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MICROBIOLOGIA CLINICA INTROD..rtfd

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MICROBIOLOGIA CLINICA INTROD..rtfd/TXT.rtf
PRINCIPAIS GRUPOS BACTERIANOS DE INTERESSE CLÍNICO
Cocos gram positivos
Entre as bactérias em formato de cocos destacam-se algumas espécies de Gram positivos, os quais tem papel relevante no aspecto clínico. Entre estas podemos citar os Estafilococos spp, Estreptococos spp e Enterococos spp.
Staphylococcus spp
A espécie estafilocócica mais importante é o Staphylococcus aureus, assim denominado pela pigmentação amarelada das colônias (aureus = dourado). São colônias anaeróbias facultativas, porém crescem melhor na presença de oxigênio. Esse microrganismo provoca infecções de pele, muitas vezes até supurativas, como furúnculos e abscessos. Em casos mais graves, causam sepse, que corresponde a uma infecção generalizada. Penetram na pele por meio de soluções de continuidade (lesões), que são “portas de entrada” para essas bactérias, bem como a introdução de cateteres no organismo (como no caso da sonda vesical ou do escalpe e agulhas). 
Os Estafilococos são bactérias não esporuladas tolerantes ao meio ambiente. Podendo se manter vivas por meses em amostras ressecadas, e podem ser resistentes a concentrações altas de sal e variações de temperatura. Mesmo após a descoberta dos antimicrobianos e grande evolução das condições de saneamento básico, esse microrganismo ainda é um importante patógeno causador de infecções, principalmente no âmbito hospitalar. Boa parte da população apresenta como parte de sua microbiota, principalmente da região da nasofaringe ou de outras regiões do corpo, como pele e vagina. A partir destes sítios, o S. aureus pode contaminar, objetos inanimados ou ser transmitidos a outros pacientes por contato direto e indireto, podendo levar a um processo infeccioso ate mesmo fatais, dependendo do estado geral do paciente, devido a fatores de virulência ou pela resistência aos antimicrobianos.
Entre as principais patologias causadas pelo Staphylococcus aureus estão: Impetigo, Foliculite, Furúnculo, Carbúnculo, Bacteremia e endocardite, pneumonia, Osteomielite, Artrite séptica e Choque tóxico.
A mesma capacidade do Staphylococcus aureus em desenvolver resistência aos antibióticos, também pode surgir nos Staphylococcus coagulase negativos. Com base nisso, há a necessidade de uma identificação rápida e eficiente de todos os casos em que estes microrganismos se apresentam.
Entre os Staphylococcus coagulase negativa mais frequentes, podemos citar:
Staphylococcus epidermidis: causador de infecções de cateteres e próteses sendo o microrganismo mais encontrado em hemoculturas, associado como contaminante ou agente etiológico de sepse.
Staphylococcus saprophyticus: causador de infecção urinária especialmente em mulheres jovens.
Staphylococcus haemolyticus: importante devido à resistência aumentada aos antimicrobianos, e por ser frequentemente confundido com o S. aureus, por gerar hemólise na placa de ágar sangue.
Streptococcus spp
Os estreptococos podem ser classificados de acordo com seu aspecto na placa de ágar sangue, produzindo: hemólise total (beta), parcial (alfa, pela formação de pigmentos biliverdian de cor esverdeada) ou sem produzir hemólise (gama).
A identificação de espécie de estreptococos beta hemolíticos é feita também através de aglutinação com soros específicos contra os antígenos de Lancefield (A, B, C, D, F e G).
Antes da descoberta dos antibióticos, os estreptococos foram considerados os principais agentes causadores de infecção hospitalar, gerando surtos de infecção e morte de puérperas. São causadores de doenças graves e muitas vezes letais, sobretudo em pacientes imunocompetentes, sendo indispensável a realização rápida do diagnóstico e o tratmento direcionado de manneira precisa.
