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Cálculo vetorial - Seções 16.1-9 Cálculo II - ECT 1202 Escola de Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte Maio 2011 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 1 / 168 Campos Vetoriais Até agora estudamos funções que associam um número a um vetor (funções vetoriais) e funções que associam um vetor a um número (funções de duas e ou mais variáveis). A seguir estudaremos outro tipo função. Campos vetoriais Seja D um subconjunto do R2. Um campo vetorial em R2 é uma função~F que associa a cada ponto (x,y) em D um vetor bidimensional~F(x,y). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 2 / 168 Campos Vetoriais Campos vetoriais Como~F(x,y) é um vetor bidimensional, podemos escrevê-lo em termos de suas funções componentes P e Q, da seguinte forma: ~F(x,y) = P(x,y)~i+Q(x,y)~j= 〈P(x,y),Q(x,y)〉. As componentes P(x,y) e Q(x,y) são funções (de duas variáveis) que associam cada ponto (x,y) ∈ D um número real. Funções desse tipo são chamadas de campos escalares. Como no caso das funções vetoriais, podemos definir a continuidade dos campos vetoriais e mostrar que~F será contínua se e somente se suas funções componentes forem contínuas. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 3 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 1 Um campo vetorial em R2 é definido por~F(x,y) =−y~i+ x~j. Faça um esboço de~F. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 4 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 1 Um campo vetorial em R2 é definido por~F(x,y) =−y~i+ x~j. Faça um esboço de~F. Solução Inicialmanete marcamos~F nos vetores unitários~i e~j. Em seguida, seja ~r = 〈x,y〉 o vetor posição em relação a origem do plano cartesiano. Note que: ‖~F(x,y)‖= √ x2+ y2 = ‖~r‖. Note ainda que: ~r · ~F(x,y) = 〈−y,x〉 · 〈x,y〉= 0. Logo~F e~r são ortogonais. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 5 / 168 Campos Vetoriais Podemos também definir um campo vetorial no espaço da seguinte maneira. Campos vetoriais Seja E um subconjunto do R3. Um campo vetorial em R3 é uma função~F que associa a cada ponto (x,y,z) em E um vetor tridimensional~F, de componentes P(x,y,z), Q(x,y,z) e R(x,y,z): ~F(x,y,z) = P(x,y,z)~i+Q(x,y,z)~j+R(x,y,z)~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 6 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 2 Esboce o campo vetorial em R3 dado por~F(x,y,z) = z~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 7 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 2 Esboce o campo vetorial em R3 dado por~F(x,y,z) = z~k. Solução Note que ‖~F(x,y,z)‖=±z. Se z> 0 o vetor~F(x,y,z) aponta na direção de z crescente, e se z< 0 na direção inversa. Para z= 0, isto é, no plano xy ~F(x,y,z) é o vetor nulo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 8 / 168 Campos Vetoriais Campos Vetoriais Se f (x,y,z) é um campo escalar, podemos obter um campo vetorial a partir do gradiente aplicado a f : ∇f (x,y,z) = fx(x,y,z)~i+ fy(x,y,z)~j+ fz(x,y,z)~k. O campo vetorial assim obtido é chamado de campo vetorial gradiente. No caso de um campo escalar g(x,y), aplicando o operador gradiente a g, obtemos um campo vetorial gradiente bidimensional: ∇g(x,y) = gx(x,y)~i+gy(x,y)~j. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 9 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 3 Determine o campo vetorial gradiente de f (x,y) = x2+ y2, e esboce o campo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 10 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 3 Determine o campo vetorial gradiente de f (x,y) = x2+ y2, e esboce o campo. Solução Note que ∇f (x,y) é dado por: ∇f (x,y) = 2x~i+2y~j= 2~r. Repare ainda que ∇f (x,y) é paralelo ao vetor posição, e tem módulo duas vezes maior que~r. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 11 / 168 Campos Vetoriais Campo vetorial conservativo Dizemos que~F(x,y,z) é um campo vetorial conservativo se existir um campo escalar f (x,y,z) (chamada de função potencial) tal que: ~F(x,y,z) = ∇f (x,y,z). A equação acima nos fornece um método para determinar a função potencial f . Note que: fx(x,y,z) = P(x,y,z), fy(x,y,z) = Q(x,y,z), fz(x,y,z) = R(x,y,z). Assim para determinar a função potencial, basta resolver o sistema de equações diferenciais acima. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 12 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 4 Determine a função potencial para cada um dos seguintes campos vetoriais conservativos. (a) ~F(x,y) = 2x~i+2y~j, (b) ~F(x,y,z) = 〈 2xx2+y2+z2 , 2yx2+y2+z2 , 2zx2+y2+z2 〉. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 13 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 4 Determine a função potencial para cada um dos seguintes campos vetoriais conservativos. (a) ~F(x,y) = 2x~i+2y~j, Solução Note que fx(x,y) = 2x e fy(x,y) = 2y. Integrando a primeira equação em relação a x temos: f (x,y) = ∫ 2xdx+g(y) = x2+g(y). Derivando a relação acima em relação a y temos que: g′(y) = 2y =⇒ g(y) = y2+ c. Logo a função potencial é f (x,y) = x2+ y2+ c. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 14 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 4 continuação (b) ~F(x,y,z) = 〈 2xx2+y2+z2 , 2yx2+y2+z2 , 2zx2+y2+z2 〉. Note que fx = 2xx2+y2+z2 , fy = 2y x2+y2+z2 e fz = 2z x2+y2+z2 . Integrando a primeira equação em relação a x temos: f (x,y,z) = ∫ 2x x2+ y2+ z2 dx+g(y,z) = ln(x2+ y2+ z2)+g(y,z). Derivando a relação acima em relação a y temos que: 2y x2+ y2+ z2 + ∂g(y,z) ∂y = 2y x2+ y2+ z2 =⇒ g(y,z) = h(z). Assim ficamos com f (x,y,z) = ln(x2+ y2+ z2)+h(z). Derivando essa equação em relação a z temos: Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 15 / 168 Campos Vetoriais Exemplo 4 continuação Derivando essa equação em relação a z temos: 2z x2+ y2+ z2 +h′(z) = 2z x2+ y2+ z2 =⇒ h(z) = c. Logo a função potencial para~F(x,y,z) = 〈 2xx2+y2+z2 , 2yx2+y2+z2 , 2zx2+y2+z2 〉 é: f (x,y,z) = ln(x2+ y2+ z2)+ c. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 16 / 168 Integrais de linha Já aprendemos como calcular a integral de uma função z= f (x,y) sob uma região plana D. Veremos agora como calcular a integral de uma função de duas ou mais variáveis ao longo de uma curva. Integral de linha no plano Seja f (x,y) uma função definida em uma região plana D. Seja ainda ~r(t) = 〈x(t),y(t)〉 uma curva C suave em D, i.e.~r′(t) 6=~0, definida no intervalo I = [a,b]. Para cada t∗i ∈ [ti, ti+1]⊂ I podemos associar a seguinte soma de Riemann: n ∑ i=1 f (x∗i ,y ∗ i )∆si, onde x∗i = x(t∗i ), y∗i = y(t∗i ) e ∆si é o arco que liga o ponto Pi = (xi,yi) ao ponto Pi+1 = (xi+1,yi+1). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 17 / 168 Integrais de linha Integral de linha no plano No limite quando o número de subdivisões n→ ∞ do intervalo I, temos: lim n→∞ n ∑ i=1 f (x∗i ,y ∗ i )∆si = ∫ C f (x,y)ds. Se o limite acima existir, chamamos o resultado de integral de linha de f (x,y) ao longo de C em relação ao comprimento de arco. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 18 / 168 Integrais de linha Integral de linha no plano Podemos reescrever a integral de linha notando que x= x(t), y= y(t) e que ds= √( dx dt )2 + ( dy dt )2 dt. De forma que: ∫ C f (x,y)ds= ∫ b a f (x(t),y(t)) √( dx dt )2 + ( dy dt )2 dt. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 19 / 168 Integrais de linha Exemplo 5 Calcule ∫ C(2+ x 2y)ds, onde C é a metade superior do cícurlo unitário x2+ y2 = 1. