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HISTÓRIA DAS TELECOMUNICAÇÕES HISTÓRIA DAS TELECOMUNICAÇÕES 0606_cad_historia.indd 1 6/7/07 1:15:31 PM >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> 0606_cad_historia.indd 2 6/7/07 1:15:31 PM PROGRAMA EDUCATIVO - MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES COORDENAÇÃO GERAL BIA JABOR | COORDENAÇÃO EXECUTIVA TATIANA ASSUMPÇÃO RICHARD PROGRAMAS PARA MULTIPLICADORES ADRIANA FONTES | ARTE EDUCADORES ANA RONDON, EDUARDO MACHADO, HUGO RICHARD, KEYNA MENDONÇA E ROBERTA CONDEIXA ESTAGIÁRIOS ANITA SOBREIRA, CAROLINA CAMBARÁ E ROSANA DA SILVA ESTAGIÁRIO DE PRODUÇÃO PABLO MATOS | ASSISTENTE CAROLINA PRESTES CADERNOS EDUCATIVOS EQUIPE EDITORIAL ADRIANA FONTES, ALEXANDRE GUARNIERI, ANALU CUNHA E BIA JABOR CONSULTORES ETHEVALDO SIQUEIRA, FRANCISCO RÉGIS LOPES RAMOS, JOÃO FONSECA, JOÃO MODÉ E LUIZ GUILHERME VERGARA | REVISÃO DE TEXTO ROSEANE LUZ PROJETO GRÁFICO 32BITS™ CRIAÇÕES DIGITAIS MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES / OI FUTURO DIREÇÃO/CURADORIA MARIA ARLETE GONÇALVES | MUSEOLOGIA TATIANA LAURA INFRA-ESTRUTURA/TECNOLOGIA TAISSA THIRY | CENTRO DE PESQUISA BRUNA QUEIROZ COORDENAÇÃO EDITORIAL SHIRLEY FIORETTI | WEB FERNANDA SARMENTO MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES RUA DOIS DE DEZEMBRO, 63 - FLAMENGO WWW.OIFUTURO.ORG.BR/MUSEU TEL: 3131-3050 Espaço da memória, da experimentação e da contemporaneidade, no Museu das Telecomunicações o visitante constrói seu próprio tempo. Para contar a aventura da comunicação humana, nosso programa educativo, ao mesmo tempo em que aprofunda informações técnico-científicas, não perde de vista seu caráter de educação informal. Aqui, se aprende brincando. Assim, o Museu se destaca como espaço de diversão e conhecimento, onde a tecnologia da comunicação vai além de si mesma, expandindo-se como ferramenta para transformação do pensamento humano. Numa visita customizada como esta, feita sob medida para estabelecer uma relação pessoal com a história, com os objetos e documentos expostos, cada visitante é, ao mesmo tempo, espectador e protagonista. Prepare-se para selar um pacto com outro tempo, marcado logo na entrada por sua própria imagem refletida num jogo de espelhos. Na saída, o ciclo se fecha com uma última passagem que nos remete diretamente ao útero materno, sincopado pelo mais primitivo dos sons: a nada tecnológica batida do coração. Conheça. Interaja. Pergunte. Experimente. Emocione-se. Divirta-se. E faça dessa visita de hoje, aquele momento inesquecível do futuro. Maria Arlete Gonçalves Diretora Oi Futuro “infotenimento” >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> 0606_cad_historia.indd 3 6/7/07 1:15:31 PM >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> >>>>>>>>> Caro eduCador/multipliCador, Os museus e centros culturais são hoje, antes de qualquer coisa, espaços para o desenvolvimento da experiência e da educação. Um lugar para se pensar, fazer, discutir, interagir e aprender através da arte e dos objetos que compõem o seu acervo. O programa educativo do Museu das Telecomunicações, no espaço cultural Oi Futuro, elaborou este material especialmente para os professores, educadores e responsáveis pelos grupos que tenham interesse em visitar o museu e aprofundar seus conteúdos, assim como multiplicar sua abrangência pedagógica. Mais do que nunca, professores e educadores buscam novas ferramentas de ensino, com o objetivo de dinamizar suas aulas e trazer outras formas de aquisição do conhecimento para seus alunos. O museu pode ser uma dessas ferramentas; e o professor/educador, um de seus mais importantes elos comunicativos. Por isso, elaboramos estes cadernos educativos que servirão de apoio e aprofundamento de conteúdos do museu e uma forma de dar continuidade à sua visita e criar desdobramentos futuros, pois é através de vocês que o Museu das Telecomunicações irá se transformar em material de ensino-aprendizagem. O Museu das Telecomunicações é pequeno, se considerarmos seu espaço físico, mas enorme em termos de conteúdo. É um espaço cultural que não se esgota em uma única visita e pode ser trabalhado a partir de diversos caminhos. E esta é, justamente, a proposta do museu: um museu em forma de hipertexto — ou seja, com muitas entradas e possibilidades de “conexões” –, onde você escolhe o que quer ver, tornando-se, ao mesmo tempo, espectador e protagonista. O programa educativo identificou quatro principais eixos temáticos que podem ser trabalhados a partir do museu: A História das Telecomunicações | Traça uma linha do tempo das telecomunicações, apresentando seus principais acontecimentos, inventos, descobertas e personagens. A Comunicação Humana | Apresenta o desenvolvimento da comunicação humana na história da humanidade e seus impactos no desenvolvimento das sociedades. Industrialização e Design | Focado na relação do homem e seus objetos, traçando o desenvolvimento do design no mundo e no Brasil. Redes e Rizomas | Discute sobre o conceito de redes e rizomas em diversos âmbitos da sociedade contemporânea, as relações com o hipertexto e a aplicação deste conceito na educação. Cada eixo temático pode ser trabalhado separadamente, de acordo com o interesse do multiplicador e com diferentes objetivos. Ao mesmo tempo, os eixos temáticos se intercomunicam, ampliando ainda mais as possibilidades de leitura e entradas educativas no museu. 0606_cad_historia.indd 4 6/7/07 1:15:31 PM >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> >>>>>>>>> Para cada eixo temático, convidamos um consultor especial que vai contribuir, com sua visão e experiência profissional, para um melhor entendimento do tema em questão. Os textos de cada caderno (eixo temático) foram organizados sob a forma de hipertexto, tendo em vista o objetivo de seguir a mesma linha de pensamento do museu, trabalhando a idéia de página de internet, redes, rizomas, simultaneidade e convergência, questões tão presentes em nossa sociedade contemporânea. “Tudo ao mesmo tempo, agora. Em um único lugar.” A idéia de hipertextos é trazer informações complementares, glossário de termos e conceitos, diálogos com o acervo, vídeos e conteúdos do museu, referências bibliográficas e de pesquisa, sugestões de desdobramentos futuros em sala de aula, tópicos para reflexão e debate, além de instigações e curiosidades sobre o tema em questão. O objetivo de separar os conteúdos em eixos temáticos é uma forma de oferecer, ao multiplicador, uma pesquisa mais aprofundada sobre os principais temas que compõem o museu e que sirva de apoio para que você possa programar diversas visitas a este espaço, ao longo do ano e de acordo com os diferentes focos de interesse e objetivos a serem alcançados. A cada visita, um novo museu se abrirá para o grupo. É importante que o professor/educador tenha em mente que, apesar deste material educativo poder ser utilizado por todos os profissionais interessados em trabalhar com os conteúdos do museu (sejam professores da rede formal de ensino ou de universidades, educadores e profissionais de projetos sociais, professores de cursos profissionalizantes e de formação continuada), as adaptações para o perfil, faixa etária e interesse do grupo ficam a critério do próprio multiplicador responsável. Além deste material, oferecemos encontros especiais para professores e educadores, em que apresentamos cada um dos eixos temáticos, discutindo as diferentes possibilidades de leitura e entradas educativas. Esta é uma oportunidade para se discutir não só com os profissionais do projeto educativo, mas também com outros profissionais que fizerem parte do grupo, as formas de se trabalhar o museu a partir das especificidades e interesses de cada grupo. Não pretendemos ensinar receitas nem esgotar esses assuntos, mas sim apontar caminhos possíveispara se elaborar, refletir e debater sobre o mundo das telecomunicações, bem como as formas de conhecê-lo, interpretá-lo e, sobretudo, compreender a sua essência: promover o encontro com o outro. Bia Jabor Coordenação Geral | Programa Educativo aos multiplicadores 0606_cad_historia.indd 5 6/7/07 1:15:31 PM líderes e fatos marcantes da história das telecomunicações no brasil EthEvaldo SiquEira Jornalista, especializado em Telecomunicações, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, além de escritor – autor de dez livros, entre os quais, Três momentos da História das Telecomunicações no Brasil. os dois lados de uma mesma história Os jornalista Ethevaldo Siqueira e João Fonseca acompanharam, de perto , a história recente das Telecomunicações no Brasil. Observadores atentos, eles narram – cada um com a sua visão – os principais fatos políticos e econômicos que levaram o país à liderança latino-americana no setor 0606_cad_historia.indd 6 6/7/07 1:15:32 PM >� O Brasil tem estado presente nos momentos mais significativos do desenvolvimento das telecomunicações no mundo. A começar pela primeira demonstração pública do telefone, no dia 25 de junho de 1876, na Exposição Universal comemorativa do Centenário da Independência dos Estados Unidos, num diálogo histórico entre o imperador Dom Pedro II e o inventor Alexander Graham Bell, perante a comissão científica que selecionava os melhores inventos da exposição. Culto e respeitado internacionalmente, o imperador brasileiro mantinha correspondência, havia muitos meses, com dois jovens inventores: Graham Bell e Thomas Edison, ambos com 29 anos. A amizade entre Graham Bell e Dom Pedro II possibilitou que o imperador recebesse de presente e instalasse no Rio de Janeiro o