Entre os principais Estreptococos estão:
Streptococcus pyogenes: Pode causar infecções supurativas como Faringite, Escarlatina, Pioderma, Erisipela, Celulite, Fasciite necrosante e Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico, e infecções não supurativas como Febre Reumática e Glomerulonefrite Aguda.
Streptococcus agalactiae: Pode ocasionar Doença neonatal de inicio precoce ou tardio, infecções na mulher grávida como endometrite pós-parto e infecção do trato urinário. Além de causar bacteremias em indivíduos de ambos os sexos.
Streptococcus do grupo viridans: É capaz de causar Septcemias, Endocardite, Cárie dentária, Neoplasia do trato gastrointestinal e meningite. 
Streptococcus pneumoniae: Causa Pneumonias, Meningite e Bacteremias.
Enterococcus spp
Os Enterococos cada vez mais ocupam um papel de destaque no contexto hospitalar, devido ao crescente número de casos de infecção hospitalar, e pelo surgimento de resistência aos antibióticos habitualmente administrados no combate destas infecções.
Os isolados de Enterococos mais encontrados são: Enterococcus faecalis (90% dos casos) e Enterococcus faecium, com grande predisposição par a colonização de pacientes e de equipamentos hospitalares. Apresentam sensibilidade ou resistência variável aos antibióticos como a vancomicina. Atualmente, já são descritas cepas naturalmente resistentes à vancomicina e que podem ser isoladas de pacientes internos.
Os principais processos patológicos a que estão envolvidos os Enterococos são as  Infecção do Trato Urinário, Peritonite e Endocardite (ITU’s).
Cocos Gram Negativos
Os principais cocos gram negativos de interesse clínico são as do gênero Neisseria spp e as espécies que acometem exclusivamente os seres humanos são as Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis.
Neisseria gonorrhoeae: bactéria patogênica causadora da Gonorréia, é transmitida através de relação sexual ou pelo parto. No homem é causa comum de uretrite, epididimite, prostatite e estenose uretral. Na mulher causa corrimento vaginal, endocervicite, uretrite, abscesso vestibular, salpingonegooforite e doença inflamatória pélvica, em récem-nascidos pode causar uma conjuntivite denominada Oftalmia neonatorum. A doença sistêmica pode ocorrer em 1 a 3% dos pacientes infectados, e as lesões cutâneas são do tipo máculo-pustulares ou hemorrágicas, com centro de necrose. 
Neisseria meningitidis: Pode causar meningite, infecção sistêmica grave com coagulação intravascular disseminada (CIVD), podendo causar em associação outras infecções (conjuntivite, artrite, sinusite e pneumonia). A transmissão ocorre através das vias aéreas.
Bacilos Gram Positivos Esporulados
Entre as diversas espécies de bacilos Gram positivos esporulados (formadores de esporos), os gêneros Bacillus spp e Clostridium spp são os que apresentam maior importância clínica, as espécies mais importantes são o Bacillus anthacis, Bacillus cereus, Clostridium perfringens, Clostridium tetani e Clostridium botulinum.
Bacillus anthracis: Bactéria que infecta primariamente herbívoros, sendo o homem um hospedeiro acidental. Devido sua resistência no meio ambiente e por ser altamente letal, principalmente quando inalado, esse microrganismo pode ser usado como arma de Bioterrorismo. A infecção pode ocorrer como Antraz cutâneo, Antraz gastrointestinal e Antraz inalado. 
Bacillus cereus: Causa mais comum de infecção ocorrendo através da ingestão de alimentos contaminados ocasionando gastroenterite. Infecções oculares e doença pulmonar grave também podem ser associados a esse patógeno.
Clostridium perfringens: Causador infecções de tecido mole, celulite, miosite supurativa e mionecrose. Também pode causar gastroenterites a partir de intoxicações alimentares e até enterite necrosante.
