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INTRODUÇÃO A glicose é produzida pela digestão de carboidratos da dieta e também pela conversão do glicogênio do fígado. Após uma refeição rica em carboidratos, a glicose formada gera uma rápida secreção de insulina. A insulina tem por função aumentar a permeabilidade da glicose nas células dos tecidos e também estimular a formação de glicogênio, resultando na diminuição dos níveis séricos de glicose (LEHNINGER, 2007). Segundo o Consenso Brasileiro sobre Diabetes, o Diabetes Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, ocorrendo devido a da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente sua função. Denota-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. As consequências do Diabetes Mellitus a longo prazo incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. A dosagem da glicose é ideal para auxiliar o diagnóstico e monitoração terapêutica do Diabetes Mellitus, e também na avaliação de distúrbios do metabolismo de carboidratos, no diagnóstico diferencial das acidoses metabólicas, desidratações, hipoglicemias e na avaliação da secreção inapropriada de insulina. (LEMOS, 2017). O teste de glicose é o exame essencial usado para a determinação quantitativa da glicose no sangue. Segundo recente sugestão da Sociedade Brasileira de Diabetes, o resultado é normal quando a taxa de glicose se apresenta até 110 mg/dL, na dosagem feita em jejum. Quando a taxa se apresenta de 110 a 125 mg/dL, a pessoa é portadora de glicemia de jejum inadequada, sendo então necessária a realização do teste oral de tolerância à glicose. Dois exames com resultados acima de 125 mg/dL confirmam o quadro de Diabetes mellitus. Fora do jejum, uma glicemia superior a 200 mg/dL, desde que na presença de sintomas de diabetes, também é suficiente para o diagnóstico. Outras aplicações do método estão na detecção de hipoglicemia neonatal, exclusão de células cancerígenas pancreáticas e na avaliação do metabolismo de carboidratos que pode estar presente em várias doenças (Bula Glicose GOD-PAP 5’, 2014). O método mais utilizado atualmente para dosagem de glicemia é o enzimático, com oxidase ou hexoquinase (SBD, 2015), este na qual abordaremos detalhadamente a seguir. MÉTODO: “GOD-POD” TESTE COLORIMÉTRICO ENZIMÁTICO Seguindo as Boas Práticas de Laboratórios Clínicos, as amostras de sangue devem ser coletadas e obtidas após um jejum de no mínimo 8 horas ou de acordo com recomendação médica. Deve-se coletar o sangue usando o anticoagulante contendo antiglicolítico. As amostras não contendo antiglicolítico devem ser centrifugadas imediatamente após a coleta, e o plasma ou soro separados das células ou coágulo (Bula Glicose Liquiform, 2011). A concentração de glicose em fluidos biológicos pode ser determinada através de métodos enzimáticos, por meio de reações catalisadas pela hexoquinase ou a glicose-oxidase. Os 3 tubos de ensaio (Branco, amostra e padrão) devem ser agitados vigorosamente e incubados em banho maria a 37º durante 10 minutos (Bula Glicose Liquiform, 2011). No procedimento que utiliza a glicose oxidase (GOD), a glicose é oxidada enzimaticamente, formando ácido glucônico e peróxido de hidrogênio: O peróxido em presença de peroxidase (POD) causa a ligação do fenol com a 4-aminoantipirina, formando um cromógeno vermelho: Fonte: Bula da GLICOSE GOD-PAP A análise é feita espectrofotometricamente em 505 nm. A cor formada é proporcional à concentração de glicose presente na amostra. CONCLUSÃO O laboratório clinico tem como objetivo fornecer resultados exatos e precisos e a metodologia enzimática colorimétrica de ponto final é ideal, pois é rápida e direta. A determinação por este método enzimático apresenta elevada especificidade e simplicidade operacional envolvida. Através dos resultados obtidos a equipe médica consegue diagnosticar e avaliar patologias, podendo assim indicar o tratamento adequado ao paciente. REFERÊNCIAS ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. BRASIL. RDC Nº 302, DE 13 DE OUTUBRO DE 2005. BULA GLICOSE GOD-PAP 5’. Kovalent do Brasil Ltda. São Gonçalo – RJ. REV001 – 01/2014. BULA GLICOSE LIQUIFORM. Labtest diagnostico S.A. Lagoa Santa-MG. Dezembro,2011. CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DIABETES. Diagnóstico e classificação do diabetes mellitus e tratamento do diabetes mellitus tipo 2. MAIO/2000. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/consenso_bras_diabetes.pdf> acesso 23/11/17. LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M.M. Lehninger Princípios de Bioquímica – 4.ed.- São Paulo: Ed. Sarvier, 2007. LEMOS, Michele Brito. RELATORIO DA AULA PRÁTICA DE BIOQUIMICA CLINICA. Dosagem de Glicose. Fortaleza - CE, 2017. SBD. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes. BRASIL. 2014-2015
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