primeiro telefone fora dos Estados Unidos, em janeiro de 1877, menos de um ano depois de sua visita à Filadélfia. Merecem destaque, ainda no século XIX, duas outras figuras incomuns de brasileiros ligados à história das telecomunicações: o padre Roberto Landell de Moura e o humanista Cândido Mariano da Silva Rondon. Landell de Moura foi o exemplo de gênio incompreendido, à frente de seu tempo. Comprovadamente, fez a primeira transmissão de sons e sinais através de uma espécie de telégrafo sem fio (1894), de uma torre na Avenida Paulista e a Colina de Santana, em São Paulo, mais de um ano antes de Guilherme Marconi, o gênio italiano mundialmente celebrado como inventor do rádio. Descendente de índios, Rondon se destacou por três contribuições notáveis: a construção de mais de 6 mil quilômetros de linhas telegráficas, interligando a antiga capital do país (Rio de Janeiro) à Amazônia, obra que lhe assegurou o título de Patrono das Comunicações no Brasil; a demarcação de mais de 8.500 quilômetros de fronteiras terrestres no território nacional; e seu trabalho incansável em defesa dos povos indígenas, coroado pela criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) - hoje, Fundação Nacional do Índio (Funai). Outra figura notável foi Edgar Roquette-Pinto, considerado Pai da Radiodifusão no Brasil e que fundaria, em 1923, na companhia de Henrique Moritze, a primeira emissora de rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Isto, menos de três anos depois da inauguração da primeira emissora do mundo, a KDKA, de Pittsburgh (Estados Unidos), em 1920. O primeiro grande marco contemporâneo do desenvolvimento do setor é a Lei 4.117, de agosto de 1962, denominada Código Brasileiro de Telecomunicações, por meio da qual o Brasil redefine seu futuro e fixa, pela primeira vez, uma política para as telecomunicações. Essa lei é importante porque sela o início da fase institucionalizada de nossas telecomunicações, criando o Sistema Nacional de Telecomunicações e a Embratel, entre outras medidas. Com a ação conjunta dessa empresa e do Ministério das Comunicações, criado em 1967, o Brasil inicia o processo de modernização de sua infra- estrutura setorial. A reestruturação da telefonia local, no entanto, só viria a ocorrer em 1972, com a criação da Telebrás, empresa estatal que iria incorporar mais de 900 operadoras, inclusive, serviços municipais obsoletos e deficitários. Ao longo de seus 25 anos de existência, a Telebrás, por intermédio de suas 27 subsidiárias, ampliou o número de linhas telefônicas fixas de 1,8 milhão para 19 milhões, implantou a telefonia celular no país, instalou cabos submarinos nacionais e internacionais e o sistema de comunicações via satélite (Brasilsat). 0606_cad_historia.indd 7 6/7/07 1:15:32 PM >� Mas o modelo estatal se esgotou por volta dos anos 1980. Ao ser privatizado em 1998, o Sistema Telebrás se transformara num conjunto de operadoras sem capacidade de investimento e com uma oferta de serviços muito aquém das necessidades brasileiras. Mais de 80% das linhas telefônicas instaladas serviam às classes A e B. O sistema era, portanto, uma instituição estatal, monopolista e elitista. A partir de 1995, graças à liderança do ex-ministro Sérgio Motta, o Brasil iniciou um processo de reestruturação setorial, partindo da emenda à Constituição e da elaboração da Lei Geral de Telecomunicações, que possibilitou a criação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a privatização total do setor. Os resultados práticos da privatização, de 1998 a 2007, podem ser sintetizados no investimento de mais de R$ 135 bilhões; na expansão do número de linhas fixas, de 19 milhões para 40 milhões; e de celulares, de 5,2 milhões para os atuais 102 milhões. O fato pós-privatização mais significativo, do ponto de vista social, foi a inclusão de mais de 80 milhões de assinantes de telefones fixos e móveis das classes C, D e E. 0606_cad_historia.indd 8 6/7/07 1:15:32 PM 0606_cad_historia.indd 9 6/7/07 1:15:33 PM a saga das telecomunicações brasileiras nos seus primórdios João CarloS PinhEiro da FonSECa Engenheiro de Telecomunicações e jornalista. Chefiou a equipe de engenheiros brasileiros que colocou (1962) o país dentre os cinco primeiros na comunicação via satélite, no mundo. 0606_cad_historia.indd 10 6/7/07 1:15:35 PM >11 Adaptação do artigo publicado pelo autor, em 2004, na Telebrasil. Em termos longos, as telecomunicações no Brasil evoluíram no decorrer de três grandes ciclos: o Império, com suas concessões; a estatização, com a nacionalização; e a privatização, com a globalização. O ciclo do Império durou quase um século, entre meados do XIX e XX. A estatização deu-se entre os anos 1960 até o final do século XX. E o ciclo da privatização nasceu no apagar das luzes do século passado, adentrando o atual. Cada um desses ciclos encontrou uma maneira própria de explorar os serviços de comunicação e de montar e expandir a infra-estrutura necessária. Tanto no Império como na República, foram outorgadas concessões de longo curso ao capital externo, detentor das novas tecnologias. No ciclo seguinte e numa reação, o Estado - sob a égide militar - chamou para si a exploração do serviço, dentro da estratégia de desenvolvimento e segurança nacional. Finalmente, no ciclo mais recente da privatização, o Estado, endividado, abriu mão dessa exploração direta, procurando atrair capitais privados, internos e externos. A passagem de um ciclo para outro não se deu de forma abrupta. Do primeiro para o segundo, ou seja, do regime das concessões do Império e da República para o da estatização sob inspiração militar, a transição ocorreu em pouco mais de dez anos. Balizaram esta primeira transição a instituição do Código Brasileiro de Telecomunicações, em 1962, e a não-renovação da concessão da Western (a última a não ser renovada), em 1973. Na segunda transição - do estágio da estatização para o daprivatização -, o embrião remoto foi o impensável desmembramento do monopólio da AT&T, nos Estados Unidos (1982). No Brasil, a idéia da privatização seria percutida com críticas sobre a limitada capacidade de investimentos do Estado e a pobre densidade telefônica no país. O movimento culminaria com a emenda número 8, de 1995, que derrubou o monopólio estatal garantido pela Constituição Federal. Finalmente, a transição eclodiria com a venda em leilão (1998), do Sistema Telebrás, por US$ 22 bilhões, dentro do Programa Nacional de Desestatização, de Collor de Mello (1990); e da Lei 9.491 (1997), de Fernando Henrique Cardoso. A saga de concessões, monopólio e privatização não foi um fenômeno exclusivamente brasileiro. O país acompanhou, ainda que com retardo próprio da periferia, a movimentação do que aconteceu nos países centrais, impulsionados pelos vetores da tecnologia, da acumulação de recursos e da geopolítica. No Império, as telecomunicações sairiam da curiosidade científica para o mundo da realidade, com a implantação da telegrafia como negócio. O Palácio Imperial, no Rio de Janeiro, seria então ligado por telégrafo (1852) ao quartel de São Cristóvão e, três anos mais tarde, ao Palácio de Petrópolis. Nesse estágio, os ingleses — que detinham a tecnologia eletromecânica necessária – reinavam na telegrafia e ficaram com poder político de fato, ao interligarem as capitais costeiras do país ao restante do mundo. A Western inglesa ganharia do imperador, em 1873, uma concessão de 99 anos para cabos telegráficos submarinos, que iria perdurar bem além do final do Império (1899). 0606_cad_historia.indd 11 6/7/07 1:15:36 PM >12 Com o advento da República, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, em 1894, estenderia linhas telegráficas até o Acre, ao mesmo tempo em que administraria o território desbravado. Nos Estados Unidos, o telégrafo entre Baltimore e Washington data de 1844. Depois da Primeira Guerra Mundial, os norte-americanos passariam a disputar com a Inglaterra a telegrafia. No Brasil, desde 1917, o telégrafo nacional pertencia à União, porém, sem monopólio. Além da Western, foram outorgadas concessões para duas outras empresas: All America e Italcable. A disputa entre a norte-americana All America e a inglesa Western tornou-se ferrenha. Nos anos 1920, surgiria como novo agente a radiotelegrafia, com concessões para a Sudam, Radiobrás (RCA) e Radional (ITT). E a telefonia? Graham Bell patenteou seu aparelho em 1876, deixando extasiado Dom Pedro II na Exposição da Filadélfia. Em 1878, uma ligação no Rio de Janeiro conectaria uma loja comercial ao Corpo de Bombeiros. O telefone passaria, então, a ser competência do Governo Imperial. Em 1880, foi criada a Brazilian Telephone Co. no país, ao passo que, nos Estados Unidos nascia a AT&T. Dez anos depois de instaurada a República, a Brasilianische Eletricitats Gesellschaft, com tecnologia alemã da Siemens & Halske, ganhava trinta anos de concessão para explorar a telefonia. A Rio Telephone Co., Light & Power alcançou o ano de 1907 com 11 mil terminais. No início dos anos 1940, o Brasil teria cerca de 300 mil terminais, enquanto que a cidade de Londres possuía 717 mil. O Decreto-Lei de 21 de novembro de 1932 liberava a propaganda comercial no rádio e a Constituição de 1946 atribuía a concessão dos serviços de telecomunicação à União. No começo da década de 1960, 80% das comunicações do país estavam nas mãos da canadense Companhia Telefônica Brasileira (CTB), no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais; e com a norte-americana Cia. Telefônica Nacional, da ITT, no Paraná e Rio Grande do Sul. Havia um grupo privado, em Pernambuco, além de outras 800 pequenas operadoras de telefonia. Em 1954, nascia em Uberlândia (MG) a Companhia Telefônica do Brasil Central. Salvo poucas exceções, todo o material técnico era importado. A intervenção federal, em 1962, na CTB, se daria em virtude da baixa qualidade dos serviços, nascendo a Cetel, para operar na periferia do Rio de Janeiro. Já no sul do país, o governador gaúcho Leonel Brizola encamparia a CTN. Tarifas congeladas tinham zerado o investimento e o serviço da operadora era péssimo. Nos serviços de longa distância, a CTB mantinha microondas na Região Sudeste, ao passo que a Radional (ITT) e a Radiobrás (RCA) operavam rádio de ondas curtas. Para se fazer uma ligação entre as capitais, era preciso entrar numa fila, por vezes, com dias de antecedência. A telegrafia era conduzida pela Western e pelo Departamento de Correios e Telégrafos (DCT), ambos com tecnologia obsoleta. A operosa Western, no entanto, suplantaria a sua rival estatal. 