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Da Responsabilidade por dano ao Meio Ambiente

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Da Responsabilidade por dano ao Meio Ambiente
 A CF/88 estabelece três tipos de dano ambiental, civil, penal e administrativo, todos independentes e autônomos entre si, ou seja, com uma única ação ou omissão pode praticar três tipos de ilícito e responder pelos três separadamente.
Da responsabilidade civil
Os danos na responsabilidade civil são de natureza material ou moral. É material, quando atinge um valor econômico que pode ser verificado, a exemplo de um bem material, ou fonte de renda, devendo ser classificados como danos emergentes ou lucros cessantes. Já o dano moral e verificado quando se atinge a honra, a dignidade da pessoa humana, sendo muitas vezes impossível de se calcular, para que haja uma reposição equivalente, restando apenas indenizar por uma quantia a que se ache justa.
 A Lei de Política nacional do meio Ambiente o art.14, §1º da Lei 6.938/81 adotou também a teoria objetiva de responsabilização por danos ambientais: “Sem obstar a aplicação das penalidades neste artigo, é o poluidor obrigado, independente da existência de culpa, indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade.
Tal medida reconhece que o poluidor deve reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, independentemente da existência de culpa. Se na teoria da responsabilidade subjetiva, a culpa, o dano, e o nexo de casualidade entre um e outro deve ser provados, na teoria objetiva, não se avalia a culpa do agente poluidor, porque é suficiente a existência do dano e a prova do nexo de casualidade com a fonte poluidora.
Assim na responsabilidade civil objetiva, basta que exista dano e nexo de causal com a fonte poluidora, pois prescinde da demonstração de culpa.
Existindo um dano ambiental, há o dever de reparação. A reparação é composta por dois elementos: a reparação in natura do estado anterior do bem ambiental afetado e a reparação pecuniária, ou seja, financeira.
Quando não for possível o retorno ao status quo, recairá sobre o poluidor a condenação a condenação  quantum pecuniário, responsável pela recomposição efetiva e direta do ambiente lesado. Sendo que o meio ambiente é um direito imaterial, incorpóreo, de interesse da coletividade, pode ser objeto de dano moral, pois este é determinada pela dor física ou psicológica acarretada à vítima. É possível afirmar a partir daí, que a degradação ambiental geradora de mal estar e ofensa à consciência psíquica das pessoas físicas ou jurídicas pode resultar em obrigação de indenizar aos seus geradores.
Na tentativa de recuperação do status quo ante, a Constituição Federal Brasileira, no seu artigo 225, IV, disciplinou o estudo do impacto ambiental que tem entre suas finalidades precípuas traçar uma solução técnica adequada à recomposição do ambiente modificado por atividade licenciada. Assim sendo, uma avaliação prévia dos danos facilitaria uma posterior reparação ao ambiente impactado.
CF/88, art. 225, § 1º, IV: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade." 
Os danos causados ao meio ambiente poderão ser tutelados por diversos instrumentos jurídicos, com destaque para a ação civil pública, ação popular e mandada de segurança coletivo. Dentre estes, a ação civil pública ambiental tem sido a ferramenta mais adequada para a apuração da responsabilidade civil ambiental que em regra é a responsabilidade civil objetiva, na qual aquele que através de sua atividade cria um risco de dano para terceiro deve ser obrigado a repará-lo, ainda que sua atividade e seu comportamento sejam isentos de culpa.
Da responsabilidade administrativa
Infração administrativa ambiental é toda ação ou omissão que viola as regras jurídicas de uso, gozo, proteção e recuperação do meio ambiente.
Segundo José Afonso da Silva que as infrações administrativas e respectivas sanções hão de ter previsão legal. As legislações federal, estaduais e municipais definem, cada qual, no âmbito de sua competência, as infrações às normas de proteção ambiental e as respectivas sanções. A Lei dos Crimes Ambientais – Lei 9.605 /98 – que estabelece as sanções penais derivadas de condutas e atividades que lesam o meio ambiente, também define, no art. 70
Estão taxadas na Lei 9.605 /98 o seguinte rol de sanções administrativas: advertência; multa simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e da flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total de atividades; restritiva de direitos.
