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Mat. de Construção - Aula 3

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Materiais de Construção - Aula 3 
2. Gesso 
* Aglomerante simples, obtido pela desidratação, por calcinação total ou parcial, de um minério 
natural chamado gipsita; na sua fabricação, acontecem 3 fases: britagem, trituração e queima da 
gipsita; 
* A gipsita é um material formado por sulfato bi-hidratado de cálcio, CaSO4.2H2O, e por algumas 
impurezas, como sílica (SIO2), alumina (Al2O3), óxido de ferro (Fe)), carbonato de cálcio (CaCO3) e 
óxido de magnésio (MgO); a quantidade de impurezas não ultrapassando 6%; 
* A calcinação da gipsita (CaSO4.2H2O + calor) produz 4 tipos de produtos: 
- semi-hidrato ou gesso de pega rápida ou gesso de estucador ou gesso de Paris 
(CaSO4.1/2H2O) (obtido, quando a temperatura de cozimento está entre 150 e 250 ºC); 
- gesso anidro ou anidrita solúvel (CaSO4), material que absorve muita água e que se 
transforma rapidamente em hemi-hidrato (obtido, quando a temperatura está entre 250 e 400 
ºC); 
- anidrita insolúvel (CaSO4), material insolúvel e que não é mais capaz de fazer pega (obtido, 
quando a temperatura está entre 400 a 600 ºC); 
 - gesso de pega lenta ou gesso hidráulico ou gesso de pavimentação (de 900 a 1200 ºC); 
 
* O gesso de pega rápida é muito usado no Brasil, para a fabricação de placas para forro de teto, com 
espessuras de 10 mm, pesando 8 kg/m2, e de 15 mm, pesando13 kg/m2; as pedras cozidas são moídas 
e transformadas em pasta de gesso; quando a pasta é misturada com água, ocorre a reação oposta, 
provocando o endurecimento, isto é, a hidratação do gesso é o fenômeno reversível da calcinação da 
gipsita e consiste em colocar os semi-hidratos (CaSO4.1/2H2O) e os sulfatos-anidros solúveis 
(CaSO4), em presença de água, reconstituindo o sulfato bi-hidratado original: 2(CaSO4.1/2H2O) + 
3H2O = 2(CaSO4.2H2O); 
* A quantidade de água para a hidratação do gesso é de 50 a 70 % da massa de gesso; quanto menor 
a quantidades de água, mais rápida a pega, mais rápido o endurecimento e maior a resistência; 
geralmente, para aumentar a plasticidade da pasta; amassa-se a pasta de gesso com excesso de água, 
para evitar uma pega muito rápida, deixando a pasta plástica, durante tempo suficiente para a 
aplicação; deve-se ter cuidado para evitar que o teor de água ultrapasse 80 %; o gesso contendo 
alúmen pode ser amassado apenas com 35 % de água, motivo de suas melhores qualidades; 
* As massas específicas aparentes do gesso variam inversamente à quantidade de água: com 80 % de 
água, a massa específica aparente é igual a 1; com 60 % de água, a massa específica aparente é igual 
a 1,25; com 45 % de água, a massa específica aparente é igual 1,45; e com 35 % de água, a massa 
específica aparente é 1,75; 
* A água tem influência sobre as propriedades mecânicas, porém de modo diferente do cimento; a 
pasta de gesso endurecida tem resistência mecânica muito diferente, de acordo com água absorvida, 
pois a solubilidade dos cristais de semi-hidrato (CaSO4.1/2H2O) nesta água é muito grande; 
* O endurecimento e o acréscimo de resistência da pasta de gesso, que faz a pega, quando mantido 
no ar ambiente não saturado de água, são devidos unicamente à evaporação progressiva do excesso 
de água de amassamento; se o gesso for mantido numa atmosfera saturada de água, após a pega, sua 
resistência mecânica não varia; 
* Os gessos comuns têm uma resistência que não ultrapassa 100 kgf/cm2; 
* O início da pega do gesso de Paris ocorre num período de 2 a 3 minutos e o término da pega, de 15 
a 20 minutos, após sua mistura com água; 
* O tempo de pega do gesso pode ser alterado com a adição de aceleradores ou retardadores de pega; 
no gesso de pega rápida, usam-se retardadores de pega e no de pega lenta, aceleradores de pega; os 
aceleradores de pega do gesso são: o alúmen (silicato duplo de alumínio e potássio) e os sulfatos de 
alumínio e potássio; os retardadores de pega do gesso são: sulfato de sódio, bórax, fosfato, caseína, 
açúcar e álcool; 
* A reação de hidratação é exotérmica e provoca, também, uma retração linear de 0,3%; 
* Não é recomendável a aplicação de gesso em contato com o aço, por causa da possibilidade de 
corrosão, já que o gesso retém muita água em seus poros; usam-se, de preferência, ferramentas de 
latão, para trabalhar o gesso; 
* Para fazer armação para os trabalhos feitos com gesso, usam-se: fios galvanizados, fibras sintéticas, 
fios de juta ou tecidos; 
* A argamassa de gesso tem resistência menor que a da pasta (40 a 50 %); 
* O gesso é um isolante médio como a madeira seca e o tijolo; 
* O gesso protege bem as estruturas de madeira, em caso de incêndio, pois absorve grande 
quantidade de calor, transformando-se em sulfato anidro; 
* A ASTM C-26, estipula as seguintes características para o gesso: 
 - resistência à tração: 1,4 MPa; 
 - resistência à compressão: 7 MPa; 
 - tempo de início de pega, sem retardo: de 10 a 40 minutos; 
 - tempo de início de pega, com retardo: de 40 minutos a 6 horas; 
- quantidade de resíduos na peneira n º 100 (malha de 0,15 mm): 45 a 75 % de resíduos 
passam na peneira nº 100; 
 
