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HISTÓRIA DAS
TELECOMUNICAÇÕES
HISTÓRIA DAS
TELECOMUNICAÇÕES
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PROGRAMA EDUCATIVO - MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES
COORDENAÇÃO GERAL BIA JABOR | COORDENAÇÃO EXECUTIVA TATIANA ASSUMPÇÃO RICHARD
PROGRAMAS PARA MULTIPLICADORES ADRIANA FONTES | ARTE EDUCADORES ANA RONDON,
EDUARDO MACHADO, HUGO RICHARD, KEYNA MENDONÇA E ROBERTA CONDEIXA
ESTAGIÁRIOS ANITA SOBREIRA, CAROLINA CAMBARÁ E ROSANA DA SILVA
ESTAGIÁRIO DE PRODUÇÃO PABLO MATOS | ASSISTENTE CAROLINA PRESTES
CADERNOS EDUCATIVOS
EQUIPE EDITORIAL ADRIANA FONTES, ALEXANDRE GUARNIERI, ANALU CUNHA E BIA JABOR
CONSULTORES ETHEVALDO SIQUEIRA, FRANCISCO RÉGIS LOPES RAMOS, JOÃO FONSECA, JOÃO MODÉ
E LUIZ GUILHERME VERGARA | REVISÃO DE TEXTO ROSEANE LUZ
PROJETO GRÁFICO 32BITS™ CRIAÇÕES DIGITAIS
MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES / OI FUTURO
DIREÇÃO/CURADORIA MARIA ARLETE GONÇALVES | MUSEOLOGIA TATIANA LAURA
INFRA-ESTRUTURA/TECNOLOGIA TAISSA THIRY | CENTRO DE PESQUISA BRUNA QUEIROZ
COORDENAÇÃO EDITORIAL SHIRLEY FIORETTI | WEB FERNANDA SARMENTO
MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES
RUA DOIS DE DEZEMBRO, 63 - FLAMENGO
WWW.OIFUTURO.ORG.BR/MUSEU
TEL: 3131-3050
Espaço da memória, da experimentação e da contemporaneidade, no Museu das 
Telecomunicações o visitante constrói seu próprio tempo. Para contar a aventura 
da comunicação humana, nosso programa educativo, ao mesmo tempo em que 
aprofunda informações técnico-científicas, não perde de vista seu caráter de 
educação informal. Aqui, se aprende brincando. 
Assim, o Museu se destaca como espaço de diversão e conhecimento, onde a 
tecnologia da comunicação vai além de si mesma, expandindo-se como ferramenta 
para transformação do pensamento humano. 
Numa visita customizada como esta, feita sob medida para estabelecer uma relação 
pessoal com a história, com os objetos e documentos expostos, cada visitante é, ao 
mesmo tempo, espectador e protagonista.
Prepare-se para selar um pacto com outro tempo, marcado logo na entrada por sua 
própria imagem refletida num jogo de espelhos. Na saída, o ciclo se fecha com uma 
última passagem que nos remete diretamente ao útero materno, sincopado pelo 
mais primitivo dos sons: a nada tecnológica batida do coração. 
Conheça. Interaja. Pergunte. Experimente. Emocione-se. Divirta-se. 
E faça dessa visita de hoje, aquele momento inesquecível do futuro. 
Maria Arlete Gonçalves
Diretora Oi Futuro
“infotenimento”
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Caro eduCador/multipliCador,
Os museus e centros culturais são hoje, antes de qualquer coisa, espaços para o 
desenvolvimento da experiência e da educação. Um lugar para se pensar, fazer, discutir, 
interagir e aprender através da arte e dos objetos que compõem o seu acervo. O programa 
educativo do Museu das Telecomunicações, no espaço cultural Oi Futuro, elaborou este 
material especialmente para os professores, educadores e responsáveis pelos grupos que 
tenham interesse em visitar o museu e aprofundar seus conteúdos, assim como multiplicar 
sua abrangência pedagógica. 
Mais do que nunca, professores e educadores buscam novas ferramentas de ensino, com 
o objetivo de dinamizar suas aulas e trazer outras formas de aquisição do conhecimento 
para seus alunos. O museu pode ser uma dessas ferramentas; e o professor/educador, um de 
seus mais importantes elos comunicativos. Por isso, elaboramos estes cadernos educativos 
que servirão de apoio e aprofundamento de conteúdos do museu e uma forma de dar 
continuidade à sua visita e criar desdobramentos futuros, pois é através de vocês que o 
Museu das Telecomunicações irá se transformar em material de ensino-aprendizagem.
O Museu das Telecomunicações é pequeno, se considerarmos seu espaço físico, mas enorme 
em termos de conteúdo. É um espaço cultural que não se esgota em uma única visita e pode 
ser trabalhado a partir de diversos caminhos. E esta é, justamente, a proposta do museu: 
um museu em forma de hipertexto — ou seja, com muitas entradas e possibilidades 
de “conexões” –, onde você escolhe o que quer ver, tornando-se, ao mesmo tempo, 
espectador e protagonista. 
O programa educativo identificou quatro principais eixos temáticos que podem ser 
trabalhados a partir do museu:
A História das Telecomunicações | Traça uma linha do tempo das telecomunicações, 
apresentando seus principais acontecimentos, inventos, descobertas e personagens.
A Comunicação Humana | Apresenta o desenvolvimento da comunicação humana na 
história da humanidade e seus impactos no desenvolvimento das sociedades. 
Industrialização e Design | Focado na relação do homem e seus objetos, traçando o 
desenvolvimento do design no mundo e no Brasil. 
Redes e Rizomas | Discute sobre o conceito de redes e rizomas em diversos âmbitos da 
sociedade contemporânea, as relações com o hipertexto e a aplicação deste conceito 
 na educação.
Cada eixo temático pode ser trabalhado separadamente, de acordo com o interesse 
do multiplicador e com diferentes objetivos. Ao mesmo tempo, os eixos temáticos se 
intercomunicam, ampliando ainda mais as possibilidades de leitura e entradas educativas 
no museu.
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>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> >>>>>>>>>
Para cada eixo temático, convidamos um consultor especial que vai contribuir, com sua 
visão e experiência profissional, para um melhor entendimento do tema em questão. Os 
textos de cada caderno (eixo temático) foram organizados sob a forma de hipertexto, tendo 
em vista o objetivo de seguir a mesma linha de pensamento do museu, trabalhando a 
idéia de página de internet, redes, rizomas, simultaneidade e convergência, questões tão 
presentes em nossa sociedade contemporânea. 
“Tudo ao mesmo tempo, agora. Em um único lugar.”
A idéia de hipertextos é trazer informações complementares, glossário de termos e 
conceitos, diálogos com o acervo, vídeos e conteúdos do museu, referências bibliográficas e 
de pesquisa, sugestões de desdobramentos futuros em sala de aula, tópicos para reflexão e 
debate, além de instigações e curiosidades sobre o tema em questão. 
O objetivo de separar os conteúdos em eixos temáticos é uma forma de oferecer, ao 
multiplicador, uma pesquisa mais aprofundada sobre os principais temas que compõem o 
museu e que sirva de apoio para que você possa programar diversas visitas a este espaço, 
ao longo do ano e de acordo com os diferentes focos de interesse e objetivos a serem 
alcançados. A cada visita, um novo museu se abrirá para o grupo. 
É importante que o professor/educador tenha em mente que, apesar deste material 
educativo poder ser utilizado por todos os profissionais interessados em trabalhar com 
os conteúdos do museu (sejam professores da rede formal de ensino ou de universidades, 
educadores e profissionais de projetos sociais, professores de cursos profissionalizantes 
e de formação continuada), as adaptações para o perfil, faixa etária e interesse do grupo 
ficam a critério do próprio multiplicador responsável.
Além deste material, oferecemos encontros especiais para professores e educadores, em 
que apresentamos cada um dos eixos temáticos, discutindo as diferentes possibilidades 
de leitura e entradas educativas. Esta é uma oportunidade para se discutir não só 
com os profissionais do projeto educativo, mas também com outros profissionais que 
fizerem parte do grupo, as formas de se trabalhar o museu a partir das especificidades e 
interesses de cada grupo. Não pretendemos ensinar receitas nem esgotar esses assuntos, 
mas sim apontar caminhos possíveispara se elaborar, refletir e debater sobre o mundo 
das telecomunicações, bem como as formas de conhecê-lo, interpretá-lo e, sobretudo, 
compreender a sua essência: promover o encontro com o outro.
Bia Jabor
Coordenação Geral | Programa Educativo
aos multiplicadores
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líderes e fatos 
marcantes da 
história das 
telecomunicações 
no brasil
EthEvaldo SiquEira 
Jornalista, especializado em Telecomunicações, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, além de escritor 