0606_cad_historia.indd 12 6/7/07 1:15:36 PM >13 Decidiam sobre as telecomunicações, na época – como a vital fixação de tarifas e o político assunto da radiodifusão e da outorga de concessões –, as áreas de competência da Presidência da República, do Ministério da Viação e Obras Públicas (MVOP), da Comissão Técnica de Rádio e do próprio DCT. O lobby da área privada sobre o poder concedente era essencial. As empresas menores tinham, igualmente, menos possibilidade de exercê-lo, quando comparadas aos competentíssimos exércitos de advogados, economistas e relações públicas das grandes concessionárias, como a CTB. O Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº 4.117), de inspiração do Estado Maior das Forças Armadas, após longo período de discussão parlamentar e da sociedade – esta, havia descoberto a força política da radiodifusão –, seria finalmente aprovado a 27 de agosto de 1962. Com o Código, vão surgir o Contel, a Embratel (1965), a compra da CTB (1966), o Minicom (1967) e a Telebrás (1972). O Código foi regulamentado em 1963 e perduraria até julho de 1997, quando foi criada a Lei Geral das Telecomunicações (LGT) que privatizou o sistema. Mas isto já seria outra história. 0606_cad_historia.indd 13 6/7/07 1:15:36 PM história das telecomunicações adriana FontES Arte Educadora com especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ 0606_cad_historia.indd 14 6/7/07 1:15:37 PM >15 As telecomunicações vêm, ao longo de um século e meio, transformando o cotidiano das pessoas no mundo inteiro; construindo novas formas de comunicação; propondo diferentes tipos de contato e acesso às informações. As relações entre fatos, história, conhecimento, pessoas e nações se modificam e se integram em uma nova possibilidade de troca. Surge um novo mundo onde, através das telecomunicações, as distâncias e o tempo diminuem, o conhecimento se amplia e a comunicação se integra ao cotidiano das pessoas sob as mais diversas formas. Convido vocês, agora, a uma fascinante viagem no tempo, em busca da História das Telecomunicações. O início do nosso percurso se dá em 1844, quando Samuel Morse inventa o telégrafo, aparelho que inaugura as telecomunicações no mundo. A primeira demonstração pública do invento aconteceria a 24 de maio desse mesmo ano, quando seria transmitida de Baltimore a Washington, DC (EUA) a frase: “What hath God wrought” [Eis o que Deus realizou]. Para enviar mensagens, eram utilizados um ímã, um cabo e um interruptor. De acordo com a passagem de sinais elétricos, surgiam pontos, traços ou espaços, que é a base do alfabeto Morse. A expansão do telégrafo foi muito rápida: no final do século XIX, o código Morse já se internacionalizara e era utilizado em diversos países, sendo ainda hoje usado com o mesmo alfabeto! As novas ondas de invenções foram se sucedendo, umas às outras, até os nossos dias. Porém, naquele momento surgia uma fascinante descoberta: a possibilidade de um instrumento utilizar o sentido auditivo para se comunicar!Era a voz humana que, em 1876, começava a se deslocar através de fios. Uma nova comunicação a distância surgia, graças ao telefone de Graham Bell. Alguns historiadores consideram Bell apenas como a pessoa que obteve o registro da patente do telefone e que seu mérito seria o de ter aperfeiçoado o invento de outro pesquisador. Este, seria um professor de Física, o alemão Philipp Reis, que teria dado os primeiros passos na descoberta do telefone que, posteriormente, Bell pesquisou e aprimorou. Philipp Reis, em 1861, fez uma ligação com fios metálicos, unindo o pátio do Instituto de Educação Garnier, nos arredores de Frankfurt, à sua residência. Por aqueles fios passaram os primeiros ruídos, na história das telecomunicações, provocados pela voz humana. Telefone patenteado por Graham Bell SAMUEl MORSE (vídeo 4) O pintor e inventor Samuel Morse nasceu em Charlestown, Massachusetts (EUA), em 1791. Filho de pastor protestante, aos 14 anos entrou para a Universidade de Yale, onde foram definidos seus maiores dons: a pintura e a eletricidade. A arte foi seu primeiro experimento e, como pintor e desenhista, enfrentou grandes dificuldades, vivendo altos e baixos financeiros até que alcançasse o sucesso como pintor e vislumbrasse, então, o início de sua fortuna, por volta de 1827. Realizou muitas conferências; fundou a Academia Nacional de Desenho, da qual foi o primeiro presidente; introduziu o processo de impressão Daguerre, nos Estados Unidos. Com todas essas atividades, foi acumulando o dinheiro que mais tarde lhe garantiria desenvolver sua célebre invenção. Entretanto, o pintor Morse, durante todo esse tempo, devido à curiosidade científica, migrava constantemente seus interesses para as pesquisas da Física (chegou a inventar uma bomba à pressão, adaptada para serviços de combate a incêndios). A partir de 1829, empenhou-se na tarefa de realizar a transmissão de palavras a distância, o que transformou totalmente sua vida e o fez persistir, durante 12 anos, em seu trabalho como inventor. Para tanto, precisou vender tudo o que tinha, executou retratos, aceitou o cargo de professor de História da Arte e de Desenho na Universidade de Nova York e passou a se dedicar unicamente à sua pesquisa. Em 24 de janeiro de 1838, fez uma demonstração de seu invento na Universidade de Nova York, transmitindo sua primeira mensagem: “Atenção, Universo!” Em fevereiro do mesmo ano, repetiu-a diante do Congresso, onde recebeu um frio acolhimento. Na Europa, o desinteresse foi idêntico. Dois inventores, Wheatstone e Cooke, já haviam criado qualquer coisa semelhante na Inglaterra. De volta à América, estava reduzido à miséria. Somente em 1843, iria obter o primeiro levantamento de verba do Congresso; e a 24 de maio de 1844, era inaugurada a primeira linha experimental, entre Washington e Baltimore (64 quilômetros de distância), com a transmissão e recepção da frase: “What hath God wrought” (Eis o que Deus realizou). linha do tempo: 1858 Em 5 de agosto o primeiro cabo telegráfico transatlântico é inaugurado, mas a comunicação é interrompida 26 dias depois por excesso de voltagem. linha do tempo: 1874-1876 O Brasil inaugura seu primeiro cabo telegráfico submarino, cruzando o Atlântico Sul e ligando a América do Sul à Europa. Idealizado por Mauá, sua construção aproximou o Brasil do resto do mundo. 0606_cad_historia.indd 15 6/7/07 1:15:39 PM >16 O princípio era o mesmo que funcionou até meados do século XX, ou seja, transmitir primeiro as ondas acústicas em oscilações elétricas, passando-as para um fio e, depois, transformando-as de novo em ondas sonoras, do outro lado da linha. Embora sempre exista, na história, considerações e especulações acerca da origem dos fatos – como nas grandes descobertas científicas –, Graham Bell foi, sem dúvida, uma das figuras mais importantes do século XIX, o século das invenções. “Inventor é um homem que olha para o mundo em torno de si e não fica satisfeito com as coisas como são. Quer melhorar tudo o que vê e aperfeiçoar o mundo. É perseguido por uma idéia, possuído pelo espírito da invenção e não descansa enquanto não materializa seus projetos.” (Graham Bell) Em suas pesquisas sobre o projeto de transmissão da voz humana através de fios, convidou Thomas Watson, conhecido técnico e profundo conhecedor da eletricidade, para ajudá-lo em seus experimentos. Watson, com sua habilidade de modelista, criou dois aparelhos idênticos: um, para ser usado como transmissor; o outro, como receptor, utilizando membrana de couro com placa metálica, bobina, núcleo de ferro etc. Certa noite, quando ambos trabalhavam em seus laboratórios, acidentalmente ocorreu um curto-circuito nas lâminas de aço. O som da vibração foi transmitido para o outro aparelho, na sala vizinha onde estava Bell, que imediatamente gritou: “Watson, o que foi isso? Não mexa em nada! Deixe-me ver!” E assim, foi descoberto o princípio transmissor que Watson, em fevereiro de 1876, daria entrada com o pedido de registro. Porém, somente a 7 de março sairia a patente da invenção em nome de Bell e Watson, após uma longa demanda judicial com Elisha Gray, que havia entrado com o mesmo pedido, no mesmo dia, algumas horas antes. Entretanto, a primazia de Graham Bell torna-se historicamente indiscutível quando, no dia 10 de março de 1876, um outro acidente marca definitivamente o nascimento do telefone. Bell, ao limpar a bateria durante uma experiência, quando os aparelhos estavam ligados na sala dele e de Watson, sem querer derrubou um pouco de ácido na roupa e, ao lhe pedir ajuda, o colega o escutou límpida e surpreendentemente do