Aplicações do gesso 
* Na construção civil, o gesso é usado especialmente em revestimentos e decorações de paredes 
interiores, seja utilizado como pasta obtida pelo amassamento do gesso com água, seja como 
argamassa de gesso, argila e água ou argamassa de gesso, cal e água; é muito utilizado sob a forma 
de placas, tanto para paredes como para tetos; normalmente, a placa é formada por gesso envolvido 
por cartão, formando um sanduíche, chamado gesso acartonado; 
* O gesso é bom isolante térmico, fácil de cortar, perfurar, pregar e aparafusar; possui excelente 
eficácia contra o fogo; o cartão que reveste a placa de gesso confere-lhe superfície idêntica à da 
massa corrida nas paredes; 
* As placas de gesso são usadas exclusivamente em interiores; não serve para aplicações em 
exteriores, pois se deteriora facilmente, por causa da sua solubilidade em água; e não podem ter 
função estrutural; 
* O revestimento de gesso em pasta ou em argamassa é feito em uma única camada ou em 2 ou 3 
camadas; faz-se o alisamento final da superfície do revestimento com colher de pedreiro ou com 
desempenadeira, ou com raspagem final, quando o gesso está suficientemente duro; o acabamento 
com gesso é muito bom, possibilitando polimentos excepcionais; 
* O gesso é muito usado na fabricação de ornamentos, painéis para paredes e forros, em produtos de 
fino acabamento; 
* No Brasil, a carência de gesso limita seu uso nos revestimentos usuais das construções, 
substituindo-o por argamassas de cal e areia; 
 
Aglomerantes Hidráulicos 
* São os que endurecem pela mistura com a água; 
Exemplos: cal hidráulica e cimento Portland; 
 
Cal hidráulica 
* É um aglomerante de composição variada, obtido pela calcinação de rochas calcárias que 
contenham, de modo natural ou artificial, uma grande quantidade de materiais argilosos; 
* A cal hidráulica tem a propriedade de endurecer debaixo d’água, embora também seja endurecida 
pela ação do anidrido carbônico do ar sobre o hidróxido de cálcio; 
* A cal hidráulica é fabricada por processos semelhantes ao da cal comum; 
* A extinção da cal hidráulica é uma operação que requer muito cuidado, pois a proporção de água 
utilizada nunca deve ultrapassar os limites convenientes, para evitar a eventual hidratação dos 
silicatos, SiO2, produzidos como impurezas e que acompanham os carbonatos de cálcio; 
* Após a extinção da cal hidráulica, o produto resultante é peneirado, ficando em condições de uso; 
* Apesar do nome cal hidráulica, a mesma não é um aglomerante apropriado para construções sob a 
água; sua pega é muita lenta; por isto, é mais adequada para uso em misturas chamadas cimento de 
alvenaria, empregadas emobras de pouco vulto; 
* Para os aglomerantes hidráulicos, define-se o índice de hidraulicidade como a relação entre as 
proporções dos constituintes argilosos e dos constituintes alcalinos; o índice de hidraulicidade é um 
fator que qualifica o comportamento de um aglomerante hidráulico sob o aspecto do endurecimento; 
 