A responsabilidade administrativa é uma manifestação do poder de polícia do Estado. Para José Afonso da Silva a responsabilidade administrativa fundamenta-se na capacidade que têm as pessoas jurídicas de direito público de impor condutas aos administrados. Esse poder administrativo é inerente à Administração de todas as entidades estatais – União, Estados, Distrito Federal e Municípios - nos limites das respectivas competências institucionais. Dentre os poderes administrativos, interessa ao nosso assunto de modo especial, o poder de polícia administrativa, “que a Administração Pública exerce sobre todas as atividades e bens que afetam ou possam afetar a coletividade”. Todas as entidades estatais dispõem de poder de polícia referentemente à matéria que lhes cabe regular. Como cabe às três unidades proteger o meio ambiente, também lhes incumbe fazer valer as providências de sua alçada, condicionando e restringindo o uso e gozo de bens, atividades e direitos em benefício da qualidade de vida da coletividade, aplicando as sanções pertinentes nos casos de infringência às ordens legais da autoridade competente.
A responsabilização administrativa, decorre da infração às normas administrativas de proteção ambiental e enseja a imposição de uma sanção ao sujeito infrator. Ambas, a infração e a sanção, devem estar previstas em lei em atenção ao princípio da legalidade, que deve necessariamente reger os atos administrativos.
Infração e sanção administrativa são temas ligados. A infração é prevista em uma parte da norma, e a sanção em outra parte dela. Assim, o estudo de ambas tem que ser feito conjuntamente, pena de sacrifício da inteligibilidade quando da explicação de uma ou de outra.
Infração administrativa é o descumprimento voluntário de uma norma administrativa para o qual se prevê sanção cuja imposição é decidida por uma autoridade competente no exercício da função administrativa – ainda que não necessariamente aplicada nesta esfera.
Sanção administrativa é a providência gravosa prevista em caso de incursão de alguém em uma infração administrativa cuja imposição é da alçada da própria Administração. Isto não significa, entretanto, que a aplicação de sanção, isto é, sua concreta efetivação, possa sempre se efetuar por obra da própria Administração. “Com efeito, em muitos casos, se não for espontaneamente atendida, será necessário recorrer à via judicial para efetivá-la, como ocorre, por exemplo, com uma multa, a qual, se não for paga, só poderá ser judicialmente cobrada”.
Em relação ao sujeito, poder-se-á tratar de pessoas físicas ou jurídicas, de Direito Privado ou de Direito Público.
Dentre os princípios a que se sujeitam as infrações Administrativas, Celso Antônio Bandeira de Mello destaca o da legalidade, anterioridade, tipicidade, proporcionalidade, devido processo legal, motivação e, por fim, voluntariedade.
Da responsabilidade penal
A responsabilidade penal surge com a ocorrênciade uma conduta omissiva ou comissiva que, ao violar uma norma de direito penal, pratica crime ou contravenção penal.
Versa sobre as sanções administrativas e penais oriundas de condutas e atividades danosas ao meio ambiente a Lei dos Crimes Ambientais nº 9.605/1998. Além de outros tipos no próprio Código Penal e no Florestal, na Lei de Contravenções Penais, nas leis nº 6.453/77 e nº 7.643/87. Certos crimes ambientais podem ser praticados tanto na esfera dolosa quanto na culposa.
O Direito Penal, nesse campo, cinge-se, em princípio, a uma função subsidiária, auxiliar ou de garantia de preceitos administrativos, o que não exclui sua intervenção de forma direta e independente, em razão da gravidade do ataque. além de outros tipos no próprio Código Penal e no Florestal, na Lei de Contravenções Penais, nas leis nº 6.453/77 e nº 7.643/87. Certos crimes ambientais podem ser praticados tanto na esfera dolosa quanto na culposa.
