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5 EXTRUTURA TEXTUAL 2 - PORTUGUÊS_-_DIREITO_-_AULA05

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AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 1 
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL – DIREITO
AULA 5
O TEXTO - 2
Na aula anterior tratamos das definições de texto e dos contextos em 
que eles devem ser analisados. Agora partiremos para estruturação textual. De 
que forma um texto deve ser organizado? Quais são os erros mais comuns em 
uma redação? 
Estas e outras questões serão abordadas nesta aula de número cinco.
1- Organizando o texto
Tal como a construção de um 
prédio, a construção textual também 
é feita em etapas, as quais devem 
ser respeitadas a fim de que toda a 
estrutura não venha abaixo.
Para que o leitor alcance a 
compreensão completa do seu texto, 
é necessário que ele possua uma 
Introdução, um Desenvolvimento e uma Conclusão. 
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 2 
Caso um destes elementos esteja ausente, provavelmente o seu 
receptor fará uma cara de interrogação. Sabe quando alguém começa a falar 
de alguma coisa e, do nada, parte para outro assunto sem concluir o raciocínio 
anterior? Isto deixa a comunicação bastante confusa e, portanto, deve ser 
evitado.
A introdução
É o cartão de visitas do seu texto, é aqui que você pode “fisgar” ou não o 
seu receptor. O contato do leitor com as primeiras palavras é fundamental para 
esclarecer se haverá interesse ou não em continuar a leitura, por isso é 
importante que o início do texto chame a atenção, que seja interessante e 
desperte a curiosidade.
Na literatura podemos encontrar alguns exemplos interessantes de 
introdução. Vejamos como Tolstói, grande escritor russo, inicia seu clássico 
“Anna Karenina” :
“Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes 
cada qual a sua maneira”
A frase parece simples, mas está tomada de uma poesia triste e de uma 
complexidade instigante. Afinal, ficamos sabendo já de cara que provavelmente 
o que vem pela frente é uma história bastante infeliz. Então qual será a 
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 3 
maneira de ser infeliz desta família? Que tragédias irão acontecer? Pergunta-
se o leitor e avança as páginas para descobrir.
O escritor checo Franz Kafka (que se formou em Direito - 
http://www.youtube.com/watch?v=EraHERAUFkw) inicia assim o seu mais famoso livro, 
“A metamorfose”:
Numa manhã, ao despertar 
de sonhos inquietantes, Gregório 
Samsa deu por si na cama 
transformado num gigantesco 
inseto.
Espere aí, deixe-me ver se 
entendi: o sujeito acorda de manhã 
e descobre que se transformou 
numa baratona gigante? Como 
assim? 
Dificilmente o leitor não irá devorar cada página desta história absurda 
para saber o que aconteceu com o pobre coitado. 
 Peter Kuper, adaptou "A metamorfose" para os quadrinhos
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 4 
Aliás o “absurdo” sempre presente na 
obra de Kafka deu origem ao termo “kafkiano”, 
que se refere a esta atmosfera esquisita de 
pesadelo. Houaiss, em sua definição, cita 
principalmente a ausência de sensatez “em 
um contexto burocrático que escapa a 
qualquer lógica ou racionalidade”, aqui se 
referindo ao romance “O processo”, que pode 
ser uma leitura bastante interessante a um 
aluno do curso de Direito, uma vez que trata justamente da complexidade da 
burocracia presente no meio jurídico .
Na história, um sujeito chamado Josef K. de um dia para outro vê sua 
vida virar um inferno, pois está sendo processado por um crime que não lhe é 
revelado. Ou seja, ele é acusado, mas não sabe do que e nem quem o acusa, 
apenas deve cumprir as burocracias de defesa. Diz o narrador: 
“Alguém certamente havia caluniado Josef K. pois uma manhã ele foi 
detido sem ter feito mal algum”
Kafka, um orelhudo que sabia começar uma 
boa história
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 5 
A metamorfose (download do livro) - 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00106a.pdf
O Processo (filme) - http://www.youtube.com/watch?v=epc10eg0UZs
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 6 
Os textos não-literários, de ordem acadêmica ou burocrática, também 
exigem que a introdução apresente informações novas, que seja interessante, 
para que, já de início, se tenha uma ideia clara do que vem pela frente. 