outro lado da linha, em sua sala. Outra figura singular do século XIX foi nosso imperador Dom Pedro II, pelo espírito inovador, humanista e constantemente interessado nas ciências e em recentes invenções tecnológicas que surgiriam naquela época. Devido à sua extrema Alexander Graham Bell (Ver vídeo: Telefone, a revolução de Graham Bell) Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo, Escócia, a 3 de março de 1847 e foi uma grande personalidade do século das invenções. Devido ao seu espírito criador, além de desenvolver o telefone e ser profundo estudioso sobre surdos-mudos, era professor do método de ensino de surdos desenvolvido por seu pai; pesquisou, criou e aprimorou muitas invenções, em variadas áreas de atu- ação. Inventou o disco de cera ou plástico, para gravação sonora, aprimorando o fonógrafo. Criou as primeiras sondas tubulares para exames médicos. Construiu o “colete a vácuo”, uma forma primitiva de pulmão-de-aço. Desenvolveu um sistema de localização de icebergs. Foi um dos precursores na descoberta do raio laser. Inventou o fotofone, sistema de mensagens por meio de raios luminosos. Construiu os barcos mais velozes de seu tempo e, até mesmo, descobriu e classificou uma curiosa raça de carneiros. O imperador Pedro de Alcântara, da Casa de Bragança (Dom Pedro II, do Brasil), filho de Dom Pedro I e da imperatriz Leopoldine Von Habsburg, nasceu em 1825 e faleceu em 1891. Detentor de vasta cultura, viajava muito e mantinha contatos com diversas entidades de ensino e pesquisa no mundo inteiro. Sua curiosidade e atitude, diante das mais recentes invenções tecnológicas de seu tempo, transformaram-no em um monarca com grande poder incentivador das novas tecnologias e responsável pela visionária implantação do sistema telefônico brasileiro. No dia 15 de novembro de 1879, autorizaria a primeira concessão para a exploração dos serviços telefônicos, em favor da Bell Telephone Company, inaugurando um novo Brasil voltado para o mundo. Foi uma figura fundamental para a inclusão do país no universo das telecomunicaçõese das novas descobertas científicas. O professor Elisha Gray, de Chicago (EUA), pesquisava a invenção do telefone ao mesmo tempo que Graham Bell, com projeto muito semelhante. Sem que ambos soubessem das pesquisas um do outro, Gray descobre um meio de, através dos fios elétricos, transmitir os sons de um piano para a sala de um concerto, numa distância de 2,4 milhas. O aparelho inventado por Gray, que ele chamou de telephonio, era dividido em três partes: um instrumento que transmitia os sons, os fios condutores e o aparelho que recebia os sons transmitidos. O professor tinha todos os méritos para conseguir a patente da invenção, pois nos anos de 1874 e 1875 seus princípios e projetos eram até melhores que os de Bell, mas estudiosos acreditam que lhe faltou um pouco mais de persistência, sorte e um modelista talentoso como Thomas Watson. 0606_cad_historia.indd 16 6/7/07 1:15:39 PM >1� curiosidade, viajava muito – até mesmo para países exóticos –, além de freqüentar os mais importantes eventos mundo afora, como as grandes exposições internacionais, nas quais eram apresentadas as últimas descobertas em áreas totalmente diversas. Em 25 de junho de 1876, durante a Exposição Universal, comemorativa do primeiro centenário da independência dos Estados Unidos, na Filadélfia, Dom Pedro II foi convidado por Alexander Graham Bell para conhecer o aparelho elétrico chamado de “máquina falante”. Nessa apresentação Bell, em uma das extremidades do fio, e Dom Pedro na outra, a uma distância de 150 metros, pronunciou a seguinte frase: “To be or not to be!” Surpreendendo a todos os presentes, o imperador exclamou: “My God, it talks!” [Meu Deus, isto fala!] Essa foi a primeira ligação telefônica realizada em público, tendo nosso monarca como interlocutor e testemunha da admirável descoberta. A credibilidade desse diálogo consagrou a invenção do telefone, em uma exposição onde a maior expectativa se concentrava na máquina de fazer pipoca! Nesse mesmo ano, Graham Bell – que antes da exposição internacional já compartilhava com nosso monarca o interesse nos estudos dos surdos-mudos – presenteou Dom Pedro II com dois aparelhos telefônicos, que passaram a ser utilizados entre o Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, e o Palácio da Rua Primeiro de Março, o Paço Imperial. Curiosa e ironicamente, nesse mesmo ano, um homem era detido em Nova York acusado de extorquir ignorantes e supersticiosos. Exibia um aparelho que, segundo ele afirmava, podia transmitir a voz humana a qualquer distância, por meio de fios metálicos, até a outra extremidade da linha. Assim, podemos perceber que o telefone de Graham Bell, um ano depois de sua grande descoberta, ainda era considerado uma brincadeira – e seu inventor, um excêntrico. Na Itália, já passados uns dez anos da criação do telefone, Guglielmo Marconi iniciaria suas pesquisas com as experiências do físico Hertz, que descobrira a possibilidade de transmitir a eletricidade entre dois pontos, sem o uso de fios. De forma obstinada, Marconi dedicou-se a provar que o telégrafo sem fios era possível e, em 1901, comprova sua teoria: a radiotelegrafia transmite os três pontos que simbolizavam a letra “S” do código Morse, sem o auxílio de cabos. Em plena era das invenções, as pesquisas e descobertas tinham pouca visibilidade. Num mundo em que os meios de comunicação ainda permaneciam atrelados ao cavalo ou dependiam dos navios a vapor e dos poucos trens que circulavam entre pequenas distâncias, anos se passavam sem que as novidades chegassem ao grande público. Muitas vezes, as descobertas de alguns eram efetivamente paten- teadas por outros, até mesmo anos depois. Esse foi o caso do padre gaúcho Roberto landell de Moura, grande conhecedor da eletricidade, mas que vivia em um país ainda distante dos méritos públicos para seus inventores. Entre 1893 e 1894, o cientista concluiu experiências tão avançadas quanto as que Marconi realizaria somente dois anos depois. Hoje em dia, através de seus desenhos e esquemas, fica comprovado que é dele a invenção da válvula de três pólos (triodo), com a qual era possível modular uma corrente elétrica e transmiti- la, sem fios, a longas distâncias. Porém, é atribuída ao engenheiro norte-americano Lee De Forest a invenção que possibilitou, ao longo do século XX, as transmissões de rádio, telefonia de longa distância, televisão, áudio de alta-fidelidade, comunicações em ondas curtas e microondas. A vida do padre Landell, como cientista e religioso, tornou-se insustentável no Brasil, devido à incompreensão da grande maioria que o considerava um lunático, bruxo e diabólico. Em 1901, ele arquivou no Serviço de Patentes dos Estados Unidos – para onde se mudara – três inventos originais: um transmissor de ondas, um tipo especial de GUGLIELMO MARCONI, físico e inventor da radiotelegrafia, nasceu em Bolonha, Itália, no dia 25 de abril de 1874. Suas pesquisas derrubaram a teoria de que a telegrafia sem fio estaria limitada a pequenas distâncias, por causa da curvatura da Terra. Ganhou o Nobel de Física, em 1909. E curiosamente, foi o responsável pela iluminação do Cristo Redentor, através de um sinal enviado por rádio, de uma central em Roma ao Rio de Janeiro, no dia de sua inauguração em 1931. Faleceu no dia 19 de julho de 1937 em Roma, Itália. Padre Roberto Landell de Moura HOJE: “É impressionante como esse homem vivia adiante de sua época. Há afirmações, em suas patentes, relacionadas com o moderno sistema de microondas. É uma combinação exata da rede de telefonia – que já era bem desenvolvida no final do século passado – com as ondas hertzianas, o que é completamente original.” (Nilo Ruschel e Homero Simon, professores do Departamento de Engenharia da PUC) SIQUEIRA, Ethevaldo. Três momentos da História das Telecomunicações. São Paulo: Dezembro Editorial, 1999 linha do tempo: 1900 O dirigível Zeppelin faz seu primeiro vôo linha do tempo: 1893 O padre Landell de Moura realiza, em São Paulo, as primeiras transmissões da voz humana em telefonia sem fio, no mundo. linha do tempo: 1895 É feita a primeira experiência de rádio, pelo italiano Guglielmo Marconi, e um ano depois ele obtém a patente de sua invenção. 