– autor de dez livros, entre os quais, Três momentos da História das Telecomunicações no Brasil.
os dois lados de uma mesma história
Os jornalista Ethevaldo Siqueira e João Fonseca acompanharam, de perto , a história recente das 
Telecomunicações no Brasil. Observadores atentos, eles narram – cada um com a sua visão – os 
principais fatos políticos e econômicos que levaram o país à liderança latino-americana no setor
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>� O Brasil tem estado presente nos momentos mais significativos do desenvolvimento 
das telecomunicações no mundo. A começar pela primeira demonstração pública do 
telefone, no dia 25 de junho de 1876, na Exposição Universal comemorativa do Centenário 
da Independência dos Estados Unidos, num diálogo histórico entre o imperador 
Dom Pedro II e o inventor Alexander Graham Bell, perante a comissão científica que 
selecionava os melhores inventos da exposição. Culto e respeitado internacionalmente, 
o imperador brasileiro mantinha correspondência, havia muitos meses, com dois jovens 
inventores: Graham Bell e Thomas Edison, ambos com 29 anos.
A amizade entre Graham Bell e Dom Pedro II possibilitou que o imperador recebesse de 
presente e instalasse no Rio de Janeiro o primeiro telefone fora dos Estados Unidos, em 
janeiro de 1877, menos de um ano depois de sua visita à Filadélfia. 
Merecem destaque, ainda no século XIX, duas outras figuras incomuns de brasileiros 
ligados à história das telecomunicações: o padre Roberto Landell de Moura e o 
humanista Cândido Mariano da Silva Rondon. Landell de Moura foi o exemplo de gênio 
incompreendido, à frente de seu tempo. Comprovadamente, fez a primeira transmissão 
de sons e sinais através de uma espécie de telégrafo sem fio (1894), de uma torre 
na Avenida Paulista e a Colina de Santana, em São Paulo, mais de um ano antes de 
Guilherme Marconi, o gênio italiano mundialmente celebrado como inventor do rádio.
Descendente de índios, Rondon se destacou por três contribuições notáveis: a 
construção de mais de 6 mil quilômetros de linhas telegráficas, interligando a antiga 
capital do país (Rio de Janeiro) à Amazônia, obra que lhe assegurou o título de Patrono 
das Comunicações no Brasil; a demarcação de mais de 8.500 quilômetros de fronteiras 
terrestres no território nacional; e seu trabalho incansável em defesa dos povos 
indígenas, coroado pela criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) - hoje, Fundação 
Nacional do Índio (Funai).
Outra figura notável foi Edgar Roquette-Pinto, considerado Pai da Radiodifusão no Brasil 
e que fundaria, em 1923, na companhia de Henrique Moritze, a primeira emissora de 
rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Isto, menos de três anos depois da 
inauguração da primeira emissora do mundo, a KDKA, de Pittsburgh (Estados Unidos), em 
1920.
O primeiro grande marco contemporâneo do desenvolvimento do setor é a Lei 4.117, 
de agosto de 1962, denominada Código Brasileiro de Telecomunicações, por meio 
da qual o Brasil redefine seu futuro e fixa, pela primeira vez, uma política para as 
telecomunicações. Essa lei é importante porque sela o início da fase institucionalizada 
de nossas telecomunicações, criando o Sistema Nacional de Telecomunicações e a 
Embratel, entre outras medidas. Com a ação conjunta dessa empresa e do Ministério das 
Comunicações, criado em 1967, o Brasil inicia o processo de modernização de sua infra-
estrutura setorial.
A reestruturação da telefonia local, no entanto, só viria a ocorrer em 1972, com a criação 
da Telebrás, empresa estatal que iria incorporar mais de 900 operadoras, inclusive, 
serviços municipais obsoletos e deficitários. Ao longo de seus 25 anos de existência, a 
Telebrás, por intermédio de suas 27 subsidiárias, ampliou o número de linhas telefônicas 
fixas de 1,8 milhão para 19 milhões, implantou a telefonia celular no país, instalou 
cabos submarinos nacionais e internacionais e o sistema de comunicações via satélite 
(Brasilsat).
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>� Mas o modelo estatal se esgotou por volta dos anos 1980. Ao ser privatizado em 1998, 
o Sistema Telebrás se transformara num conjunto de operadoras sem capacidade de 
investimento e com uma oferta de serviços muito aquém das necessidades brasileiras. 
Mais de 80% das linhas telefônicas instaladas serviam às classes A e B. O sistema era, 
portanto, uma instituição estatal, monopolista e elitista.
 A partir de 1995, graças à liderança do ex-ministro Sérgio Motta, o Brasil iniciou um 
processo de reestruturação setorial, partindo da emenda à Constituição e da elaboração 
da Lei Geral de Telecomunicações, que possibilitou a criação da Agência Nacional de 
Telecomunicações (Anatel) e a privatização total do setor.
Os resultados práticos da privatização, de 1998 a 2007, podem ser sintetizados no 
investimento de mais de R$ 135 bilhões; na expansão do número de linhas fixas, de 19 
milhões para 40 milhões; e de celulares, de 5,2 milhões para os atuais 102 milhões.
O fato pós-privatização mais significativo, do ponto de vista social, foi a inclusão de mais 
de 80 milhões de assinantes de telefones fixos e móveis das classes C, D e E.
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a saga das 
telecomunicações 
brasileiras nos 
seus primórdios
João CarloS PinhEiro da FonSECa 
Engenheiro de Telecomunicações e jornalista. Chefiou a equipe de engenheiros brasileiros 
que colocou (1962) o país dentre os cinco primeiros na comunicação via satélite, no mundo. 
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>11 Adaptação do artigo publicado pelo autor, em 2004, na Telebrasil. 
 Em termos longos, as telecomunicações no Brasil evoluíram no decorrer de três 
grandes ciclos: o Império, com suas concessões; a estatização, com a nacionalização; 
e a privatização, com a globalização. O ciclo do Império durou quase um século, entre 
meados do XIX e XX. A estatização deu-se entre os anos 1960 até o final do século XX. E o 
ciclo da privatização nasceu no apagar das luzes do século passado, adentrando o atual.
Cada um desses ciclos encontrou uma maneira própria de explorar os serviços de 
comunicação e de montar e expandir a infra-estrutura necessária. Tanto no Império como 
na República, foram outorgadas concessões de longo curso ao capital externo, detentor 
das novas tecnologias. No ciclo seguinte e numa reação, o Estado - sob a égide militar 
- chamou para si a exploração do serviço, dentro da estratégia de desenvolvimento 
e segurança nacional. Finalmente, no ciclo mais recente da privatização, o Estado, 
endividado, abriu mão dessa exploração direta, procurando atrair capitais privados, 
internos e externos.
A passagem de um ciclo para outro não se deu de forma abrupta. Do primeiro 
para o segundo, ou seja, do regime das concessões do Império e da República para 
o da estatização sob inspiração militar, a transição ocorreu em pouco mais de 
dez anos. Balizaram esta primeira transição a instituição do Código Brasileiro de 
Telecomunicações, em 1962, e a não-renovação da concessão da Western (a última a não 
ser renovada), em 1973. 
Na segunda transição - do estágio da estatização para o daprivatização -, o embrião 
remoto foi o impensável desmembramento do monopólio da AT&T, nos Estados Unidos 
(1982). No Brasil, a idéia da privatização seria percutida com críticas sobre a limitada 
capacidade de investimentos do Estado e a pobre densidade telefônica no país.
O movimento culminaria com a emenda número 8, de 1995, que derrubou o monopólio 
estatal garantido pela Constituição Federal. Finalmente, a transição eclodiria com a 
venda em leilão (1998), do Sistema Telebrás, por US$ 22 bilhões, dentro do Programa 
Nacional de Desestatização, de Collor de Mello (1990); e da Lei 9.491 (1997), de Fernando 
Henrique Cardoso.
A saga de concessões, monopólio e privatização não foi um fenômeno exclusivamente 
brasileiro. O país acompanhou, ainda que com retardo próprio da periferia, a 
movimentação do que aconteceu nos países centrais, impulsionados pelos vetores da 
tecnologia, da acumulação de recursos e da geopolítica.
 