Clostridium tetan: Um microrganismo de difícil cultivo. Tem formato bem característi-co, semelhante a uma raquete. A doença é caracterizada por espasmos musculares, podendo ser generalizado ou localizado acometendo adultos, crianças e ate lactantes. 
Clostridium botulinum: Pode contaminar o indivíduo através dos alimentos, causando o botulismo alimentar. Ele produz uma neurotoxina que se liga a neurotransmissores por tempo prolongado. Tem altos índices de mortalidade em casos que não recebem suporte adequado. Também associado ao botulismo infantil
e botulismo de feridas.
Bacilos Gram positivos não esporulados
Entre os principais bacilos Gram positivos não esporulados de interesse clínico podemos citar Listeria monocytogenes, Erysipelothrix rhusiopathiae e Corynebacte-rium diphtheriae. 
Listeria monocytogenes: É o agente causador da Listeriose. Infecção causada por alimentos contaminados. Costuma ter seus picos de incidência principalmente no verão, de forma mais grave pode causar aborto.
Erysipelothrix rhusiopathiae: Causa comum de Erisipela, que se manifesta através de lesões na pele. Também pode causar doenças septicêmicas, tipicamente associadas a endocardites.
Corynebacterium diphtheriae: Agente causador da Difteria. Doença que acomete principalmente a região da faringe. Responsável por um grande surto ocorrido no final do século XX, provocando um número elevado de óbitos. Nos dias atuais existe imunização através da vacina o que diminuiu significativamente sua incidência. Além da forma respiratória, também pode se manifestar na forma cutânea.
Bacilos Gram Negativos Fermentadores - Enterobactérias 
É a maior e mais heterogênea família de bactérias Gram negativas de importância clínica. São considerados atualmente, 27 gêneros e centenas de espécies compõem essa família. A maioria das enterobactérias é encontrada no trato gastrointestinal de humanos, no reino animal, na água, solo e vegetais.
Alguns também são considerados patogênicos por causarem infecções gastrointes-tinais como a Salmonela spp.,Shigella spp., Yersinia enterocolitica e vários sorotipos de Escherichia coli.
As enterobactérias representam cerca de 80% dos Gram negativos de importância clínica. São responsáveis em média por 70% das infecções urinárias e 50% das septicemias.
Principais gêneros das enterobactérias (cerca de 99% dos isolamentos de enterobactérias de importância clínica): Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobac-ter spp., Proteus spp., Providencia spp., Morganella spp., Citrobacter spp., Salmonella spp., Shigella spp.   e Serratia spp.
As enterobactérias menos isoladas são: Edwarsiella spp.,Hafnia spp., Yersinia spp.
Bacilos Gram  Negativos Não Fermentadores
Os bacilos Gram negativos considerados como não fermentadores (BNFs) são aeróbios, não esporulados, incapazes de usar carboidratos como fonte de energia através de fermentação, usando a via oxidativa para degradá-los.  
A definição deste grupo de bactérias é de grande valia nos casos de infecção hospitalar. Mesmo com baixa incidência em hospitais, normalmente eles apresentam alta resistência a vários antimicrobianos diferentes podendo causar infecções graves. Estas bactérias colonizam e causam infecções, em especial, em pacientes graves internados em Centro de Tratamento Intensivo e submetidos a procedimentos invasivos. O número de bactérias não fermentadoras conhecidas é muito grande. 
Os principais BNFs considerados de maior importância clínica são:
•    Acinetobacter spp.
•    Alcaligenes spp.
•    Achromobacter spp.
•    Burkholderia cepacia
•    Chryseobacterium (Flavobacterium) spp.
•    Moraxellaspp.
•    Pseudomonas aeruginosa
•    Pseudomanas pseudomallei
•    Stenotrophomonas spp.
