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Processo Penal 7º período. 2º bimestre - recursos

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 382, CPP: “Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão”.
Art. 619, CPP: “Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão”.
Interposição – é interposto por meio de petição dirigida ao mesmo órgão prolator da decisão impugnada. Deve ser interposto no prazo de 2 dias a partir da data que tomar ciência. No Juizado, o prazo é de 5 dias, podendo ser escrito ou oralmente.
Cabimento – são cabíveis quando houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, sendo que no Juizado também cabe em caso de dúvida.
- Omissão: os embargos podem ser utilizados para fim de prequestionamento da matéria, visando futura interposição de Recurso Especial ou Recurso Extraordinário. Súmula 356, STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.
- Obscuridade: é a falta de clareza nas ideias ou nas expressões, dificultando seu entendimento.
- Ambiguidade: é um grau menor da obscuridade, decorre da utilização de expressões com duplos ou múltiplos sentidos.
- Contradição: Decorre da existência de proposições inconciliáveis entre si. Pode haver contradição entre duas partes da fundamentação, ou entre a fundamentação e o dispositivo. A contradição deve ser entre as afirmações constantes do próprio acórdão ou sentença, sendo inadmissível os embargos de declaração por contradição entre o acórdão ou a sentença, de um lado, e as provas dos autos, de outro. 
- Dúvida: não é um atributo negativo da decisão, mas um estado subjetivo de quem analisa a decisão, que decorre de tal ato conter contradição, omissão ou obscuridade
Não se faz necessário embargos, quando houver erro material, pois este pode ser corrigido de ofício. 
Processamento – o recurso deve ser julgado pelo próprio órgão prolator da decisão recorrida. Não possui efeito suspensivo. Interrompe o prazo para apresentação dos recursos que visem anulação e/ou reforma do julgado, por aplicação analógica do art. 583, CPC. No Juizado, suspende o prazo para o oferecimento do recurso próprio. Excepcionalmente possui efeito modificativo ou infringente, que ocorre quando a decisão importar em modificação do julgado por via indireta, como no caso de sentença com fundamentação tendente a absolvição de pospositivo condenatório (contradição). 
Julgamento – caso os embargos sejam acolhidos, deverá integrar tal decisão, retificando seu vício (obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão). A partir da ciência do julgamento dos embargos, começa a ser contado o prazo para os demais recursos. Quanto ao julgamento do recurso em segundo grau, devem ser respeitadas as regras do art. 620, CPP: “Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. § 1o  O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão. § 2o  Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento”.
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
Art. 609, CPP: “Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. Parágrafo único.  Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência”.
- Visa atacar decisões proferidas por Tribunais de forma não unânime e que sejam desfavoráveis ao réu. Será apreciado pelo mesmo Tribunal prolator da decisão recorrida, sendo que o órgão deste Tribunal competente para o julgamento do recurso será aquele apontado pelas leis de organização judiciária e regimentos internos. 
Infringentes – serão apenas infringentes quando a decisão não unânime disser respeito ao mérito da apelação ou do recurso em sentido estrido. Nesse caso, o recurso visa reformar a decisão guerreada.
Nulidade – serão apenas de nulidade quando a matéria impugnada disser respeito à admissibilidade recursal. Nessa hipótese, como a matéria impugnada é tipicamente processual, o objetivo do recurso é promover a sua anulação.
Infringentes e de nulidade – serão embargos infringentes e de nulidade quando as duas situações expostas ocorrerem simultaneamente, ou seja, quando a decisão não unânime disser respeito ao mérito da apelação ou do recurso em sentido estrito e à admissibilidade recursal. 
Interposição – são interpostos por petição, que deve estar acompanhada de razões, no prazo de 10 dias, contados a partir da publicação do acórdão. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
Cabimento – para o cabimento deste recurso, exige-se que a decisão impugnada não tenha sido unânime, que o voto divergente seja favorável ao réu, que o recurso se atenha à divergência apresentada por este voto, que a decisão tenha sido proferida em sede de apelação ou de recurso em sentido estrito e que ela emane de Tribunal. 