No Império, as telecomunicações sairiam da curiosidade científica para o mundo da 
realidade, com a implantação da telegrafia como negócio. O Palácio Imperial, no Rio 
de Janeiro, seria então ligado por telégrafo (1852) ao quartel de São Cristóvão e, três 
anos mais tarde, ao Palácio de Petrópolis. Nesse estágio, os ingleses — que detinham 
a tecnologia eletromecânica necessária – reinavam na telegrafia e ficaram com poder 
político de fato, ao interligarem as capitais costeiras do país ao restante do mundo. A 
Western inglesa ganharia do imperador, em 1873, uma concessão de 99 anos para cabos 
telegráficos submarinos, que iria perdurar bem além do final do Império (1899).
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>12 
Com o advento da República, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, em 1894, 
estenderia linhas telegráficas até o Acre, ao mesmo tempo em que administraria o 
território desbravado. Nos Estados Unidos, o telégrafo entre Baltimore e Washington 
data de 1844. 
Depois da Primeira Guerra Mundial, os norte-americanos passariam a disputar com a 
Inglaterra a telegrafia. No Brasil, desde 1917, o telégrafo nacional pertencia à União, 
porém, sem monopólio. Além da Western, foram outorgadas concessões para duas 
outras empresas: All America e Italcable. A disputa entre a norte-americana All America 
e a inglesa Western tornou-se ferrenha. Nos anos 1920, surgiria como novo agente a 
radiotelegrafia, com concessões para a Sudam, Radiobrás (RCA) e Radional (ITT). 
E a telefonia? Graham Bell patenteou seu aparelho em 1876, deixando extasiado Dom 
Pedro II na Exposição da Filadélfia. Em 1878, uma ligação no Rio de Janeiro conectaria 
uma loja comercial ao Corpo de Bombeiros. O telefone passaria, então, a ser competência 
do Governo Imperial. Em 1880, foi criada a Brazilian Telephone Co. no país, ao passo 
que, nos Estados Unidos nascia a AT&T. Dez anos depois de instaurada a República, a 
Brasilianische Eletricitats Gesellschaft, com tecnologia alemã da Siemens & Halske, 
ganhava trinta anos de concessão para explorar a telefonia. 
A Rio Telephone Co., Light & Power alcançou o ano de 1907 com 11 mil terminais. No 
início dos anos 1940, o Brasil teria cerca de 300 mil terminais, enquanto que a cidade de 
Londres possuía 717 mil. O Decreto-Lei de 21 de novembro de 1932 liberava a propaganda 
comercial no rádio e a Constituição de 1946 atribuía a concessão dos serviços de 
telecomunicação à União.
No começo da década de 1960, 80% das comunicações do país estavam nas mãos da 
canadense Companhia Telefônica Brasileira (CTB), no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito 
Santo e Minas Gerais; e com a norte-americana Cia. Telefônica Nacional, da ITT, no Paraná 
e Rio Grande do Sul. Havia um grupo privado, em Pernambuco, além de outras 800 
pequenas operadoras de telefonia. Em 1954, nascia em Uberlândia (MG) a Companhia 
Telefônica do Brasil Central. Salvo poucas exceções, todo o material técnico era 
importado. 
A intervenção federal, em 1962, na CTB, se daria em virtude da baixa qualidade dos 
serviços, nascendo a Cetel, para operar na periferia do Rio de Janeiro. Já no sul do país, o 
governador gaúcho Leonel Brizola encamparia a CTN. Tarifas congeladas tinham zerado o 
investimento e o serviço da operadora era péssimo.
Nos serviços de longa distância, a CTB mantinha microondas na Região Sudeste, ao 
passo que a Radional (ITT) e a Radiobrás (RCA) operavam rádio de ondas curtas. Para se 
fazer uma ligação entre as capitais, era preciso entrar numa fila, por vezes, com dias de 
antecedência. A telegrafia era conduzida pela Western e pelo Departamento de Correios 
e Telégrafos (DCT), ambos com tecnologia obsoleta. A operosa Western, no entanto, 
suplantaria a sua rival estatal.
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>13 
Decidiam sobre as telecomunicações, na época – como a vital fixação de tarifas 
e o político assunto da radiodifusão e da outorga de concessões –, as áreas de 
competência da Presidência da República, do Ministério da Viação e Obras Públicas 
(MVOP), da Comissão Técnica de Rádio e do próprio DCT. O lobby da área privada sobre 
o poder concedente era essencial. As empresas menores tinham, igualmente, menos 
possibilidade de exercê-lo, quando comparadas aos competentíssimos exércitos de 
advogados, economistas e relações públicas das grandes concessionárias, como a CTB.
O Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº 4.117), de inspiração do Estado Maior 
das Forças Armadas, após longo período de discussão parlamentar e da sociedade 
– esta, havia descoberto a força política da radiodifusão –, seria finalmente aprovado a 
27 de agosto de 1962. Com o Código, vão surgir o Contel, a Embratel (1965), a compra da 
CTB (1966), o Minicom (1967) e a Telebrás (1972). O Código foi regulamentado em 1963 e 
perduraria até julho de 1997, quando foi criada a Lei Geral das Telecomunicações (LGT) 
que privatizou o sistema. Mas isto já seria outra história.
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história das 
telecomunicações
adriana FontES 
Arte Educadora com especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ
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>15 As telecomunicações vêm, ao longo de um 
século e meio, transformando o cotidiano das 
pessoas no mundo inteiro; construindo novas 
formas de comunicação; propondo diferentes 
tipos de contato e acesso às informações. 
As relações entre fatos, história, 
conhecimento, pessoas e nações se modificam 
e se integram em uma nova possibilidade de 
troca. Surge um novo mundo onde, através 
das telecomunicações, as distâncias e o 
tempo diminuem, o conhecimento se amplia 
e a comunicação se integra ao cotidiano das 
pessoas sob as mais diversas formas.
Convido vocês, agora, a uma fascinante viagem no tempo, em busca da História das 
Telecomunicações. O início do nosso percurso se dá em 1844, quando Samuel Morse 
inventa o telégrafo, aparelho que inaugura as telecomunicações no mundo. A primeira 
demonstração pública do invento aconteceria a 24 de maio desse mesmo ano, quando 
seria transmitida de Baltimore a Washington, DC (EUA) a frase: “What hath God wrought” 
[Eis o que Deus realizou]. Para enviar mensagens, eram utilizados um ímã, um cabo e um 
interruptor. De acordo com a passagem de sinais elétricos, surgiam pontos, traços ou 
espaços, que é a base do alfabeto Morse. A expansão do telégrafo foi muito rápida: no 
final do século XIX, o código Morse já se internacionalizara e era utilizado em diversos 
países, sendo ainda hoje usado com o mesmo alfabeto! 
As novas ondas de invenções foram se sucedendo, umas às outras, até os nossos dias. 
Porém, naquele momento surgia uma fascinante descoberta: a possibilidade de um 
instrumento utilizar o sentido auditivo para se comunicar!Era a voz humana que, em 1876, 
começava a se deslocar através 
de fios. Uma nova comunicação a 
distância surgia, graças ao telefone 
de Graham Bell. Alguns historiadores 
consideram Bell apenas como a 
pessoa que obteve o registro da 
patente do telefone e que seu mérito 
seria o de ter aperfeiçoado o invento 
de outro pesquisador. Este, seria um 
professor de Física, o alemão Philipp 
Reis, que teria dado os primeiros 
passos na descoberta do telefone 
que, posteriormente, Bell pesquisou 
e aprimorou. Philipp Reis, em 1861, fez uma ligação com fios metálicos, unindo o pátio do 
Instituto de Educação Garnier, nos arredores de Frankfurt, à sua residência. Por aqueles 
fios passaram os primeiros ruídos, na história das telecomunicações, provocados pela 
voz humana. 
Telefone patenteado por Graham Bell
SAMUEl MORSE (vídeo 4)
O pintor e inventor Samuel Morse 
nasceu em Charlestown, Massachusetts 
(EUA), em 1791. Filho de pastor 
protestante, aos 14 anos entrou para 
a Universidade de Yale, onde foram 
definidos seus maiores dons: a pintura 
e a eletricidade. A arte foi seu primeiro 
experimento e, como pintor e desenhista, 
enfrentou grandes dificuldades, 
vivendo altos e baixos financeiros até 
que alcançasse o sucesso como pintor 
e vislumbrasse, então, o início de sua 
fortuna, por volta de 1827. Realizou muitas 
conferências; fundou a Academia Nacional 
de Desenho, da qual foi o primeiro 
presidente; introduziu o processo 
de impressão Daguerre, nos Estados 
Unidos. Com todas essas atividades, foi 
acumulando o dinheiro que mais tarde 
lhe garantiria desenvolver sua célebre 
invenção.
Entretanto, o pintor Morse, durante 
todo esse tempo, devido à curiosidade 
científica, migrava constantemente seus 
interesses para as pesquisas da Física 
(chegou a inventar uma bomba à pressão, 
adaptada para serviços de combate a 
incêndios). A partir de 1829, empenhou-se 
na tarefa de realizar a transmissão de 
palavras a distância, o que transformou 
totalmente sua vida e o fez persistir, 
durante 12 anos, em seu trabalho como 
inventor. Para tanto, precisou vender tudo 
o que tinha, executou retratos, aceitou 
o cargo de professor de História da Arte 
e de Desenho na Universidade de Nova 
York e passou a se dedicar unicamente à 
sua pesquisa. 
Em 24 de janeiro de 1838, fez uma 
demonstração de seu invento na 
Universidade de Nova York, transmitindo 
sua primeira mensagem: “Atenção, 
Universo!” Em fevereiro do mesmo 
ano, repetiu-a diante do Congresso, 
onde recebeu um frio acolhimento. Na 
Europa, o desinteresse foi idêntico. Dois 
inventores, Wheatstone e Cooke, já 
haviam criado qualquer coisa semelhante 
na Inglaterra. 
De volta à América, estava reduzido à 
miséria. Somente em 1843, iria obter 
o primeiro levantamento de verba do 
Congresso; e a 24 de maio de 1844, era 
inaugurada a primeira linha experimental, 
entre Washington e Baltimore (64 
quilômetros de distância), com a 
transmissão e recepção da frase: “What hath 
God wrought” (Eis o que Deus realizou).
linha do tempo: 1858 
Em 5 de agosto o primeiro cabo 
telegráfico transatlântico é inaugurado, 
mas a comunicação é interrompida 26 
dias depois por excesso de voltagem.
linha do tempo: 1874-1876
O Brasil inaugura seu primeiro cabo 
telegráfico submarino, cruzando o Atlântico 
Sul e ligando a América do Sul à Europa. 
Idealizado por Mauá, sua construção 
aproximou o Brasil do resto do mundo.
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>16 
O princípio era o mesmo que funcionou até meados do século XX, ou seja, transmitir 
primeiro as ondas acústicas em oscilações elétricas, passando-as para um fio e, depois, 
transformando-as de novo em ondas sonoras, do outro lado da linha. 
Embora sempre exista, na história, considerações e especulações acerca da origem dos 
fatos – como nas grandes descobertas científicas –, Graham Bell foi, sem dúvida, uma das 
figuras mais importantes do século XIX, o século das invenções. 
“Inventor é um homem que olha para o mundo em torno de si e não fica satisfeito com 
as coisas como são. Quer melhorar tudo o que vê e aperfeiçoar o mundo. É perseguido 
por uma idéia, possuído pelo espírito da invenção e não descansa enquanto não 
materializa seus projetos.” (Graham Bell)
Em suas pesquisas sobre o projeto de transmissão da voz humana através de fios, 
convidou Thomas Watson, conhecido técnico e profundo conhecedor da eletricidade, 
para ajudá-lo em seus experimentos. Watson, com sua habilidade de modelista, criou 
dois aparelhos idênticos: um, para ser usado como transmissor; o outro, como receptor, 
utilizando membrana de couro com placa metálica, bobina, núcleo de ferro etc. Certa 
noite, quando ambos trabalhavam em seus laboratórios, acidentalmente ocorreu 
um curto-circuito nas lâminas de aço. O som da vibração foi transmitido para o outro 
aparelho, na sala vizinha onde estava Bell, que imediatamente gritou: “Watson, o que foi 
isso? Não mexa em nada! Deixe-me ver!” E assim, foi descoberto o princípio transmissor 
que Watson, em fevereiro de 1876, daria entrada com o pedido de registro. Porém, 
somente a 7 de março sairia a patente da invenção em nome de Bell e Watson, após uma 
longa demanda judicial com Elisha Gray, que havia entrado com o mesmo pedido, no 
mesmo dia, algumas horas antes. 
Entretanto, a primazia de Graham Bell torna-se historicamente indiscutível quando, 
no dia 10 de março de 1876, um outro acidente marca definitivamente o nascimento 
do telefone. Bell, ao limpar a bateria durante uma experiência, quando os aparelhos 
estavam ligados na sala dele e de Watson, sem querer derrubou um pouco de ácido na 
roupa e, ao lhe pedir ajuda, o colega o escutou límpida e surpreendentemente do outro 
lado da linha, em sua sala.