Micobactérias
    
As micobactérias apresentam significativo número de morbi-mortalidade. O gênero é formado por mais de 130 espécies,.Devido seu formato e caráter tintorial, também são conhecidas como Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR)
Mycobacterium tuberculosis: Agente causador da Tuberculose, doença com alto índice de mortalidade, a qual a Organização Mundial da Saúde estima que ocorra em média 2 milhões de mortes no mundo. Embora possa infectar qualquer órgão, acomete principalmente os pulmões. 
Mycobacterium leprae: É o causador da Lepra, uma das doenças mais antigas que se têm relato, também conhecida como Doença de Hansen. Seu período de incubação é prolongado, e os sintomas podem se desenvolver em até 20 anos após a infecção. Pode se apresentar na forma de Lepra Tuberculoide e Lepra Lepramato-sa.
 
PRINCIPAIS DOENÇAS DE ETIOLOGIA VIRAL
Para se compreender melhor algumas doenças de etiologia viral é importante entender que muitas infecções virais são subclínicas, ou seja, não apresentam sintomas, são o que chamamos assintomáticas e, portanto difíceis de serem percebidas e ou diagnosticadas. A mesma doença pode ser produzida por uma grande variedade de vírus, o mesmo vírus pode provocar uma grande variedade de doenças o que significa que muitos vírus diferentes são capazes de causar o mesmo quadro clínico, e o mesmo quadro clinico pode ser causado por vírus diferentes, dificultando o diagnóstico clínico e influenciando a implementação de técnicas e procedimentos laboratoriais que visem uma melhor elucidação dos casos. A doença produzida não tem relação com a morfologia viral e a evolução de qualquer caso é determinada pela constituição genética do vírus e do hospedeiro.
As doenças de etiologia viral para serem melhor compreendidas podem ser divididas em Generalizadas nas quais os vírus se propagam pelo organismo através da corrente sanguínea, com comprometimento sistêmico, ex: sarampo, rubéola, varicela, febre amarela, dengue e enterovírus ou  Doenças Órgãos Específicas como as que acometem o SNC tais como a Poliomielite, meningite ( poliovírus, coxsackie e echovirus), raiva, encefalite ( rabdovírus, sarampo, caxumba, herpes ...) o Trato Respiratório como as  Pneumonias, bronquites, bronquiolites, gripes e resfriados ( Influenza, Parainfluenza, Vírus Sincicial Respiratório - VRS), Pele e Mucosas  como nas infecções  por Herpes simples tipo 1 – ( oral ) , Herpes simples tipo –2 ( genital ) , Herpes zoster, sarampo e  varicela,  Hepáticas por vírus da Hepatite tipo A ( infecciosa), Hepatite B (sérica), Tipo C e E; febre amarela as que acometem as Glândulas salivares como na Caxumba e infecção por citomegaloví-rus  o Trato Gastrintestinal típicas da infecção por Rotavírus e  adenovírus entérico e por fim as  Sexualmente transmissíveis como as causadas pelos vírus Herpes simples , Hepatite B, papilomavírus, Retrovírus.
A seguir apresenta-se uma breve explanação a cerca de alguns vírus de importância epidemiológica, no Brasil e o Mundo.
Poliomielite – Poliovírus 
Os poliovírus multiplicam-se inicialmente nas mucosas, especificamente nas placas de Peyer e nas tonsilas, onde a replicação pode ser detectada em até três dias. Os vírus multiplicam nos linfonodos acarretando em uma pequena viremia, invadindo o sistema retículo-endotelial é neste momento que o sistema nervoso central pode ser invadido A maioria dos indivíduos infectados com poliovírus controla a infecção antes da viremia secundária, o que resulta em infecção assintomática. Alguns estudos sugerem que a disseminação para o sistema nervoso central pode ocorrer pelos nervos periféricos ou craniais, por fluxo axonal retrógrado. A infecção pelo Poliovírus no SNC pode acarretar em paralisia flácida permanente dos membros inferiores e, portanto reintera-se a necessidade de se manter altos níveis de vacinação em razão do vírus ainda não ter sido considerado erradicado em termos mundiais..