Cimento Portland 
* É um aglomerante obtido pela pulverização de clinker, constituído basicamente de silicatos 
hidráulicos de cálcio com certa proporção de sulfato de cálcio natural, contendo, eventualmente, 
determinadas substâncias que modificam suas propriedades ou facilitam seu uso; 
* O clinker é um produto granuloso, resultante da calcinação, até a temperatura da fusão inicial, de 
uma mistura de silicatos hidráulicos de cálcio, sulfato de cálcio natural e certas substâncias; 
* Os elementos fundamentais que compõem o cimento Portland são: a cal, CaO, a sílica, SiO2, a 
alumina, Al2O3, o óxido de ferro, Fe2O3, certa proporção de magnésia, MgO, e uma pequena 
porcentagem de anidrido sulfúrico, SO3, adicionado após a calcinação, para retardar o tempo de 
pega; 
* Os elementos secundários do cimento Portland são: o óxido de sódio, Na2O, o óxido de potássio, 
K2O, o óxido de titânio, TiO2, e algumas outras substâncias menos importantes; 
* A mistura, em proporções adequadas, dos elementos constituintes do cimento, finamente 
pulverizada e homogeneizada, é calcinada no forno, até a temperatura da fusão inicial, resultando na 
produção do clínker e na ocorrência de combinações químicas que geram a formação dos seguintes 
compostos: silicato tricálcico, C3S, silicato bicálcico, C2S, aluminato tricálcico, C3A, e ferro 
aluminato tetracálcico, C4AFe; 
* As propriedades do cimento são relacionadas diretamente com as proporções dos silicatos e 
aluminatos presentes; 
* A importância do conhecimento das proporções dos compostos do cimento está na correlação entre 
estes compostos e as propriedades finais do cimento e do concreto; 
* O silicato tricálcico, C3S, é o maior responsável pelo ganho de resistência em todas as idades, 
especialmente, até o fim do primeiro mês de cura; 
* O silicato bicálcico, C2S, tem maior importância no endurecimento em idades mais avançadas, 
sendo o maior responsável pelo ganho de resistência depois de um ano ou mais; 
* O aluminato tricálcico, C3A, também contribui para a resistência, especialmente, no primeiro dia; 
* O ferro aluminato tetracálcico, C4AFe, em nada contribui para a resistência do concreto; 
* O aluminato tricálcico, C3A, muito contribui para o calor de hidratação, especialmente, no início do 
período de cura; 
* O silicato tricálcico, C3S, é o segundo componente mais importante no processo de liberação de 
calor; 
* O silicato bicálcico, C2S, e o ferro aluminato tetracálcico, C4AFe, contribuem pouco para a 
liberação de calor; 
* O aluminato de cálcio, quando na forma de cristais, é o responsável pela rapidez da pega; 
* Com a adição de gesso em proporção conveniente, o tempo de hidratação é controlado; 
* O silicato tricálcico, C3S, é o segundo componente mais importante pelo tempo de pega; 
* Os outros compostos hidratam-se lentamente, não tendo efeito sobre o tempo de pega; 
 
Propriedades físicas do cimento 
1. Densidade 
* A densidade absoluta do cimento Portland é usualmente considerada como 3,35, embora possa 
variar para valores ligeiramente inferiores; o conhecimento da densidade é importante para os 
cálculos de consumo de cimento, nas misturas feitas com base nos volumes específicos dos 
componentes da mistura; 
* Na pasta de cimento, a densidade é um valor variável com o tempo, aumentando, à medida que 
o processo de hidratação ocorre; este fenômeno chama-se de retração e ocorre nas pastas, nas 
argamassas e nos concretos; pode atingir cerca de 7 mm por metro, na pasta pura, 4,5 mm por 
metro, na argamassa padrão e 2 mm por metro, em concretos dosados a 350 kg/m3, num tempo de 
24 horas; dada a grande importância da retração na tecnologia do concreto, ela será vista com 
mais pormenores no estudo das propriedades do concreto endurecido; 
 
