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Direito das Obrigações
O Direito das Obrigações ou Direito Pessoal é formado por um conjunto de normas que regulamentam as relações jurídicas, no que diz respeito ao patrimônio. Ele é um livro especial que faz parte do Código Civil.
Nesse direito há uma relação de troca entre credores e devedores. O credor tem o direito de exigir que seja cumprida a obrigação. Se o devedor, não quiser cumpri-la, o credor poderá procurar o poder judiciário e reivindicar os seus direitos.
Pelo sistema capitalista existente no mundo, esse direito torna-se essencial para resolução de relações obrigacionais definindo suas características, consequências e extinção. Por esse fato foram criadas regras que equilibrassem as relações entre os sujeitos.
Para reforçar, dentro do direito obrigacional deve existir uma relação entre:
Credor → Prestação ← Devedor 
Vínculo Jurídico
Saiba a definição de cada um:
Credor e Devedor (Sujeito Ativo e Passivo) - representado por uma pessoa física ou jurídica na relação obrigacional;
Objeto - a prestação;
Vínculo Jurídico - é a relação entre o credor e o devedor.
Esta relação poderá ser obrigação de dar, obrigação de fazer e obrigação de não fazer.
Classificação das Obrigações
Obrigação de dar
É a obrigação de entregar uma quantia de dinheiro ou algo a alguém ou simplesmente dar. Aqui uma pessoa poderá restituir a dívida que deve. Assim é preciso dar (nos casos em que a prestação é essencial para pagamento da dívida), entregar (nos casos em que a prestação é o usufruto da coisa) ou restituir (quando o devedor devolve algo que recebeu do credor). Essa obrigação poderá ser dividida em:
Obrigação de dar coisa certa - o devedor entrega um bem com características individuais, específico. Ex.: Empréstimo de carro, sendo que a devolução deve ser um mesmo carro, com cor, ano, marca, etc., iguais ao anterior.
Obrigação de dar coisa incerta - o devedor deverá pagar um bem que não, necessariamente, precisa ser semelhante, mas com mesma quantidade e gênero. Ex.: No empréstimo do carro deverá devolver um com o mesmo valor, não importando as outras características.
Obrigação de fazer
É quando uma pessoa se compromete a pagar uma dívida em prol da atividade profissional desejada. Ex.: pintura de um quadro. Pode ser classificada como:
Obrigação de fazer fungível - aquela dívida que pode ser paga por outra pessoa que não seja o devedor.
Obrigação de fazer infungível - dívida que somente pode ser paga pelo devedor.
Obrigação de fazer declaração de vontade - quando há um contrato de compromisso entre o credor e o devedor e existe um adiantamento em dinheiro/bem chamado de 'arras'. Esse contrato pode ser retratável (arrependimento), caso o comprador desista da compra há uma perda do dinheiro/bem, mas caso o vendedor desista, este deverá dar uma indenização em dobro ao valor do adiantamento; o contrato poderá ser também irretratável, ambas as partes não poderão se arrepender do acordo.
Obrigação de não fazer
É quando o devedor se compromete a não realizar determinado ato, em função do vínculo estabelecido com o credor. Ex.: direitos de imagem de um artista, que só poderá aparecer com exclusividade em determinada emissora.
Com relação ao modo de execução as obrigações são classificadas em:
Obrigações Simples - quando existe um credor e um devedor. Ex.: Obrigação de dar, de fazer e de não fazer.
Obrigações Complexas - quando há mais de um credor/devedor ou mais de um objeto. Podem ser:
Cumulativas ou Conjuntas - quando há mais de uma obrigação e o devedor só se livrará da dívida se cumprir todas as obrigações.
Alternativas - quando há mais de uma obrigação e o devedor poderá optar por livrar-se apenas de uma.
Facultativas - quando é definida uma obrigação, porém o devedor poderá, a seu critério, realizar o pagamento de outra prestação.
Descumprimento das Obrigações
Na relação obrigacional, se há um cumprimento daquilo que fora combinado entre os sujeitos, há uma extinção pelo cumprimento não gerando consequências para o campo jurídico. Mas, se essas obrigações são descumpridas, a vítima que foi lesada deverá recorrer a justiça que tal obrigação seja cumprida.
Na obrigação de dar é possível exigir esse direito através da força legal, ou seja, se o devedor não pagou a dívida ou entregou o bem como havia definido, estes poderão ser tomados, numa ação judicial, para penhora ou vendidos para pagamento da dívida.
Já a obrigação de fazer, quando não é cumprida tem uma solução diferente. Em casos em que há obrigações de fazer infungível, o credor poderá requisitar perdas e danos ou ainda executar uma ação judicial reivindicando um prazo para o cumprimento da dívida.
Se as obrigações de fazer forem fungíveis, o credor poderá requerer perdas e danos, mas também o poderá contratar outros serviços às custas do devedor.
