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Transmissão das Obrigações Cessão de Crédito CONCEITO - É o negócio jurídico através do qual o credor de uma obrigação, transfere o seu crédito a 3º, estranho à relação obrigacional originária, independentemente de anuência do devedor; - O credor pode dispor de seu crédito em razão de ser um patrimônio do próprio credor; - Cessão de Crédito = é a forma usada para fazer a transação; “operação” usada; Forma gratuita - O credor passa o crédito a outra pessoa sem cobrar nada; - Não pretende-se nada em troca; Forma onerosa - O credor vende o crédito em haver; - Usado para ter dinheiro em mãos a curto prazo; - Mesma coisa que a venda de um carro ou uma casa; Requisitos de validade - Em relação ao sujeito: - Pessoa Capaz; - Legitimidade da pessoa (só o dono do crédito pode); NOMENCLATURA: CEDENTE: Credor; CESSIONÁRIO: 3º que recebe o crédito; CEDIDO: Devedor; - Em relação ao objeto: - Natureza personalíssima (EX: pensão alimentícia); - Legislação; - As partes preverem em contrato; - Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. - Aspecto formal: - Não existe forma prevista em lei; - Não necessita de contrato; - Não depende de nenhum rigor formal; - Não depende de nenhum documento formal escrito; - O negócio não deixa de ser válido sem que tenha um documento escrito; --- ENTRE CEDENTE e CESSIONÁRIO: - Apesar de não ser necessário, é bom que tenha (por questão de prova) --- ENTRE CREDORES e o DEVEDOR: - É necessário uma notificação prévia expressa para o devedor acerca da troca de credores; é obrigatória a notificação ao devedor; - O devedor não precisa aceitar; - > A notificação tem a função de vincular o devedor ao novo credor (CESSIONÁRIO) - > A notificação tem a função de evitar que o devedor pague por uma dívida inválida = é uma garantia ao devedor; - O devedor se opõe\defende da dívida injusta a qual seja cobrado = Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente; - Momento que o devedor apresenta sua defesa em relação ao crédito e contra os credores; - A notificação não tem eficácia em relação ao devedor sem documento público \ particular = Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. --- ENTRE 3º = Que não participaram da relação da cessão de crédito; - Torna-se a notificação pública para que tenha-se eficácia = Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654. - Formas de torna-la pública: - Via escritura pública; - Via documento privado autenticado em cartório Acessórios: - Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. - Os acessórios acompanham o devedor; - EX: A é credor de B no valor de R$10.000,00 = tendo B como garantia C e mais um carro; sendo que A sede seu crédito a D; as garantias são os acessórios, dai acompanham a cessão de crédito; não difere em nada se trocar de credor; Responsabilidade pela existência do crédito: - J é credor de M na quantia de R$10.000,00; sendo que M tem como garantia L e um carro; Sendo que J vende seu crédito a S pela quantia de R$ 5.000,00; MAS, a dívida de R$ 10.000,00 JÁ ESTÁ PRESCRITA; = Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. = É feito um documento escrito contendo os valores, garantias e tal; MAS é posto uma cláusula onde diz que não há garantia pela existência de crédito; - Não admite-se que o cedente “saia” ileso caso a dívida seja prescrita (até a data da cessão); Só que, segundo o art. 295, CC; a cláusula é anulada e não vale nada; = Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. - O cessionário tem a garantia de cobrar o valor total do objeto e não o que teria pago = EX: tu compra R$ 10.000,00 e paga R$ 5.000,00 = tens o direito de cobrar do devedor R$ 10.000,00; - Vale para a cessão de crédito gratuito também, mas deve ser de má-fé; se for de boa fé, não vale; - Na cessão de crédito oneroso, o direito vale independente de ser uma ação de boa ou má fé; Responsabilidade pela solvência do devedor: - J é credor de M na quantia de R$10.000,00; sendo que a dívida é válida até 20\08\2017; Sendo que J vende seu crédito a S pela quantia de R$ 5.000,00; - Nesse caso, M é insolvente; - Assim, J não responde pela insolvência de M; dai, se tem uma cláusula de responsabilização, J é responsável; caso não tenha, não é; - Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. = S cobra de J o valor que pagou mais as despesas; - Caso S seja credor de J no valor de R$ 10.000,00, e J seja