tensão, stress,fadiga por exigências de atendimento imediato, atenção constante, cuidado a pacientes graves. Agravam o desgastes psíquico não haver material adequado em quantidade e qualidade, ser reduzida a equipe de trabalhadores. É enorme a carga gerada pelo ritmo acelerado de trabalho, não-interação pessoal, pressão da equipe médica, freqüentes dobra de plantão, trabalho repetitivo e salários injustos. Somam-se ainda supervisão estrita, à pressão da chefia e outros profissionais, a horas extras e dobras de plantão, trabalho monótono e repetitivo e ainda fatores como a falta de criatividade e autonomia, além da falta de defesas coletivas. 3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL “A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”. Artigo 166, Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Equipamentos de Proteção Individual (EPI) tais como: óculos, luvas, máscaras, gorros, aventais, calçados, roupas especiais e outros que serão de uso obrigatório por parte dos empregados. Os equipamentos de proteção individual são uma barreira protetora para o trabalhador. No uso desses equipamentos surgem três problemas sérios e importantes que precisam ser estudas e resolvidos para que a proteção se torne eficiente: Adequação do material protetor; Resistência ao uso do material protetor; Mau exemplo dado por empregados mais antigos, supervisores ou chefes. Devemos estar prontos para combater a resistência aos EPIs. Alguns funcionários alegam a não necessidade ou o desconforto ao seu uso. Entretanto, dados estatísticos comprovam sua eficácia e é certo que trabalhar livre de qualquer empecilho é muito mais agradável, sobretudo quando não se está acostumado a ele. Porém, equipamentos apropriados são perfeitamente toleráveis, depois de adquiridos o hábito do seu uso. Outros alegam que são esquisitos ou ridículos, porém, se a segurança do trabalho estiver devidamente valorizada em sua mente, o trabalhador não terá este conceito. Trata-se, portanto, sobretudo de fazer com que o operário seja psicologicamente preparado a aceitar a prevenção de acidentes e a contribuir ativamente para ela. Outra dificuldade no uso dos EPIs pode ser mau exemplo de supervisores ou outros colegas de trabalho. Todos os funcionários, por mais tempo de trabalho e habilidades que possuam, todos devem dar exemplos positivos, usando todos os equipamentos que cada atividade exige. 4. PREVENÇÃO DE FALHAS HUMANAS Treinamento adequado; Demonstração do funcionamento de aparelhos e equipamentos novos; Reciclagem dos funcionários; Seleção adequada dos funcionários para s diversas funções; Informações completas sobre como realizar determinadas tarefas; Fornecimento de informações escritas sobre os assuntos mais complexos; Realização de reuniões periódicas com os funcionários; Checagem da participação de todos os funcionários em treinamentos, reuniões, orientações, etc., por meio de lista de presença; Verificar se todos os participantes compreenderam as informações transmitidas; Utilização de recursos audiovisuais em treinamento para facilitar a comunicação; Acompanhamento de funcionários novos; Mudar de função os funcionários descontentes com as atividades atuais; 27 Substituição de funcionários; Análise ergonômica do trabalho; Organização do posto de trabalho; Controle dos fatores estressantes; Punição como um instrumento de formação de atitude; Atitude exemplar dos supervisores; Supervisão dos funcionários, e; Fixar cartazes com orientações necessárias. COMO NOS PROTEGER DURANTE NOSSO TRABALHO EM SAÚDE Durante o desenvolvimento de nosso trabalho na área da saúde, tanto no atendimento direto ao paciente ou nas atividades de apoio, entramos em contato com material biológico. Como material biológico, nos referimos a sangue, secreções e excreções tipo vômito, urina, fezes, sêmen, leite materno, escarro, saliva e outros fluidos corporais. Estes materiais biológicos podem estar alojando microrganismos, por isso consideramos estes fluidos de pacientes ou os equipamentos e ambiente que tiveram contato com eles, como potencialmente contaminados por germes transmissíveis de doenças. Por não sabermos se os germes estão ou não presentes nestes equipamentos, vamos sempre considerá-los contaminados. Desta forma, na nossa rotina de trabalho sempre devemos estar conscientes da importância de nos protegermos ao manipularmos materiais, artigos, resíduos e ambiente sujos de sangue e/ou secreções. Para nossa proteção usaremos as Precauções Padrão, que são cuidados e equipamentos que irão bloquear a transmissão de microrganismos evitando a nossa contaminação, a dos pacientes e do ambiente de trabalho. PRECAUÇÕES PADRÃO (Cuidados) • Lavagem das Mãos A lavagem rotineira das mãos com água e sabão, elimina além da sujidade (sujeira) visível ou não, todos os microrganismos que se aderem à pele durante o desenvolvimento de nossas atividades mesmo estando a mão enluvada. A lavagem das mãos é a principal medida de bloqueio da transmissão de germes. Devemos lavar as mãos sempre, antes de iniciarmos uma atividade e logo após seu término, assim como fazemos em nosso dia a dia antes das refeições e após a ida ao banheiro. Mantenha suas unhas curtas e as mãos sem anéis para diminuir a retenção de germes. • Manipulação de Instrumentos e Materiais Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas (olhos, nariz e boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de microrganismos para outros pacientes e ambientes. Todos os instrumentos reutilizados têm rotina de 28 reprocessamento. Verifique para que estes estejam limpos ou desinfetados/ esterilizados adequadamente antes do uso em outro paciente ou profissional. Confira se os materiais descartáveis de uso único estão sendo realmente descartados e se em local apropriado. • Manipulação de Materiais Cortantes e de Punção Ao manusear, limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e outros instrumentos de corte tenha cuidado para não se acidentar. A estes materiais chamamos de instrumentos pérfurocortantes. Nunca reencape agulhas após o uso. Não remova com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis, não as quebre ou entorte e eles devem ser descartados em caixas apropriadas - chamadas de Descartex - que são rígidas e impermeáveis que devem ser colocados próximos à área em que os materiais são usados. Para a reutilização de seringa anestésica descartável ou carpule, reencape a agulha introduzindo-a no interior da tampa e pressionando a tampa ao encontro da parede da bandeja clínica de forma a não utilizar a mão neste procedimento. Seringas e agulhas reutilizáveis devem ser transportadas para a área de limpeza e esterilização em caixa de inox ou bandeja. • Ambiente e Equipamentos Toda a unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos. Colabore na supervisão para conferir se estas medidas estão sendo seguidas. • Roupas e Campos de Uso no Paciente Manipule e transporte as roupas sujas com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções com cuidado e sempre use luvas quando for pegá-las. Transporte-as em sacos plásticos. Os serviços de saúde que utilizam rouparia e campos reutilizáveis devem ter um sistema de lavanderia, própria ou terceirizada que garanta a desinfecção destas roupas. • Vacinação Todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra a hepatite
Compartilhar