Com efeito, verifica-se no ordenamento jurídico pátrio, que as infrações penais contra o meio ambiente são de natureza pública incondicionada. Assim, cabe ao Ministério Público propor a ação penal pertinente, na forma prevista no Código de Processo Penal . Aplicam-se, entretanto, as disposições previstas no art. 89 da Lei 9.099 /95 , aos crimes de menor potencial ofensivo, nos termos expressos dos arts. 27 e 28 da Lei 9.605 /98.
Segundo Vladimir Passos de Freitas, no Brasil, tanto as sanções administrativas quanto as civis têm se revelado insuficientes para proteger o meio ambiente. As administrativas porque, sabidamente, os órgãos ambientais contam com sérias dificuldades de estrutura. Além disso, ao contrário do que se supõe em análise teórica, o processo administrativo não é ágil como se imagina: todos os recursos, de regra com três instâncias administrativas, fazem com que anos se passem até uma decisão definitiva; depois ainda há o recurso ao Judiciário. Já a sanção civil, sem dúvida a mais eficiente, nem sempre atinge os objetivos. É que muitas empresas poluidoras embutem nos preços o valor de eventual ou certa reparação. Além disso, a sanção penal intimida mais e, no caso de pessoas jurídicas, influi na imagem que possuem junto ao consumidor, resultando em queda de vendas ou mesmo na diminuição do valor das ações
Nem sempre é fácil identificar o responsável pela degradação ambiental, daí se justificar a atenuação do relevo do nexo causal”, bastando que a atividade do agente seja potencialmente degradante para sua implicação nas malhas da responsabilidade
 Legislação Penal Ambiental
Após a promulgação da Constituição de 05.10.1988, surgiram várias leis a fim de implementar a legislação ambiental. Vale destacar os seguintes diplomas legais:
- Lei 7.802 , de 11.07.1989 , que penaliza o uso indevido de agrotóxicos;
- Lei 7.804 , de 18.07.1989 , que criminalizou a poluição, introduzindo um tipo penal na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938 , de 31.08.1981);
- Lei 7.805 , de 18.07.1989 , que criou o delito de praticar garimpagem sem autorização do órgão competente, introduzindo o art. 21 no Decreto-lei 227 , de 28.02.1967 .
As referidas leis foram resultado dos princípios inscritos na Carta Constitucional de 1988. Entretanto, os resultados foram tímidos. A lei de agrotóxicos teve pouca aplicação, demonstrando a falta de conscientização da sociedade e deficiência na fiscalização pelos órgãos competentes. No que concerne ao crime de poluição, previsto no art. 15 da Lei 6.938 /81 , deu-se o mesmo.[18]
Com efeito, a pretendida proteção ao meio ambiente, exteriorizada na Constituição de 1988, foi, efetivamente, instituída com a promulgação da Lei 9.605 /98 , sendo que esta lei não é apenas penal, pois tem dispositivos de ordem administrativa, o que vem possibilitando, também, maior eficácia na atuação do órgão ambiental federal.
Da responsabilidade jurídica
O art. 225 , parágrafo 3º da Constituição Federal , leva à conclusão de que o constituinte desejou punir criminalmente a pessoa jurídica que vier a praticar crimes contra o meio ambiente. Tal iniciativa suscitou forte discussão, em face do princípio societas delinquere non potest, adotado no Brasil.[13]
Para Luiz Vicente Cernicchiaro, o constituinte não desejou incriminar a pessoa jurídica e sustenta que os princípios da responsabilidade pessoal e da culpabilidade são restritos à pessoa física. Somente ela pratica conduta, ou seja, comportamento orientado pela vontade, portanto, inseparável do elemento subjetivo
A responsabilidade penal da pessoa jurídica No que diz respeito à responsabilização da pessoa jurídica tem-se dois eixos interessantes de serem destacados. O primeiro é a divergência de posicionamentos a respeito se essa responsabilização seria legítima ou não; e o segundo concerne na questão da forma com que as sanções penais podem ser aplicadas às pessoas jurídicas.