- Embora os embargos infringentes e de nulidade constituam recurso privativo da defesa, entende-se que o MP pode oferece-lo, desde que o faça em favor do réu. No entanto, no Processo Penal Militar, é possível o oferecimento deste recurso em favor da sociedade pelo Ministério Público Militar, nos termos do art. 538, CPPM: “O Ministério Público e o réu poderão opor embargos de nulidade, infringentes do julgado e de declaração, às sentenças finais proferidas pelo Superior Tribunal Militar”.
Súmula 207, STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra acórdão proferido no tribunal de origem”; Súmula 293, STF: “São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão em matéria constitucional submetida ao plenário dos tribunais”; Súmula 455, STF: “Da decisão que se seguir ao julgamento de constitucionalidade pelo Tribunal Pleno, são inadmissíveis embargos infringentes quanto à matéria constitucional”.
Processamento – Após o oferecimento dos embargos, o recorrido será intimado para, no prazo de 10 dias, oferecer suas contrarrazões recursais. Esse recurso não tem efeito suspensivo. 
Julgamento – no julgamento dos embargos, é possível que seja seguido o teor do voto vencido ou mantido o teor dos votos vencedores ou ainda que seja acolhida uma terceira alternativa, solução intermediária entre ambos, que constitui o chamado voto médio, exemplo: entre o provimento integral do recurso, opta-se por seu provimento parcial. Se, porém, houver empate na votação, deve-se adotar a solução mais favorável ao réu.
HABEAS CORPUS
 É uma ação autônoma de impugnação, não condenatória, que visa proteger a liberdade de locomoção quando ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder. É previsto como garantia fundamental no art. 5º, LXVIII, CF: “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”, que liga a outra garantia, a liberdade de locomoção, do art. 5º, XV, CF: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Nesse sentido, temos o art. 647, CPP: “Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar”.
Princípios – são aplicados os seguintes princípios: a) celeridade:qualquer do povo pode impetrá-lo, mesmo em advogado; b) gratuidade: o impetrante não necessita recolher custas processuais; c) informalidade: não há forma previamente definida em lei.
Sucedâneo recursal – a jurisprudência tem indicado a possibilidade de utilização deste instituto como sucedâneo recursal, em situações em que não há a previsão legal de oferecimento de recurso, a exemplo do que ocorre na decisão de recebimento da denúncia ou queria no procedimento comum. Isso somente será possível se a pena a ser aplicada for privativa de liberdade – se a decisão condenatória aplica pena de multa ou se a infração penal prevê como única pena a pena pecuniária, não caberá o habeas corpus, em conformidade com a Súmula 693, do STF, cabendo mandado de segurança em matéria criminal. “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada”.
- É possível a utilização do habeas corpus após o transito em julgado de sentença condenatória, desde que a condenação seja equivocada e haja prova pré-constituída disso. 
- O habeas corpus pode ser utilizado para trancar inquérito policial ou ação penal se houver ameaça ou violação À liberdade do agente (exceto se houver previsão de recurso contra a decisão que ameaça ou viola o direito de liberdade), como no caso de faltar justa causa, a exemplo de um fato ser manifestamente atípico. 
- Segundo o STF e o STJ, é possível o trancamento do inquérito policial/ação penal por meio de habeas corpus quando, de modo flagrante, e que não demande exame aprofundado dos elementos probatórios, ficar evidenciada a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a ausência de elementos indiciários demonstrativos de autoria e prova da materialidade, ou seja, falta de justa causa para a ação penal.
- O resultado de habeas corpus implica em uma ordem judicial, seja de alvará de soltura (se repressivo), seja salvo conduto (se preventivo) – terá, portanto, natureza mandamental (a sentença contém em si uma ordem).