0606_cad_historia.indd 17 6/7/07 1:15:40 PM >1� telégrafo sem fios e um modelo pioneiro de telefone sem fio. De volta ao Brasil, alguns anos depois, não encontrou apoio para demonstrar sua experiência com navios da Marinha de Guerra, no Rio de Janeiro. O pedido foi arquivado, com o seguinte parecer: “A Marinha tem coisas mais importantes a fazer, do que se submeter a experiências de padres malucos.” Dessa forma, a genialidade do pioneiro padre não só foi repudiada, como também incompreendida por seus contemporrâneos, até o século XX. Outro grande personagem das telecomunicações no país foi Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon. Nascido em Cuiabá a 5 de maio de 1865, era descendente de índios por parte dos bisavós (maternos e paternos), e ainda muito jovem entrou para o Exército brasileiro. No Rio de Janeiro, formou-se em Ciências Físicas e Naturais e em Matemática, sendo convocado, em 1890, para trabalhar na construção da linha telegráfica que uniria Goiás a Mato Grosso. Em 1900, encarregado de construir 1.800 quilômetros de linhas telegráficas, interligaria as localidades de Cuiabá, Aquidauana, Porto Murtinho e Cáceres; e, mais tarde, a linha entre Cuiabá e o Acre, atravessando 1.700 quilômetros de Floresta Amazônica. Sendo Rondon, além de humanista, descendente de índios, na imensidão das nossas terras, ao construir linhas telegráficas num país onde ainda não havia regras de conduta que respeitassem os diferentes povosda floresta, procurou pacificar e valorizar a existência desses habitantes nos territórios que desbravava. Com esse intuito, fundou em 1910 o Serviço de Proteção aos Índios, tornando-se o primeiro diretor, mas nunca abandonando a função de construir linhas telegráficas pelo Brasil adentro. A história das telecomunicações no Brasil é um caminho povoado de contradições. Por um lado, tivemos um imperador visionário, que incentivou a pesquisa e a descoberta de tecnologias muito avançadas para a época, como o próprio aparelho de Graham Bell instalado em sua residência. Em contrapartida, não valorizávamos nossas próprias desco-bertas, condenando ao ostracismo inventores como o cientista e padre Roberto Landell de Moura. Nesse mesmo ritmo contraditório, avançamos o século XX percorrendo altos e baixos no processo de desenvolvimento das telecomunicações e, por conseguinte, da telefonia nacional. Apesar de haver, desde 1877, um par de telefones que comunicavam o Palácio de São Cristóvão ao Paço Imperial, somente dois anos depois foi feita a primeira concessão para o estabelecimento de uma linha telefônica no Rio de Janeiro. Entre 1879 e 1890, as concessões das linhas telefônicas, em qualquer ponto do Brasil, eram feitas pelo Governo Imperial e, mais tarde, pelo Governo Provisório. Somente a 24 de fevereiro de 1891, depois da Proclamação da República, os serviços telefônicos foram completamente modificados e divididos em municipal, intermunicipal, estadual, interestadual e federal. No início, não havia números: um aparelho era conectado apenas a um outro. Tempos depois surgiriam as centrais com mesas telefônicas, que por possuírem várias linhas e assinantes, permitiam o acesso a diversos nomes a partir de um mesmo aparelho. Porém, era necessário o auxílio da telefonista, que conectava o cordão ao ponto de quem chamava, ouvia seu pedido e fazia a ligação com o número (ou nome), girava a manivela, o telefone tocava no outro lado da linha e, finalmente, podia-se falar! Nas primeiras décadas do século XX, o processo de desenvolvimento caminhava em plena ascensão, apresentando uma rápida expansão da telefonia brasileira que, então, ultrapassava 160 mil aparelhos instalados em todo o país. Todavia, continuavam os problemas técnicos a serem resolvidos, junto às crescentes demandas de assinantes e, conseqüentemente, de uma maior quantidade de cabos, além de postes mais altos linha do tempo: 1906 Santos Dumont realiza o primeiro vôo em um aparelho mais pesado que o ar, o 14-Bis. Em 1956, a Conferência Nacional do Trabalho, realizada em Genebra, aprovou o modelo brasileiro de proteção aos índios, elaborado pelo Marechal Rondon, como padrão mundial. MAREChAL RONDON, considerado Patrono das Comunicações, por seu trabalho pioneiro de construir 4.502 quilômetros de linhas telegráficas no oeste do Brasil, conectando Rio de Janeiro e São Paulo à Amazônia. Por isso, na data de seu nascimento é comemorado o Dia Nacional das Comunicações. >>> resenet.com.br/marechalrondon.htm o telefone no brasil www.sobresites.com/telefonia/ historiadotelefone.htm www.museudotelefone.org.br/ www.bricabrac.com.br/fset_telefone.htm www.anatel.gov.br/biblioteca/ publicacao/museu_telefone/ apresentacao.asp linha do tempo: 1877 O fonógrafo e a lâmpada incandescente são criados por Thomas Edison. linha do tempo: 1865 Início da Guerra Brasil - Paraguai SIQUEIRA, Ethevaldo: Três momentos da História das Telecomunicações. São Paulo: Dezembro editorial, 1999. pg 37. linha do tempo: 1878 Surge a profissão de telefonista, inicialmente composta por rapazes, na primeira central telefônica – uma mesa com oito linhas para 21 assinantes –, em Connecticut (EUA). Porém, ao final desse mesmo ano, eles foram substituídos por moças, que atendiam mais satisfatoriamente aos requisitos exigidos pela profissão: voz e paciência, que somente as mulheres poderiam oferecer. Assim, a profissão de telefonista já ao nascer tornou-se, quase que imediatamente, mais direcionada ao sexo feminino. 0606_cad_historia.indd 18 6/7/07 1:15:41 PM >19 para sustentá-los. Assim, o desenvolvimento da telefonia, para cumprir com essas novas demandas e o avanço da tecnologia, culminou na construção de dutos sob a terra, recebendo os novos cabos – agora, subterrâneos. Durante quase um século, a comunicação elétrica foi transportada através de milhares de pares de fios, em tubos de chumbo que atravessavam o subsolo das cidades. Tecnicamente, essas transmissões foram se aperfeiçoando e os tubos de chumbo sendo substituídos pelo uso de cabos coaxiais. Estes, eram feitos de cobre e transportavam, no seu interior, os canais de voz. Mais tarde, surgiram as fibras ópticas, que revolucionaram a comunicação eletrônica, acelerando ainda mais a velocidade das ligações. As primeiras, foram produzidas pelos japoneses em 1969 e, na década seguinte, já eram usadas nos Estados Unidos, chegando ao Brasil apenas em 1984. Hoje em dia, as fibras ópticas cortam as cidades e atravessam oceanos, permitindo a multiplicação do número de chamadas telefônicas, o envio de vídeos e mensagens eletrônicas, numa velocidade jamais imaginada pelos pioneiros das telecomunicações. Entretanto, durante o período que vai de 1920 a 1960, o desenvolvimento das telecomunicações prosseguiu em ritmo lento. A estagnação da infra-estrutura para os serviços de telefonia, telex, telegrafia, comunicações internacionais e radiocomunicação revelavam uma precariedade insustentável. A Companhia Telefônica Brasileira (CTB), devido à deficiência de seus serviços, viria a sofrer intervenção do Governo João Goulart no início da década de 1960. Somente depois da criação do Código Brasileiro das Telecomunicações, em 1962, quando o país formularia uma política nacional para o setor, é que começaríamos a nos recuperar do atraso. Em 1969, era inaugurada a primeira estação de comunicação via satélite; em 1971, surgia a primeira central internacional semi-automática do país; e quatro anos depois, o serviço de discagem direta internacional (DDI). Em um país praticamente mudo na área de telefonia, a institucionalização dos nossos meios de comunicação promoveu a modernização e estruturação do sistema. Para isso, passamos a contar com o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel) – que funcionava como órgão executivo e regulador, até a criação do Ministério das Comunicações – e a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), responsável pela implantação do sistema básico (conjunto de troncos de microondas de longa distância) e pelas comunicações internacionais. A Embratel foi criada em setembro de 1965, para Era um tempo de pouca privacidade. As telefonistas, cercadas de cordões, acompanhavam cada conversa e, ao final, desligavam o circuito. Cada telefonista atendia, no máximo, 200 assinantes. (Extraído do vídeo Telefonistas e muitas histórias.) O primeiro telefone do Rio Janeiro foi instalado na casa comercial O Grande Mágico, que vendia novidades mecânicas e aparelhos elétricos, no Beco do Desvio (hoje, Rua do Ouvidor). No início, esse aparelho ligava a loja com o quartel do Corpo de Bombeiros; depois, com a Chefia de Polícia; e mais tarde, com o Jornal do Commercio. A Chefia de Polícia, posteriormente, se tornou o primeiro “centro” telefônico da Corte. linha do tempo: 1885 Surge na Suécia o monofone, aparelho com uma única peça (bocal e fone), inventado por Lars M. Ericsson, sendo industrializado apenas em 1892. linha do tempo: 1886 Invenção do primeiro automóvel de quatro rodas, por Gottlieb Daimler, engenheiro alemão, que usou um motor em uma carruagem de tração animal. linhado tempo: 1887 Invenção da motocicleta. linha do tempo: 1888 É lançada a primeira câmara fotográfica portátil do mundo. Fim da escravatura no Brasil. linha do tempo: 1889 É instalado o primeiro telefone público do mundo, nos Estados Unidos. Independência do Brasil, que passa da Monarquia para a República. linha do tempo: 2007 “Falta fibra óptica no mercado mundial. Os produtores mundiais de fibra óptica não estavam preparados para a explosão de consumo de serviços de telecomunicações ocorrida nos últimos três anos. O resultado é que a fibra óptica disponível hoje não é suficiente para atender à demanda do mercado.” >>> extraído do site http://www.terra. com.br/reporterterra/fibra/capa.htm linha do tempo: 1962 No dia 10 de julho, o primeiro satélite mundial de telecomunicações (Telstar I) é posto em órbida, nos Estados Unidos. Dias depois, faz suas primeiras transmissões televisivas entre os EUA e a Europa. linha do tempo: 1969 No dia 29 de julho, o homem chega à lua, na Missão Apollo 11. linha do tempo: 1971 A Arpanet (Advanced Research Projects Agency Network), que originou a Internet, já conta com 23 provedores, conectando universidades e centros de pesquisas do governo dos Estados Unidos. 