credor de M no mesmo valor, o juiz pode penhorar o crédito de J em razão de M; - Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. - Caso M seja notificado da penhora, pode pagar no outro processo; - Caso M não seja notificado da penhora, e tenha uma cessão de crédito, a mesma é inválida; Assunção de Dívida - Outra pessoa (um 3º) assume a dívida de outra pessoa; EX: J é credor de M no valor de R$ 10.000,00, válido até dia 20\08\2017; sendo que então, S assume a dívida de M; - Deve ter a concordância do credor para ter validade; - Deve o credor se manifestar sobre aceitar ou não; caso o credor não faça nada, é presumido seu silêncio como recusa = Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. - O credor deve se manifestar expressamente; - Caso o devedor seja insolvente e no momento da assunção o credor não saiba. o devedor primário volta a ser o único devedor; - Caso o credor saiba da insolvência, paciência… - Caso o devedor torne-se insolvente, após a assunção da dívida, paciência para o credor; - Caso M tenha garantias e coloque outra pessoa no lugar, as garantias devem anuir a assunção\ devem concordar; se não, o negócio fica sem as mesmas = Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. - O devedor primário não é obrigado a dar garantias; EX: BB é credor de S na quantia de R$ 100.000,00 e S tem como garantia um apto no valor de R$ 200.000,00; sendo que a dívida é válida até 20\08\2017; Caso alguém compre o apto hipotecado, a pessoa pode assumir a dívida e pagar o restante ao devedor; A pessoa que comprou o apto hipotecado pode notificar o credor, dando tempo para aceitar ou recusar; em caso de silêncio, é presumido que a troca foi aceita = Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnarem trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Extinção das Obrigações Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. Pagamento \ Adimplemento - Não diz respeito apenas a $$; - É quando a obrigação é cumprida; EX: entregar o carro, pagar a quantia devida; CONCEITO - É a principal espécie de extinção das obrigações, e consiste no efetivo cumprimento do objeto da obrigação assumida pelo devedor em favor do credor; “Dação em pgto” = quando o devedor cumpre a obrigação com um objeto diferente do que teria sido acordado anteriormente, desde que o credor esteja de acordo; Elementos de validade: TODOS OS 4 EM CONJUNTO!!! - 1º = Sujeitos: Solvens = aquele que paga; Accipiens = aquele que recebe; - 2º = Existência de vínculo jurídico: Algo que justifique a necessidade de pagamento por uma obrigação anteriormente aderida; Caso de pagamento indevido = CC, Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. - 3º = Objeto: A entrega do objeto exato requerido na negociação; EX: tu ta devendo o carro ABC 123; a obrigação vai ser cumprida na entrega do referido carro; - 4º = Existência de “animus solvendi”: => Ânimo\vontade da pessoa que paga\quita a obrigação; => Provado quando a pessoa que paga requer um recibo acerca da obrigação cumprida; Sujeitos: - Legitimados a efetuar o pagamento (SOLVENS) - Devedor = sempre tem legitimidade (direito) para fazer o pagamento; - Tem o direito de impor o pagamento para que não ocorra contestação \ juros \ processo, depois; - Há possibilidade de o devedor propor uma ação de consignação em pagamento caso o credor recuse injustificadamente o pagto pelo devedor; - Consignação em Pagto = autoriza \ da possibilidade de o devedor fazê-lo, caso o credor não aceite o pagto sem razão alguma \ injustificadamente; - TERCEIRO: qualquer pessoa que não esteja qualificada como devedor \ credor, tem direito de efetivar o pagamento; - TERCEIRO: também pode propor a ação de consignação e pagto; - Cunho Social: para evitar litígio => permite que 3º pague a dívida do devedor; - Cunho individual: qualquer pessoa que pode cumprir a dívida \ obrigação em nome do devedor; Terceiro Interessado: - Interesse jurídico; - Interesse de quem pode ter seu patrimônio atingido; - Interesse amoroso, amigável, familiar não entra aqui; - EX: fiador de pessoa devedora; - Pessoa que paga a obrigação do devedor; - O terceiro interessado que paga a dívida, vira o credor do devedor, sub rogando-se dos benefícios do credor originário; CONCEITO: É o terceiro que possui interesse jurídico-patrimonial na extinção da obrigação, de modo que, ao efetuar o pgto, o 3º interessado adquire o direito de cobrar do devedor