Outra figura singular do século XIX foi nosso imperador Dom Pedro II, pelo espírito 
inovador, humanista e constantemente interessado nas ciências e em recentes 
invenções tecnológicas que surgiriam naquela época. Devido à sua extrema 
Alexander Graham Bell 
(Ver vídeo: Telefone, a revolução de Graham Bell)
Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo, Escócia, 
a 3 de março de 1847 e foi uma grande personalidade 
do século das invenções. Devido ao seu espírito criador, 
além de desenvolver o telefone e ser profundo estudioso 
sobre surdos-mudos, era professor do método de ensino 
de surdos desenvolvido por seu pai; pesquisou, criou e 
aprimorou muitas invenções, em variadas áreas de atu-
ação. Inventou o disco de cera ou plástico, para gravação sonora, aprimorando o fonógrafo. 
Criou as primeiras sondas tubulares para exames médicos. Construiu o “colete a vácuo”, uma 
forma primitiva de pulmão-de-aço. Desenvolveu um sistema de localização de icebergs. Foi 
um dos precursores na descoberta do raio laser. Inventou o fotofone, sistema de mensagens 
por meio de raios luminosos. Construiu os barcos mais velozes de seu tempo e, até mesmo, 
descobriu e classificou uma curiosa raça de carneiros.
O imperador Pedro de Alcântara, 
da Casa de Bragança (Dom Pedro II, 
do Brasil), filho de Dom Pedro I e da 
imperatriz Leopoldine Von Habsburg, 
nasceu em 1825 e faleceu em 1891. 
Detentor de vasta cultura, viajava 
muito e mantinha contatos com 
diversas entidades de ensino e pesquisa 
no mundo inteiro. Sua curiosidade 
e atitude, diante das mais recentes 
invenções tecnológicas de seu tempo, 
transformaram-no em um monarca 
com grande poder incentivador das 
novas tecnologias e responsável pela 
visionária implantação do sistema 
telefônico brasileiro. No dia 15 de 
novembro de 1879, autorizaria a 
primeira concessão para a exploração 
dos serviços telefônicos, em favor da 
Bell Telephone Company, inaugurando 
um novo Brasil voltado para o 
mundo. Foi uma figura fundamental 
para a inclusão do país no universo 
das telecomunicaçõese das novas 
descobertas científicas.
O professor Elisha Gray, de Chicago 
(EUA), pesquisava a invenção do 
telefone ao mesmo tempo que Graham 
Bell, com projeto muito semelhante. 
Sem que ambos soubessem das 
pesquisas um do outro, Gray descobre 
um meio de, através dos fios elétricos, 
transmitir os sons de um piano 
para a sala de um concerto, numa 
distância de 2,4 milhas. O aparelho 
inventado por Gray, que ele chamou de 
telephonio, era dividido em três partes: 
um instrumento que transmitia os 
sons, os fios condutores e o aparelho 
que recebia os sons transmitidos. O 
professor tinha todos os méritos para 
conseguir a patente da invenção, pois 
nos anos de 1874 e 1875 seus princípios 
e projetos eram até melhores que os de 
Bell, mas estudiosos acreditam que lhe 
faltou um pouco mais de persistência, 
sorte e um modelista talentoso como 
Thomas Watson.
0606_cad_historia.indd 16 6/7/07 1:15:39 PM
>1� curiosidade, viajava muito – até mesmo para países exóticos –, além de freqüentar os 
mais importantes eventos mundo afora, como as grandes exposições internacionais, 
nas quais eram apresentadas as últimas descobertas em áreas totalmente diversas. 
Em 25 de junho de 1876, durante a Exposição Universal, comemorativa do primeiro 
centenário da independência dos Estados Unidos, na Filadélfia, Dom Pedro II foi 
convidado por Alexander Graham Bell para conhecer o aparelho elétrico chamado de 
“máquina falante”. Nessa apresentação Bell, em uma das extremidades do fio, e Dom 
Pedro na outra, a uma distância de 150 metros, pronunciou a seguinte frase: “To be or 
not to be!” Surpreendendo a todos os presentes, o imperador exclamou: “My God, it 
talks!” [Meu Deus, isto fala!] Essa foi a primeira ligação telefônica realizada em público, 
tendo nosso monarca como interlocutor e testemunha da admirável descoberta. A 
credibilidade desse diálogo consagrou a invenção do telefone, em uma exposição onde 
a maior expectativa se concentrava na máquina de fazer pipoca!
Nesse mesmo ano, Graham Bell – que antes da exposição internacional já compartilhava 
com nosso monarca o interesse nos estudos dos surdos-mudos – presenteou Dom Pedro 
II com dois aparelhos telefônicos, que passaram a ser utilizados entre o Palácio de São 
Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, e o Palácio da Rua Primeiro de Março, o Paço Imperial. 
Curiosa e ironicamente, nesse mesmo ano, um homem era detido em Nova York acusado 
de extorquir ignorantes e supersticiosos. Exibia um aparelho que, segundo ele afirmava, 
podia transmitir a voz humana a qualquer distância, por meio de fios metálicos, até a 
outra extremidade da linha. Assim, podemos perceber que o telefone de Graham Bell, 
um ano depois de sua grande descoberta, ainda era considerado uma brincadeira – e seu 
inventor, um excêntrico. 
Na Itália, já passados uns dez anos da criação do telefone, Guglielmo Marconi iniciaria 
suas pesquisas com as experiências do físico Hertz, que descobrira a possibilidade 
de transmitir a eletricidade entre dois pontos, sem o uso de fios. De forma obstinada, 
Marconi dedicou-se a provar que o telégrafo sem fios era possível e, em 1901, comprova 
sua teoria: a radiotelegrafia transmite os três pontos que simbolizavam a letra “S” do 
código Morse, sem o auxílio de cabos. 
Em plena era das invenções, as pesquisas e descobertas tinham pouca visibilidade. 
Num mundo em que os meios de comunicação ainda permaneciam atrelados ao cavalo 
ou dependiam dos navios a vapor e dos poucos trens que circulavam entre pequenas 
distâncias, anos se passavam sem que as novidades chegassem ao grande público. 
Muitas vezes, as descobertas de alguns eram efetivamente paten- teadas por outros, 
até mesmo anos depois. Esse foi o caso do padre gaúcho Roberto landell de Moura, 
grande conhecedor da eletricidade, mas que vivia em um país ainda distante dos méritos 
públicos para seus inventores. Entre 1893 e 1894, o cientista concluiu experiências tão 
avançadas quanto as que Marconi realizaria somente dois anos depois. Hoje em dia, 
através de seus desenhos e esquemas, fica comprovado que é dele a invenção da válvula 
de três pólos (triodo), com a qual era possível modular uma corrente elétrica e transmiti-
la, sem fios, a longas distâncias. Porém, é atribuída ao engenheiro norte-americano Lee 
De Forest a invenção que possibilitou, ao longo do século XX, as transmissões de rádio, 
telefonia de longa distância, televisão, áudio de alta-fidelidade, comunicações em ondas 
curtas e microondas.
A vida do padre Landell, como cientista e religioso, tornou-se insustentável no Brasil, 
devido à incompreensão da grande maioria que o considerava um lunático, bruxo e 
diabólico. Em 1901, ele arquivou no Serviço de Patentes dos Estados Unidos – para 
onde se mudara – três inventos originais: um transmissor de ondas, um tipo especial de 
GUGLIELMO MARCONI, físico e inventor 
da radiotelegrafia, nasceu em Bolonha, 
Itália, no dia 25 de abril de 1874. Suas 
pesquisas derrubaram a teoria de que 
a telegrafia sem fio estaria limitada 
a pequenas distâncias, por causa da 
curvatura da Terra. Ganhou o Nobel 
de Física, em 1909. E curiosamente, 
foi o responsável pela iluminação do 
Cristo Redentor, através de um sinal 
enviado por rádio, de uma central em 
Roma ao Rio de Janeiro, no dia de sua 
inauguração em 1931. Faleceu no dia 19 
de julho de 1937 em Roma, Itália. 
Padre Roberto Landell de Moura HOJE:
“É impressionante como esse 
homem vivia adiante de sua época. 
Há afirmações, em suas patentes, 
relacionadas com o moderno sistema de 
microondas. É uma combinação exata 
da rede de telefonia – que já era bem 
desenvolvida no final do século passado 
– com as ondas hertzianas, o que é 
completamente original.” 
(Nilo Ruschel e Homero Simon, 
professores do Departamento de 
Engenharia da PUC)
SIQUEIRA, Ethevaldo. Três momentos 
da História das Telecomunicações. São 
Paulo: Dezembro Editorial, 1999
linha do tempo: 1900 
O dirigível Zeppelin faz seu primeiro vôo
linha do tempo: 1893 
O padre Landell de Moura realiza, em 
São Paulo, as primeiras transmissões 
da voz humana em telefonia sem fio, 
no mundo. 
linha do tempo: 1895 
 É feita a primeira experiência de rádio, 
pelo italiano Guglielmo Marconi, e um 
ano depois ele obtém a patente de sua 
invenção.
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>1� telégrafo sem fios e um modelo pioneiro de telefone sem fio. De volta ao Brasil, alguns 
anos depois, não encontrou apoio para demonstrar sua experiência com navios da 
Marinha de Guerra, no Rio de Janeiro. O pedido foi arquivado, com o seguinte parecer: 
“A Marinha tem coisas mais importantes a fazer, do que se submeter a experiências de 
padres malucos.” Dessa forma, a genialidade do pioneiro padre não só foi repudiada, 
como também incompreendida por seus contemporrâneos, até o século XX. 
Outro grande personagem das telecomunicações no país foi Cândido Mariano da Silva 
Rondon, o Marechal Rondon. Nascido em Cuiabá a 5 de maio de 1865, era descendente 
de índios por parte dos bisavós (maternos e paternos), e ainda muito jovem entrou 
para o Exército brasileiro. No Rio de Janeiro, formou-se em Ciências Físicas e Naturais 
e em Matemática, sendo convocado, em 1890, para trabalhar na construção da linha 
telegráfica que uniria Goiás a Mato Grosso. Em 1900, encarregado de construir 1.800 
quilômetros de linhas telegráficas, interligaria as localidades de Cuiabá, Aquidauana, 
Porto Murtinho e Cáceres; e, mais tarde, a linha entre Cuiabá e o Acre, atravessando 1.700 
quilômetros de Floresta Amazônica. Sendo Rondon, além de humanista, descendente 
de índios, na imensidão das nossas terras, ao construir linhas telegráficas num país 
onde ainda não havia regras de conduta que respeitassem os diferentes povosda 
floresta, procurou pacificar e valorizar a existência desses habitantes nos territórios 
que desbravava. Com esse intuito, fundou em 1910 o Serviço de Proteção aos Índios, 
tornando-se o primeiro diretor, mas nunca abandonando a função de construir linhas 
telegráficas pelo Brasil adentro. 
A história das telecomunicações no Brasil é um caminho povoado de contradições. Por 
um lado, tivemos um imperador visionário, que incentivou a pesquisa e a descoberta 
de tecnologias muito avançadas para a época, como o próprio aparelho de Graham 
Bell instalado em sua residência. Em contrapartida, não valorizávamos nossas 
próprias desco-bertas, condenando ao ostracismo inventores como o cientista e padre 
Roberto Landell de Moura. Nesse mesmo ritmo contraditório, avançamos o século XX 
percorrendo altos e baixos no processo de desenvolvimento das telecomunicações e, por 
conseguinte, da telefonia nacional. Apesar de haver, desde 1877, um par de telefones que 
comunicavam o Palácio de São Cristóvão ao Paço Imperial, somente dois anos depois foi 
feita a primeira concessão para o estabelecimento de uma linha telefônica no 
Rio de Janeiro.
Entre 1879 e 1890, as concessões das linhas telefônicas, em qualquer ponto do Brasil, 
eram feitas pelo Governo Imperial e, mais tarde, pelo Governo Provisório. Somente a 
24 de fevereiro de 1891, depois da Proclamação da República, os serviços telefônicos 
foram completamente modificados e divididos em municipal, intermunicipal, estadual, 
interestadual e federal. No início, não havia números: um aparelho era conectado 
apenas a um outro. Tempos depois surgiriam as centrais com mesas telefônicas, que 
por possuírem várias linhas e assinantes, permitiam o acesso a diversos nomes a partir 
de um mesmo aparelho. Porém, era necessário o auxílio da telefonista, que conectava o 
cordão ao ponto de quem chamava, ouvia seu pedido e fazia a ligação com o número (ou 
nome), girava a manivela, o telefone tocava no outro lado da linha e, finalmente, 
podia-se falar! 
Nas primeiras décadas do século XX, o processo de desenvolvimento caminhava em 
plena ascensão, apresentando uma rápida expansão da telefonia brasileira que, então, 
ultrapassava 160 mil aparelhos instalados em todo o país. Todavia, continuavam os 
problemas técnicos a serem resolvidos, junto às crescentes demandas de assinantes e, 
conseqüentemente, de uma maior quantidade de cabos, além de postes mais altos 
linha do tempo: 1906 
Santos Dumont realiza o primeiro vôo 
em um aparelho mais pesado que o ar, 
o 14-Bis.
Em 1956, a Conferência Nacional do 
Trabalho, realizada em Genebra, aprovou 
o modelo brasileiro de proteção aos 
índios, elaborado pelo Marechal Rondon, 
como padrão mundial.
 