0606_cad_historia.indd 19 6/7/07 1:15:42 PM >20 atender às crescentes necessidades do mercado, tendo em vista que os serviços de telecomunicações se tornavam cada vez mais amplos e complexos. O objetivo era instalar e explorar os grandes troncos nacionais de microondas, integrantes do Sistema Nacional de Telecomunicações, e suas conexões com o exterior. O primeiro sistema de microondas da América Latina foi inaugurado entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Em 1967, seria criado o Ministério das Comunicações e, em 1972, a Telecomunicações Brasileiras S/A. (Telebrás), que acumulou a função de explorar os serviços de telecomunicação, além de tornar-se responsável pelo funcionamento de todo o sistema no Brasil. Nessa época, as telecomunicações brasileiras se expandiriam vertiginosamente. As comunicações telefônicas e telegráficas, então exploradas por empresas estrangeiras, não atendiam às demandas do país e seriam assumidas pela Embratel em 1973, que passaria a monopolizar a exploração dos serviços internacionais. Em 1975, a empresa criava a discagem direta a distância (DDD) e a discagem direta internacional (DDI); já a Telebrás absorveria mais de 900 pequenas concessionárias municipais e particulares, em 27 operadoras estatais. Ainda na década de 1970, a televisão também receberia forte incentivo governamental que viria contribuir para a expansão e o desenvolvimento de um meio de comunicação até então pouco explorado. Investindo em modernas tecnologias e buscando impulsionar o novo veículo que vinha alicerçando suas bases – ainda que timidamente –, o governo brasileiro passaria a apoiar também o setor. Expandindo-se técnica e comercialmente, o mundo do entretenimento e da mídia televisiva no Brasil cresceria numa velocidade Entretenimento e informação ganham um novo veículo no Brasil, com o nascimento da primeira emissora de rádio no país, em abril de 1923: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Porém, consta que a primeira transmissão de rádio teria sido realmente feita sete meses antes, por ocasião das comemo- rações do Centenário da Independência, em 1922, quando o discurso do presidente Epitácio Pessoa, pronunciado no Rio de Janeiro, foi retransmitido para São Paulo, Petrópolis e Niterói. A radiodifusão no Brasil, apesar dos inúmeros pro- blemas e dificuldades, proporcionou ao país grandes conquistas e benefícios na informação e na integra- ção cultural e política, além de construir, ao longo dos anos, uma verdadeira consciência de nação. Durante as décadas de 1920 e 1930, surgiram novas emissoras que se multiplicaram e consolidaram o pa- pel do rádio como importante veículo de comunica- ção e entretenimento doméstico. O radiojornalismo, os programas humorísticos e musicais, as primeiras radionovelas e as transmissões esportivas selaram uma época de grande valor cultural e artístico na nossa História, atingindo seu ápice no final dos anos 1940, início de 1950. Alguns dos nossos grandes com- positores e intérpretes mais famosos, como Noel Rosa, Francisco Alves, Lamartine Babo, Orlando Silva e outros tantos, iniciaram suas carreiras nas rádios dos anos 1930. Depois do novo evento, o cotidiano das casas brasileiras havia se transformado por completo. Ainda na época áurea do rádio (anos 1950), nasceria em São Paulo a TV Tupi, ou PRF-3 TV, canal 3, de Assis Chateaubriand. Assim, a TV brasileira começava a dar seus primeiros passos, emocionando, infor- mando, arrebatando e unificando uma nação inteira através de imagens e sons. O percurso da humani- dade, acompanhado pelo telejornalismo, era de um impacto jamais sentido no cinema, nem tampouco no rádio. O mundo se comunicava instantanea- mente, através da tela, deixando em êxtase seus es- pectadores com os fatos históricos marcantes, como a chegada do homem à Lua; ou mesmo as aflições e a angustiante ansiedade durante os jogos da Copa do Mundo. Era o fim das distâncias, determinado pela nova Era das Telecomunicações, que por mais de meio século vem produzindo uma incrível gama de comunicadores, como J. Silvestre, Silvio Santos, Chacrinha, Jô Soares e tantos outros que deixaram sua marca no mundo do entretenimento e da infor- mação no país. O mundo do entretenimento: rádio e TV linha do tempo: 1973 Nos Estados Unidos é registrada a primeira ligação de um telefone celular, pelo pesquisador Martin Cooper. Seis anos depois era lançado, em Tóquio, o sistema precursor dos atuais celulares. linha do tempo: 1967 é realizado o primeiro transplante de coração humano 0606_cad_historia.indd 20 6/7/07 1:15:42 PM >21 absurda, até a década seguinte. Em 1972, a televisão a cores chega ao país. Contudo, o caminho do desenvolvimento tecnológico – em conseqüência da estagnação econômica e da inflação dos anos 1980 – novamente entra em declínio, inclusive na área da telefonia, cujo sistema começa a ruir com a demanda não atendida. Somente ao término da década de 1990, com a implantação de um modelo econômico neoliberal e a onda de privatizações das estatais, surge uma retomada na modernização que seria impulsionada pela competitividade do setor. Em 1997 é sancionada, pelo Presidente da República, a Lei Geral das Telecomunicações, regulamentando a quebra do monopólio estatal; autorizando o governo a privatizar todo o Sistema Telebrás e criar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com a função de órgão regulador. Submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, a agência se torna uma entidade da Administração Pública Federal indireta. Em seguida, de acordo com a nova Lei Geral das Telecomunicações, vem a privatização do Sistema Telebrás, que seria dividido em 12 empresas: três, de telefonia fixa; oito, de telefonia móvel; e a Embratel, como operadora de longa distância. No ano seguinte, entram em vigor os novos códigos das prestadoras de longa distância (interurbano) e das operadoras de telefonia fixa. Retroagindo um pouco no tempo, ainda no princípio dos anos 1990 aconteceria a maior revolução na história da telefonia no Brasil: o sistema móvel dos telefones celulares. Sua primeira transmissão foi no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Cada aparelho pesava meio quilo e era carregado em baterias de carro – por isso, passaram a ser chamados de telefones móveis. Embora a primeira ligação de um aparelho que deuorigem aos celulares modernos tenha ocorrido em 1973, nos Estados Unidos, as pesquisas desse novo sistema foram iniciadas e motivadas pelas demandas dos tempos de guerra, nos longínquos anos 1940, nesse mesmo país. E o resultado dessas pesquisas surgiu com um aparelho que pesava 40 quilos! Somente em 1979 foi lançado, em Tóquio, um sistema precursor do usado hoje e, em 1983, entrava em operação o primeiro sistema comercial norte-americano. A forma mais comum de conectar um usuário à central telefônica, em todo o mundo e até bem pouco tempo, era através do fio metálico. Durante muitos anos o sistema de rádio era usado pelas companhias telefônicas para interligar assinantes que se encontravam bem distantes das centrais ou em locais de difícil acesso. Assim como recebemos sinais de TV e rádio, recebemos também sinais de voz em freqüência – ao invés de usar o fio metálico –, permitindo que estes sinais sejam enviados e recebidos de automóveis e pessoas em movimento. Na comunicação móvel primordial, os sistemas eram de baixa qualidade devido à tecnologia existente, provocando sérias limitações em função da ocupação do espectro de freqüências. Ou seja, a comunicação móvel não suportava grande quantidade de ligações, devido a interferências. Porém, com a evolução tecnológica e o crescimento da procura por esse tipo de serviço, a telefonia móvel celular passou por um acelerado processo de desenvolvimento. A partir daí, a revolução do sistema d transformou rapidamente um único aparelho, idealizado somente para enviar e receber ligações sem o auxílio de fios, em um instrumento de comunicação que engloba, em si, diferentes meios de comunicação do mundo contemporâneo. Os novos “aparelhos telephonicos”, que permitem receber e enviar e-mails, acessar Internet, criar planilhas, digitar textos, tirar e enviar fotos, gravar vídeos, ouvir música, jogar, despertar, calcular etc., mudaram profundamente os hábitos de nossa sociedade. Agora, possuímos um pequeno instrumento capaz de invadir nosso mundo privado e, ao mesmo tempo, proporcionar o deslocar-se no tempo e no espaço com grande liberdade. Os diversos meios de comunicação hoje existentes, propondo novos acessos a informações e diversificadas linguagens, produzem novos hábitos, condutas, trocas e relacionamentos entre as pessoas, em uma velocidade alucinante, como é o exemplo da transformação do universo da d Curiosidades na página 23 linha do tempo: 1972 Primeiros telefones públicos instalados no Rio de Janeiro e em São Paulo. linha do tempo: 1992 O telefone público, a cartão indutivo, foi lançado durante a Eco-Rio 92. O novo sistema não só reduziu os gastos das concessionárias, como facilitou a vida dos usuários. linha do tempo: 1990 A Nasa, agência espacial norte- americana, lança o telescópio espacial Hubble, com a missão de fotografar os limites do universo 0606_cad_historia.indd 21 6/7/07 1:15:43 PM >22 Internet em apenas sete anos: MSN, Orkut, blogs, telefonia via Internet etc. Essas novas linguagens tecnológicas começaram a surgir em 1971, quando cientistas da Intel inventaram o microprocessador, circuito integrado formado por numerosos e minúsculos componentes, montados sobre uma pastilha de silício que executa as funções de uma unidade central de processamento (CPU). Essa pastilha, conhecida internacionalmente como chip, armazena “inteligência” e está presente nos serviços telefônicos, computadores, videocassetes e CDs, bem como no videodisco interativo, na televisão digital de alta definição e nas novas gerações de antenas parabólicas, que captam mais de uma centena de canais de TV via satélite, de recepção direta. No Brasil, a evolução tecnológica das telecomunicações começa a se fazer presente a partir de 1990, principalmente no final da década. Surgem, então, os satélites de órbita baixa, menores e mais econômicos, revolucionando