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A Psicologia SocioHistórica

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A Psicologia Sócio Histórica e 
uma Nova Concepção do Homem para a Psicologia
Professor: Mauro Paiva
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A Psicologia Social...
Deve ser compreendida em sua perspectiva histórica, quando na década de 50 se iniciam sistematizações em termos de psicologia social, dentro de duas tendências predominantes:
		1) Perspectiva Pragmática;
		2) Perspectiva Fenomenológica.
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Perspectiva Pragmática...
Origem nos Estados Unidos;
Raízes no Behaviorismo;
Busca intervir nos grupos para harmonizá-los e garantir a produtividade do grupo;
Visa minimizar os conflitos, tornando os homens “felizes” reconstrutores da humanidade que acabava de sair da destruição de uma II Guerra Mundial.
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Perspectiva Fenomenológica...
Origem na Europa;
Raízes na Fenomenologia e Gestalt;
Busca conhecimentos que evitem novas catástrofes mundiais, segue a tradição filosófica européia;
Procura modelos totalizantes, como Lewin e sua teoria de Campo.
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Crise da Psicologia Social...
Após a euforia dos anos 50 e 60;
Crise do conhecimento que não conseguia intervir nem explicar, muito menos prever comportamentos sociais.
Começa-se a questionar:
 sua eficácia;
 seu caráter ideológico das prática;
 sua dicotomia entre o eu e a sociedade.
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Superação da Crise...
O primeiro passo para a superação da crise foi a constatação da tradição biológica da Psicologia;
Homem é cultura, é produto de sua condição social, histórica e também produtor.
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O Positivismo...
Na objetividade dos fatos, perde o ser humano;
Conhecimento minucioso enquanto descrição do comportamento, no entanto não dava conta do ser humano agente de mudança, sujeito da história;
Tradição dicotômica, biológica ou sociológica;
Para a Psicologia Social, caberia recuperar esses indivíduos na intersecção de suas histórias com a historia de sua cultura e sociedade;
Somente a descrição não capta a mediação ideológica e as reproduzem como fatos inerentes a natureza do homem.
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Exemplos...
Wundt => se preocupa em descrever processos psicofisiológicos em termos de estímulos e respostas de causas e efeitos. Nesta tradição os/as psicólogos/as esqueceram de que este homem, junto com outros, ao transformar a natureza, se transformava ao longo da história. 
Skinner => questiona o reducionismo biológico e enfatiza a o controle que o meio exerce sobre o comportamento, homem produto das relações sociais, porém não chega a ver estas relações como produzidas a partir da condição histórica de uma sociedade.
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Exemplos...
Lewin => para ele o indivíduo e o meio são indissociáveis, e na medida em que o meio é social e se caracteriza pela complexidade de regiões e sub-regiões, considera um impasse a comprovação e previsão de comportamentos.
Freud => crítica de seus seguidores, releitura de sua obra numa perspectiva histórico social do ser humano.
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A Psicologia Social e o Materialismo Histórico...
O Materialismo Histórico Dialético é uma teoria filosófica e científica; 
Construída por Marx e Engels no século XIX. 
Compreende que os fenômenos materiais são processos. Mundo não é uma realidade estática, é dinâmico, é um complexo de processos. Considera as coisas na sua interdependência recíproca e não somente linear. 
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A Psicologia Social e o Materialismo Histórico...
Consciência do homem mesmo sendo determinada pelo estado material, estando historicamente situada, na medida em que se faz também dialética;
O conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ação sobre o mundo, possibilitando inclusive as ações transformadoras. 
Explicação da história por fatores materiais (econômicos, técnicos).
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A dialética marxista I
Herança de Hegel. Princípio de contrários
Hegel: Como busca da essência do mundo, do que é um ser, a síntese resulta sempre em DEUS. 
Marx
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Materialismo histórico-dialético
 Na dialética marxista, o ser é o trabalhador e a sua realidade histórica e social.
 As diferentes maneiras de relação do trabalhador dão diferentes modos de realidade social
 Cada modo de produção determina um modo de sociedade.
 Classes sociais
 E a relação entre as classes determina o movimento social conseqüente
A base material determina as condições de existência humana.
Não é a consciência humana que determina os modos de existência, e sim a existência que determina sua consciência.