A grande demanda da comunicação profissional (cada vez mais rápida, 
mais urgente, em tempos de internet) impõe a tônica de que é necessário 
economizar tempo, sendo assim é importante que se vá direto ao ponto quando 
começar um texto, para que o leitor não disperse e passe para outra leitura. 
Sendo, assim, nada de ficar enrolando para chegar ao assunto principal.
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 7 
O desenvolvimento
Se na introdução você mencionará o assunto de que vai tratar, é no 
desenvolvimento do texto que você irá trabalhar a ideia principal. Ele é a 
medula da sua argumentação. Aqui é que as informações mais e menos 
importantes são apresentadas e discutidas, dependendo, é claro, do gênero 
textual. Por exemplo, num texto jornalístico de opinião o autor vai utilizar este 
espaço para demonstrar os prós e os contras daquilo que quer dizer e investir 
naquilo que pretende convencer o leitor, mas sem esboçar sua opinião de 
forma exacerbada, uma vez que a imprensa muitas vezes opta pela 
neutralidade. 
Já num texto jurídico, em que se preza a opinião e defesa convincente 
desta opinião, o desenvolvimento do texto é utilizado para demonstrar por 
quais raciocínio o autor passou antes de conferir sua decisão. Vejamos como 
isto funciona no texto abaixo, do ministro Marco Aurélio, que numa decisão 
história, negou o Habeas Corpus ao Governador José Roberto Arruda, 
envolvido no escândalo do Mensalão do DEM (primeiro governador a ser preso 
durante o mandato. E primeiro a ser flagrado com as meias cheias de dinheiro, 
diga-se de passagem).
HABEAS CORPUS 102.732 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : JOSÉ ROBERTO ARRUDA
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 8 
IMPTE.(S) : JOSÉ GERARDO GROSSI E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DECISÃO
INQUÉRITO E PROCESSO-CRIME – PRISÃO – GOVERNADOR.
PRISÃO PREVENTIVA – SUBSISTÊNCIA CONSTITUCIONAL. PRISÃO 
PREVENTIVA – ORDEM PÚBLICA E INSTRUÇÃO CRIMINAL.
HABEAS CORPUS – LIMINAR – INDEFERIMENTO.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Os impetrantes requerem a concessão de habeas corpus preventivo, alegando 
que o Ministro Fernando Gonçalves, relator do Inquérito nº 650/STJ, 
determinou a medida constritiva da liberdade do paciente com base em 
investigação inconclusa. O ato estaria prestes a ser referendado pelo Órgão 
Especial do Superior Tribunal de Justiça.
Dizem que o Governador do Distrito Federal, há mais de dois meses, encontra-
se sob perseguição.
(...)
Afirmam estar sendo cerceado o exercício dos direitos fundamentais inerentes 
à amplitude do direito de defesa, mostrando-se, portanto, inusitada a reunião 
do Colegiado para a tomada da referida decisão quanto à custódia preventiva 
do paciente.
Anotam que, sendo defensores constituídos pelo paciente,não foram 
cientificados da reunião do Tribunal Especial. A publicidade do fato veio pelos 
meios de comunicação, razão por que indagam “até quando viveremos a 
fantasia em estado de direito democrático em que à polícia tudo se dá, até 
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 9 
mesmo publicidade desmedida, sem qualquer freio inibitório (…), até quando 
suportaremos o tratamento díspar e desigual entre o órgão de acusação e a 
defesa”.
Realçam a impossibilidade de acostar à impetração o teor da deliberação da 
Corte, visto que, até as 16h45, não teria sido ultimado o julgamento.