 
 
 
 
 
 
 
MAREChAL RONDON, considerado 
Patrono das Comunicações, por seu 
trabalho pioneiro de construir 4.502 
quilômetros de linhas telegráficas 
no oeste do Brasil, conectando Rio 
de Janeiro e São Paulo à Amazônia. 
Por isso, na data de seu nascimento 
é comemorado o Dia Nacional das 
Comunicações. 
>>> resenet.com.br/marechalrondon.htm
o telefone no brasil
www.sobresites.com/telefonia/
historiadotelefone.htm
www.museudotelefone.org.br/
www.bricabrac.com.br/fset_telefone.htm
www.anatel.gov.br/biblioteca/
publicacao/museu_telefone/
apresentacao.asp
linha do tempo: 1877 
O fonógrafo e a lâmpada incandescente 
são criados por Thomas Edison.
linha do tempo: 1865 
Início da Guerra Brasil - Paraguai
SIQUEIRA, Ethevaldo: Três momentos da
História das Telecomunicações. São 
Paulo: Dezembro editorial, 1999. pg 37.
linha do tempo: 1878
Surge a profissão de telefonista, 
inicialmente composta por rapazes, 
na primeira central telefônica 
– uma mesa com oito linhas para 21 
assinantes –, em Connecticut (EUA). 
Porém, ao final desse mesmo ano, eles 
foram substituídos por moças, que 
atendiam mais satisfatoriamente aos 
requisitos exigidos pela profissão: voz 
e paciência, que somente as mulheres 
poderiam oferecer. Assim, a profissão de 
telefonista já ao nascer tornou-se, quase 
que imediatamente, mais direcionada ao 
sexo feminino.
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>19 
 
para sustentá-los. Assim, o desenvolvimento da telefonia, para cumprir com essas novas 
demandas e o avanço da tecnologia, culminou na construção de dutos sob a terra, 
recebendo os novos cabos – agora, subterrâneos.
Durante quase um século, a comunicação elétrica foi transportada através de milhares 
de pares de fios, em tubos de chumbo que atravessavam o subsolo das cidades. 
Tecnicamente, essas transmissões foram se aperfeiçoando e os tubos de chumbo sendo 
substituídos pelo uso de cabos coaxiais. Estes, eram feitos de cobre e transportavam, no 
seu interior, os canais de voz. Mais tarde, surgiram as fibras ópticas, que revolucionaram 
a comunicação eletrônica, acelerando ainda mais a velocidade das ligações. As primeiras, 
foram produzidas pelos japoneses em 1969 e, na década seguinte, já eram usadas nos 
Estados Unidos, chegando ao Brasil apenas em 1984. Hoje em dia, as fibras ópticas 
cortam as cidades e atravessam oceanos, permitindo a multiplicação do número de 
chamadas telefônicas, o envio de vídeos e mensagens eletrônicas, numa velocidade 
jamais imaginada pelos pioneiros das telecomunicações.
Entretanto, durante o período que vai de 1920 a 1960, o desenvolvimento das 
telecomunicações prosseguiu em ritmo lento. A estagnação da infra-estrutura para os 
serviços de telefonia, telex, telegrafia, comunicações internacionais e radiocomunicação 
revelavam uma precariedade insustentável. A Companhia Telefônica Brasileira (CTB), 
devido à deficiência de seus serviços, viria a sofrer intervenção do Governo João 
Goulart no início da década de 1960. Somente depois da criação do Código Brasileiro 
das Telecomunicações, em 1962, quando o país formularia uma política nacional 
para o setor, é que começaríamos a nos recuperar do atraso. Em 1969, era inaugurada 
a primeira estação de comunicação via satélite; em 1971, surgia a primeira central 
internacional semi-automática do país; e quatro anos depois, o serviço de discagem 
direta internacional (DDI). 
Em um país praticamente mudo na área de telefonia, a institucionalização dos nossos 
meios de comunicação promoveu a modernização e estruturação do sistema. Para 
isso, passamos a contar com o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel) 
– que funcionava como órgão executivo e regulador, até a criação do Ministério das 
Comunicações – e a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), responsável pela 
implantação do sistema básico (conjunto de troncos de microondas de longa distância) 
e pelas comunicações internacionais. A Embratel foi criada em setembro de 1965, para 
Era um tempo de pouca privacidade. As telefonistas, cercadas de cordões, acompanhavam cada conversa e, ao final, 
desligavam o circuito. Cada telefonista atendia, no máximo, 200 assinantes. (Extraído do vídeo Telefonistas e muitas histórias.)
O primeiro telefone do Rio Janeiro 
foi instalado na casa comercial O 
Grande Mágico, que vendia novidades 
mecânicas e aparelhos elétricos, no Beco 
do Desvio (hoje, Rua do Ouvidor). No 
início, esse aparelho ligava a loja com o 
quartel do Corpo de Bombeiros; depois, 
com a Chefia de Polícia; e mais tarde, 
com o Jornal do Commercio. A Chefia 
de Polícia, posteriormente, se tornou o 
primeiro “centro” telefônico da Corte.
linha do tempo: 1885
Surge na Suécia o monofone, aparelho 
com uma única peça (bocal e fone), 
inventado por Lars M. Ericsson, sendo 
industrializado apenas em 1892. 
linha do tempo: 1886
Invenção do primeiro automóvel de 
quatro rodas, por Gottlieb Daimler, 
engenheiro alemão, que usou um motor 
em uma carruagem de tração animal. 
linhado tempo: 1887
Invenção da motocicleta. 
linha do tempo: 1888
É lançada a primeira câmara fotográfica 
portátil do mundo. Fim da escravatura 
no Brasil. 
linha do tempo: 1889
É instalado o primeiro telefone público 
do mundo, nos Estados Unidos. 
Independência do Brasil, que passa da 
Monarquia para a República.
 