beneficiado o valor correspondente a obrigação satisfeita por 3º, mais o direito a sub rogação em relação aos privilégios que o credor originário possuía; Terceiro Não Interessado: - Não tem interesse jurídico nenhum; - Não tem risco de ter seu bem atingido; - Apesar de ter vínculo familiar, não torna o vínculo jurídico; EX: pai que paga a dívida do filho; Terceiro Não Interessado - Nome Próprio: - Tem direito de cobrar a dívida, mas sem sub rogação dos benefícios do credor originário; EX de recibo: Eu, Gabrielle, recebi de Jean, a quantia de $$ referente a dívida tal, cujo devedor é Marina.. (dívida entre Jean e Marina) EX de recibo: Eu, Gabrielle, recebi de Jean, a quantia de $$ referente a dívida tal.. Terceiro Não Interessado - Nome do Devedor: - Abre mão de qualquer ressarcimento futuro do devedor; - 3º paga em nome da pessoa que deve; EX de recibo: Eu, Gabrielle, recebi de Jean, a quantia de $$ referente a dívida tal.. (dívida entre Jean e Gabrielle) CONCEITO: É aquele 3º que não possui interesse jurídico, mas mesmo assim efetua o pagto da obrigação do devedor. Neste caso, o 3º não interessado que efetuar o pgto em nome próprio, terá o direito de exigir contra o devedor o valor correspondente ao pgto realizado, sem, no entanto, direito a sub rogação; Quando, no entanto, o 3º não interessado efetuar o pgto em nome do devedor, não terá direito a ressarcimento posterior. Requisitos para que um 3º pague a dívida de outro; (Em nome próprio) - Quando um 3º paga a dívida = Art. 306, CC = Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. = 1º - Deve dar ciência ao devedor; Deve avisar ao devedor que vai pagar a dívida; Para evitar o enriquecimento indevido do credor; 2º - Salvo oposição do devedor; Oposição jurídica; Coisa besta não vale; EX: não querer que fulana pague pq a fulana vai ficar falando por aí que tu é caloteira ou algo do tipo.. caso a pessoa pague a dívida de 3º mesmo assim, ainda pode requerer reembolso; Obrigação que não pode envolver 3º: - Obrigação personalíssima; - Obrigação que envolve transferência de imóvel. Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. Accipiens Legitimado a receber o pagamento; Legitimado por lei a possibilidade de receber o pagamento; Regra Geral: - Credor; Representante = - Legal (EX: pai do menor credor de alguém - dai o pai é legitimado a receber o pagamento) - Judicial (EX: Síndico - responsável pela massa de bens de uma empresa falida, inventariante - pessoa nomeada pelo juiz para representar os bens (espólio) no inventário) - Convencional \ Contratual = o próprio credor nomeia alguém para lhe representar logo no início do negócio ou durante; Hipóteses de Presunções Legais de validade do pagamento a 3º (pessoa estranha ao credor ou representante) 1) Confirmação Posterior; Ratificação; - EX: tu pede $$ emprestado a um amigo, e no dia seguinte quando tu vai pagar, vê que ele não foi pra aula, dai tu entrega para um colega que trabalha com ele; dai no dia seguinte, tu encontra o cara e pergunta se recebeu o $$ mesmo; EX: tu pede um martelo emprestado ao vizinho, e quando vai devolver, o mesmo não tá em casa, dai tu entrega o martelo para o filho dele; dai no dia seguinte, tu passa pelo teu vizinho e o mesmo agradece por tu ter entregue; 2) Pagamento que resultar em benefício do credor; = é válido até que se prove o contrário; EX: tu é devedor de $1.000,00 para a Thai, dai tu descobre que a Thai tem uma dívida com a Unisul no mesmo valor, dai tu vai lá e paga essa dívida dela para com a Unisul. - Apesar de ter a possibilidade de que a pessoa usaria o $$ para outra coisa, mais importante; DAI se presume que foi em benefício do credor até que o mesmo prove o contrário; - Art. 308 CC = Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. 