Anotam cuidar-se de habeas liberatório, ante a iminência de concluir-se a 
reunião da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça e determinar-se a 
privação imediata da liberdade do paciente. Pede, portanto, a expedição de 
salvo-conduto ou de alvará de soltura, como forma de garantir-lhe o direito de 
liberdade.
(...)
Pois bem, o Ministério Público Federal – em peça subscrita pelo Procurador-
Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, e pela 
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Raquel Elias Ferreira Dodge – 
requereu ao Superior Tribunal de Justiça, ao Relator do Inquérito nº 650/DF, 
Ministro Fernando Gonçalves, a prisão preventiva de José Roberto Arruda, 
Governador do Distrito Federal, Geraldo Naves, Welligton Luiz Moraes, 
Antônio Bento da Silva, Rodrigo Diniz Arantes e Haroaldo Brasil de Carvalho, 
pedido que veio a ser acolhido pelas razões constantes do requerimento e 
referendado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça.
A peça, tomada como a fundamentar o ato constritivo da liberdade de ir e vir 
do paciente, fez-se ao mundo jurídico ante esmero insuplantável. Apontou-se a 
necessidade das prisões, inclusive a do Governador em exercício, visando a 
preservar a ordem pública e campo propício à instrução penal considerado o 
inquérito em curso. De forma harmônica com os elementos coligidos, de forma 
harmônica com o resultado do que foi apurado pela Polícia Federal, registrou-
se a tentativa de subornar testemunha e de utilizar-se documento falsificado 
ideologicamente para alterar a verdade da investigação.
Então, após aludir-se à comprovação da materialidade dos crimes de 
corrupção de testemunha e de falsidade ideológica, escancarou-se o quadro a 
revelar a participação do ora paciente, não bastasse a circunstância de este 
último surgir como beneficiário dos atos praticados.
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 10 
Tudo ocorreu visando a levar o jornalista Edmilson Edson dos Santos a 
modificar a verdade no depoimento que viria a prestar, direcionando-o a 
demonstrar que os fatos relatados no inquérito teriam sido fruto de armação 
para comprometer o Governador. O auto de prisão em flagrante daquele que 
por último veio a atuar em nome do Governador, ofertando numerário para a 
mudança de óptica no depoimento e, mais do que isso, o próprio depoimento 
por ele prestado tornam precisos os parâmetros essenciais a ter-se a 
adequação do artigo 312 do Código de Processo Penal.
(...)
Eis os tempos novos vivenciados nesta sofrida República. As instituições 
funcionam atuando a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. Se, de 
um lado, o período revela abandono a princípios, perda de parâmetros, 
inversão de valores, o dito pelo não dito, o certo pelo errado e vice-versa, de 
outro, nota-se que certas práticas – repudiadas, a mais não poder, pelos 
contribuintes, pela sociedade – não são mais escamoteadas, elas vêm à balha 
para ensejar a correção de rumos, expungida a impunidade. Então, o momento 
é alvissareiro.
3. Indefiro a liminar. Outrora houve dias natalinos. Hoje avizinha-se a festa 
pagã do carnaval. Que não se repita a autofagia.
4. Estando no processo as peças indispensáveis à compreensão da matéria, 
colham o parecer da Procuradoria Geral da República.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 12 de fevereiro de 2010, às 10h15.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Estes são apenas trechos do texto do ministro, mas você pode ler a versão 
completa no link abaixo:
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 11 
http://reservadejustica.wordpress.com/2010/02/14/para-registro-historico/ 
Perceba que o ministro utiliza a própria 
argumentação da defesa como arma para elaborar a 
sua decisão, chegando praticamente a enumerar os 
fatos para posteriormente (você pode conferir isto na 
íntegra do texto) quebrar a insuficiência argumentativa e 
justificar sua opinião. Esta é uma forma bastante 
coerente de organizar o texto, pois deixa bastante claro 
aquilo que se quer dizer e com base discursiva bastante 
sólida, bastante convincente. Marco Aurélio, ministro bom 
de texto
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 12 
A conclusão
O último ou os dois últimos parágrafos do texto são dedicados a fechar a 
sua argumentação. Esse é o momento de reler todo o texto, retomar 
brevemente o que foi dito no início, fazer uma síntese das ideias que foram 
distribuídas ao longo do desenvolvimento e concluir aquilo o que você quis 
dizer com o seu texto. É o momento de instigar reflexões, apontar possíveis 
soluções para o problemas discutidos, levantar indagações, etc. O importante é 
permitir que o leitor termine a leitura e sinta que as ideias propostas pelo textos 
foram concluídas, que não ficaram “no ar”.