 
 
 
 
 
 
linha do tempo: 2007 
“Falta fibra óptica no mercado mundial. 
Os produtores mundiais de fibra 
óptica não estavam preparados para 
a explosão de consumo de serviços de 
telecomunicações ocorrida nos últimos 
três anos. O resultado é que a fibra 
óptica disponível hoje não é suficiente 
para atender à demanda do mercado.” 
>>> extraído do site http://www.terra.
com.br/reporterterra/fibra/capa.htm
linha do tempo: 1962 
No dia 10 de julho, o primeiro satélite 
mundial de telecomunicações 
(Telstar I) é posto em órbida, nos 
Estados Unidos. Dias depois, faz suas 
primeiras transmissões televisivas 
entre os EUA e a Europa.
linha do tempo: 1969 
No dia 29 de julho, o homem chega à 
lua, na Missão Apollo 11.
linha do tempo: 1971 
A Arpanet (Advanced Research Projects 
Agency Network), que originou a 
Internet, já conta com 23 provedores, 
conectando universidades e centros 
de pesquisas do governo dos Estados 
Unidos.
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>20 atender às crescentes necessidades do mercado, tendo em vista que os serviços de 
telecomunicações se tornavam cada vez mais amplos e complexos. O objetivo era instalar 
e explorar os grandes troncos nacionais de microondas, integrantes do Sistema Nacional 
de Telecomunicações, e suas conexões com o exterior. O primeiro sistema de microondas 
da América Latina foi inaugurado entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Em 1967, 
seria criado o Ministério das Comunicações e, em 1972, a Telecomunicações Brasileiras S/A. 
(Telebrás), que acumulou a função de explorar os serviços de telecomunicação, além de 
tornar-se responsável pelo funcionamento de todo o sistema no Brasil.
 
Nessa época, as telecomunicações brasileiras se expandiriam vertiginosamente. As 
comunicações telefônicas e telegráficas, então exploradas por empresas estrangeiras, não 
atendiam às demandas do país e seriam assumidas pela Embratel em 1973, que passaria 
a monopolizar a exploração dos serviços internacionais. Em 1975, a empresa criava a 
discagem direta a distância (DDD) e a discagem direta internacional (DDI); já a Telebrás 
absorveria mais de 900 pequenas concessionárias municipais e particulares, 
em 27 operadoras estatais. 
Ainda na década de 1970, a televisão também receberia forte incentivo governamental 
que viria contribuir para a expansão e o desenvolvimento de um meio de comunicação 
até então pouco explorado. Investindo em modernas tecnologias e buscando impulsionar 
o novo veículo que vinha alicerçando suas bases – ainda que timidamente –, o governo 
brasileiro passaria a apoiar também o setor. Expandindo-se técnica e comercialmente, o 
mundo do entretenimento e da mídia televisiva no Brasil cresceria numa velocidade 
 
Entretenimento e informação ganham um novo 
veículo no Brasil, com o nascimento da primeira 
emissora de rádio no país, em abril de 1923: a Rádio 
Sociedade do Rio de Janeiro. Porém, consta que a 
primeira transmissão de rádio teria sido realmente 
feita sete meses antes, por ocasião das comemo-
rações do Centenário da Independência, em 1922, 
quando o discurso do presidente Epitácio Pessoa, 
pronunciado no Rio de Janeiro, foi retransmitido 
para São Paulo, Petrópolis e Niterói. 
A radiodifusão no Brasil, apesar dos inúmeros pro-
blemas e dificuldades, proporcionou ao país grandes 
conquistas e benefícios na informação e na integra-
ção cultural e política, além de construir, ao longo 
dos anos, uma verdadeira consciência de nação.
Durante as décadas de 1920 e 1930, surgiram novas 
emissoras que se multiplicaram e consolidaram o pa-
pel do rádio como importante veículo de comunica-
ção e entretenimento doméstico. O radiojornalismo, 
os programas humorísticos e musicais, as primeiras 
radionovelas e as transmissões esportivas selaram 
uma época de grande valor cultural e artístico na 
nossa História, atingindo seu ápice no final dos anos 
1940, início de 1950. Alguns dos nossos grandes com-
positores e intérpretes mais famosos, como Noel 
Rosa, Francisco Alves, Lamartine Babo, Orlando Silva 
e outros tantos, iniciaram suas carreiras nas rádios 
dos anos 1930. Depois do novo evento, o cotidiano 
das casas brasileiras havia se transformado por 
completo. 
Ainda na época áurea do rádio (anos 1950), nasceria 
em São Paulo a TV Tupi, ou PRF-3 TV, canal 3, de Assis 
Chateaubriand. Assim, a TV brasileira começava 
a dar seus primeiros passos, emocionando, infor-
mando, arrebatando e unificando uma nação inteira 
através de imagens e sons. O percurso da humani-
dade, acompanhado pelo telejornalismo, era de um 
impacto jamais sentido no cinema, nem tampouco 
no rádio. O mundo se comunicava instantanea-
mente, através da tela, deixando em êxtase seus es-
pectadores com os fatos históricos marcantes, como 
a chegada do homem à Lua; ou mesmo as aflições e 
a angustiante ansiedade durante os jogos da Copa 
do Mundo. Era o fim das distâncias, determinado 
pela nova Era das Telecomunicações, que por mais 
de meio século vem produzindo uma incrível gama 
de comunicadores, como J. Silvestre, Silvio Santos, 
Chacrinha, Jô Soares e tantos outros que deixaram 
sua marca no mundo do entretenimento e da infor-
mação no país. 
O mundo do 
entretenimento: 
rádio e TV
linha do tempo: 1973 
Nos Estados Unidos é registrada a 
primeira ligação de um telefone celular, 
pelo pesquisador Martin Cooper. Seis 
anos depois era lançado, em Tóquio, o 
sistema precursor dos atuais celulares.
linha do tempo: 1967 
é realizado o primeiro transplante de 
coração humano
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>21 absurda, até a década seguinte. Em 1972, a televisão a cores chega ao país. Contudo, o 
caminho do desenvolvimento tecnológico – em conseqüência da estagnação econômica 
e da inflação dos anos 1980 – novamente entra em declínio, inclusive na área da telefonia, 
cujo sistema começa a ruir com a demanda não atendida. 
Somente ao término da década de 1990, com a implantação de um modelo econômico 
neoliberal e a onda de privatizações das estatais, surge uma retomada na modernização que 
seria impulsionada pela competitividade do setor. Em 1997 é sancionada, pelo Presidente 
da República, a Lei Geral das Telecomunicações, regulamentando a quebra do monopólio 
estatal; autorizando o governo a privatizar todo o Sistema Telebrás e criar a Agência Nacional 
de Telecomunicações (Anatel), com a função de órgão regulador. Submetida a regime 
autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, a agência se torna uma 
entidade da Administração Pública Federal indireta. Em seguida, de acordo com a nova Lei 
Geral das Telecomunicações, vem a privatização do Sistema Telebrás, que seria dividido em 
12 empresas: três, de telefonia fixa; oito, de telefonia móvel; e a Embratel, como operadora de 
longa distância. No ano seguinte, entram em vigor os novos códigos das prestadoras de longa 
distância (interurbano) e das operadoras de telefonia fixa. 
Retroagindo um pouco no tempo, ainda no princípio dos anos 1990 aconteceria a maior 
revolução na história da telefonia no Brasil: o sistema móvel dos telefones celulares. Sua 
primeira transmissão foi no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Cada aparelho pesava 
meio quilo e era carregado em baterias de carro – por isso, passaram a ser chamados de 
telefones móveis. Embora a primeira ligação de um aparelho que deuorigem aos celulares 
modernos tenha ocorrido em 1973, nos Estados Unidos, as pesquisas desse novo sistema 
foram iniciadas e motivadas pelas demandas dos tempos de guerra, nos longínquos anos 
1940, nesse mesmo país. E o resultado dessas pesquisas surgiu com um aparelho que 
pesava 40 quilos! Somente em 1979 foi lançado, em Tóquio, um sistema precursor do usado 
hoje e, em 1983, entrava em operação o primeiro sistema comercial norte-americano.
A forma mais comum de conectar um usuário à central telefônica, em todo o mundo e até 
bem pouco tempo, era através do fio metálico. Durante muitos anos o sistema de rádio 
era usado pelas companhias telefônicas para interligar assinantes que se encontravam 
bem distantes das centrais ou em locais de difícil acesso. Assim como recebemos sinais 
de TV e rádio, recebemos também sinais de voz em freqüência – ao invés de usar o fio 
metálico –, permitindo que estes sinais sejam enviados e recebidos de automóveis e 
pessoas em movimento. Na comunicação móvel primordial, os sistemas eram de baixa 
qualidade devido à tecnologia existente, provocando sérias limitações em função da 
ocupação do espectro de freqüências. Ou seja, a comunicação móvel não suportava grande 
quantidade de ligações, devido a interferências. Porém, com a evolução tecnológica 
e o crescimento da procura por esse tipo de serviço, a telefonia móvel celular passou 
por um acelerado processo de desenvolvimento. A partir daí, a revolução do sistema d 
transformou rapidamente um único aparelho, idealizado somente para enviar e receber 
ligações sem o auxílio de fios, em um instrumento de comunicação que engloba, em 
si, diferentes meios de comunicação do mundo contemporâneo. Os novos “aparelhos 
telephonicos”, que permitem receber e enviar e-mails, acessar Internet, criar planilhas, 
digitar textos, tirar e enviar fotos, gravar vídeos, ouvir música, jogar, despertar, calcular 
etc., mudaram profundamente os hábitos de nossa sociedade. Agora, possuímos um 
pequeno instrumento capaz de invadir nosso mundo privado e, ao mesmo tempo, 
proporcionar o deslocar-se no tempo e no espaço com grande liberdade. Os diversos meios 
de comunicação hoje existentes, propondo novos acessos a informações e diversificadas 
linguagens, produzem novos hábitos, condutas, trocas e relacionamentos entre as pessoas, 
em uma velocidade alucinante, como é o exemplo da transformação do universo da 
d Curiosidades na página 23
linha do tempo: 1972 
Primeiros telefones públicos instalados 
no Rio de Janeiro e em São Paulo.
linha do tempo: 1992 
O telefone público, a cartão indutivo, 
foi lançado durante a Eco-Rio 92. O novo 
sistema não só reduziu os gastos das 
concessionárias, como facilitou a vida 
dos usuários.
linha do tempo: 1990 
 A Nasa, agência espacial norte-
americana, lança o telescópio espacial 
Hubble, com a missão de fotografar os 
limites do universo
 