 Determina também a essência do homem. Ela é histórica.
nova sociabilidade
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 Sócio-Histórica não trabalha com essa concepção de fenômeno psicológico. Acredita que o fenômeno psicológico:
Não pertence à natureza humana
Não é preexistente ao homem
Reflete a condição social, econômica e cultural em que vivem os homens
A Psicologia Sócio-Histórica compreende que o fenômeno psicológico envolve dois aspectos de um mesmo processo no qual o homem atua e constrói/modifica o mundo e este propicia os elementos para a constituição psicológica do homem  construção no nível individual do mundo simbólico que é Social.
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Ideologia...
É aquilo que fica subjacente a desumanização.
 Exemplo: justifica-se o fato de uma empregada doméstica ganhar pouco por ser ignorante e não querer subir na vida; o que se oculta é que a ignorância não é a causa, mas a conseqüência de uma sociedade injusta, de condições inadequadas de educação que ela não pode escapar, mesma coisa para o operário padrão, que suas qualidades o impedem de ter consciência do nível de submissão a que está reduzida a sua classe, que o salário pago pelo trabalho oculta a mais -valia, portanto, a perenização da situação do proletário, que o Estado é a expressão dos interesses da classe dominante e que a lei é feita pela elite. 
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Ideologia...
Difunde-se a idéia de que as chances são iguais para todos na sociedade democrática e de que pelo trabalho é possível ascensão social, considera-se o Estado uma instituição que visa o interesse geral e que a lei é igual para todos;
Justificativa que leva a conclusões do tipo natural e universal.
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Crítica à Psicologia Social Tradicional...
O homem não sobrevive a não ser em relação com outros homens, portanto ao rever a dicotomia Indivíduo X Grupo percebe-se que é falsa.
A sua participação, as suas ações, por estar em grupo dependem fundamentalmente da aquisição da linguagem que preexiste ao indivíduo como código produzido historicamente pela sociedade.
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Para a Psicologia Social...
O organismo é também uma infra-estrutura, que permite o desenvolvimento de uma super estrutura que é social, e portanto histórica.
O perigo para a Psicologia é sustentar uma idéia de sociedade apenas baseada em descrições e freqüências e não romper este ciclo vicioso da reprodução da classe e da ideologia dominante.
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Psicologia Marxista...
A partir da análise do processo grupal é possível captar a dialética histórica indivíduo/grupo, onde a dupla negação caracteriza a superação da contradição existente. 
Na posição materialista de Marx, a infra-estrutura determina a superestrutura; 
No entanto, não podemos esquecer do caráter dialético de toda determinação: 
 Ao tomar conhecimento das contradições, o homem pode agir ativamente sobre aquilo que o determina.
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Influências do Materialismo Dialético...
Escola de Frankfurt, Alemanha, 1924, Horkheimer, Adorno, Marcuse, Erich Fromm, Habermas. 
Conhecida também como Teoria Crítica; 
Levanta dados sociológicos, questiona temas como o autoritarismo, a família, as culturas de massa, o papel da ciência e da técnica, a liberdade. 
Também teve influências da Fenomenologia, do Existencialismo (Merleau-Ponty e Sartre ) e da Psicanálise (Reich, Marcuse e Gromm).
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Vigotski – e sua contribuição para a Psicologia
Vigotski pretendeu criar uma Psicologia à luz das contribuições marxistas:
Propôs uma nova forma de pesquisa. A análise da gênese dos fenômenos (FILOGENÉTICA / ONTOGENÉTICA);
Propôs que na pesquisa todos os fenômenos devem ser estudados como processos
em permanente movimento e transformação;
Propôs um novo método para a Psicologia no estudo dos fenômenos psis, baseado no materialismo histórico-dialético.
Para Vigotski o SER HUMANO é:
um ser ativo, social e histórico; 
uma construção histórica e social da humanidade;
é construído através de sua atividade instrumental e da relação com outros homens; 
constrói sua existência a partir da ação sobre a realidade;
Para Vigostki não existe “natureza humana” e sim “condição humana”;
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Então, a Psicologia Sócio-Histórica...
....produzirá conhecimentos com outros pressupostos, abandonando a pretensa neutralidade do positivismo, a objetividade do cientificismo, a positívidade dos fenômenos e o idealismo, criando a possibilidade de uma ciência crítica à ideologia até então produzida.
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