Gripes e Resfriados
Embora se faça confusão entre a gripe (ou influenza) e o resfriado comum, essas doenças são causadas por tipos diferentes de vírus. Os vírus da gripe quase sempre provocam febre, prostração, cefaléia, dores musculares, tosse seca, espirros e obstrução nasal. O resfriado comum é uma doença mais branda, causada por diversos vírus que atacam apenas as partes altas do aparelho respiratório (nariz e faringe). A mucosa nasal inflamada elimina grande quantidade de líquido claro e aquoso (coriza). Geralmente, ocorrem também espirros, cefaléia, secura na garganta e, mais raramente, um ligeiro aumento da temperatura do corpo.
Ambas as doenças são transmitidas por gotículas de secreção das vias respiratórias lançadas no ambiente por meio da tosse ou do espirro. A disseminação é facilitada pelas aglomerações humanas, pela poeira, pelo frio (que irritam a mucosa das vias aéreas) e pelas más condições de higiene e alimentação;
e é autolimitante, durando de três a sete dias. A imunidade natural ou por vacinação não é duradoura, pois novas formas de vírus (mutantes), contra os quais o organismo humano ainda não produziu anticorpos, aparecem rapidamente.
Os antibióticos não exercem nenhum efeito e devem ser restringidos, a não ser nos casos de infecções bacterianas secundárias. Recomenda-se apenas repouso, hidratação e tratamento sintomático com analgésicos, antitérmicos e descongestio-nantes nasais.
Influenza pandêmica A / Vírus H1N1
Muitas epidemias foram originadas pelo vírus da influenza A. A linhagem H1N1 circulou entre humanos em 1918 e foi o agente etiológico da pandemia conhecida como gripe espanhola. Esse vírus resultou na morte de 20 a 50 milhões de indivíduos em todo o mundo. O novo subtipo do vírus influenza A/H1N1 é resultante de uma recombinação genética do vírus suíno, humano e aviário. Em 2009 foi detectado no México, colocando em alerta a saúde pública mundial, pois esta nova cepa rapidamente se disseminou causando uma pandemia. No Brasil, até o final do ano de 2009, foram detectados aproximadamente 40 mil casos graves e 1705 óbitos registrados.
Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva que são expelidas pelo indivíduo infectado ao falar, tossir e espirrar. O contágio pode ocorrer ainda de maneira indireta, por meio de contato com secreções do indivíduo doente. 
Nesse caso, as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular.     
Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre alta (perdura por três dias), em geral acima de 38 °C, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, cefaléia e tosse seca. É comum a queixa de garganta seca, rouquidão e queimação retroesternal ao tossir, bem como pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. Há hiperemia das mucosas, com aumento de secreção nasal hialina. O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade.  Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais. Quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais, também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças. Os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes sem outros sintomas, mas, em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos.
Varicela ( Catapora ) - Vírus da varicela-zoster (HHV-3)
O agente etiológico da varicela (catapora) e do herpes-zoster é o vírus da espécie Human herpesvirus 3. Na catapora, as células da pele tornam-se os principais sítios para a replicação viral. Surgem as lesões de característica maculo-papular as quais evoluem para vesículas, e depois para ulcerações e necrose da derme. Os sintomas de febre, mal-estar, cefaleia, e dor abdominal frequentemente ocorrem por 24 a 48 horas antes do aparecimento do exantema. Sintomas como a febre, irritabilidade, letargia e perda de apetite são comuns e tendem a desaparecer nas primeiras 72 horas após aparecimento do exantema. O exantema se inicia na face ou tronco. As e geram um prurido intenso. Após 24 a 48 horas, o fluído vesicular torna- -se turvo e as crostas aparecem. Lesões da orofaringe, conjuntiva e vagina são comuns. Lesões novas aparecem por até 6 dias e a varicela subclínica é muito rara.