3)Pagamento feito ao Credor putativo - credor aparente; aquele que aparenta ser o credor; - Credor putativo -> não pode se tratar de erro grosseiro;-> Deve agir de boa-fé; Dai resta para o credor lesado, o direito de cobrar da pessoa que recebeu em seu lugar; CONCEITO: É aquele 3º que aos olhos de todos, aparenta ser o legítimo credor, ainda que posteriormente não o seja. Neste caso, o pagamento será válido desde que realizado de boa-fé e que não haja erro grosseiro; - Art. 309 CC = Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. -> EX: tu paga a dívida para a irmã gêmea da pessoa que era tua real credora; -> EX: o empregado de uma empresa morre, dai vai fazer o pagamento de direito para um familiar, dai vai ver o registro civil, e diz que é casado, dai a esposa é chamada para receber o pagamento; dai dias depois, aparece outra mulher, alegando ser a companheira do cara que faleceu, dizendo que o cara não era mais casado com a mulher anterior por pelo menos 3 anos; - Sendo assim, aos olhos de todos, a mulher que tinha a certidão de casamento era considerada a pessoa legitima a receber, mas na verdade, a pessoa legitimada era a atual companheira do cara; 4) Pagamento àquele portador do recibo de quitação; - Pessoa portando o recibo; EX: o cara que ia sempre na empresa receber o valor do material, dai vai certo mês, com o recibo certinho e tal, e no dia seguinte os donos da empresa vão lá querendo saber se o mesmo cara foi receber, dai informam que o cara foi sim, e de fato pegou o $$, dai os donos dizem que o cara tinha sido demitido e não era mais autorizado a receber; SÓ QUE, como o cara tinha aparecido lá com o recibo, era sempre ele que ia e tal, há presunção de que tava tudo ok e não ia dar treta.. - Salvo se as circunstâncias provarem que não seja presumido que a pessoa não seja autorizada; EX: sempre ia um cara lá bonitinho com o recibo dos materiais para pegar o $$ e tal, dai certo mês, vai um cara sem identificação, com as roupas sujas, com a aparência desleixada e de procedência duvidosa, e os funcionários do local onde o sujeito foi pegar o $$ não quiseram entregar o valor, aqui é justificável que não tenha a entrega do bem; Art. 311 CC = Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Pagamento realizado a pessoa incapaz; - CREDOR INCAPAZ; EX: pessoa menor de idade, pessoa interditada (pródigo), pessoa com deficiência; Quando o pagamento é feito a pessoa incapaz, mesmo que a pessoa que faça o pagamento saiba da incapacidade, para ser válido, ele deve ser feito a seu representante (pai, tutor...) Mesmo sabendo que a pessoa é incapaz, e o devedor fizer o pagamento, só é válido se o devedor provar que o que pagou resultou em benefício do credor; Caso faça o pagamento (devedor), e não saiba da incapacidade da pessoa (credor), o pagamento é válido; - Art. 310 CC = Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Objeto do Pagamento 1) Obrigação de dar coisa certa; Para ser válido, o solvens deve entregar efetivamente o objeto da obrigação; Quando é entregue o objeto exato acordado na obrigação; Credor não é obrigado a receber um objeto diverso do acordado; Caso o credor aceite objeto diverso, extingue a obrigação, mas não é por pagamento, e sim via dação em pagamento (extingue a obrigação quando o credor aceita o objeto diverso do ajustado entre as partes) Aqui, ocorre a extinção da obrigação pelo pagamento, quando é entregue o objeto exato que teria sido acordado entre as partes; Art. 313 CC = Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. 2) Obrigação com objeto indivisível \ divisível; Caso seja um objeto indivisível, o pagamento se realiza com a entrega da coisa; Caso seja um objeto divisível (possível de parcelamento), o credor pode se recusar a aceitar o pagamento de forma parcelada; Art. 314 CC = Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. - MAS, há exceção no art. 916 CPC = Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. Requisitos: Ter um processo de execução em andamento; Depósito de 30% do valor da dívida; Parcelamento de saldo em até 6x; 3) Pagar Quantia ($$); - Regra Geral Princípio do Nominalismo = CC, Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. - Por seu valor nominal = o valor inicial \ valor de origem; - Não colocar juros no meio, não confundir, pois os juros não é o objeto da obrigação, é um acessório ao capital; - O valor do objeto da obrigação de pagar quantia fica inalterado; - A obrigação de pagar quantia será satisfeita \ quitada, na data de seu vencimento pelo seu valor de origem Exceções ao Princípio Do Nominalismo Exceção 1: o valor pode ser alterado; - Cláusula da Escala Móvel = aumento (progressivo) de prestações periódicas sucessivas; => Art. 316, CC - é possível que tenha aumento do valor das prestações= Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Requisito: - Período de 12 meses (no mínimo) - Vinculado a índice econômico financeiro oficial; - para evitar o enriquecimento indevido de qualquer uma das partes, e para evitar surpresas com o referido valor. EX: tu tem uma sala comercial