Exemplo de conclusão é do texto que acabamos de ler, do ministro 
Marco Aurélio. O parágrafo que inicia com “Eis os tempos novos”, faz uma 
reflexão não só jurídica, mas também filosófica a respeito da justiça em nosso 
país, fazendo com que o leitor acabe o texto e reflita sobre as condições 
políticas e sociais de seu país.
Na literatura, o gênero conto e também a literatura policial, têm na 
conclusão a sua principal arma para prender o leitor. E no final da história que 
tudo faz sentido. Dalton Trevisan, famoso contista conhecido como o “Vampiro 
de Curitiba”, sabe bem como fazer uso deste recurso:
Dois velhinhos
Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas 
um podia olhar lá fora.
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 13 
Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o 
crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que 
acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:
— Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
— Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
— Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou 
morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não 
revelava tudo.
Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores 
espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.
Dalton Trevisan
Texto extraído do livro "Mistérios de Curitiba", Editora Record — Rio de 
Janeiro, 1979, pág. 110.
Os textos acadêmicos como Monografias e Dissertações, trazem esta 
estrutura textual bastante evidente, inclusive com as subdivisão explícitas de 
introdução, desenvolvimento e conclusão. Sendo que o desenvolvimento acaba 
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL14 
sendo organizado por meio de capítulos que respeita uma ordem determinada 
de assuntos para que haja clareza e compreensão do tema abordado.
Contudo, os outros gêneros textuais como a redação, dissertações, 
textos de opinião, crônicas, embora respeitem este esquema de organização, 
não necessariamente devem ser todos iguais e bem comportados.
O grande mérito de um texto bem escrito é a originalidade com que ele 
se constrói. Provavelmente você já deve ter assistido a muitos filmes não é? 
Vários deles falavam de amor, mas será que todos mostravam a mesma coisa, 
da mesma forma? Claro que não. Há filmes que possuem um começo, um 
meio e um fim bem definidos, no entanto, há outros que começam pelo fim e 
depois vão para o começo. É o caso do polêmico filmes francês “Irreversível” 
(que mostra uma cena de estupro com mais de 10 minutos de duração, sem 
cortes) e do angustiante filme americano “Amnésia”. Nos dois casos 
começamos a acompanhar a história pelo fim, para só depois saber como tudo 
aquilo começou.
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 15 
Assim como nos filmes, há várias maneiras de organizar um texto. Você 
pode iniciar já apresentando qual é a sua opinião (que normalmente vem no 
final) a respeito do tema e depois apresentar argumentos que fortaleçam a sua 
posição. Ou você pode apresentar um exemplo do problema no início e só 
depois se posicionar criticamente. Você pode apresentar as ideias mais 
comuns a respeito do tema e depois ir apontando quais sãos os problemas 
identificados nelas, etc.
A construção do texto pode assumir mil formas diferentes. Uma boa 
maneira de aprender a como desenvolver esta habilidade é lendo artigos de 
revistas, artigos de opinião em jornais. Verifique como se organizam os textos 
dos profissionais que vivem da escrita tais como professores, jornalistas, 
pesquisadores, etc.