Por certo, há argumentos contrários a aplicação de responsabilidade penal as pessoas jurídicas, devendo adotar a teoria do agente causador (pessoa física, seu dirigente), pois aplicar sanções de natureza criminal as pessoas jurídicas seria o mesmo que sentenciar tais com “pena de morte” que é banido em nosso sistema penal, por que a pessoa jurídica existe em virtude de sua finalidade econômica e social, com o intuito de auferir lucros.
Entretanto, a doutrina de direito ambiental, em sua maioria é a favor de aplicar a teoria da responsabilização penal da pessoa jurídica, ainda que quando observado por nossos tribunais pátrios, nos deixa em dúvidas quanto a isto, afinal: Aplicar-se a teoria da responsabilização penal da pessoa jurídica ou não?
A resposta não será fácil de concluir, eis que os posicionamentos contrários a aplicação nos mostram suas razões prevista na própria Constituição Federal(v. art. 5º, XVL, XLVI, XLVII), o que o próprio Superior Tribunal de Justiça já pronuncio-se contrariamente a teria. Por outro lado do “muro” que separam as idéias, temos os favoráveis que, seguindo a tese da legalidade, pois não se aplica a legalidade restritiva às pessoas jurídica de direito privado, mas somente as pessoas jurídicas de direito público, deixando certa liberdade da lei em sua forma ampla na aplicação de pena às pessoas jurídicas e seguindo conforme a Constituição Federal, no art. 225, § 3º, com sua responsabilidade objetiva. Portanto, independente de quem causou o dano, seja pessoa jurídica ou mesmo física, seja responsabilizado criminalmente e administrativamente, desde que se leve em consideração também que a pessoa física que atua em seu nome ou em seu beneficio sejam simultaneamente responsabilizada.
Como já vimos as Lei de Crimes Ambientais prescreve penas passiveis de serem aplicadas às pessoas jurídicas (art. 21), como: Multa; Restritiva de direitos; Prestação de serviços a comunidade.
Quanto as penas restritivas de direitos, podem ser por: Suspensão parcial ou total das atividades (inciso I); Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade (inciso II), quando funcionado sem autorização de lei ou regulamentar; Proibição de contratar com o Poder Público, bem como obter com os seus subsídios, subvenções ou doações (inciso III), que não excederá o prazo de dez anos (§ 3º).
 Pode também sofrer a desconsideração da personalidade jurídica constituída ou utilizada, com o objetivo de permitir, facilitar ou ocultar a pratica de crime ambiental (art. 24 da Lei dos Crimes Ambientais).
Bibliografia
PEREIRA, Luiz Fernando. Responsabilidade Criminal Ambiental. Disponível em <https://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/111915402/responsabilidade-criminal-ambiental>. Acesso em 05 de Novembro de 2017
AUGUSTO, Vinicius. Responsabilidade Civil por Danos ao Meio Ambiente. Disponível em <https://juridicocerto.com/p/augustogaigher/artigos/responsabilidade-civil-por-danos-ao-meio-ambiente-778>. Acesso em 05 de Novembro de 2017
JUNIOR, Jose Luiz. Responsabilidade civil por danos ambientais. Disponível em <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1934/Responsabilidade-civil-por-danos-ambientais>.Acesso em 05 de Novembro de 2017
ANDRADE, Livia. Responsabilidade ambiental: administrativa e penal
Disponível em <https://livandrade.jusbrasil.com.br/artigos/376799914/responsabilidade-ambiental-administrativa-e-penal>. Acesso em 05 de Novembro de 2017
Responsabilidade administrativa por dano ambiental. Disponível em <https://expresso-noticia.jusbrasil.com.br/noticias/5537/responsabilidade-administrativa-por-dano-ambiental>. Acesso em 05 de Novembro de 2017
CANDIDA, Ana. Responsabilidade administrativa por dano ambiental. Disponível em <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2645 >. Acesso em 05 de Novembro de 2017

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