2. Finura do cimento 
* É uma noção relacionada com o tamanho dos grãos do cimento; é definida de dois modos: pelo 
tamanho máximo do grão, quando as especificações estabelecem uma proporção, em peso, do 
cimento retido no peneiramento em malha com abertura definida por norma; e pelo valor da 
superfície específica do cimento, isto é, pela soma das superfícies dos grãos contidos em 1 grama 
de cimento; 
* A finura, como superfície específica do cimento, é o fator que governa sua velocidade de reação 
de hidratação e tem influência comprovada em muitas qualidades da pasta, das argamassas e dos 
concretos; 
* O aumento da finura do cimento melhora sua resistência, em particular, da primeira idade, 
aumenta a impermeabilidade, a trabalhabilidade e a coesão dos concretos e diminui a exsudação, a 
expansão em autoclave e outros tipos de segregação; 
* A exsudação é o fenômeno que consiste na separação espontânea da água de amassamento da 
mistura, que aflora naturalmente, pelo efeito da diferença de densidade entre o cimento e a água e 
pelo grau de permeabilidade que prevalece na pasta; 
* Autoclave de cura do cimento é um aparelho destinado a curar amostra de cimento submetida a 
pressão hidrostática e temperatura elevadas; 
* A coesão nas argamassas e concretos é responsável pela estabilidade mecânica dos mesmos, 
antes do início da pega, sendo medida pelo valor da resistência ao cisalhamento; 
* A finura do cimento é determinada naturalmente, durante o processo de fabricação, para controle 
do mesmo e também nos ensaios de recepção do cimento, quando deve estar dentro dos limites 
determinados nas especificações normativas; as especificações brasileiras prescrevem limite de 
retenção de cimento na peneira nº 200 de malha de 75 µm de abertura; para o cimento Portland 
comum, o resíduo deixado na peneira de malha de 75 µm de abertura não deve exceder 15 % em 
peso; para o cimento Portland de Alta Resistência Inicial, este índice não deve exceder 6% em 
peso; 
 
3. Tempo de pega do cimento 
* É a evolução das propriedades mecânicas da pasta de cimento, no início do processo de 
endurecimento; é artificialmente definido como o momento em que a pasta de cimento adquire 
certa consistência que a torna imprópria para uso e se aplica à argamassa e ao concreto nos quais a 
pasta de cimento se encontra como aglutinadora dos agregados; 
* No processo de hidratação, os grãos de cimento, inicialmente em suspensão, vão se aglutinando 
gradativamente, por efeito da floculação, levando à construção de uma estrutura sólida, 
responsável pela estabilidade da estrutura global; o prosseguimento da hidratação em idades 
subseqüentes conduz ao endurecimento responsável pela aquisição permanente de qualidades 
mecânicas; 
* A floculação consiste na aglutinação e formação de agregados de partículas finas em suspensão 
em um líquido, chamados flocos; 
* A pega e o endurecimento são dois aspectos do processo de hidratação do cimento e que 
ocorrem em períodos diferentes: a pega acontece na primeira fase do processo de hidratação e o 
endurecimento, na segunda e última fase; 
* Passado certo tempo após a mistura, o processo de hidratação alcança certo estágio a partir do 
qual a pasta de cimento não é mais trabalhável e não admite operação de remistura; este período de 
tempo é o prazo disponível para as operações de manuseio das argamassas e concretos após o qual 
esses materiais devem permanecer em repouso, para permitir o endurecimento; 
* A caracterização da pega dos cimentos é feita pela determinação de dois tempos distintos: o 
tempo de início de pega e o tempo de fim de pega; os ensaios são feitoscom pasta de consistência 
normal, definida em norma, utilizando-se o aparelho de Vicat que mede a resistência da pasta à 
penetração de uma agulha; 
* O controle da ocorrência da pega da pasta de cimento deve ser observada durante a aplicação do 
material, e deve processar-se, ordinariamente, em períodos superiores a 1 hora, após o início da 
mistura; nesse período, deverão ser desenvolvidas as operações de manuseio, mistura, transporte, 
lançamento e adensamento; 
* Há casos em que se deseja uma pega rápida, como na obturação de vazamentos hidráulicos; 
neste caso, são aplicados ao cimento aditivos de aceleração de pega como o cloreto de cálcio e o 
silicato de sódio; 
* Há casos em que se deseja um tempo de pega mais longo, como nas operações de injeção de 
pastas e argamassas nos lançamentos submersos; neste caso, são aplicados ao cimento aditivos de 
retardamento de pega como os açúcares ordinários, a celulose e outros produtos orgânicos; 
* Alguns cimentos apresentam uma falsa pega que é uma anomalia atribuída ao comportamento do 
gesso adicionado ao cimento, no processo de fabricação; 
 