O texto pode até ser escrito de “ponta cabeça”, mas é necessário 
que faça sentido e que seja claro para do leitor
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 16 
2 – Erros mais frequentes
Durante a produção textual é bastante comum os alunos afirmarem que 
“não sabem escrever”, “não conseguem colocar as ideias no papel”, etc. Muitas 
destas dificuldade são criadas pelo próprio aluno, então segue abaixo uma lista 
de erros mais comuns que cometemos nestes momentos:
*Comparar o seu texto com o dos outros
Se lemos os textos de outras pessoas como forma de ampliarmos nosso 
repertório e de verificarmos diferentes formas de composição textual, isto pode 
ser uma atitude positiva. Entretanto, se lemos o texto do outro apenas para 
constatar (constatação esta já pré-concebida antes da leitura) que ele é melhor 
do que o nosso, isto não parece ser muito produtivo. A produção textual 
envolve grande subjetividade, portanto cada pessoa desenvolve, ao seu tempo, 
o seu estilo de escrita, sem classificação de melhor ou pior.
*Ser impaciente na preparação
Escrever um texto é uma atividade intelectual, a qual obviamente 
envolve muito raciocínio e paciência. Para que você consiga colocar no papel 
todo esse turbilhão de ideias que passam pela sua cabeça é necessário que 
haja calma e organização. Caso seu pensamento não se organize de pronto, 
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 17 
procure fazer um “brainstorming” (chuva de ideias), ou seja, com base no tema 
proposto, em um rascunho, faça uma lista de todas as informações e ideias 
que surgirem na sua cabeça, até mesmo aquelas que parecem sem 
importância. Depois disto dê uma lida na sua lista, provavelmente as ideias 
estarão bem bagunçadas, então é necessário organizar aquilo que é 
importante, eliminar aquilo que não serve e acrescentar novas informações. 
Então vá, passo a passo, construindo o seu texto.
Para aqueles que tem 
dificuldade para organizar a sua 
argumentação, uma boa 
sugestão é praticar Xadrez, 
pois é um jogo extremamente 
importante na questão do 
desenvolvimento do raciocínio 
lógico. Os praticantes tendem a 
organizar melhor e mais 
rapidamente as suas ideias. E além do mais, Xadrez é extremamente 
desafiador e divertido
*Não ver utilidade no exercício
Além de muita leitura, só conseguirá aperfeiçoar o seu texto aquele que 
praticar e muito. Não basta ler várias páginas de teoria a respeito de produção 
textual se você não a praticar. A internet tem se mostrado um meio bastante 
Jogando com a morte, cena do filme “O Sétimo Selo”, de 
Ingmar Bergman
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 18 
amplo para o desenvolvimento textual: os blogs e redes sociais como o 
twitter.com são ótimas ferramentas para a prática de texto.
*Querer receitas
Numa rápida pesquisa no google você irá se depara com milhares de 
receitas de como escrever um bom texto. Todas elas são rápidas e eficazes e 
garantem a satisfação em curto prazo. Parece que até que estamos falando de 
algum produto e não de um texto. Por tudo que se conhece de teoria e 
experiências realizadas, podemos dizer com absoluta certeza que é impossível 
aprender a escrever bem em curto prazo. Principalmente porque as 
competências para escrever são tão complexas que seria difícil encontrar 
alguém que as dominasse com perfeição. Aprender a escrever é um processo 
contínuo que leva tempo, bastante tempo. Porém não quer dizer que o domínio 
razoável da escrita não seja possível. Para alcançá-lo é necessário praticar, e 
muito.
*Não entender o que exigem
Os temas de redação devem ser interpretados e não simplesmente 
reproduzidos, sem reflexão, sem inferências. É bastante comum o aluno fugir 
completamente do tema proposto simplesmente por não prestar atenção àquilo 
que foi solicitado. É necessário parar um pouco e refletir, antes de começar a 
escrever. Mais do que mera posse do saber, a redação procura avaliar se o 
AULA 05 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 19 
aluno está envolvido com os problemas do mundo em que vive, se tem 
sensibilidade social, preocupação ética, hábito de reflexão, capacidade de usar 
o conhecimento adquirido a favor da coletividade, etc. São, enfim, competência 
que vão muito além da mera reprodução de conhecimento já formalizado e se 
mostram úteis à transformação da sociedade.

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