 
 
 
 
 
 
 
0606_cad_historia.indd 21 6/7/07 1:15:43 PM
>22 Internet em apenas sete anos: MSN, Orkut, blogs, telefonia via Internet etc.
 Essas novas linguagens tecnológicas começaram a surgir em 1971, quando cientistas 
da Intel inventaram o microprocessador, circuito integrado formado por numerosos 
e minúsculos componentes, montados sobre uma pastilha de silício que executa as 
funções de uma unidade central de processamento (CPU). Essa pastilha, conhecida 
internacionalmente como chip, armazena “inteligência” e está presente nos serviços 
telefônicos, computadores, videocassetes e CDs, bem como no videodisco interativo, na 
televisão digital de alta definição e nas novas gerações de antenas parabólicas, que captam 
mais de uma centena de canais de TV via satélite, de recepção direta.
No Brasil, a evolução tecnológica das telecomunicações começa a se fazer presente a partir 
de 1990, principalmente no final da década. Surgem, então, os satélites de órbita baixa, 
menores e mais econômicos, revolucionando a comunicação via telefone celular. Estes 
satélites, conhecidos pela sigla LEOS (Low Earth Orbit Satellite), são responsáveis pelos 
sistemas de comunicação pessoal de âmbito mundial. Além de permitirem a retransmissão 
de programas da televisão brasileira para qualquer localidade do país e da América Latina, 
eles abrem novas perspectivas para a comunicação telefônica, transmissão de dados, fax, 
Internet e muitos outros serviços especializados. A evolução tecnológica tem continuidade 
com a criação de antenas destinadas à captação de programas de TV via satélite, de 
recepção direta, que são transmitidos em freqüências muito altas. E hoje, com o advento 
da televisão digital de recepção direta, a DDBS (Digital Direct Broadcasting Satellite), será 
possível transmitir imagens de alta definição, com nitidez comparável a de um filme no 
cinema ou um som estereofônico com a qualidade de um CD. A digitalização é o maior 
avanço das comunicações no século XXI, pois é capaz de unificar as redes de computadores 
e as redes de faixa larga, utilizando uma única linguagem que transmite, exclusivamente, 
bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos e gráficos. A Internet é a 
primeira realidade na prática dessa linguagem. 
A digitalização das telecomunicações torna possível abranger a eletrônica profissional e 
a do entretenimento. Devido à possibilidade de transmissão de um volume muito maior 
de informações, a comunicação digital permite a criação de redes de serviços integrados 
de voz, dados e imagens, ou seja, telefone, telex, fac-símile, teleprocessamento, bancos de 
dados, serviços de videoconferência, videotexto e televisão. (indicar o vídeo 30)
No romper do novo milênio, São Paulo alcançava a marca de 8 milhões de telefones fixos 
instalados, enquanto o avanço tecnológico continuava sua rápida escalada rumo ao 
universo das novas tecnologias da comunicação. Em 2000 seria introduzida a tecnologia 
ADSL (Asymmetrical Digital Subscriber Line), que possibilitaria enviar e receber dados 
e imagens em altíssima velocidade. Além disso, tem início a implantação do serviço de 
Internet banda larga e a operação do sistema Emergia, cabo submarino de fibra óptica, 
que conecta Buenos Aires a São Paulo – primeira parte da rede de 23 mil quilômetros, que 
vai interligar as três Américas através de uma conexão de banda larga, para transmissão à 
velocidade da luz. O Brasil do século XXI absorve o ritmo acelerado das novas descobertas 
tecnológicas e suas inúmeras possibilidades de comunicação, gerando uma nova realidade 
nacional, embora globalizada, em que alguns setores da sociedade interagem ativa e 
criativamente na contemporaneidade, franqueando ao mundo nosso valor artístico, 
cultural e científico.
As questões relevantes, diante dos meios de comunicação atuais, remetem 
sistematicamente à necessidade de uma escolha individual, crítica e consciente. As 
novidades tecnológicas que surgem diariamente no nosso cotidiano são, muitas vezes, 
absorvidas com extremo entusiasmo ou grandes rejeições. Entretanto, a evolução 
tecnológica anuncia sempre a chegada do futuro no presente, que precisa ser aceito, 
avaliado e incorporado ao dia-a-dia, como um desafio individual e coletivo para, 
efetivamente, contribuir na evolução das relações humanas com seu habitat e no 
conviver em sociedade. 
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>23 
Bibliografia
BARROS, Marcello Guimarães. História das Telecomunicações. Maceió: Edições Catavento, 2006
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, Volume 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget, 1997
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 
Rio de Janeiro: Editora 34, 1993
ROSA, Jorge [editor responsável]. Brasil, a nova era das comunicações. Publicação 
da AgênciaNacional de Telecomunicações (Anatel)
RUIZ, Roberto. O Telefone, uma das mais simples e fabulosas criações do engenho humano. 
Celta Editora e Publicidade, 1973. Edição comemorativa do 50º aniversário de fundação 
da Companhia Telefônica Brasileira
SIQUEIRA, Ethevaldo. A Eterna busca da liberdade. Brasil: 500 anos de comunicações. São Paulo: Dezembro Editorial, 2000
 SIQUEIRA, Ethevaldo. Três momentos da História das Telecomunicações no Brasil. São Paulo: 
Dezembro Editorial, 1999
• Quando algum som é emitido, ele se propaga na forma de 
ondas que fazem vibrar as moléculas à sua volta. Essa vibra-
ção, transmitida de uma molécula a outra, é percebida por 
nossos ouvidos pela membrana tímpano. Os sinais sonoros 
emitidos são transformados em impulsos elétricos e seg-
uem seu caminho até o cérebro, onde são traduzidos em 
sons. E assim, ouvimos!
• Quando alguém fala ao telefone, sua voz é transformada 
em ondas elétricas que podem ser transmitidas por cabos 
ou satélites até o receptor, do outro lado da linha.
• Basicamente, o telefone é composto de cinco elemen-
tos: o transmissor, ou microfone, fica no bocal; o recep-
tor, onde se escuta; o gancho, para ligar e desligar o 
aparelho; a campainha avisa a chamada; e o teclado, ou 
disco, identifica o número que se quer falar. 
• O transmissor funciona como uma espécie de ouvido 
elétrico, ou seja, nele existe um diafragma feito de um 
fino metal e nos microfones tradicionais há finos grãos de 
carvão. Ao falar, a voz pressiona o diafragma, movendo-o 
para a frente e para trás. O diafragma comprime os grãos de 
carvão, provocando a variação da corrente elétrica. Quando 
se fala alto, os grãos são comprimidos com mais força, 
ficando mais fácil a passagem da corrente; e o contrário 
ocorre quando se fala baixo. Os grãos são parte de um cir-
cuito elétrico que funciona à bateria. As ondas elétricas são 
enviadas para uma central que, por sua vez, as enviam ao 
receptor do outro lado da linha.
• O receptor funciona como uma boca elétrica, com um 
diafragma de metal. Os sinais elétricos, ao passarem por um 
ímã, fazem o diafragma se mover de acordo com a força da 
corrente. Esse movimento produz um deslocamento de ar e 
a pessoa ouve o que está sendo dito.
• Os telefones celulares são assim denominados devido ao 
sistema celular de funcionamento. Trata-se de um sistema 
cuja tecnologia é aplicada para conseguir melhores resul-
tados no emprego das freqüências de rádio disponíveis, 
ou seja, aquelas que não são usadas pelo rádio ou pela TV. 
As freqüências são reutilizadas a distâncias relativamente 
curtas como, por exemplo, dentro de uma mesma região 
metropolitana.
• A reutilização de freqüências funciona da seguinte forma: 
uma determinada área de atendimento é dividida em célu-
las em formato hexagonal – com seis lados – que possuem, 
cada uma delas, um conjunto de freqüências diferentes da 
área vizinha. Assim, as células próximas podem usar uma 
mesma freqüência, sem que haja interferência. Uma vez 
estabelecida a ligação, o usuário pode se deslocar para 
qualquer ponto, que a mudança de uma célula para outra 
será automática. 
• As fibras ópticas são muito usadas na telefonia atual e 
na Internet. São finos fios feitos de sílica, silicone, vidro, 
náilon ou plástico, materiais dielétricos (isolantes elétricos) 
e transparentes, para a faixa do espectro da luz visível e 
infravermelha. A voz é, primeiramente, transformada em 
sinais elétricos e convertida, em seguida, em impulsos 
de luz. No interior dos cabos (ocos), raios laser levam a 
informação até a outra ponta, onde a luz é convertida 
novamente em som, e tudo isso numa fração de segundos! 
Pois, em sua espessura de um fio de cabelo, essas fibras têm 
taxas de transmissão até 10 mil vezes maiores que as de 
microondas; e 1 milhão de vezes superiores às de cabos de 
metal. 
(visite http://www.terra.com.br/reporterterra/fibra/capa.
htm)
• A digitalização das telecomunicações impõe uma única 
linguagem, capaz de unificar as redes de computadores e 
as redes de faixa larga que transmitem, exclusivamente, 
bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos 
e gráficos. A Internet é a primeira realidade na prática dessa 
linguagem. Com a digitalização de todas as formas de co-
municação, todos esses sinais se transformaram em bits. 
“Bit” é a abreviatura da expressão “Binary Digit”, a menor 
unidade de informação.
(visite pt.wikipedia.org/wiki/Bit , www.meiobit.com/ )
Curiosidades d
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>24 
01. 
As grandes invenções
Faixa etária: a partir de 7 anos 
Propostas de Atividades 
 
 
O professor deve fazer uma pesquisa e escolher algumas imagens das grandes invenções, datas e informações 
para essa primeira fase. 
 