 4. Resistência mecânica do cimento 
* A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela ruptura à compressão de corpos de 
prova, realizados com argamassas; a forma do corpo de prova e suas dimensões, o traço da 
argamassa e sua consistência e o tipo de areia empregado são definidos em especificações 
normativas; 
 
5. Exsudação 
* É um fenômeno de segregação que ocorre nas pastas de cimento, antes do início da pega; os 
grãos de cimento são forçados, por gravidade, a se sedimentarem, por serem mais pesados que a 
água; dessa tendência de movimentação dos grãos para baixo, resulta um afloramento do excesso 
de água e que se acumula superficialmente; 
* Exsudação é a água que se acumula na superfície, sendo expressa como uma percentagem do 
volume inicial da água usada na mistura; a exsudação é uma forma de segregação que prejudica a 
uniformidade, a resistência e a durabilidade dos concretos; a finura do cimento influi na redução 
da exsudação, pois a diminuição dos espaços intergranulares aumenta a resistência ao percurso da 
água; 
 
Transporte do cimento 
* A maior parte do cimento consumido em obras é ensacado e transportado, em geral, por via 
ferroviária ou rodoviária; nesse transporte, normalmente, muitos sacos são rasgados; como o 
preço do saco contribui bastante para o custo do cimento, sempre que possível deve-se transportá-
lo a granel, por meio de reservatórios metálicos estanques, montados sobre vagões de trem ou 
sobre caminhões; nesses casos, os processos de carga e descarga são feitos por mecanismo 
pneumático, de escorregamento ou parafuso sem fim; 
 
 Armazenamento do cimento 
* O cimento deve ser armazenado, observando-se cuidados especiais no canteiro de obra, evitando 
qualquer risco de hidratação; 
* Os sacos de papel não garantem a impermeabilização, motivo pelo qual não se deve armazenar 
cimento por muito tempo; recomenda-se que o armazenamento seja feito, no máximo, até 3 meses, 
após a entrega na obra; 
* Os barracões para cimento devem ser bem cobertos e bem fechados, lateralmente; 
* As pilhas de sacos devem ser colocadas sobre um assoalho de táboas bem acima do nível do 
solo; 
* Para armazenagem por pouco tempo, podem-se cobrir as pilhas de sacos com lona; 
* Quando se notar o aparecimento de nódulos duros que não se desmancham com o aperto dos 
dedos, significa que o cimento está em processo de hidratação; neste caso, deve-se peneirar o 
cimento do saco, para remover os nódulos, e utilizá-lo apenas em serviços secundários, como 
argamassas e pavimentos de pátios; 
 
Índice de hidraulicidade do cimento ou Índice de Vicat 
* É a relação entre a soma da porcentagem de óxido de silício (SiO2) com óxido de alumínio 
(Al2O3) e o óxido de cálcio (CaO): 
 
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%ܱܵ݅ଶ ൅%ܣ݈ଶܱଷ
%ܥܱܽ 
* Segundo Vicat, as propriedades hidráulicas dos aglomerantes estão relacionadas com o valor 
desse índice, tendo o cimento artificial de pega lenta um índice entre 0,5 e 0,65; 
 
 
Principais Tipos de cimento Portland 
* Existem no Brasil vários tipos de cimento Portland, que diferem, principalmente, pela sua 
composição. Os principais tipos mais empregados nas diversas obras de construção civil são: 
- Cimento Portland comum; 
- Cimento Portland composto; 
- Cimento Portland de alto-forno; 
- Cimento Portland pozolânico; 
 
* Em menor escala são consumidos, seja pela menor oferta, seja pelas características especiais de 
aplicação, os seguintes tipos de cimento: 
- Cimento Portland de alta resistência inicial; 
- Cimento Portland resistente aos sulfatos; 
- Cimento Portland de baixo calor de hidratação; 
- Cimento Portland branco; 
- Cimento para poços petrolíferos. 
 * Todos estes tipos de cimento são especificados por normas da ABNT; 
 
 
Cimento Portland Comum 
 - É puro, sem nenhuma modificação; 
 - Tem custo alto e menos resistência; 
 - A produção é praticamente toda utilizada na indústria das construções de concreto em geral, 
quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas; 
 
 * CP I 
Cimento Portland comum sem quaisquer adições além do gesso, utilizado como retardador da 
pega. 
- Usado em construções, em geral; 
 
 * CP I-S 
 Cimento Portland comum com adição. 
 