Cabimento – a causa de pedir do HC é a violação ou ameaça de violação à liberdade de ir e vir do indivíduo. Nestes termos, ele pode ser preventivo (se há ameaça à liberdade) ou repressivo ou liberatório (se há violação à liberdade). Se foi oferecido um HC preventivo e no curso do processamento a pessoa vem a ser presa, aplica-se o princípio da fungibilidade, não sendo necessária nova impetração do remédio constitucional. Há também o HC suspensivo, que é aquele a ser impetrado quando já existe constrangimento ilegal, mas o sujeito ainda não foi preso. Nesse caso, haverá um contramandado da prisão. 
Ilegalidade da coação – art. 648, CPP: “A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade”. Essas hipóteses permitem inclusive o oferecimento do HC para trancamento do inquérito policial ou da ação penal, se não houver previsão de recurso contra a decisão que ameaça ou viola o direito de liberdade. 
Súmula 692, STF: “Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito”; Súmula 693, STF: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada”; Súmula 694, STF: “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública”; Súmula 695, STF: “Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade”.
Competência – art. 650, CPP: “Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus: I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da Constituição; II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de Polícia. § 1o  A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. § 2o  Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal”.
- Se o HC é interposto contra ato de delegado de polícia, é o juiz de 1º grau a autoridade competente para processá-lo e julgá-lo. Se é oferecido contra ato de juiz, é o Tribunal a que ele se vincula o órgão competente. 
- Cabe ao Tribunal de Justiça o julgamento do HC em que o Promotor de Justiça for a autoridade coatora, ao passo que o writ será julgado pelo Tribunal Regional Federal se o coator for Procurador da República. 
Legitimidade ativa e passiva – 3 sujeitos processuais: a) impetrante, que é quem intenta a ação penal, podendo ser qualquer do povo, pessoa física ou jurídica, inclusive o MP, não se exigindo a atuação de advogado; b) paciente, que é o beneficiado pelo HC, e pode coincidir com o impetrante. Não pode, porém, ser pessoa jurídica, pois ela não está sujeita à pena privativa de liberdade; c) impetrado, que é a parte passiva da ação, responsável pelo ato ilegal. 
Propositura – art. 654, §1º, CPP: “O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. § 1o  A petição de habeas corpus conterá: a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências”. O HC tem forma livre de propositura, podendo ser por escrito, oral, por telegrama, radiograma, telex, telefone e email. Sendo por escrito, a petição deverá cumprir os requisitos previstos no referido artigo, e deve vir acompanhada de prova pré-constituída, pois o HC não admite dilação probatória. 
Rito processual – arts. 655 a 664. O rito deve ser sumário. De acordo com entendimento jurisprudencial é possível a concessão de medida liminar, com ou sem a oitiva prévia do coator, mesmo sem previsão legal expressa nesse sentido. A autoridade julgadora poderá (logo, não é obrigatório) requisitar as informações do coator por escrito (art. 662, CPP: “Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição”). O julgamento do HC tem prioridade em relação a todos os outros, art. 664, CPP: “Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte. Parágrafo único.  A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente”.
REVISÃO CRIMINAL
- É a ação autônoma de impugnação que visa reexaminar sentença condenatória ou decisão condenatória proferida por tribunal já transitada em julgado. Seu objetivo é a desconstituição da coisa julgada material. A revisão criminal só pode seroferecida em favor do réu, em proteção ao seu estado de liberdade, atendendo à verdade real, não sendo possível portanto, o manejo desta ação pró sociedade. 
- É uma ação privativa de defesa, somente podendo ser oferecida pelos legitimados previstos no art. 623, CPP: “A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”. Não se sujeita a prazo preclusivo, podendo ser ajuizada a qualquer tempo, mesmo após a morte do condenado, art. 622, CPP: “A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após”.
Possíveis consequências do julgamento procedente da RC – art. 626, CPP: “Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Parágrafo único.  De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista”.
Cabimento – art. 621, CPP: “A revisão dos processos findos será admitida: I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena” (rol taxativo); art. 622, CPP: “A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. Parágrafo único.  Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas”. 