A reativação apresenta-se tipicamente como herpes-zoster, um exantema vesicular em geral confinado à distribuição de um ou mais nervos sensoriais. Em indivíduos imunocomprometidos, o exantema é em geral mais extenso, e a replicação cutânea é acompanhada por viremia. Novas lesões aparecem por até sete dias.
Doença Exantemática ( Rubéola )- Vírus da Rubéola 
O vírus é transmitido principalmente por partículas geradas por pessoas infectadas podendo ser detectado em secreções nasofaríngeas de sete a quatorze dias após o aparecimento do exantema.
O início da infecção dá-se em células epiteliais do trato respiratório superior, posteriormente alcançando o tecido linfóide da nasofaringe, de onde há disseminação sistêmica envolvendo vários órgãos. O período de incubação varia em média de 8 a 14 dias o exantema surge em média 16 a 18 dias depois do início da infecção, é de característica bastante benigna, aparecendo inicialmente na face e rapidamente se disseminando para o tronco e extremidades distais. As complicações mais comuns incluem artrite, artralgia, encefalopatia e trobocitopenia. Em gestantes é temido por sua capacidade de causar má- formações sendo preconizado durante o período pré natal exames sorológicos para avaliação do status sorológico e monitoração das pacientes susceptíveis. Em RN é reconhecidamente a maior causa de surdez não genética.
Hepatite Infecciosa do Tipo A – Vírus da Hepatite A (HVA)
Sabe-se que o HVA se instala primariamente no fígado utilizando o aparelho digestivo como via de entrada, sem causar lesão local. A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral, e os alimentos e as águas contaminados são os principais veículos de transmissão durante os períodos de epidemias. Nos ambientes familiar e institucional, o contato pessoal íntimo pode facilitar o contágio, sobretudo pelo compartilhamento de copos e talheres.. A transmissão por via parenteral, sob a forma de transfusão ou uso de drogas, ainda que teoricamente possível, não tem sido verificada.
Os pacientes infectados são transmissores da doença por um período que varia de duas a três semanas antes do aparecimento da icterícia, amarelamento típico da pele e das mucosas caracteristico de infecções hepáticas até, duas semanas após a regressão desse sintoma. A fase ictérica é acompanhada pelo aparecimento de urina escura e fezes descoloradas manifestações claras de excesso de bilirrubina não conjugada na circulação sanguínea (bilirrubinemia). Essa fase inicia-se após até dez dias depois do aparecimento dos sintomas iniciais. A doença é mais leve em crianças do que em adultos, e a recuperação em geral é completa, não se observando casos de infecção crônica
Hepatite Infecciosa do Tipo B – Vírus da Hepatite B (HBV)
A infecção pelo vírus da hepatite B pode resultar em diversas patologias, mais De 65% a 80% das infecções ocorrem de forma subclínica; 20% a 35% ocorrem na forma de doença com icterícia. Dos indivíduos infectados, 90% a 98% têm recuperação completa e 2% a 10% evoluem para doença crônica. Quanto menor for a idade do paciente infectado, maior a probabilidade de desenvolvimento de infecção crônica.
O vírus da hepatite B pode ser transmitido de três formas: a) através de contato percutâneo com sangue ou produtos de sangue infectados, b) através de contato sexual ou c) por transmissão perinatal da mãe infectada para a criança. 
Os pacientes infectados de forma crônica apresentam maior chance de desenvolver situações mais graves como o carcinoma hepatocelular a taxa de sobrevivência varia em torno de 25 a 60% dependendo do tamanho do tumor e da possibilidade de remoção do mesmo.
Hepatite Infecciosa do Tipo C – Vírus da Hepatite C(HCV)
O vírus da hepatite C (HCV) é transmitido quase que exclusivamente pela exposição parenteral a sangue, produtos de sangue e objetos contaminados com sangue. A triagem de doadores de sangue quase eliminou a transmissão por essa via, embora o risco mais importante atualmente seja a contaminação de seringas compartilhadas por usuários de drogas injetáveis. 