 Cimento Portland Composto 
 Aplicado em todas as fases da construção e fabricado com 3 tipos de adições: 
 
 * CP II -E 
Cimento Portland composto com escória de alto forno (subproduto de altos-fornos, com 
aparência semelhante à da areia grossa); 
 
- Gera pouco calor de hidratação; 
- Ideal para estruturas que exijam um desprendimento de calor de hidratação moderadamente 
lento; 
 
* CP II-Z 
Cimento Portland composto com pozolana (cimento + pozolana). 
- Ideal para obras subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítima; 
 
 CP II-F 
Cimento Portland composto com fíler. 
 - Ótimo para pisos e tijolos de solo-cimento; 
 
 CP III 
 Cimento Portland de alto-forno. 
- Fabricado com escória da indústria do aço; 
 - Maior impermeabilidade (menos poroso) e maior durabilidade; 
 
- Grande resistência à expansão e aos sulfatos; 
- Utilizado em obras de grande porte e em meio agressivo; 
 
 CP IV 
Cimento Portland pozolânico. 
- Fabricado com pozolana; 
 - não reage com a água, quando na forma original como é obtido; 
- Quando finamente dividido, reage com o hidróxido de cálcio em presença da água e na 
temperatura ambiente, originando compostos com propriedades aglomerantes; 
- Formado por: clínquer e gesso (45 a 85 %) + escórias (0 a 5 %) + pozolanas (15 a 50 %) + 
material carbonatado (0 a 5 %); 
- Indicado para obras expostas à ação de água corrente e ambiente agressivo; 
 
 CP V – ARI 
Cimento Portland de alta resistência inicial. 
 - Possui alta resistência inicial nos primeiros dias após a aplicação (ARI); 
- Possui maior velocidade de pega, produzindo elevadas resistências mais depressa; 
- Como endurece rápido, pode trincar, se sofrer algum resfriamento brusco; 
- Permite rápida desforma; 
 - Não tem adições e sua moagem é mais fina do que os outros tipos de cimento Portland; 
- Utilizado na indústria de artefatos pré-moldados de cimento, como: blocos de alvenaria, 
blocos de pavimentação, meio-fio, mourões, postes, tubos, lajes, elementos arquitetônicos 
pré-moldados e pré-fabricados em geral; 
 
CP BC 
Cimento Portland de baixo calor de hidratação. 
- São todos os cimentos que apresentam baixo calor de hidratação; 
- Possuem a sigla BC acrescida às iniciais do tipo de cimento; 
-Retarda o desprendimento do calor de hidratação, evitando as fissuras de origem térmica; 
 
CP RS 
Cimento Portland resistente a sulfatos. 
- Resistente a sulfatos presentes em redes de esgotos, águas servidas, águas industriais, água 
do mar e em alguns tipos de solos; 
 
 
CP B 
Cimento Portland branco. 
- A cor branca é conseguida a partir de matérias-primas com baixos teores de óxidos de ferro 
e manganês e por condições especiais durante a fabricação, especialmente com relação ao 
resfriamento e à moagem do produto; 
- É classificado em dois subtipos: cimento Portland branco estrutural e cimento Portland 
branco não estrutural; 
- O cimento Portland branco estrutural é aplicado em concretos brancos para fins 
arquitetônicos, possuindo as classes de resistência 25, 32 e 40 MPa, similares às dos outros 
tipos de cimento; 
- Já o cimento Portland branco não estrutural não tem indicação de classe e é aplicado, por 
exemplo, no rejuntamento de azulejos e cerâmicas, na fabricação de ladrilhos hidráulicos, nas 
aplicações não estruturais, de modo geral, sendo esse aspecto informado na embalagem, para 
evitar uso indevido por parte do consumidor; 
 
 CPP 
 Cimento para Poços Petrolíferos 
- Constitui um tipo de cimento Portland de aplicação bastante específica, qual seja a 
cimentação de poços petrolíferos; 
- O consumo desse tipo de cimento é pouco expressivo, quando comparado ao dos outros 
tipos de cimentos normalizados no País. 
- O cimento para poços petrolíferos é regulamentado pela NBR 9831 e na sua composição 
não se observam outros componentes além do clínquer e do gesso para retardar o tempo de 
pega; 
- No processo de fabricação do cimento para poços petrolíferos são tomadas precauções para 
garantir que o produto conserve as propriedades reológicas (plasticidade) necessárias nas 
condições de pressão e temperatura elevadas presentes a grandes profundidades, durante a 
aplicação nos poços.

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