a comunicação via telefone celular. Estes satélites, conhecidos pela sigla LEOS (Low Earth Orbit Satellite), são responsáveis pelos sistemas de comunicação pessoal de âmbito mundial. Além de permitirem a retransmissão de programas da televisão brasileira para qualquer localidade do país e da América Latina, eles abrem novas perspectivas para a comunicação telefônica, transmissão de dados, fax, Internet e muitos outros serviços especializados. A evolução tecnológica tem continuidade com a criação de antenas destinadas à captação de programas de TV via satélite, de recepção direta, que são transmitidos em freqüências muito altas. E hoje, com o advento da televisão digital de recepção direta, a DDBS (Digital Direct Broadcasting Satellite), será possível transmitir imagens de alta definição, com nitidez comparável a de um filme no cinema ou um som estereofônico com a qualidade de um CD. A digitalização é o maior avanço das comunicações no século XXI, pois é capaz de unificar as redes de computadores e as redes de faixa larga, utilizando uma única linguagem que transmite, exclusivamente, bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos e gráficos. A Internet é a primeira realidade na prática dessa linguagem. A digitalização das telecomunicações torna possível abranger a eletrônica profissional e a do entretenimento. Devido à possibilidade de transmissão de um volume muito maior de informações, a comunicação digital permite a criação de redes de serviços integrados de voz, dados e imagens, ou seja, telefone, telex, fac-símile, teleprocessamento, bancos de dados, serviços de videoconferência, videotexto e televisão. (indicar o vídeo 30) No romper do novo milênio, São Paulo alcançava a marca de 8 milhões de telefones fixos instalados, enquanto o avanço tecnológico continuava sua rápida escalada rumo ao universo das novas tecnologias da comunicação. Em 2000 seria introduzida a tecnologia ADSL (Asymmetrical Digital Subscriber Line), que possibilitaria enviar e receber dados e imagens em altíssima velocidade. Além disso, tem início a implantação do serviço de Internet banda larga e a operação do sistema Emergia, cabo submarino de fibra óptica, que conecta Buenos Aires a São Paulo – primeira parte da rede de 23 mil quilômetros, que vai interligar as três Américas através de uma conexão de banda larga, para transmissão à velocidade da luz. O Brasil do século XXI absorve o ritmo acelerado das novas descobertas tecnológicas e suas inúmeras possibilidades de comunicação, gerando uma nova realidade nacional, embora globalizada, em que alguns setores da sociedade interagem ativa e criativamente na contemporaneidade, franqueando ao mundo nosso valor artístico, cultural e científico. As questões relevantes, diante dos meios de comunicação atuais, remetem sistematicamente à necessidade de uma escolha individual, crítica e consciente. As novidades tecnológicas que surgem diariamente no nosso cotidiano são, muitas vezes, absorvidas com extremo entusiasmo ou grandes rejeições. Entretanto, a evolução tecnológica anuncia sempre a chegada do futuro no presente, que precisa ser aceito, avaliado e incorporado ao dia-a-dia, como um desafio individual e coletivo para, efetivamente, contribuir na evolução das relações humanas com seu habitat e no conviver em sociedade. 0606_cad_historia.indd 22 6/7/07 1:15:43 PM >23 Bibliografia BARROS, Marcello Guimarães. História das Telecomunicações. Maceió: Edições Catavento, 2006 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, Volume 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995 LÉVY, Pierre. Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget, 1997 LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993 ROSA, Jorge [editor responsável]. Brasil, a nova era das comunicações. Publicação da AgênciaNacional de Telecomunicações (Anatel) RUIZ, Roberto. O Telefone, uma das mais simples e fabulosas criações do engenho humano. Celta Editora e Publicidade, 1973. Edição comemorativa do 50º aniversário de fundação da Companhia Telefônica Brasileira SIQUEIRA, Ethevaldo. A Eterna busca da liberdade. Brasil: 500 anos de comunicações. São Paulo: Dezembro Editorial, 2000 SIQUEIRA, Ethevaldo. Três momentos da História das Telecomunicações no Brasil. São Paulo: Dezembro Editorial, 1999 • Quando algum som é emitido, ele se propaga na forma de ondas que fazem vibrar as moléculas à sua volta. Essa vibra- ção, transmitida de uma molécula a outra, é percebida por nossos ouvidos pela membrana tímpano. Os sinais sonoros emitidos são transformados em impulsos elétricos e seg- uem seu caminho até o cérebro, onde são traduzidos em sons. E assim, ouvimos! • Quando alguém fala ao telefone, sua voz é transformada em ondas elétricas que podem ser transmitidas por cabos ou satélites até o receptor, do outro lado da linha. • Basicamente, o telefone é composto de cinco elemen- tos: o transmissor, ou microfone, fica no bocal; o recep- tor, onde se escuta; o gancho, para ligar e desligar o aparelho; a campainha avisa a chamada; e o teclado, ou disco, identifica o número que se quer falar. • O transmissor funciona como uma espécie de ouvido elétrico, ou seja, nele existe um diafragma feito de um fino metal e nos microfones tradicionais há finos grãos de carvão. Ao falar, a voz pressiona o diafragma, movendo-o para a frente e para trás. O diafragma comprime os grãos de carvão, provocando a variação da corrente elétrica. Quando se fala alto, os grãos são comprimidos com mais força, ficando mais fácil a passagem da corrente; e o contrário ocorre quando se fala baixo. Os grãos são parte de um cir- cuito elétrico que funciona à bateria. As ondas elétricas são enviadas para uma central que, por sua vez, as enviam ao receptor do outro lado da linha. • O receptor funciona como uma boca elétrica, com um diafragma de metal. Os sinais elétricos, ao passarem por um ímã, fazem o diafragma se mover de acordo com a força da corrente. Esse movimento produz um deslocamento de ar e a pessoa ouve o que está sendo dito. • Os telefones celulares são assim denominados devido ao sistema celular de funcionamento. Trata-se de um sistema cuja tecnologia é aplicada para conseguir melhores resul- tados no emprego das freqüências de rádio disponíveis, ou seja, aquelas que não são usadas pelo rádio ou pela TV. As freqüências são reutilizadas a distâncias relativamente curtas como, por exemplo, dentro de uma mesma região metropolitana. • A reutilização de freqüências funciona da seguinte forma: uma determinada área de atendimento é dividida em célu- las em formato hexagonal – com seis lados – que possuem, cada uma delas, um conjunto de freqüências diferentes da área vizinha. Assim, as células próximas podem usar uma mesma freqüência, sem que haja interferência. Uma vez estabelecida a ligação, o usuário pode se deslocar para qualquer ponto, que a mudança de uma célula para outra será automática. • As fibras ópticas são muito usadas na telefonia atual e na Internet. São finos fios feitos de sílica, silicone, vidro, náilon ou plástico, materiais dielétricos (isolantes elétricos) e transparentes, para a faixa do espectro da luz visível e infravermelha. A voz é, primeiramente, transformada em sinais elétricos e convertida, em seguida, em impulsos de luz. No interior dos cabos (ocos), raios laser levam a informação até a outra ponta, onde a luz é convertida novamente em som, e tudo isso numa fração de segundos! Pois, em sua espessura de um fio de cabelo, essas fibras têm taxas de transmissão até 10 mil vezes maiores que as de microondas; e 1 milhão de vezes superiores às de cabos de metal. (visite http://www.terra.com.br/reporterterra/fibra/capa. htm) • A digitalização das telecomunicações impõe uma única linguagem, capaz de unificar as redes de computadores e as redes de faixa larga que transmitem, exclusivamente, bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos e gráficos. A Internet é a primeira realidade na prática dessa linguagem. Com a digitalização de todas as formas de co- municação, todos esses sinais se transformaram em bits. “Bit” é a abreviatura da expressão “Binary Digit”, a menor unidade de informação. (visite pt.wikipedia.org/wiki/Bit , www.meiobit.com/ ) Curiosidades d 0606_cad_historia.indd 23 6/7/07 1:15:43 PM >24 01. As grandes invenções Faixa etária: a partir de 7 anos Propostas de Atividades O professor deve fazer uma pesquisa e escolher algumas imagens das grandes invenções, datas e informações para essa primeira fase. Primeira fase Debate: A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda. E o professor começa o debate lendo a frase abaixo. Seria interessante escrevê-la em um cartolina grande e deixar à vista durante toda a atividade. “Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram.” Alexandre Graham Bell ...................................................................................................................................... para refletir e disCutir Com o grupo . O que você acha da frase de Graham Bell? . O que ele quer dizer quando fala para não andarmos pelo caminho que já está traçado, conhecido? . Aonde você acha que ele queria ir? . Vocês sabem o que ele fez, aonde ele foi na vida? . O que é um inventor? . Vocês conhecem alguma grande invenção que mudou o dia a dia das pessoas? Incentivar que todos participem e depois perguntar : Qual seria a primeira? E quais vieram depois? Tentar construir uma cronologia e depois fornecer as informações corretas. No final do debate o professor apresentaria as imagens e as informações da pesquisa, explorando as transformações que ocorreram ao longo dos séculos até chegar a vida que levamos hoje. Hoje em dia, no mundo tecnológico, existem realidades cotidianas diversas. O tempo das invenções é relativo, pois cada local dependendo de seu desenvolvimento tecnológico está em tempo e, conseqüentemente, num cotidiano diferente. Países ricos costumam ser os primeiros a incorporarem a seu cotidiano as ultimas invenções criando um mundo totalmente diferente dos que não tenham acesso à estas. Mesmo em um só país, como o nosso, há cidades onde o cotidiano se parece muito com o dos países ricos, como São Paulo, mas existem outras cidades, ou lugarejos distantes, onde o tempo das descobertas parece que parou. No fechamento do debate seria interessante incentivar questões deles sobre os assuntos discutidos e encerrar com algumas perguntas/reflexões sobre o cotidiano de hoje sem as grandes invenções tecnológicas. O que mudaria no seu cotidiano se na sua cidade não tivesse luz elétrica? Como descreveriam um cotidiano de lugares hoje onde não teria televisão, onde o telefone seria um objeto que quase não funciona, o celular não pegaria e muitos poucos conheceriam o que era um computador? 