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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
RAQUEL DA SILVA
SOBRE O MECANISMO DA PARANOIA
Trabalho solicitado pelo professor na disciplina TÓPICO ESPECIAL PSI. E PROCESSOS CLÍNICOS I, Universidade Estácio de Sá como parte dos requisitos necessários à obtenção de grau no curso de Psicologia
Professora:
MARIA CRISTINA FIGUEIRA LOURO
Rio de Janeiro
2017
SOBRE O MECANISMO DA PARANOIA 
Ao abordar os mecanismos próprios da paranóia, Freud vai acentuar os casos que ele e outros psicanalistas como Ferenczi e Jung e outros, assegurava como defesa contra um estímulo tido como homossexual.
Freud mostra que o delírio evidencia o erotismo nas relações entre o sujeito e seu meio social. Segundo Freud acerca das principais formas de paranóia e os mecanismos que estão em jogo nelas. Apresentando contradições na sentença Eu (um homem) amo ele (um homem). Indo por esse caminho, vai pressupor que no delírio de perseguição a sentença “eu o amo” se transforma em “eu o odeio”, que por projeção aparece como a seguinte percepção externa: “ele me odeia” (e por isso me persegue).
Enquanto na erotomania, teríamos o seguinte arranjo: “Eu não o amo, eu amo a ela” que mais tarde se transforma em: “Eu não o amo é ela que eu amo porque ela me ama”. Outras composições retratadas são as encontradas no delírio ciumento do alcoólatra e da mulher. O primeiro refere-se à transformação: “não sou eu quem amo um homem – ela o ama” enquanto no outro caso defini-se: “não sou eu que amo as mulheres-ele as ama”. 
	Diante de outros casos e formulações a percepção interna e recalcada em sua síntese, após sofre algum tipo de alteração entra na consciência na forma de uma percepção externa.	
Quando uma percepção interior e recalcada e, em substituição, seu conteúdo e manifestado, pode sofrer alguma alteração de sua percepção exterior. Essa alteração consiste, no delírio perseguidor, numa mudança do afeto; o que deveria ser sentido internamente como amor é entendido como ódio vindo do exterior. (FREUD,1911/2010, p.88)
O processo de repressão é desmembrado em três fases. A primeira fase incide na fixação, que é a pioneira e a condição indispensável de toda ‘repressão’. A fixação pode ser descrita da seguinte forma, apego permanente da libido a um estágio inicial e mais primitivo de desenvolvimento, e, em conseqüência desta inibição em seu desenvolvimento, é deixado para trás, num estádio mais infantil. 
A segunda fase da repressão é a da repressão oriundo dos aparelhos considerados mais desenvolvidos do ego. Sofrem nessa fase as intenções psíquicas que despertaram uma forte aversão por parte do aparelho consciente. Porem Freud explica que esta aversão, em si própria, não acarretaria à repressão, a menos que alguma conexão tenha sido estabelecida e entre as tendências indesejáveis que têm de ser reprimidas e aquelas que já o foram. 
A terceira fase, característica dos fenômenos patológicos, é a do fracasso da repressão, retorno do reprimido. Este toma seu impulso do ponto de fixação, e implica uma regressão do desenvolvimento libidinal a esse ponto. 
O texto remete a idéia de que o doente retirou do mundo externo o ímpeto libidinal. Devido a essa retirada, tanto as pessoas como o ambiente de modo geral, tornaram indiferentes e assim foram justificados como causados por milagre, feito as pressas. Freud relata que “O fim do mundo é a projeção dessa catástrofe interior; seu mundo subjetivo acabou depois que retirou dele seu amor” (p.93) 
Freud chama atenção para o fato de que o desinteresse da libido se manifesta também na vida cotidiana. Porem, o investimento feito desta libido desprendida é que define a aparência patogênica na paranóia, uma vez que nesse caso a libido se voltaria para o eu, gerando uma fixação no narcisismo. 
O delírio é visto pela hipótese como uma tentativa de cura que se atinge tendo como instrumento a projeção. Constata-se que por intermédio desse mecanismo Schreber resgatou a relação com pessoas e com mundo ainda que de maneira hostil. Enfim, o momento crucial onde há o desprendimento da libido em relação ao mundo exterior só pode ser alcançado através dos eventos sucessivos que deixam seus rastros, a saber, as das construções delirantes. 
No caso de Schreber, o desinvestimento libidinal em relação a Flechsig foi acompanhado de uma atuação da libido a essa mesma pessoa, mas com sinal contrário, o que ponta para a vitoria da repressão. A repressão demonstra bem sua vitoria através da certeza de que o mundo acabou e só restou o eu. 
No trabalho a paranoia é aproximada da psicose (demência precoce) pelo desinteresse da libido, mas a fixação da segunda consistiria num estágio mais primário do desenvolvimento. Nesse quadro não operaria a projeção, mas o mecanismo alucinatório.
Freud abandona a idéia de que na paranóia há um algo que não é apenas suprimido, mas cancelado, e que retorna a partir de fora. Sua suposição do desinteresse libidinal que ressurge para o eu é tida como aprovada e materializada na idéia de Schreber de que o mundo irá acabar porque seu eu atrai todos os raios divinos. Freud divide com seus leitores seu parecer: “O futuro decidirá se na teoria há mais delírio do que eu penso, ou se no delírio há mais verdade do que outros atualmente acreditam”. (FREUD, 1911/2010, p.103)

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