Quanto a obrigação de não fazer, se ela for descumprida, o devedor deverá abster-se daquilo que foi comprometido. Ele pode requerer perdas e danos ou se possível, desfazer o acordo.
Cláusula Penal
É uma cláusula que está presente no contrato relacionada a perdas e danos.
Se houver um descumprimento no contrato, a vítima já poderá recorrer a perdas e danos, mas se as partes interessadas decidirem, já poderá constar no contrato uma cláusula com o valor das perdas e danos caso haja esse descumprimento total ou parcial da obrigação. Essa cláusula pode ser moratória (quando houver mora) ou compensatória (quando houver inadimplemento).
Mora: é quando há uma demora no cumprimento do contrato. Assim, a multa cobrada é de 2% nas obrigações.
Inadimplemento: é quando há o descumprimento total do contrato.
Essa cláusula não poderá ser superior ao valor da obrigação principal; e a moratória não poderá ultrapassar 2%.
Saiba mais 
Indenização por perdas e danos são os prejuízos que um terceiro sofre, por um ato ou fato, cuja responsabilidade de pagamento é do credor. De acordo com o Código Civil art. 402 o credor sofre pelo 'que ele perdeu e o que ele deixou de lucrar'.
Em linhas gerais, a indenização é formada pelo: dano emergente, ou seja, há uma redução do patrimônio do credor, sendo ele o responsável pelo que perdeu, como por exemplo, em um acidente de carro, o devedor deverá ser ressarcido através da reparação de seu veículo; e, lucros cessantes, é aquilo que o credor deixou de lucrar com essa perda.
Efeitos das Obrigações
O devedor deve pagar a dívida para o credor. Ele tem a obrigação de receber um recibo para constar que o pagamento foi feito conforme o acordo. O recibo é o principal instrumento para comprovar que foi cumprida determinada obrigação e, o sujeito fica livre de pagá-la novamente.
Mas, se o devedor paga para a pessoa errada ou o valor é incorreto, ela deverá efetuar um novo pagamento. Apesar disso, ela poderá abrir uma 'ação de repetição de indébito' e receber o valor que pagou erroneamente. Fazer um pagamento, torna a obrigação concluída, perfeita, já existem casos em que a obrigação é imperfeita,veja:
Dação em pagamento - quando o credor aceita receber outra coisa no lugar do pagamento. Mas isso só será permitido se houver uma permissão prévia do credor.
Novação - é quando é criado uma dívida nova para eliminar e suprir a dívida anterior. Ex.: se o sujeito deve ao banco R$ 10.000,00 e não tem condições de realizar o pagamento, a instituição reúne-se com esse devedor a fim de saldar a dívida, o credor reduz o valor da dívida e se esse valor for pago pelo devedor ocorre uma novação. Assim, se o nome do devedor estiver com restrição de crédito, ao pagar a dívida, ele limpa o seu nome.
Compensação - quando ambos (devedor e credor) tem uma dívida um com o outro, eles podem utilizar os 'créditos recíprocos'. Essa obrigação somente deve ser aceita se a dívida estiver vencida. Se um sujeito deve R$ 500,00 para outro, e este deve R$ 300,00 para o primeiro, ao invés de um pagar para o outro, compensa-se os créditos e , somente o primeiro sujeito pagará R$ 200,00 para o segundo.
Transação - concordância de ambas as partes para encerrar um conflito. Ex.: em umprocesso trabalhista, a empresa estipula um valor para o ex-funcionário que se sentiu lesado e em concordância com ele encerra um conflito que poderia demorar, representando riscos para a empresa.
Remissão das dívidas - é quando o credor perdoa a dívida. Esse ato é chamado de 'ato voluntário de liberalidade'.
Direito das Sucessões
O Direito das Sucessões, presente no Direito Civil, é o conjunto de normas e princípios que disciplinam e tratam da transmissão ou transferência do patrimônio de alguém que morreu aos sucessores, seja por força da lei ou por testamento. O direito à sucessão é garantida pela constituição e implica no sujeito – herdeiro, que assumirá os direitos e obrigações de seu antigo titular; isto é, não se trata da extinção da relação jurídica do falecido, e sim da substituição de direitos, não vigorando o princípio de que “a morte dissolve tudo”.
Tendo a morte como principal desencadeadora da sucessão, os bens se transmitem de forma instantânea para os herdeiros. Aberta a sucessão, é formado um condomínio forçado, desfeito apenas com a sentença de partilha, podendo funcionar após isso de forma voluntária, sendo mantido pelos herdeiros. O patrimônio a ser transmitido consiste na totalidade dos bens pertencentes ao falecido, podendo ser móveis, imóveis, direitos e ações, dinheiro, jóias etc. As dívidas também são transmissíveis, porém os herdeiros só serão obrigados a arcar com as dívidas até o limite da herança.