0606_cad_historia.indd 24 6/7/07 1:15:44 PM >25 Segunda fase: Atividade prática individual ou coletiva. (Essa escolha fica a critério do professor diante das possibilidades de cada turma e da disponibilidade dos materiais.) ......................................................................................................................................... proposta: Desenhar algo que tenha a intenção de melhorar a vida de hoje. O objetivo dessa atividade é motivar a reflexão e a criatividade inventiva, onde o aluno é incentivado a criar um invento para em seguida ser construído. Iniciar a atividade com a pergunta/reflexão: O que acham que falta ser inventado ou o que precisaser aperfeiçoado? ......................................................................................................................................... material sugerido: Papel branco tamanho A3, lápis preto 6b ou 4b. Material de sucata para a construção do invento: Rolos de papel higiênico, potes, garrafas e pratos de plástico, papel etc. Algodão, barbante, papel colorido, arame, cola e fita adesiva, tinta guache e/ou pilot e lápis de cera. Primeira fase Debate: Refletir sobre a importância dos profetas, como precursores de uma idéia, um conhecimento, uma invenção, uma atitude nova diante da sociedade e que por sua inovação tenham despertado um novo pensamento, aberto um novo caminho e gerado um novo comportamento humano. A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda onde o professor faz perguntas aos alunos para incentivar o debate. ...................................................................................................................................... para refletir e disCutir Com o grupo . O que seria um profeta? . Vocês conhecem algum? . Quem vocês acham que seria um profeta do passado? . O que ele fez ou falou? . E que importância tem isso hoje? . O que seria um profeta hoje? . E quem hoje poderia ser visto, mais tarde, como profeta no futuro? . Se você fosse um profeta o que diria ou faria? Segunda fase (para jovens a partir de 12 anos) Atividade individual de construção de tópicos para debate. O objetivo dessa proposta é desenvolver a apresentação e sustentação de uma idéia numa discussão em grupo. Visa a elaboração do pensamento crítico reflexivo, individualmente, para que à partir de suas escolhas possam se relacionar com o grupo e trocar idéias. 02. O profeta Faixa etária: a partir de 10 anos 0606_cad_historia.indd 25 6/7/07 1:15:44 PM >26 ...................................................................................................................................... Proposta: Depois de um tempo refletindo sobre o que é um profeta, deve-se escrever em uma folha de papel 3 pessoas que eles consideram “profetas” e justificar. Pode ser de sua escola, seu bairro, sua casa, brasileiros, estrangeiros, do presente ou do passado. E somente depois de todos terem escrito suas escolhas justificativas é que inicia o debate. ...................................................................................................................................... Segunda fase (para jovens a partir de 10 anos) Atividade prática individual Inventar ou contar alguma história atual ou do passado que tenha um visionário, um profeta ou inventor. Pode ser uma redação, ou uma história em quadrinhos. A escolha fica a critério do professor ou da disponibilidade dos materiais. ......................................................................................................................................... material sugerido para história em quadrinhos: Papel A3 branco e papel 40kg para usar tinta guache ou lápis de cera. Pode ser também o Papel A2 com pilot ou lápis colorido. Primeira fase Debate: A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda. E o professor começa apresentando os tópicos para reflexão em forma de perguntas, incentivando todos os alunos a participarem e trocarem entre si suas idéias, reflexões, pensamentos. Cada pergunta abaixo que serve como orientação e estímulo para que outras também que surjam livremente durante o processo e desenvolvimento do projeto. Sem dúvida, a tecnologia criou aparelhos e objetos que possibilitam uma maior comunicação entre as pessoas, mas é importante trazer para o debate o questionamento se essa possibilidade trouxe mais comunicação e entendimento. ...................................................................................................................................... para refletir e disCutir Com o grupo . Quais são os novos instrumentos da tecnologia de comunicação? Cite no mínimo 3.. A comunicação entre as pessoas e entre os povos ou culturas diferentes melhorou com os novos instrumentos?. Como ficou a troca e o entendimento entre as pessoas com os novos avanços nas tecnologias de comunicação? . O que mais dificulta o entendimento entre as pessoas? . A tecnologia pode ajudar, atrapalhar? . Existem objetos que aproximam as pessoas? . Quais seriam? E de que maneira fariam isso?. Existem objetos que afastariam? . Quais seriam? E de que maneira fariam isso? 03. Os novos objetos tecnológicos e a comunicação contemporânea Faixa etária: a partir de 12 anos 0606_cad_historia.indd 26 6/7/07 1:15:44 PM >2� ...................................................................................................................................... Segunda fase Atividade escrita individual. A proposta consiste em escrever um pequeno texto, como se fosse um jornalista que teria um tema à desenvolver para a seção de tecnologia do jornal. O tema seria: “Os novos objetos tecnológicos e a comunicação contemporânea”. E para desenvolver o texto deveria escolher no mínimo 5 aparelhos ou objetos, que surgiram com o avanço tecnológico dos meios de comunicação nos últimos cem anos. Refletindo sobre quais teriam contribuído para diminuir a distância entre as pessoas. E se a comunicação entre elas melhorou? Como e porquê? O objetivo dessa proposta é incentivar a pesquisa no museu, na internet e na escola. O vídeo do museu indicado para essa pesquisa é o “Como funciona o telefone”. Nele é possível encontrar muitas informações sobre as questões formuladas. Os Sites de pesquisa interessantes para o aluno aprofundar na pesquisa estão descritos abaixo: . http://www.terra.com.br/criancas/not50.htm. www.feiradeciencias.com.br/sala12/12_20.asp. www.museudotelefone.org.br/como_funciona8.htm. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2001/fibraoptica/interest.htm Questões a serem pesquisadas pelos alunos (Veja o quadro ‘Curiosidades’ - pág. 23) . Como o som chega aos nossos ouvidos?. Como transmitir sons usando a eletricidade?. Quais são os principais elementos que compõem os telefones?. Como funciona os telefones de hoje? e os celulares?. O que é uma fibra ótica? Qual a sua importância? O Telefone de cordel foi criado pelo físico inglês Robert Hooke em 1667. Suas pesquisas científicas descobriram que o som era feito de ondas que se deslocavam no espaço. Ele, então, inventou um aparelho que consistia em dois copos ligados por um cordão esticado para transmitir o som. Isto é, um dos copos ao emitir o som provocava uma vibração no seu fundo, que em forma de ondas sonoras se propagavam pelo fio esticado, até chegar ao outro copo onde uma vibração semelhante, no fundo deste, permitia à pessoa do outro lado escutar o som emitido no outro copo. Observação : Essa atividade está diretamente ligada a atividade de pesquisa “a técnica do telefone” e pode ser feita depois desta. E seria interessante para os alunos realizarem a atual proposta junto com a apresentação da atividade de pesquisa. 04. Atividade de pesquisa “a técnica do telefone” Faixa etária: a partir de 9 anos 05. Construindo o seu telefone de cordel. Faixa etária: a partir de 9 anos 0606_cad_historia.indd 27 6/7/07 1:15:44 PM >2� No entanto, é necessário destacar, que essa atividade pode ser trabalhada separadamente da atividade de pesquisa citada acima, principalmente para alunos menores de 9 anos. E nesse caso, o professor conversar um pouco com os alunos antes da atividade. ...................................................................................................................................... Primeira fase (crianças/jovens a partir de 5 anos)
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