A transmissão sexual e a perinatal já foram encontradas, mas não parecem ser vias de transmissão comuns, no entanto importante ressaltar que a prevenção com uso de preservativos e os exames pré natais podem constituir um grande obstáculo a manutençao deste vírus por estas formas de transmissão e por isso precisam ser constantemente divulgadas e reforçadas 
O período ou fase de incubação da hepatite C ocorre em média de sete semanas. As infecções podem variar desde subclínicas até fulminantes. Os sintomas clínicos são semelhantes aos das demais hepatites virais, mas raraente ocorrem em mais de um terço dos pacientes.
Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)- (HIV)
A AIDS é causada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana) e é transmitida por meio de relações sexuais, sangue contaminado (pelo uso de agulhas e seringas contaminadas e transfusão sanguínea) e transmissão vertical da mãe para o feto. Há comprometimento da resposta imunológica do organismo infectado, deixando-o desprotegido e suscetível ao desenvolvimento de múltiplas infecções.
Diversas características favorecem a propagação do vírus da AIDS, como, por exemplo, o fato de o indivíduo infectado não ficar doente logo no início da contaminação, ou seja, há um período de latência muito grande, variando em média de dois a sete anos. A pessoa, por algum tempo, pode ter o vírus sem produzir anticorpos detectáveis pelo exame (janela imunológica).
É importante ressaltar que não há evidências de transmissão da AIDS por meio de fluidos corporais como saliva, lágrimas e suor; objetos ou ambientes como piscina, sanitários, sabonetes, pratos, talheres e copos; contato pessoal como aperto de mão, abraços e beijos; picadas de insetos como mosquitos e pernilongos.
A infecção aguda pode ser tão discreta a ponto de se confundir com um simples processo gripal ou adquirir dimensões mais graves, como alterações neurológicas. Após os sintomas iniciais, o portador do HIV costuma permanecer assintomático durante vários anos. Porém, em cinco anos, em média, começam a surgir os primeiros sinais e sintomas. Observa-se, então, o aumento generalizado dos linfonodos, episódios de febre, sudorese, emagrecimento e diarreia, que podem durar de semanas a meses. O aparecimento das conhecidas infecções oportunistas ou de neoplasias costuma ocorrer em estágios mais avançados da doença. No entanto, as infecções oportunistas podem ser as primeiras manifestações clínicas da doença.
O diagnóstico baseia-se na história clínica e na sorologia específica anti-HIV (ELISA e Western Blot). Até o momento, não foi descoberto nenhum medicamento que proporcione cura da doença; o tratamento preconizado por meio do uso de várias drogas apenas prolonga a vida do doente.
 
BIOLOGIA DOS FUNGOS PATOGÊNICOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS MICOSES
Os Fungos como ditos anteriormente são organismos saprófitos, heterotróficos estabelecendo relações simbiontes ou parasitarias com seus hospedeiros. São halofílicos tolerando elevadas concentrações de sal, e se adaptam a pequenas variações temperatura podendo ser classificados como psicrófilos quando se adaptam melhor em temperatura abaixo de 20°C, fungos mesófilos, preferem temperatura entre 20e 40°C e os termófilos acima de 40°C.
São aeróbios estritos e alguns podem crescer em anaerobiose (anaeróbios facultativos) O crescimento em meio de cultura é considerado lento, sobretudo na forma de fungo filamentoso (bolor), requerem em linhas gerais para melhor isolamento meios sólidos os quais iram possibilitar a formação de micélio vegetativo.
Embora fundamental para a vida, a ação dos fungos freqüentemente pode causar transtornos, já que podem atacar qualquer material orgânico disponível. No ser humano, alguns fungos causam doenças tipicamente conhecidas como micoses.