Algumas terminologias referentes ao Direito de Sucessões são:
Herança: é o total do patrimônio transmitido, também chamado de acervo, massa ou monte hereditário;
Autor da Herança: é o falecido.
Sucessor: são aqueles que dão continuidade às relações jurídicas do falecido.
Herança e Legado: constituem o patrimônio transmissível. A diferença é que o legado consiste na individualização de bens pelo falecido conferidos a determinada pessoa, e na herança não há tal individualização, pois o herdeiro recebe uma porcentagem não especificada;
Legítima e Porção Disponível: O herdeiro legítimo é contemplado na ordem hereditária, ou seja, legítima é a parte do patrimônio que será transferida aos ascendentes e descendentes referidos na lei, mesmo que esta não fosse a vontade do falecido. Porção Disponível é a parcela do acervo em que o indivíduo poderá dispor de forma livre, como por exemplo, contemplando parentes, estranhos, instituições etc. Na porção disponível domina a liberdade de acordo com a vontade própria; na legítima, impera a vontade da lei;
Inventário: é o processo judicial que divide o patrimônio entre os sucessores, podendo ser substituído por arrolamento sumário, que é uma processo mais simplificado e ocorre quando os herdeiros são maior de idade, capazes e estão de acordo com a partilha de bens;
Herança Jacente e Herança Vacante: herança jacente ocorre quando uma pessoa falece e deixa um patrimônio sem herdeiros ou há uma expectativa de herdeiros de existência ignorada. Quando isso acontece, o Estado arrecada os bens e realiza um inventário. Após um ano da conclusão do inventário e sem aparecer nenhum herdeiro, a herança é declarada vacante. Cinco dias após a abertura da sucessão, a herança vacante é revertida ao domínio público.
Determinados institutos fogem à regra do Direito de Sucessões, pois possuem suas próprias regras sucessórias. Alguns deles são:
Direito Autoral: o patrimônio 'transmitido por meio de um sistema sucessório próprio, não segue a regra do Código Civil. Após aberta a sucessão, é transmitido aos herdeiros no prazo de 70 anos a contar do primeiro dia da morte do autor. Ao final deste prazo, a obra cai em domínio público;
Bens do Estrangeiro: quando situados no Brasil, a sucessão dá-se de acordo com a lei mais favorável aos herdeiros brasileiros;
Enfiteuse: este bem possui uma sucessão diferenciada e é transmitido de forma livre. Caso não haja herdeiros nem legatários, a enfiteuse é extinta e a propriedade é consolidada na mão do senhorio;
Alvará Judicial: segundo a lei 6.858/80 e o Decreto 85845/81, a sucessão de pequenos valores monetários é isenta de inventário e independe de recolhimento tributário.
Ordem de Vocação Hereditária
1º Descendentes;
2º Ascendentes;
3º Cônjuge Sobrevivente;
4º Colaterais;
5º Estados, Distrito Federal, União.
Existem três situações em que o sucessor é privado de assumir a transferência do patrimônio; são a incapacidade, a indignidade e a deserdação:
Incapacidade de suceder
Se enquadram nesta categoria os indivíduos que não se encontrarem na ordem de vocação hereditária ou disposição testamentária; ou quando o indivíduo escreve o testamento a pedido do testador; quando são testemunhas do testamento, pois interferem no ato, e a concubina do testador casado, por exemplo.
Indignidade
Neste caso, apesar de o sucessor possuir as qualidades hereditária ou testamentária, ele será privado, por meio da lei, de tais direitos por cometer atos ofensivos ao falecido ou aos interesses do mesmo. Por exemplo, os autores ou cúmplices em crime de homicídio voluntário. A indignidade é declarada por sentença por meio de ação movida por qualquer interessado na sucessão.
Deserdação
Ocorre exclusivamente por vontade do testador na sucessão testamentária. Para ser validada, é necessário que seja ordenada em testamento com declaração da causa e consiste na perda legítima da sucessão. Podem ser deserdados os indivíduos nos casos de indignidade, ofensas físicas, injúria, desamparo etc. Os efeitos da deserdação afetam não somente o sucessor, como também seus descendentes. A deserdação e a indignidade são ações distintas, mas causam o mesmo efeito. Ambas funcionam como punição, pois são impostas àqueles que apresentarem comportamento indecoroso.
Codicilo
Codicilo é um documento testado pelo codicilante, em que é possível dispor vontades especiais acerca de seu enterro, esmolas de pequena monta e destinação legal de móveis, jóias ou roupas de uso pessoal e pouco valor. O codicilo é semelhante ao testamento, porém mais informal, como uma carta escrita, datada e assinada pelo finado.
"Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal. " Lei Nº 10.406/2002

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