e aluga ela para J, dai determina o prazo de uso (5 ANOS) e o valor ($1.000,00) pelo aluguel; dai 6 meses depois, tu vai lá e aumenta o valor do aluguel; dai 6 meses depois, tu vai lá e aumenta de novo; = NÃO PODE; EX QUE PODE OCORRER: as partes podem ajustar aumento progressivo do aumento das prestações = a cada 12 meses (1 ano), pode ajustar o valor de acordo com um índice econômico oficial; - caso tu alugue em maio\2016, só vai poder aumentar em maio\2017; Exceção 2: Teoria da Imprevisão: Caso de quando ocorre um efeito econômico imprevisível; quando ocorre um caos econômico; Depende de requerimento das partes; A parte requer ao juiz, para que o mesmo ajuste a porcentagem para o reajuste do valor nominal; Requisito: - Desequilíbrio do valor da obrigação; - Dai é feita uma Ação Revisional - Recorrente de fato externo e imprevisível ou Ação de Revisão de - Requerimento judicial; - Contrato; - Art. 317, CC = Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Proibição de obrigação vinculada à moeda estrangeira: - Art. 318, CC = Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. - São nulas (proibida) qualquer obrigação em moeda estrangeira; - Caso seja feito um negócio com essa forma de pagamento mesmo assim, caso algo dê errado, a pessoa não pode entrar com uma ação cobrando a outra parte; - Caso alguém tente entrar com a ação, já é reconhecido de ofício pelo juiz que não pode deferir a ação; - Fora legislação especial; Prova do pagamento É um direito do solvens a prova do pagamento; Chamado de QUITAÇÃO - famoso “recibo de quitação”; Art. 319, CC = Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. = papel de pão, vale como prova do pagamento; Art. 320 CC = Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada porinstrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. ____________________ = Requisitos do art. 320, CC; EX: RECIBO: Recebi na data de hoje, de João da Silva, a quantia de 2 milhões de reais, referente a aquisição do apartamento XYZ, pelo qual dou total quitação. Tubarão, 22\05\2017 Ass do credor; Recibo sem assinatura do credor OU sem a discriminação sobre o que é que está pagando= ainda vale; por causa dos canhotos do caixa eletrônico, lotéricas, transferência bancária.. Hipóteses de Presunção Legal de Pagamento\ Quitação Obrigações periódicas \ trato sucessivo - EX: compra parcelada, aluguel, financiamento... Art. 322, CC = Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. - Quando o credor da quitação da última prestação sem ressalvas; - Presume-se que as anteriores estejam quitadas ainda que sem o recibo das anteriores; - Até que se prove contrário; Juros sobre o capital; Art. 323, CC = Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos. - O pagamento do capital, sem fazer ressalva aos juros, considera que os mesmos estão pagos; - Pagamento de capital sem ressalva dos juros; EX: tu pede $1.000,00 pra um amigo, e fica acordado que tem juros todo mês, dai quando tu vai pagar uma das parcelas, tem que fazer a ressalva se o juros foi incluído neste pagamento ou não; Do Título do Comprovante de Pagamento Art. 324, CC = Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento. - Caso tu entregue a nota promissória (por exemplo) antes da obrigação estar quitada, vai ser presumido que já foi paga; - Devolução do Título que representa a obrigação; Despesas do Pagamento Art. 325, CC = a regra é que o devedor seja responsável pelas despesas com o pagamento; Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida. Caso tenha alteração por culpa do credor, o mesmo é responsável pelas despesas; EX: tu vende teu carro pra um cara que mora em Joinville, dai dias antes de ir entregar o carro, o cara ate liga e diz que foi aprovado em um concurso em Brasília; dai até jville, o devedor paga as despesas, dai até Brasília, o credor paga as despesas; Lugar do Pagamento Caso a obrigação não se cumpra por causa do credor, o devedor não poderá responder processo por isso; => Dívidas Portables (Portáveis); - Dívidas a serem cumpridas em lugar diverso do domicílio do devedor; - O devedor tem a obrigação de leva até o credor; => Dívidas Quérables (Quesíveis) = REGRA GERAL: CASO NÃO SEJA PREVISTO O LOCAL DE ENTREGA DO BEM, O CREDOR DEVE IR BUSCAR O BEM; Mas, pode ser ajustado o contrário em contrato; - Obrigação a ser cumpridas no domicílio do devedor; - O credor deve ir buscar o objeto da obrigação; A regra é que