- A ação de impugnação pode ser oferecida contra qualquer espécie de decisão condenatória, inclusive aquela proferida no Tribunal do Júri, sem que isso implique em violação do princípio constitucional da soberania dos veredictos, até porque a ação de revisão criminal e a instituição do Tribunal do Júri foram instituídas pela Constituição Federal em favor dos interesses da defesa. 
Prazo – não há qualquer prazo previsto em lei para o oferecimento da revisão criminal, nos termos do art. 622, CPP. Para seu cabimento, como pressuposto lógico, exige-se apenas o trânsito em julgado da decisão penal condenatória.
Legitimidade ad causam ativa – art. 623, CPP: “A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”. Quanto à morte do réu, todas essas pessoas indicadas vão atuar por apreço familiar ao condenado falecido e por questões de ordem patrimonial. O Ministério Público não pode oferecer esta espécie de ação. 
Legitimidade ad causam passiva – embora não haja previsão legal nesse sentido, entende-se que essa legitimidade é do Estado ou da União, a depender do órgão jurisdicional que prolatou a decisão impugnada (se juiz de direito ou Tribunal de Justiça, é o Estado; se juiz federal ou Tribunal Regional Federal ou ainda órgão da justiça do Distrito Federal, é a União).
Competência – art. 624, CPP: “As revisões criminais serão processadas e julgadas: I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas; II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos. § 1o  No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o processo e julgamento obedecerão ao que for estabelecido no respectivo regimento interno. § 2o  Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno. § 3o  Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo regimento interno”.
- A competência para o julgamento da revisão criminal é sempre de Tribunal. Ela vem expressamente prevista na CF: art. 102, I, “j”; art. 105, I, “e”; art. 108, I, “b”.
Propositura da ação – art. 625, CPP: “O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo. § 1o  O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos. § 2o  O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí não advier dificuldade à execução normal da sentença. § 3o  Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art. 624, parágrafo único). § 4o  Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o relator apresentará o processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar parte na discussão. § 5o  Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar”; art. 628, CPP: “Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares para o processo e julgamento das revisões criminais”.
- Deve ser proposta mediante petição, encaminhada ao tribunal competente, contendo requerimento instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos. Essa ação tem fundamentação vinculada, motivo pelo qual a petição inicial deve se referir necessariamente a uma das hipóteses de cabimento previstas no art. 621, CPP. O rito de tramitação da revisão criminal é o rito especial. 
Sucessores – art. 631, CPP: “Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa”. Se o acusado falecer no curso da ação, esta não é suspensa para habilitação dos sucessores, devendo o presidente do tribunal nomear curador para a defesa, nos termos do art. 631, CPP. 
Julgamento e indenização – o julgamento da RC ocorre nos limites do que foi requerido, ou seja, é a própria parte que deve delimitar se pretende ver reconhecido apenas decisão proferida com erro no procedimento, a qual poderá ser anulada; ou também cumulativamente, decisão proferida com erro no julgamento, a qual poderá ser reformada. 
- Se o julgamento da revisão criminal implicar em absolvição do réu, todos os direitos por ele perdidos serão restaurados, devendo o tribunal, se for o caso, impor a medida de segurança cabível. Art. 629, CPP: “À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o juiz mandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão”.
- Durante o processamento da revisão criminal, em regra, não se deve permitir a concessão da liberdade provisória do réu, afinal de contas impende contra ele uma sentença condenatória transitada em julgado. Apenas em casos extremamente excepcionais é que a liberdade provisória poderá ser concedida, a exemplo de um erro judiciário crasso. 
- É possível cumular o pedido de indenização por erro judiciário, a ser reconhecido pelo tribunal, nos termos do art. 630, CPP: “O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos. § 1o  Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça. § 2o  A indenização não será devida: a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder; b) se a acusação houver sido meramente privada”. Exige-se o pedido expresso daparte para que o tribunal possa reconhecer esse direito à indenização. Essa indenização deverá ser liquidada no juízo cível. 
- A indenização não será devida se: a) o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder; b) se a acusação houver sido meramente privada.

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