Primeira fase
 
Debate: A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda. E o professor começa o debate lendo a frase 
abaixo. Seria interessante escrevê-la em um cartolina grande e deixar à vista durante toda a atividade.
 “Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram.” 
Alexandre Graham Bell
......................................................................................................................................
para refletir e disCutir Com o grupo 
 
. O que você acha da frase de Graham Bell? 
. O que ele quer dizer quando fala para não andarmos pelo caminho que já está traçado, conhecido? 
. Aonde você acha que ele queria ir?
. Vocês sabem o que ele fez, aonde ele foi na vida?
. O que é um inventor? 
. Vocês conhecem alguma grande invenção que mudou o dia a dia das pessoas? 
 
Incentivar que todos participem e depois perguntar : 
Qual seria a primeira? E quais vieram depois? 
 
Tentar construir uma cronologia e depois fornecer as informações corretas.
No final do debate o professor apresentaria as imagens e as informações da pesquisa, explorando as 
transformações que ocorreram ao longo dos séculos até chegar a vida que levamos hoje. 
Hoje em dia, no mundo tecnológico, existem realidades cotidianas diversas. O tempo das invenções é relativo, 
pois cada local dependendo de seu desenvolvimento tecnológico está em tempo e, conseqüentemente, 
num cotidiano diferente. Países ricos costumam ser os primeiros a incorporarem a seu cotidiano as ultimas 
invenções criando um mundo totalmente diferente dos que não tenham acesso à estas. Mesmo em um só 
país, como o nosso, há cidades onde o cotidiano se parece muito com o dos países ricos, como São Paulo, 
mas existem outras cidades, ou lugarejos distantes, onde o tempo das descobertas parece que parou. No 
fechamento do debate seria interessante incentivar questões deles sobre os assuntos discutidos e encerrar 
com algumas perguntas/reflexões sobre o cotidiano de hoje sem as grandes invenções tecnológicas. 
O que mudaria no seu cotidiano se na sua cidade não tivesse luz elétrica?
Como descreveriam um cotidiano de lugares hoje onde não teria televisão, onde o telefone seria um objeto 
que quase não funciona, o celular não pegaria e muitos poucos conheceriam o que era um computador? 
0606_cad_historia.indd 24 6/7/07 1:15:44 PM
>25 Segunda fase: 
Atividade prática individual ou coletiva. (Essa escolha fica a critério do professor diante das possibilidades de 
cada turma e da disponibilidade dos materiais.)
.........................................................................................................................................
proposta: Desenhar algo que tenha a intenção de melhorar a vida de hoje.
O objetivo dessa atividade é motivar a reflexão e a criatividade inventiva, onde o aluno é incentivado a criar 
um invento para em seguida ser construído. Iniciar a atividade com a pergunta/reflexão: 
O que acham que falta ser inventado ou o que precisaser aperfeiçoado? 
 
.........................................................................................................................................
material sugerido: Papel branco tamanho A3, lápis preto 6b ou 4b.
Material de sucata para a construção do invento: Rolos de papel higiênico, potes, garrafas e pratos de plástico, 
papel etc. Algodão, barbante, papel colorido, arame, cola e fita adesiva, tinta guache e/ou pilot e lápis de cera. 
 
Primeira fase
 
Debate: Refletir sobre a importância dos profetas, como precursores de uma idéia, um conhecimento, 
uma invenção, uma atitude nova diante da sociedade e que por sua inovação tenham despertado um novo 
pensamento, aberto um novo caminho e gerado um novo comportamento humano.
A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda onde o professor faz perguntas aos alunos para 
incentivar o debate. 
......................................................................................................................................
para refletir e disCutir Com o grupo 
. O que seria um profeta?
. Vocês conhecem algum? 
. Quem vocês acham que seria um profeta do passado?
. O que ele fez ou falou? 
. E que importância tem isso hoje? 
. O que seria um profeta hoje? 
. E quem hoje poderia ser visto, mais tarde, como profeta no futuro?
. Se você fosse um profeta o que diria ou faria?
 
Segunda fase (para jovens a partir de 12 anos) 
 
Atividade individual de construção de tópicos para debate. 
O objetivo dessa proposta é desenvolver a apresentação e sustentação de uma idéia numa discussão em 
grupo. Visa a elaboração do pensamento crítico reflexivo, individualmente, para que à partir de suas escolhas 
possam se relacionar com o grupo e trocar idéias. 
02. 
O profeta
Faixa etária: a partir de 10 anos 
0606_cad_historia.indd 25 6/7/07 1:15:44 PM
>26 ......................................................................................................................................
 
Proposta: Depois de um tempo refletindo sobre o que é um profeta, deve-se escrever em uma folha 
de papel 3 pessoas que eles consideram “profetas” e justificar. Pode ser de sua escola, seu bairro, sua casa, 
brasileiros, estrangeiros, do presente ou do passado. E somente depois de todos terem escrito suas escolhas 
justificativas é que inicia o debate. 
 
......................................................................................................................................
Segunda fase (para jovens a partir de 10 anos) 
 
Atividade prática individual
Inventar ou contar alguma história atual ou do passado que tenha um visionário, um profeta ou inventor. 
Pode ser uma redação, ou uma história em quadrinhos. A escolha fica a critério do professor ou da 
disponibilidade dos materiais.
 
.........................................................................................................................................
material sugerido para história em quadrinhos: Papel A3 branco e papel 40kg para usar tinta guache 
ou lápis de cera. Pode ser também o Papel A2 com pilot ou lápis colorido.
 
 
 
 
 
 
Primeira fase
 
Debate: A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda. E o professor começa apresentando os tópicos 
para reflexão em forma de perguntas, incentivando todos os alunos a participarem e trocarem entre si suas 
idéias, reflexões, pensamentos. Cada pergunta abaixo que serve como orientação e estímulo para que outras 
também que surjam livremente durante o processo e desenvolvimento do projeto. 
Sem dúvida, a tecnologia criou aparelhos e objetos que possibilitam uma maior comunicação entre as 
pessoas, mas é importante trazer para o debate o questionamento se essa possibilidade trouxe mais 
comunicação e entendimento. 
......................................................................................................................................
para refletir e disCutir Com o grupo 
. Quais são os novos instrumentos da tecnologia de comunicação? Cite no mínimo 3.. A comunicação entre as pessoas e entre os povos ou culturas diferentes melhorou com os novos instrumentos?. Como ficou a troca e o entendimento entre as pessoas com os novos avanços nas tecnologias de comunicação? . O que mais dificulta o entendimento entre as pessoas? . A tecnologia pode ajudar, atrapalhar? . Existem objetos que aproximam as pessoas? . Quais seriam? E de que maneira fariam isso?. Existem objetos que afastariam? . Quais seriam? E de que maneira fariam isso?
03. 
Os novos objetos tecnológicos e a comunicação contemporânea
Faixa etária: a partir de 12 anos 
0606_cad_historia.indd 26 6/7/07 1:15:44 PM
>2� ......................................................................................................................................
Segunda fase 
 
Atividade escrita individual.
A proposta consiste em escrever um pequeno texto, como se fosse um jornalista que teria um tema 
à desenvolver para a seção de tecnologia do jornal. O tema seria: “Os novos objetos tecnológicos e a 
comunicação contemporânea”. E para desenvolver o texto deveria escolher no mínimo 5 aparelhos ou 
objetos, que surgiram com o avanço tecnológico dos meios de comunicação nos últimos cem anos. Refletindo 
sobre quais teriam contribuído para diminuir a distância entre as pessoas. E se a comunicação entre elas 
melhorou? Como e porquê? 
O objetivo dessa proposta é incentivar a pesquisa no museu, na internet e na escola. O vídeo do museu 
indicado para essa pesquisa é o “Como funciona o telefone”. Nele é possível encontrar muitas informações 
sobre as questões formuladas. Os Sites de pesquisa interessantes para o aluno aprofundar na pesquisa estão 
descritos abaixo:
. http://www.terra.com.br/criancas/not50.htm. www.feiradeciencias.com.br/sala12/12_20.asp. www.museudotelefone.org.br/como_funciona8.htm. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2001/fibraoptica/interest.htm
Questões a serem pesquisadas pelos alunos (Veja o quadro ‘Curiosidades’ - pág. 23) . Como o som chega aos nossos ouvidos?. Como transmitir sons usando a eletricidade?. Quais são os principais elementos que compõem os telefones?. Como funciona os telefones de hoje? e os celulares?. O que é uma fibra ótica? Qual a sua importância?
 
 
 
 
 
 
 
O Telefone de cordel foi criado pelo físico inglês Robert Hooke em 1667. Suas pesquisas científicas descobriram que o 
som era feito de ondas que se deslocavam no espaço. Ele, então, inventou um aparelho que consistia em dois copos 
ligados por um cordão esticado para transmitir o som. Isto é, um dos copos ao emitir o som provocava uma vibração 
no seu fundo, que em forma de ondas sonoras se propagavam pelo fio esticado, até chegar ao outro copo onde uma 
vibração semelhante, no fundo deste, permitia à pessoa do outro lado escutar o som emitido no outro copo. 
Observação : Essa atividade está diretamente ligada a atividade de pesquisa “a técnica do telefone” e pode ser 
feita depois desta. E seria interessante para os alunos realizarem a atual proposta junto com a apresentação 
da atividade de pesquisa.
 
04. 
Atividade de pesquisa “a técnica do telefone”
Faixa etária: a partir de 9 anos 
05. 
Construindo o seu telefone de cordel.
Faixa etária: a partir de 9 anos 
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>2� No entanto, é necessário destacar, que essa atividade pode ser trabalhada separadamente da atividade de 
pesquisa citada acima, principalmente para alunos menores de 9 anos. E nesse caso, o professor conversar um 
pouco com os alunos antes da atividade. 
......................................................................................................................................
Primeira fase (crianças/jovens a partir de 5 anos)

Outros materiais