o credor vá buscar o objeto; Salvo exceção em contrato ou se a lei dispuser do contrário; Art. 327, CC = Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. EXCEÇÃO: EX: Caso tu trabalhe em Laguna para uma empresa, em uma obra, more em Jaguaruna, e a sede da empresa, fica em Tubarão; O pagamento do trabalhador que ta na obra, deve ser no local: da prestação do serviço, ou seja, em Laguna; EX: tu vai vender uma casa em Imbituba, mas tu mora em Tubarão, e o comprador mora em Içara, dai o negócio se realiza em Imbituba; EX: tu ta fazendo uma obra em Imbituba, dai tu mora em Tubarão, e compra o material em Braço do Norte; O MATERIAL SERÁ ENTREGUE PELA LOJA EM IMBITUBA; POR CAUSA DO LOCAL ONDE SERÁ EXECUTADA A OBRA; Art. 328, CC - pagamento de imóvel, ou prestação relativa a ele, é feito no lugar do imóvel = Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. Caso tu tenha um imóvel alugado em Braço do Norte, dai tu começa a ir pegar o pagamento lá mesmo, sendo que no contrato tava previsto que a pessoa que alugou venha pagar; Dai tu começa a ir todo mês, só que certo mês, tu não vai mais; DAI NÃO DÁ PRA FALAR QUE A DEVEDORA TÁ INADIMPLENTE, PQ O CREDOR ABDICOU DO DIREITO DE RECEBER NO LOGAR DISPOSTO EM CONTRATO; Art. 330, CC - pagamento feito em lugar diverso ao disposto em contrato, sucessivamente, rotineiramente, presume-se que o credor renuncia ao previsto em contrato = Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Tempo do pagamento; - O devedor se torna inadimplente caso não pague até o vencimento previsto; Termo certo (com vencimento pré-estabelecido) - Quando o vencimento já tem uma data estabelecida; - Quando o pagamento não é feito até essa data, o devedor é considerado inadimplente; - Não precisa dar ciência para o devedor entrar em estado de inadimplência; Art. 397, CC = Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Condicionais - O vencimento é vinculado a evento incerto e futuro; - Vencimento condicionado a evento incerto e futuro; - O credor deve dar ciência \ notificar o devedor que a condição se fez real; - O credor notifica o devedor; EX: tu diz que vai dar um carro pra pessoa, caso ela se forme na faculdade; dai quando ela se forma, deve informar o devedor que a condição foi feita para que o devedor possa cumprir sua obrigação; Art. 332, CC = Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. Sem Vencimento - Se não tem data prevista, o credor pode cobrar a qualquer tempo; EX: tu pede emprestado $$ a um colega, e diz que paga depois; dai dependendo do valor, a lei estipula um tempo mínimo para pedir o pagamento da dívida; Dai, quando tu faz a notificação dando um tempo pra pessoa pagar, caso ela não cumpra o prazo, entra em estado de inadimplência; - Art. 331, CC - a lei pode estipular tempo mínimo = Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. C\C Art. 592, II, CC = Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será: I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura; II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. C\C Art. 397 P.Ú. CC = Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Vencimento Antecipado Caso seja decretada falência de uma empresa -> abre o concurso de credores; Art. 333, CC = Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; - (Insolvência Civil = falência de pessoa civil \ natural) II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; (caso de bens dados em garantia para algo) III - se cessarem, ou se se tornareminsuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. (garantia real: carro, por exemplo \ garantia fidejussória: fiador que morre ou vai a falência, por exemplo). Aqui, a pessoa deve apresentar uma nova garantia, caso não apresente, vai ter o vencimento antecipado; EX: caso uma garantia real seja cessada (ex: carro furtado), deve notificar C que a garantia foi cessada, e para que a mesma dê uma nova garantia em certo prazo; EX: garantia fidejussória: fiador que morre ou se torna falido; dai notifica a pessoa para que a mesma apresente um novo, sob pena de vencimento antecipado; Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes (não se estende aos demais, é antecipado apenas ao falido). EX: tu é credor de C e de Empresa A; dai é notificado que a empresa faliu; e que C, está nadando em dinheiro; Sendo assim, o vencimento antecipado recai apenas sobre o falido;
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