As micoses podem ser classificadas classicamente pelo sítio de infecção e gravidade dos sinais e sintomas associados, sendo assim as micoses podem ser classificadas em a) Superficiais, b) Cutâneas, c) Subcutâneas, d) Sistêmicas e ou Profundas.
As micoses ditas superficiais são aquelas cuja principal característica é acometer as camadas mais superficiais da pele e ou dos pêlos, normalmente não causam leões ou feridas sensíveis e ou dolorosas, são um problema sob aspectos estéticos e sociais. Tais micoses estão associadas a presença de manchas sobre em razão de seus agentes em sua maioria interferirem com a melanogênese, pela produção de ácido azaléico, muitos deles são lipofílicos demandando alto teor de gordura, água e umidade para poderem se adaptar, e multiplicar, razão pela qual em situações de cultura não é raro adicionarmos ao preparo do meio de cultura substâncias como azeite de oliva. Dentre os principais agentes fúgicos causadores de micoses superficiais destacam- se Malassezia furfur, Piedraia hortae, Phaeoannelomyces weneckii, Trichosporon ovóides, Trichosporon inkinn, T.mucóides, dentre outros.
As micoses cutâneas também conhecidas como dermatomicoses, são aquelas tipicamente localizadas em maior extensão sobre a pele, pelos e unhas, podendo atingir o couro cabeludo e o pavilhão interno do ouvido. As dematomicoses podem apresentar características antropofílicas quando de transmissão homem a homem, zoofílicas, animal-homem e geofílicas pela manipulação direta do homem com o solo, onde o fungo pode ter seu habitat.
As doenças fúngicas típicas de dermatófitos são descritas como tineas (afecção de pelos e ou cabelos) onicomicoses (micose de unha), otomicoses ( micose de ouvido), pele glabra ( irritação da pele- pele de assadura) e as lesões interdigitopal-mares e interdigitoplantares, esta última conhecida popularmente pelo nome de frieira ou “pé de atleta”.
Os fungos descritos como dermatófitos de maior relevância clínica apresentam-se divididos em três gêneros principais, a saber; a) Microsporum spp, b) Tricophyton spp, e Epidemophyton spp.
As micoses subcutâneas caracteristicamente são conhecidas por serem encontra-das na pele e tecidos subcutâneos muitas são de características ocupacionais atingindo, sobretudo trabalhadores de áreas rurais. A grande maioria destas ocorrem por traumas físicos, perfurações, mordeduras e arranhaduras, sobretudo com materiais contaminados como vegetais, madeiras além da picada de insetos.
As micoses sistêmicas são originadas principalmente pela inalação de propágulos e ou conídeos presentes no meio ambiente. Os fungos normalmente associados a estas infecções são em sua maioria fungos dimórficos e saprófitas que em certas condições liberam conídeos (reprodução assexuada) os quais são inalados pelo homem e animais.
Outras características importantes das micoses sistêmicas é que são endêmicas de regiões de clima quente e úmido (tropical) os fungos apresentam fatores de virulência bastante individualizados e inerentes a cada espécie e não se aventa a possibilidade de contágio direto ao simples contato com pessoa infectada. Os agentes mais comumente associados são o Paraccoccidioides brasiliensis, Coccidioides immitis, Blastomyces dermatitidis e Histoplasma capsulatum
As micoses oportunistas normalmente ocorrem por ação de agentes fúngicos na maioria saprófitas e em linhas gerais não são considerados patogênicos devendo haver correlação da clínica / laboratório. As Infecções são comuns em pacientes imunocomprometidos e a maioria das doenças são causadas quando há comprometimento das barreiras naturais de defesa do hospedeiro, como: antibioticoterapia e granulocitopenia prolongada no tratamento de câncer e transplantados
Dentre os agentes fúngicos causadores de micoses oportunistas pode-se destacar o Cryptococcus neoformans, Candida albicans, Asperillus spp, Penicillium spp
 
 
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