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 20 / 168 Integrais de linha Exemplo 5 Calcule ∫ C(2+ x 2y)ds, onde C é a metade superior do cícurlo unitário x2+ y2 = 1. Solução A parametrização do semicírculo é: x= cos(t), y= sin(t) com 0≤ t ≤ pi. O elemento de arco ds fica: ds= √ cos2(t)+ sin2(t)dt = dt. Assim: ∫ C (2+ x2y)ds= ∫ pi 0 [2+ cos2(t)sin(t)]dt = 2pi− [ cos3(t) 3 ]pi 0 = 2pi+ 2 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 21 / 168 Integrais de linha Integral de linhano plano Suponha que a curva C seja suave (ou lisa) por partes, i.e., C é a união de um número finito de curvas suaves C1, C2, . . . ,Cn, como na figura abixo. Neste caso a integral de linha ao logo de C é dada por:∫ C f (x,y)ds= ∫ C1 f (x,y)ds+ ∫ C2 f (x,y)ds+ · · ·+ ∫ Cn f (x,y)ds. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 22 / 168 Integrais de linha Exemplo 6 Calcule ∫ C 2xds, onde C é formada pelo arco C1 da parábola y= x 2 de (0,0) a (1,1) seguido pelo segmento de reta vertical C2 de (1,1) a (1,2). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 23 / 168 Cálculo vetorial Exemplo 6 Calcule ∫ C 2xds, onde C é formada pelo arco C1 da parábola y= x 2 de (0,0) a (1,1) seguido pelo segmento de reta vertical C2 de (1,1) a (1,2). Solução Para o caminho C1 tem-se que x= x, y= x2 com 0≤ x≤ 1 e ds= √ 1+4x2dx:∫ C1 2xds= ∫ 1 0 2x √ 1+4x2dx= 1 4 [ 2 3 (1+4x2)3/2 ]1 0 = 5 √ 5−1 6 . Para o caminho C2 tem-se que x= 1, y= y com 1≤ y≤ 2 e ds= dy:∫ C2 2xds= ∫ 1 0 2(1)dy= 2[y]21 = 2. Então, ∫ C 2xds= ∫ C1 2xds+ ∫ C2 2xds= 5 √ 5−1 6 +2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 24 / 168 Integrais de linha Integral de linha no espaço Seja C uma curva espacial lisa dada pelas seguintes equações paramétricas: x= x(t), y= y(t), z= z(t) com a≤ t ≤ b. A integral de linha de uma função f (x,y,z) ao longo de C é dada por: ∫ C f (x,y,z)ds= ∫ b a f (x(t),y(t),z(t)) √( dx dt )2 + ( dy dt )2 + ( dz dt )2 dt, ou em notação vetorial: ∫ C f (x,y,z)ds= ∫ b a f (~r(t))‖~r′(t)‖dt. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 25 / 168 Integrais de linha Exemplo 7 Calcule ∫ C ysin(z)ds, onde C é a hélice circular dada pelas equações x= cos(t), y= sin(t), z= t e 0≤ t ≤ 2pi. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 26 / 168 Cálculo vetorial Exemplo 7 Calcule ∫ C ysin(z)ds, onde C é a hélice circular dada pelas equações x= cos(t), y= sin(t), z= t e 0≤ t ≤ 2pi. Solução O elemento de comprimento arco é dado por: ds= √ sin2(t)+ cos2(t)+1dt = √ 2dt. Assim: ∫ C ysin(z)ds= ∫ 2pi 0 sin2(t) √ 2dt = √ 2 2 [ t− sin(2t) 2 ]2pi 0 = pi √ 2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 27 / 168 Integrais de linha Já vimos como calcular a integral de linha de um campo escalar f (x,y,z) ao longo de uma curva C. Vejamos agora como calcular a integral de linha de um campo vetorial sobre uma curva C. Integrais de linha de um campo vetorial Seja~F(x,y,z) um campo vetorial, um campo de forças por exemplo. Podemos perguntar pelo trabalho W ao mover uma partícula ao longo de uma curva C sob a ação do campo de forças~F(x,y,z). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 28 / 168 Integrais de linha Integrais de linha de um campo vetorial Particionando o caminho~r(t) = 〈x(t),y(t),z(t)〉, com a≤ t ≤ b, em n−1 intervalos, obtemos n arcos ∆si que ligam os pontos Pi = (x∗i ,y∗i ,z∗i ) e Pi+1 = (x∗i+1,y ∗ i+1,z ∗ i+1). O trabalho para levar uma partícula do ponto Pi para Pi+1 é dado por~F(x∗i ,y∗i ,z∗i ) · [~T(x∗i ,y∗i ,z∗i )∆si], onde~T(x∗i ,y∗i ,z∗i ) é o vetor tangente ao arco ∆si no ponto Pi. Assim o trabalho para levar a partícula do ponto P0 =~r(a) até Pn =~r(b) é dado pela soma de Riemann: W ≈ n ∑ i ~F(x∗i ,y ∗ i ,z ∗ i ) ·~T(x∗i ,y∗i ,z∗i )∆si. Tomando o limite quando o número de intervalos n→ ∞ obtemos, W = lim n→∞ n ∑ i ~F(x∗i ,y ∗ i ,z ∗ i ) ·~T(x,y,z)∆si = ∫ C ~F(x,y,z) ·~T(x,y,z)ds, a integral de linha do campo vetorial~F(x,y,z) sob a curva C. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 29 / 168 Integrais de linha Integrais de linha de um campo vetorial Podemos reescrever a integral de linha anterior notando que x= x(t), y= y(t), z= z(t) e ~T(x(t),y(t),z(t)) = ~r′(t) ‖~r′(t)‖ e ds= ‖~r ′(t)‖dt. Assim a integral de linha de~F(x,(t),y(t),z(t)) =~F(~r(t)) é dada por:∫ C ~F ·~Tds= ∫ b a ~F(~r(t)) ·~r′(t)dt = ∫ b a ~F ·d~r. Ou em termos das funções componentes P(x,y,z), Q(x,y,z) e R(x,y,z) de~F:∫ b a ~F ·d~r = ∫ b a Pdx+Qdy+Rdz. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 30 / 168 Integrais de linha Exemplo 8 Determine o trabalho feito pelo campo de força~F(x,y,z) = x2~i− xy~j ao se mover uma partícula ao longo de um quarto de círculo~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j, 0≤ t ≤ pi/2. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 31 / 168 Integrais de linha Exemplo 8 Determine o trabalho feito pelo campo de força~F(x,y,z) = x2~i− xy~j ao se mover uma partícula ao longo de um quarto de círculo~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j, 0≤ t ≤ pi/2. Solução Note primeiramente que~F(~r(t)) = 〈cos2(t),−cos(t)sin(t)〉, e que ~r′(t) = 〈−sin(t),cos(t)〉. Assim: ∫ b a ~F ·d~r = ∫ pi/2 0 −2cos2(t)sin(t)dt = 2 3 [ cos3(t) ]pi/2 0 =−2 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 32 / 168 Integrais de linha Exemplo 9 Calcule ∫ C ydx+ zdy+ xdz, onde C consiste no segmento de reta C1 que une (2,0,0) a (3,4,5) seguido pelo segmento de reta vertical C2 de (3,4,5) a (3,4,0). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 33 / 168 Integrais de linha Exemplo 9 Calcule ∫ C ydx+ zdy+ xdz, onde C consiste no segmento de reta C1 que une (2,0,0) a (3,4,5) seguido pelo segmento de reta vertical C2 de (3,4,5) a (3,4,0). Solução O campo vetorial a ser integrado é~F(~r(t)) = 〈y,z,x〉. O caminho C1 é dado por~r(t) = 〈2+ t,4t,5t〉 com 0≤ t ≤ 1. De forma que~F(~r(t)) = 〈4t,5t,2+ t〉 e ~r′(t) = 〈1,4,5〉. Logo:∫ b a ~F ·d~r = ∫ 1 0 [1(4t)+4(5t)+5(2+ t)]dt = ∫ 1 0 (10+29t)dt = [ 10t+ 29t2 2 ]1 0 = 49 2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 34 / 168 Integrais de linha Exemplo 9 continuação O caminho C2 é dado por~r(t) = 〈3,4,5−5t〉 com 0≤ t ≤ 1. De forma que ~F(~r(t)) = 〈4,5−5t,3〉 e~r′(t) = 〈0,0,−5〉. Logo: ∫ b a ~F ·d~r = ∫ 1 0 [0(4t)+0(5−5t)+3(−5)]dt =−15 ∫ 1 0 dt =−15. Assim a integral ∫ C ydx+ zdy+ xdz vale:∫ C ~F ·d~r = ∫ C1 ~F ·d~r+ ∫ C2 ~F ·d~r = 24.5−15= 9.5 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 35 / 168 Teorema Fundamental das integrais de linha No cálculo 1 vimos que se F′(x) é uma função contínua no intervalo I = [a,b] então ∫ b a F ′(x)dx= F(b)−F(a), é igual a variação de F′(x) sobre I. Para as integrais de linha, sob certas condições, temos um resultado parecido. Teorema 1 Seja C uma curva lisa dada pela função vetorial~r(t), a≤ t ≤ b. Seja f uma função diferenciável de duas ou três variáveis cujo vetor gradiente ∇f é contínuo em C. Então ∫ C ∇f ·d~r = f (~r(b))− f (~r(a)). Se~r(b) e~r(a) tiverem coordenadas (x2,y2,z2) e (x1,y1,z1), então∫ C ∇f ·d~r = f (x2,y2,z2)− f (x1,y1,z1). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 36 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 10 Determine o trabalho realizado pelo campo vetorial ~F(x,y,z) = 〈 2xx2+y2+z2 , 2yx2+y2+z2 , 2zx2+y2+z2 〉, ao mover uma partícula de massa m do ponto (1,0,0) para o ponto (1,1,1) ao longo de uma curva lisa por partes C. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 37 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 10 Determine o trabalho realizado pelo campo vetorial ~F(x,y,z) = 〈 2xx2+y2+z2 , 2yx2+y2+z2 , 2zx2+y2+z2 〉, ao mover uma partícula de massa m do ponto (1,0,0) para o ponto (1,1,1) ao longo de uma curva lisa por partes C. Solução Já vimos que o campo vetorial acima é conservativo, com função potencial dada por f (x,y,z) = ln(x2+ y2+ z2)+ c. Dessa forma: W = ∫ C ~F ·d~r = ∫ C ∇f ·d~r = f (1,1,1)− f (1,0,0) = ln(3). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 38 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 11 Calcule ∫ C y 2dx+ xdy, onde (a) C = C1 é o segmento de reta de (−5,−3) a (0,2), (b) C = C2 é o arcox= 4− y2 de (−5,−3) a (0,2). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 39 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 11 Calcule ∫ C y 2dx+ xdy, onde (a) C = C1 é o segmento de reta de (−5,−3) a (0,2), (b) C = C2 é o arco x= 4− y2 de (−5,−3) a (0,2). Solução O caminho C1 tem a seguite parametrização x= 5t−5, y= 5t−3 com 0≤ t ≤ 1. ∫ C1 y2dx+ xdy= ∫ 1 0 [ (5t−3)2 dx dt +(5t−5)dy dt ] dt = ∫ 1 0 [5(5t−3)2+5(5t−5)]dt = 5 ∫ 1 0 (25t2−25t+4)dt =−5 6 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 40 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 11 continuação Calcule ∫ C y 2dx+ xdy, onde (a) C = C1 é o segmento de reta de (−5,−3) a (0,2), (b) C = C2 é o arco x= 4− y2 de (−5,−3) a (0,2). Solução O caminho C2 tem a seguite parametrização y= t, x= 4− t2 com −3≤ t ≤ 2.∫ C2 y2dx+ xdy= ∫ 2 −3 [ t2 dx dt +(4− t2)dy dt ] dt = ∫ 2 −3 [−2t3+(4− t2)]dt = ∫ 2 −3 (−2t3− t2+4)dt =−245 6 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 41 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Independência do caminho de integração O resultado do exemplo anterior nos diz que em geral ∫ C1 ~F ·d~r 6= ∫C2~F ·d~r, onde C1 e C2 são dois caminhos distintos com mesmos pontos incial e final. Mas segue do teorema anterior que∫ C1 ∇f ·d~r = ∫ C2 ∇f ·d~r. A integral de um campo vetorial contínuo~F é dita independente do caminho, se∫ C1 ~F ·d~r = ∫ C2 ~F ·d~r, para quaisquer caminhos C1 e C2 como mesmos pontos incial e final. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 42 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Uma curva é dita fechada se seu ponto inicial coincide com o final, i.e., ~r(a) =~r(b). O teorema a seguir nos fornece uma condição sob a qual a integral de linha de um campo vetorial é independente do caminho de integração. Teorema 2∫ C ~F ·d~r é independente do caminho, em uma região, D se e somente se∮ C ~F ·d~r = 0 para todo caminho C fechado em D. Este teorema afirma que para um campo vetorial conservativo~F, ∮ C ~F ·d~r = 0. Assim, se~F representa um campo de forças, o trabalho realizado para mover uma partícula ao longo de um caminho fechado é nulo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 43 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 12 Mostre que a integral de linha do campo vetorial~F = 〈2x,2y〉 independe do caminho de integração. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 44 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 12 Mostre que a integral de linha do campo vetorial~F = 〈2x,2y〉 independe do caminho de integração. Solução Vamos calcular a integral de linha do campo acima sobre uma curva fechada C qualquer. Para isso, note que~F = ∇f , com f (x,y) = x2+ y2+ c. Assim∮ C ~F ·d~r = ∮ C ∇f ·d~r = ∮ C d dt f (~r(t))dt = 0. Como ∮ C ~F ·d~r = 0, para um caminho qualquer C segue que ∫C~F ·d~r é independente do caminho. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 45 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Uma região no plano D é dita aberta se para cada ponto P ∈ D existir um disco com centro em P contida em D. E chamamos uma região plana D de conexa se dois pontos quaisquer em D podem ser ligados por um caminho inteiramente em D. Teorema 3 Suponha que~F seja um campo vetorial contínuo sobre uma região aberta conexa D. Se ∫ C ~F ·d~r for independente do caminho em D, então~F é um campo conservativo, ou seja, existe um campo escalar f tal que ∇f =~F. Para um campo vetorial conservativo são equivalentes as proposições: (a) ~F = ∇f , (b) ∮ C ~F ·d~r = 0, (c) ∫ C ~F ·d~r independe do caminho de integração. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 46 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha O teorema a seguir nos permite determinar se um campo vetorial é conservativo. Teorema 4 Se~F(x,y) = P(x,y)~i+Q(x,y)~j é um campo vetorial conservativo, onde P e Q têm derivadas parciais de primeira ordem contínuas em um domínio D, então em todos os pontos de D temos ∂P ∂y = ∂Q ∂x . A recíproca do teorema acima só é válida para um tipo especial de região D. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 47 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 13 Determine se o campo vetorial~F(x,y) = (x− y)~i+(x−2)~j é ou não conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 48 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 13 Determine se o campo vetorial~F(x,y) = (x− y)~i+(x−2)~j é ou não conservativo. Solução Note que P(x,y) = x− y e que Q(x,y) = x−2, de forma que: ∂P ∂y =−1 ∂Q ∂x = 1. Logo o campo não é conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 49 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Uma cuva é dita simples se ela não se autointercepta. E uma região é dita simplesmente conexa se a mesma é conexa e não contem buracos, ou seja, qualquer curva simples fechada em D contorna pontos que estão somente em D. Teorema 5 Seja~F(x,y) = P(x,y)~i+Q(x,y)~j um campo vetorial sobre uma região D aberta e simplesmente conexa. Suponha que P e Q tenham derivadas parciais de primeira ordem contínuas e que ∂P ∂y = ∂Q ∂x , em D. Então~F é conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 50 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 14 Determine se o campo vetorial~F(x,y) = (3+2xy)~i+(x2−3y2)~j é ou não conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 51 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 14 Determine se o campo vetorial~F(x,y) = (3+2xy)~i+(x2−3y2)~j é ou não conservativo. Solução Note que P(x,y) = 3+2xy e que Q(x,y) = x2−3y2, de forma que: ∂P ∂y = 2x= ∂Q ∂x . Como o domínio de~F é o plano R2 que é aberto e simplesmente conexo, então o campo é conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 52 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 15 Determine se o campo vetorial~F(x,y) = −yx2+y2~i+ x x2+y2 ~j, (x,y) 6= (0,0) é ou não conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 53 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 15 Determine se o campo vetorial~F(x,y) = −yx2+y2~i+ x x2+y2 ~j, (x,y) 6= (0,0) é ou não conservativo. Solução Note que ∂P ∂y = −x2+ y2 x2+ y2 = ∂Q ∂x . O resultado acima sugere que~F é conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 54 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 15 continuação Mas se este for o caso, a integral de linha de~F ao longo de qualquer curva fechada C deve ser zero. Assim seja C o círculo unitário percorrido no sentido anti-horário, com parametrização dada por x= cos(t), y= sin(t) e 0≤ t ≤ 2pi. Neste caso ∮ C ~F ·d~r = ∫ 2pi 0 [sin2(t)+ cos2(t)]dt = 2pi. Como a integral acima é diferente de zero, o campo não é conservativo. Note que apesar das derivadas parciais ∂P∂y e ∂Q ∂x serem iguais, o domínio de~F não é uma região simplesmente conexa, de forma que o teorema anterior não se aplica. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 55 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Condição para um campo vetorial~F(x,y,z) ser conservativo Para que um campo vetorial~F(x,y,z) = P(x,y,z)~i+Q(x,y,z)~j+R(x,y,z)~k definido em uma região aberta e simplesmente conexa D, P, Q e R com derivadas parciais de primeira ordem contínuas, seja conservativo, devem ser satisfeitas as seguintes igualdades ∂P ∂y = ∂Q ∂x , ∂P ∂z = ∂R ∂x , ∂Q ∂z = ∂R ∂y . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 56 / 168 Teorema fundamental das integrais de linha Exemplo 16 Determine se o campo vetorial~F(x,y,z) = (yz)~i+(xz)~j+(xy+2z)~k, é ou não conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 57 / 168 Teorema fundamental das integrais de linhaExemplo 16 Determine se o campo vetorial~F(x,y,z) = (yz)~i+(xz)~j+(xy+2z)~k, é ou não conservativo. Solução Note que~F está definido em todo o R3, conjunto aberto e simplesmente conexo. Note também que ∂P ∂y = z= ∂Q ∂x , ∂P ∂z = y= ∂R ∂x , ∂Q ∂z = x= ∂R ∂y . Logo o campo acima é conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 58 / 168 Teorema de Green O teorema a seguir relaciona o cálculo de uma integral de linha de um campo vetorial ao longo de uma curva fechada simples C, com uma integral dupla na região D delimitada por C. Antes, precisamos definir orientação de uma curva. Oritentação de uma curva fechada simples C Seja C uma curva fechada simples dada por~r(t), com a≤ t ≤ b. Dizemos que C tem orientação positiva se ao percorrer C no sentido anti-horário, uma única vez, a região D estiver sempre à esquerda quando o ponto~r(t) percorrer C. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 59 / 168 Teorema de Green Uma vez definida orientação de uma curva C, podemos enunciar o teorema de Green. Teorema de Green Seja C uma curva plana simples, fechada, contínua por trechos, orientada positivamente, e seja D a região delimitada por C. Se P e Q têm derivadas parciais de primeira ordem contínuas sobre uma região aberta que contenha D, então ∮ C Pdx+Qdy= ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 60 / 168 Teorema de Green Exemplo 17 Calcule ∮ c x 4dx+ xydy, onde C é a curva triangular constituida pelos segmentos de reta (0,0) a (1,0), de (1,0) a (0,1) e de (0,1) a (0,0). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 61 / 168 Teorema de Green Exemplo 17 Calcule ∮ c x 4dx+ xydy, onde C é a curva triangular constituida pelos segmentos de reta (0,0) a (1,0), de (1,0) a (0,1) e de (0,1) a (0,0). Solução Note que o caminho é fechado, simples e com orientação positiva. Como as funções P(x,y) = x4 e Q(x,y) = xy têm derivadas contínuas na região triangular acima, podemos utilizar o teorema de Green. ∮ C x4dx+ xydy= ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA= ∫∫ D ydA = ∫ 1 0 ∫ 1−x 0 ydydx= 1 2 ∫ 1 0 (1− x)2dx=−1 6 [ (1− x)3 ]1 0 = 1 6 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 62 / 168 Teorema de Green Exemplo 18 Calcule ∮ C(3y− esin(x))dx+(7x+ √ y4+1)dy, onde C é o círculo x2+ y2 = 9. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 63 / 168 Teorema de Green Exemplo 18 Calcule ∮ C(3y− esin(x))dx+(7x+ √ y4+1)dy, onde C é o círculo x2+ y2 = 9. Solução Utilizando o teorema de Green e convertendo a integral dupla para coordenadas polares temos∮ C (3y− esin(x))dx+(7x+ √ y4+1)dy=∫∫ D [ ∂ ∂x (7x+ √ y4+1)− ∂ ∂y (3y− esin(x)) ] dA=∫ 2pi 0 ∫ 3 0 (7−3)rdrdθ= 4 ∫ 2pi 0 dθ ∫ 3 0 rdr = 36pi. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 64 / 168 Teorema de Green Cálculo de área via integral de linha Seja C uma curva fechada simples que dilimita uma região D. Se no teorema de Green o integrando da integral dupla for 1, obtemos a área da região D. ∂Q ∂x − ∂P ∂y = 1. As possíveis funções P(x,y) e Q(x,y) que fornecem o resultado desejado são P(x,y) = 0, P(x,y) =−y, P(x,y) =−1 2 y, Q(x,y) = x, Q(x,y) = 0, Q(x,y) = 1 2 x. Assim podemos calcular a área de D através das seguintes fórmulas A= ∮ C xdy=− ∮ C ydx= 1 2 ∮ C xdy− ydx. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 65 / 168 Teorema de Green Exemplo 19 Determine a área delimitada pela elipse x 2 a2 + y2 b2 = 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 66 / 168 Teorema de Green Exemplo 19 Determine a área delimitada pela elipse x 2 a2 + y2 b2 = 1. Solução Podemos parametrizar a elipse através das seguintes equações x= acos(t), y= bsin(t) com 0≤ t ≤ 2pi. A= 1 2 ∮ C xdy− ydx= 1 2 ∫ 2pi 0 [acos(t)bcos(t)+bsin(t)asin(t)]dt = ab 2 ∫ 2pi 0 dt = piab. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 67 / 168 Teorema de Green Exemplo 20 Calcule ∮ C y 2dx+3xydy, onde C é a fronteira da região semianular D contida no semiplano superior entre os círculos x2+ y2 = 1 e x2+ y2 = 4. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 68 / 168 Teorema de Green Exemplo 20 Calcule ∮ C y 2dx+3xydy, onde C é a fronteira da região semianular D contida no semiplano superior entre os círculos x2+ y2 = 1 e x2+ y2 = 4. Solução Utilizando o teorema de Green e convertendo a integral dupla para coordenadas polares teremos∮ C y3dx+3xydy= ∫∫ D [ ∂ ∂x (3xy)− ∂ ∂y (y2) ] dA= = ∫∫ D ydA= ∫ pi 0 ∫ 2 1 r2 sin(θ)drdθ = ∫ pi 0 sin(θ)dθ ∫ 2 1 r2dr = 14 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 69 / 168 Teorema de Green Teorema de Green para regiões que não são simplesmente conexa Considere a seguinte região D limitada pelas curvas fechadas C1 (externamente) e C2 (internamente), isto é, D é uma região com um buraco. Podemos utilizar o teorema de Green e mostrar que a integral de linha ao longo do caminho C = C1 ⋃ C2 é dada por:∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA= ∮ C1 Pdx+Qdy+ ∮ C2 Pdx+Qdy= ∮ C Pdx+Qdy. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 70 / 168 Teorema de Green Exemplo 21 Calcule ∮ C y 3dx− x3dy, onde C é composta de dois círculos de raios 1 e 2 centrados na origem com orientação positiva. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 71 / 168 Teorema de Green Exemplo 21 Calcule ∮ C y 3dx− x3dy, onde C é composta de dois círculos de raios 1 e 2 centrados na origem com orientação positiva. Solução Note que a região D é a região contida entre as circunferências de raios 1 e 2 assim ∮ C y3dx− x3dy= ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA=−3 ∫∫ D (x2+ y2)dA =−3 ∫ 2pi 0 ∫ 2 1 r3drdθ=−3 [ θ ]2pi 0 [ r4 4 ]2 1 =−45pi 2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 72 / 168 Rotacional e divergente Já vimos que podemos contruir um campo vetorial a partir de um campo escalar aplicando o operador ∇ a um campo escalar f (∇f campo gradiente). Agora veremos como obeter um campo vetorial a partir de outro campo vetorial. Rotacional Se~F = P~i+Q~j+R~k é um campo vetorial em R3, e as derivadas parciais de P, Q e R existem, então o rotacional de~F é o campo vetorial em R3 definido por rot~F = ∇×~F = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) ~i+ ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) ~j+ ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) ~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 73 / 168 Rotacional e divergente Rotacional Se pensarmos em ∇ como um vetor de componentes ∂/∂x, ∂/∂y e ∂/∂z, podemos também considerar o produto vetorial formal de ∇ pelo campo vetorial~F, como se segue: ∇×~F = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P Q R ∣∣∣∣∣∣∣ = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) ~i+ ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) ~j+ ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) ~k = rot~F. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 74 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 22 Se~F(x,y,z) = xz~i+ xyz~j− y2~k, determine o rotacional de~F. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 75 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 22 Se~F(x,y,z) = xz~i+ xyz~j− y2~k, determine o rotacional de~F. Solução Utilizando a definição temos que ∇×~F = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z xz xyz −y2 ∣∣∣∣∣∣∣ = ( ∂(−y2) ∂y − ∂(xyz) ∂z ) ~i− ( ∂(−y2) ∂x − ∂(xz) ∂z ) ~j+ ( ∂(xyz) ∂x − ∂(xz) ∂y ) ~k =−y(2+ x)~i+ x~j+ yz~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 76 / 168 Rotacional e divergente Teorema 1 Se f é um campo escalar que tem derivadas parciais contínuas de segunda ordem então, rot (∇f ) =~0. Já vimos que se um campo vetorial é conservativo, então~F = ∇f . Assim podemos enunciar o teorema acima da seguinte forma Se~F é conservativo, então rot~F =~0. A recíprocado teorema acima não é, em geral, verdadeira. Dizemos então que a condição (~F é conservativo) é nescessária (para que rot~F =~0) porém (rot~F =~0) não é sufuciente (para que~F seja conservativo). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 77 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 23 Mostre que o campo vetorial~F(x,y,z) = xz~i+ xyz~j− y2~k não é conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 78 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 23 Mostre que o campo vetorial~F(x,y,z) = xz~i+ xyz~j− y2~k não é conservativo. Solução Suponha que~F seja conservativo. Então devemos ter que rot~F =~0. Mas como vimos no exemplo anterior ∇×~F =−y(2+ x)~i+ x~j+ yz~k. Logo~F não pode ser conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 79 / 168 Rotacional e divergente O teorema a seguir nos dá uma condição suficiente para que um campo vetorial~F ∈ R3 seja conservativo. Teorema 2 Se~F for um campo vetorial definido sobre todo o R3 (domínio aberto e simplesmente conexo) cujas componentes tenham derivadas parciais de segunda ordem contínuas e rot~F =~0, então~F será um campo vetorial conservativo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 80 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 24 Mostre que o campo vetorial~F(x,y,z) = y2z3~i+2xyz3~j+3xy2z2~k é conservativo e determine sua função potencial. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 81 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 24 Mostre que o campo vetorial~F(x,y,z) = y2z3~i+2xyz3~j+3xy2z2~k é conservativo e determine sua função potencial. Solução Note que ∇×~F = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z y2z3 2xyz3 3xy2z2 ∣∣∣∣∣∣∣ = (6xyz2−6xyz2)~i− (3y2z2−3y2z2)~j+(2yz3−2yz3)~k =~0. Assim o campo é conservativo (note que o domínio de~F é aberto e simplesmente conexo). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 82 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 24 continuação Para determinar a função potencial basta integral (parcialmente) uma das funções componetes e utilizar as demais para determinar as constantes de integração. Assim fx = y2z3 =⇒ f (x,y,z) = ∫ y2z3dx= xy2z3+g(y,z). Como fy = 2xyz3 obtemos que g(y,z) = h(z). Note ainda que fz = 3xy2z2, assim h(z) = c. Logo a função potencial é dada por f (x,y,z) = xy2z3+ c. Um campo vetorial~F com rotacional nulo é chamado de irrotacional. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 83 / 168 Rotacional e divergente Já vimos como obter um campo vetorial a partir de um campo escalar e de um campo vetorial. Agora veremos como obter um campo escalar através de um campo vetorial. Divergente Se~F = P~i+Q~j+R~k é um campo vetorial em~R3 e existem ∂P/∂x, ∂Q/∂y e ∂R/∂z, então o divergente de~F é o campo escalar dado por div~F = ∇ ·~F = ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z . Novamente se pensarmos em ∇ como um vetor de componentes ∂/∂x, ∂/∂y e ∂/∂z, podemos reescrever o divergente como se segue: div~F = ∇ ·~F = 〈 ∂ ∂x , ∂ ∂y , ∂ ∂z 〉 · 〈P,Q,R〉. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 84 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 25 Se~F(x,y,z) = xz~i+ xyz~j− y2~k, encontre div~F. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 85 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 25 Se~F(x,y,z) = xz~i+ xyz~j− y2~k, encontre div~F. Solução Pela definição temos que div~F = ∇ ·~F = ∂(xz) ∂x + ∂(xyz) ∂y + ∂(−y2) ∂z = z+ xz. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 86 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 26 Mostre que o divergente do rotacional de um campo vetorial é igual ao vetor nulo. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 87 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 26 Mostre que o divergente do rotacional de um campo vetorial é igual ao vetor nulo. Solução Seja~F = P~i+Q~j+R~k um campo vetorial, cujas funções componentes apresentam derivadas de segunda ordem contínuas. Assim ~G= rot~F = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) ~i+ ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) ~j+ ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) ~k. Calculando o divergente do campo ~G temos que div ~G= div rot~F = ∂ ∂x ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) + ∂ ∂y ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) + ∂ ∂z ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 88 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 26 continuação div ~G= div rot~F = ∂2R ∂x∂y − ∂ 2Q ∂x∂z + ∂2P ∂y∂z − ∂ 2R ∂y∂x + ∂2Q ∂z∂x − ∂ 2P ∂z∂y = 0. uma vez que os termos se cancelam aos pares (teorema de Schwarz). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 89 / 168 Rotacional e divergente Laplaciano Ainda podemos definir outro campo escalar ao aplicarmos o operador ∇ a um campo gradiente ∇f . O resultado é o seguinte campo escalar div(∇f ) = ∇ · (∇f ) = ∂ 2f ∂x2 + ∂2f ∂y2 + ∂2f ∂z2 . Essa expressão aperecer com tanta frequencia de forma que vamos abreviá-la como ∇2f . Ao operador ∇2 chamamos de laplaciano. E se~F = P~i+Q~j+R~k é um campo vetorial, podemos também aplicar ∇2 a~F como ∇2~F = ∇2P~i+∇2Q~j+∇2R~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 90 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 27 Aplique o operador laplaciano aos seguintes campos: (a) f (x,y,z) = exyz, (b) ~F(x,y,z) = 〈ex,exy,exyz〉. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 91 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 27 Aplique o operador laplaciano aos seguintes campos: (a) f (x,y,z) = exyz, (b) ~F(x,y,z) = 〈ex,exy,exyz〉. Solução Note que ∇f = 〈yzexyz,xzexyz,xyexyz〉, de forma que ∇2f = ∂(yzexyz) ∂x + ∂(xzexyz) ∂y + ∂(xyexyz) ∂z = exyz[(yz)2+(xz)2+(xy)2]. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 92 / 168 Rotacional e divergente Exemplo 27 continuação No exemplo (b) note que P= ex, Q= exy e R= exyz. Assim ∇2P= ∇2ex = ex ∇2Q= ∇2exy = (x2+ y2)exy ∇2R= ∇2exyz = [(yz)2+(xz)2+(xy)2]exyz. Logo temos que ∇2~F = 〈ex,(x2+ y2)exy, [(yz)2+(xz)2+(xy)2]exyz〉. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 93 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Superfícies parametrizadas Uma superfície parametrizada é uma função vetorial~r(u,v) de dois parâmetros u e v, que pode ser expressa da seguinte forma ~r(u,v) = x(u,v)~i+ y(u,v)~j+ z(u,v)~k. Note que na equação acima o domínio de~r é uma região do plano uv, e sua imagem é um subconjunto do R3, chamada de superfície parametrizada. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 94 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 28 Identifique e esboce a superfície com equação vetorial ~r(u,v) = 2cos(u)~i+ v~j+2sin(u)~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 95 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 28 Identifique e esboce a superfície com equação vetorial ~r(u,v) = 2cos(u)~i+ v~j+2sin(u)~k. Solução Da função acima temos que x(u,v) = 2cos(u), y(u,v) = v e z(u,v) = 2sin(u). Note ainda que x2+ z2 = 4 para qualquer valor de u, e que y pode assumir qualquer valor v. Assim a superfície resultante é um cilindro infinito com exio do cilindro sobre o eixo y. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 96 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 29 Determine a função vetorial que representa um plano que passa pelo ponto P0 com vetor posição~r0 e que contenha dois vetores não paralelos~a e~b. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 97 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 29 Determine a função vetorial que representa um plano que passa pelo ponto P0 com vetor posição~r0 e que contenha dois vetores não paralelos~a e~b. Solução Seja P um ponto do plano em questão, então o vetor −−→ P0P pode ser escrito como uma combinação dos vetores~a e~b, isto é, −−→ P0P= u~a+ v~b. Mas o vetor−→ OP= −−→ OP0+ −−→ P0P, ou seja,~r =~r0+u~a+ v~b. Assim~r(u,v) =~r0+u~a+ v~b. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 98 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 30 Determine uma representação paramétrica para uma esfera de raio a centrada na origem.Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 99 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 30 Determine uma representação paramétrica para uma esfera de raio a centrada na origem. Solução Devemos parametrizar x2+ y2+ z2 = a2. Para tanto basta tomarmos x= asin(φ)cos(θ), y= asin(φ)sin(θ) e z= acos(φ). Assim a equação vetorial resultante é ~r(θ,φ) = asin(φ)cos(θ)~i+asin(φ)sin(θ)~j+acos(φ)~k, com θ ∈ [0,2pi] e φ ∈ [0,pi/2]. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 100 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 31 Determine uma função vetorial que represente o paraboloide elíptico z= x2+2y2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 101 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 31 Determine uma função vetorial que represente o paraboloide elíptico z= x2+2y2. Solução Neste caso podemos utilizar o fato de que z= f (x,y) e considerar a seguinte parametrização x= x, y= y e z= x2+2y2, de forma que ~r(x,y) = x~i+ y~j+(x2+2y2)~k. De forma geral, para uma função do tipo z= f (x,y), temos a seguinte parametrização~r(x,y) = x~i+ y~j+ f (x,y)~k, chamada de parametrização natural. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 102 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Dada uma superfície parametrizada S, podemos perguntar pelo plano tangente em um ponto (x0,y0,z0) pertencente à S. Quando tal plano existe para todo ponto P ∈ S dizemos que S é diferenciável ou lisa. Planos tangentes Seja~r(u,v) uma superfícies parametrizada. Seja ainda (u0,v0) um ponto do domínio de~r. Note que as funções~r(u,v0) e~r(u0,v) representam curvas sobre S, chamadas de curvas coordenadas. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 103 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Planos tangentes Os vetores tangentes às curvas coordenadas~r(u,v0) e~r(u0,v) são dados por ~ru e~rv, respectivamente, isto é, tomando-se as derivadas parciais de~r(u,v) em relação a u e v. Assim o plano tangente à S em P0 = (x0,y0,z0), que contem os vetores~ru e~rv, tem vetor normal dado por ~N(P0) =~ru×~rv =~ru(x0,y0,z0)×~rv(x0,y0,z0). Ou ainda ~N(x0,y0,z0) = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v ∣∣∣∣∣∣∣ . Sejam então ~N = (a,b,c) e P0 = (x0,y0,z0), o plano tangente fica a(x− x0)+b(y− y0)+ c(z− z0) = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 104 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 32 Determine a equação do plano tangente à superfície com equações paramétricas x= u2, y= v2 e z= u+2v no ponto (1,1,3). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 105 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 32 Determine a equação do plano tangente à superfície com equações paramétricas x= u2, y= v2 e z= u+2v no ponto (1,1,3). Solução O vetor normal ao plano é dado por ~N(x(u,v),y(u,v),z(u,v)) = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v ∣∣∣∣∣∣∣= ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 2u 0 1 0 v 2 ∣∣∣∣∣∣=−2v~i−4u~j+4uv~k. O ponto (1,1,3) corresponde a u= v= 1. Assim N(1,1,3) =−2~i−4~j+4~k, de forma que o plano fica −2(x−1)−4(y−1)+4(z−3) = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 106 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Área de superfície Seja (u0,v0) um ponto do domínio D de~r(u,v). Os pontos (u0,v0), (u0+∆u,v0), (u0,v0+∆v) e (u0+∆u,v0+∆v) definem um retângulo no plano uv com área ∆u∆v. A parametrização~r(u,v) transforma esse retângulo aproximadamente em um paralelogramo de área ∆S≈ ‖~ru×~rv‖∆u∆v. Definição Dada uma superfície lisa S com parametrização~r(u,v), a área de S é dada por A(S) = ∫∫ S dS= ∫∫ D ‖~ru×~rv‖dudv, onde dS= ‖~ru×~rv‖dudv é chamado elemento de superfície. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 107 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 33 Determine a área da esfera de raio a. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 108 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 33 Determine a área da esfera de raio a. Solução A parametrização da esfera é ~r(u,v) = asin(φ)cos(θ)~i+asin(φ)sin(θ)~j+acos(φ)~k. de forma que ~rφ×~rθ = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂x ∂φ ∂y ∂φ ∂z ∂φ ∂x ∂θ ∂y ∂θ ∂z ∂θ ∣∣∣∣∣∣∣= ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k acos(φ)cos(θ) acos(φ)sin(θ) −asin(φ) −acos(φ)sin(θ) asin(φ)cos(θ) 0 ∣∣∣∣∣∣ = a2 sin2(φ)cos(θ)~i+a2 sin2(φ)sin(θ)~j+a2 sin(φ)cos(φ)~k. Assim ‖~rφ×~rθ‖= a2 sin(φ). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 109 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 33 continuação Logo a área é dada por A(S) = ∫∫ D a2 sin(φ)dφdθ= ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 a2 sin(φ)dφdθ = a2 [ θ ]2pi 0 [ − cos(φ) ]pi 0 = 4pia2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 110 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 34 Determine a área lateral do cilindro x2+ y2 = a2 e altura h. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 111 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 34 Determine a área lateral do cilindro x2+ y2 = a2 e altura h. Solução O cilindro pode ser parametrizado da seguinte forma ~r(θ,z) = acos(θ)~i+asin(θ)~j+ z~k, com θ ∈ [0,2pi] e z ∈ [0,h] de forma que ~rθ×~rz = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂x ∂θ ∂y ∂θ ∂z ∂θ ∂x ∂z ∂y ∂z ∂z ∂z ∣∣∣∣∣∣∣= ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k −asin(θ) acos(θ) 0 0 0 1 ∣∣∣∣∣∣ = acos(θ)~i+asin(θ)~j. Assim temos que ‖~rθ×~rz‖= a. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 112 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 34 continuação Logo a área é dada por A(S) = ∫∫ D adzdθ= a ∫ 2pi 0 ∫ h 0 dzdθ= 2piah. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 113 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 35 Determine a área de uma superfície dada por z= f (x,y). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 114 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 35 Determine a área de uma superfície dada por z= f (x,y). Solução A parametrização neste caso é~r(x,y) = x~i+ y~i+ f (x,y)~k, de forma que ~rx×~ry = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂x ∂x ∂y ∂x ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂y ∂z ∂y ∣∣∣∣∣∣∣= ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 1 0 fx 0 1 fy ∣∣∣∣∣∣ =−fx~i− fy~j+~k. Assim temos que ‖~rx×~ry‖= √ 1+(fx)2+(fy)2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 115 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 35 continuação Logo a área é dada por A(S) = ∫∫ D √ 1+(fx)2+(fy)2dxdy= ∫∫ D √ 1+ ( ∂f ∂x )2 + ( ∂f ∂y )2 dxdy. Note que a expressão acima é geral, isto é, dada uma superfície S do tipo z= f (x,y), podemos aplicar a equação acima para determinar sua área. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 116 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 36 Determine a área da parte do paraboloide z= x2+ y2 que está abaixo do plano z= 9. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 117 / 168 Superfícies parametrizadas e suas áreas Exemplo 36 Determine a área da parte do paraboloide z= x2+ y2 que está abaixo do plano z= 9. Solução Podemos utilizar o resultado do exemplo anterior, de forma que A(S) = ∫∫ D √ 1+ ( ∂f ∂x )2 + ( ∂f ∂y )2 dxdy= ∫∫ D √ 1+4(x2+ y2)dxdy = ∫ 2pi 0 ∫ 3 0 √ 1+4r2rdrdθ= 2pi 8 ∫ 37 1 u1/2du= pi 6 (37 √ 37−1). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 118 / 168 Integral de superfície Definição Seja f (x,y,z) um campo escalar definido em uma superfície parametrizada S, definimos a integral de superfície de f sobre S como a seguinte integral∫∫ S f (x,y,z)dS= ∫∫ D f (~r(u,v))‖~ru×~rv‖dudv. Note a semelhança da integral de superfície definida acima com a integral de linha de um campo escalar:∫ C f (x,y,z)ds= ∫ b a f (~r(t))‖~r′(t)‖dt. No caso particular onde o campo escalar é o campo constante f (x,y,z) = 1, pela definição temos então que∫∫ S 1dS= ∫∫ D ‖~ru×~rv‖dudv= A(S). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011119 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 37 Calcule a integral de superfície ∫∫ S x 2dS, onde S é a esfera unitária x2+ y2+ z2 = 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 120 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 37 Calcule a integral de superfície ∫∫ S x 2dS, onde S é a esfera unitária x2+ y2+ z2 = 1. Solução Já vimos que o elemente dá área superficial para uma esfera de raio a é dS= a2 sin(φ)dφdθ. Assim a integral é dada por∫∫ S x2dS= ∫∫ D sin2(φ)cos2(θ)[sin(φ)]dφdθ = ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 sin3(φ)cos2(θ)dφdθ =− ∫ pi 0 [1− cos2(φ)]d[cos(φ)]1 2 ∫ 2pi 0 [1+ cos(2θ)]dθ= 4pi 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 121 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 38 Calcule ∫∫ S ydS, onde S é a superfície z= x+ y 2, 0≤ x≤ 1 e 0≤ y≤ 2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 122 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 38 Calcule ∫∫ S ydS, onde S é a superfície z= x+ y 2, 0≤ x≤ 1 e 0≤ y≤ 2. Solução Neste caso podemos utilizar a parametrização natural e reescrever a integral de superfície como∫∫ S f (x,y,z)dS= ∫∫ D f (x,y,g(x,y)) √ 1+ ( ∂f ∂x )2 + ( ∂f ∂y )2 dxdy, onde z= g(x,y) é a equação da superfície. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 123 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 38 continuação Assim temos que ∫∫ S ydS= ∫∫ D y √ 2+2y2dxdy= ∫ 1 0 ∫ 2 0 y √ 2+2y2dydx = ∫ 1 0 dx ∫ 2 0 y √ 2+4y2dy= 1 4 ∫ 18 2 u 1 2 du= 1 6 [u 3 2 ]182 = 1 6 [18 √ 18−2 √ 2] = 13 √ 2 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 124 / 168 Integrais de superfícies União de superfícies lisas Se S é uma superfície lisa por partes, ou seja, uma união finita de superfícies lisas S1, S2, . . . ,Sn, que se interceptam somente ao longo de suas fronteiras, então a integral de superfície de f (x,y,z) sobre S é definida por ∫∫ S f (x,y,z)dS= ∫∫ S1 f (x,y,z)dS+ ∫∫ S2 f (x,y,z)dS+ · · ·+ ∫∫ Sn f (x,y,z)dS. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 125 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 39 Calcule ∫∫ S zdS, onde S é a superfície cujo lado S1 é dado pelo cilindro x2+ y2 = 1, cujo fundo S2 é o círculo x2+ y2 ≤ 1 no plano z= 0, e cujo topo S3 é a parte do plano z= 1+ x que está acima de S2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 126 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 39 Calcule ∫∫ S zdS, onde S é a superfície cujo lado S1 é dado pelo cilindro x2+ y2 = 1, cujo fundo S2 é o círculo x2+ y2 ≤ 1 no plano z= 0, e cujo topo S3 é a parte do plano z= 1+ x que está acima de S2. Solução A superfície desejada tem a seguinte forma Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 127 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 39 continuação Sobre a superfície S2 onde x2+ y2 ≤ 1 temos que ∫∫ S2 zdS= ∫∫ S2 0dS= 0. Sobre a S3 temos∫∫ S3 zdS= ∫∫ D (1+ x) √ 2dydx= √ 2 ∫ 2pi 0 ∫ 1 0 [1+ r cos(θ)]rdrdθ = √ 2 ∫ 2pi 0 ( 1 2 + 1 3 cos(θ) ) dθ= √ 2 [ θ 2 + sin(θ) 3 ]2pi 0 = √ 2pi. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 128 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 39 continuação Já vimos que o elemento de área lateral para um cilindro de raio a é dS= adθdz, assim∫∫ S1 zdS= ∫∫ D zdθdz= ∫ 2pi 0 ∫ 1+cos(θ) 0 zdzdθ = 1 2 ∫ 2pi 0 [1+2cos(θ)+ cos2(θ)]dθ = 1 2 { θ+ sin(θ)+ 1 2 [ θ+ sin(2θ) 2 ]}2pi 0 = 2pi. Assim a integral de superfície procurada é∫∫ S zdS= ∫∫ S1 zdS+ ∫∫ S2 zdS+ ∫∫ S3 zdS= 3pi 2 + √ 2pi. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 129 / 168 Integrais de superfícies Superfícies orientadas Dada uma parametrização~r(u,v) = x(u,v)~i+ y(u,v)~j+ z(u,v)~k de um superfície S, definimos o vetor normal unitário em S como ~n(u,v) = ~ru×~rv ‖~ru×~rv‖ . Se~n estiver definido em todo ponto de S, dizemos que a superfície é orientada. Dizemos ainda que S tem orientação positiva se o vetor normal unitário aponta para fora de S, e negativa se aponta para dentro de S. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 130 / 168 Integrais de superfícies Fluxo de um campo vetorial Seja ~V o campo de velocidade de uma fluido com densidade ρ. A massa dm que atravessa o elemento de superfície dS, na direção do vetor unitário~n, por unidade de tempo, é dada por dm= ρ~V ·~ndS. Podemos definir a quantidade~F = ρ~V como um campo vetorial. Assim o fluxo de massa através da superfície S é dado por m= ∫∫ S ρ~V ·~ndS= ∫∫ S ~F ·~ndS. Podemos utilizar o exemplo acima para definir o fluxo de um campo vetorial através de uma superfície S. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 131 / 168 Integrais de superfícies Definição Se~F for um campo vetorial contínuo definido sobre uma superfície orientada S com vetor unitário~n, então a integral de superfície (fluxo) de~F sobre S é Fluxo de~F = ∫∫ S ~F ·~ndS= ∫∫ S ~F ·d~S. Note que se~r(u,v) é uma parametrização de uma superfície S, então podemos reescrever a expessão acima notando que~n(u,v) = ~ru×~rv‖~ru×~rv‖ e que dS= ‖~ru×~rv‖dudv. Assim∫∫ S ~F ·~ndS= ∫∫ D ~F · (~ru×~rv)dudv. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 132 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 40 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = z~i+ y~j+ x~k através da esfera unitária x2+ y2+ z2 = 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 133 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 40 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = z~i+ y~j+ x~k através da esfera unitária x2+ y2+ z2 = 1. Solução Dada a parametrização~r(φ,θ) = sin(φ)cos(θ)~i+ sin(φ)sin(θ)~j+ cos(φ)~k, temos que~rφ×~rθ = sin2(φ)cos(θ)~i+ sin2(φ)sin(θ)~j+ sin(φ)cos(φ)~k. Note ainda que ~F(~r(φ,θ)) = cos(φ)~i+ sin(φ)sin(θ)~j+ sin(φ)cos(θ)~k. De forma que ~F · (~rφ×~rθ) = sin2(φ)cos(φ)cos(θ)+ sin3(φ)sin2(θ)+ sin2(φ)cos(φ)cos(θ) = 2sin2(φ)cos(φ)cos(θ)+ sin3(φ)sin2(θ). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 134 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 40 continuação Assim o fluxo é dado por ∫∫ D ~F · (~rφ×~rθ)dφdθ= ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 [2sin2(φ)cos(φ)cos(θ)+ sin3(φ)sin2(θ)]dφdθ = ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 sin3(φ)sin2(θ)dφdθ = ∫ 2pi 0 sin2(θ)dθ ∫ pi 0 sin3(φ)dφ = 4pi 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 135 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 41 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = P~i+Q~j+R~k através de uma superfície dada por z= g(x,y). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 136 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 41 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = P~i+Q~j+R~k através de uma superfície dada por z= g(x,y). Solução Note que~rx×~ry =−gx~i−gy~j+~k, de forma que ~F · (~rx×~ry) =−Pgx−Qgy+R. Assim o fluxo do campo vetorial é dado por∫∫ S ~F ·d~S= ∫∫ D [ −P∂g ∂x −Q∂g ∂y +R ] dxdy. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 137 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 42 Calcule ∫∫ S ~F ·d~S, onde~F(x,y,z) = y~i+ x~j+ z~k e S é a fronteira da região sólida E delimitada pelo paraboloide z= 1− x2− y2 e pelo plano z= 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 138 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 42 Calcule ∫∫ S ~F ·d~S, onde~F(x,y,z) = y~i+ x~j+ z~k e S é a fronteira da região sólida E delimitada pelo paraboloide z= 1− x2− y2 e pelo plano z= 0. Solução A superfície (fechada) tem a seguinte forma: Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 139 / 168 Integrais de superfícies Exemplo 42 continuação Sobre a superfície S2 o vetor~n=−~k, de forma que~F · (−~k) =−z. Mas sobre o plano xy temos que z= 0, assim ∫∫ S2 ~F ·d~S= 0. Sobre S1 temos que ∫∫ S1 ~F ·d~S= ∫∫ D [ −P∂g ∂x −Q∂g ∂y +R ] dxdy= ∫∫ D [1− x2− y2+4xy]dxdy = ∫ 2pi 0 ∫ 1 0 [1− r2+4r2 cos(θ)sin(θ)]rdrdθ = pi− pi 2 + ∫ 2pi 0 cos(θ)sin(θ)dθ=pi 2 . Assim ∫∫ S ~F ·d~S= ∫∫S1~F ·d~S+ ∫∫S2~F ·d~S= pi2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 140 / 168 O teorema do divergente Já vimos que no cálculo de certas integrais de linha sobre um caminho fechado, podemos converter a integral de linha em uma integral dupla (Teorema de Green). Veremos agora sobre que condições poderemos converter uma integral de superfície em uma integral tripla. Teorema do divergente ou de Gauss Seja E uma região sólida simples e seja S a superfície fronteira de E, orientada positivamente (para fora). Seja~F um campo vetorial cujas funções componentes tenham derivadas parciais contínuas em uma região aberta que contenha E. Então ∫∫ S ~F ·~ndS= ∫∫∫ E div~FdV. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 141 / 168 O teorema do divergente Exemplo 43 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = z~i+ y~j+ x~k através da esfera unitária x2+ y2+ z2 = 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 142 / 168 O teorema do divergente Exemplo 43 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = z~i+ y~j+ x~k através da esfera unitária x2+ y2+ z2 = 1. Solução Como a superfície em questão é fechada, uma esfera unitária, podemos aplicar o Teorema de Guass. Note que ∇ ·~F = 1. Assim∫∫ S ~F ·~ndS= ∫∫∫ E div~FdV = ∫∫∫ E dV = V(E) = 4pi 3 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 143 / 168 O teorema do divergente Exemplo 44 Calcule ∫∫ S ~F ·~ndS, onde~F(x,y,z) = xy~i+(y2+ exz2)~j+ sin(xy)~k e S é a superfície fechada limitada pelo cinlindro parabólico z= 1− x2 e pelos planos z= 0, y= 0 e y+ z= 2. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 144 / 168 O teorema do divergente Exemplo 44 Calcule ∫∫ S ~F ·~ndS, onde~F(x,y,z) = xy~i+(y2+ exz2)~j+ sin(xy)~k e S é a superfície fechada limitada pelo cinlindro parabólico z= 1− x2 e pelos planos z= 0, y= 0 e y+ z= 2. Solução Note que ∇ ·~F = 3y, assim∫∫ S ~F ·d~S= ∫∫∫ E 3ydV = 3 ∫ 1 −1 ∫ 1−x2 0 ∫ 2−z 0 ydydzdx = 3 2 ∫ 1 −1 ∫ 1−x2 0 (2− z)2dzdx= 3 2 ∫ 1 −1 [ − (2− z) 3 3 ]1−x2 0 dx = −1 2 ∫ 1 −1 [(x2+1)3−8]dx= −1 2 ∫ 1 −1 (x6+3x4+3x2−7)dx= 184 35 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 145 / 168 O teorema do divergente Exemplo 45 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = z~i+ x~j+ y~k através do cilindro x2+ y2 = 1, limitado pelos planos z= 0 e z= 1. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 146 / 168 O teorema do divergenteExemplo 45 Determine o fluxo do campo vetorial~F(x,y,z) = z~i+ x~j+ y~k através do cilindro x2+ y2 = 1, limitado pelos planos z= 0 e z= 1. Solução Note que ∇ ·~F = 0, de forma que o fluxo de~F através do cilindro é dado por∫∫ S ~F ·~ndS= ∫∫∫ E div~FdV = ∫∫∫ E 0dV = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 147 / 168 O teorema de Stokes Veremos agora uma generalização do teorema de Green. Curva fronteira de uma superfície orientada Seja S uma superfície orientada positivamente. Uma curva C que delimita as bordas de S é chamada de curva fronteira. A curva fronteira tem orientação positiva se ao deslizarmos o dedo indicador a longo de C, o polegar apontar na mesma direção do vetor~n de S. Do contrário, C tem oritentação negativa. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 148 / 168 O teorema de Stokes Teorema de Stokes Seja S uma superfície orientada, lisa por partes, cuja fronteira é formada por uma curva C fechada, simples, lisa por partes, com orientação positiva. Seja~F um campo vetorial cujas componentes têm derivadas parciais contínuas em uma região aberta do R3 que contém S. Então∮ C ~F ·d~r = ∫∫ S rot~F ·d~S. Note que se~F = P~i+Q~j, então rot~F = ( ∂Q ∂x − ∂P∂y ) ~k, e que d~S=~kdxdy. Assim∮ C Pdx+Qdy= ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dxdy, que é o teorema de Green. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 149 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 46 Calcule ∮ C ~F ·d~r, onde~F(x,y,z) =−y2~i+ x~j+ z2~k e C é a curva da intersecção do plano y+ z= 2 com o cilindro x2+ y2 = 1. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 150 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 46 Calcule ∮ C ~F ·d~r, onde~F(x,y,z) =−y2~i+ x~j+ z2~k e C é a curva da intersecção do plano y+ z= 2 com o cilindro x2+ y2 = 1. Solução Note que ∇×~F = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z −y2 x z2 ∣∣∣∣∣∣∣= (1+2y)~k. Assim∮ C ~F ·d~r = ∫∫ S rot~F ·d~S= ∫∫ D (1+2y)dxdy = ∫ 2pi 0 ∫ 1 0 [1+2r sin(θ)]rdrdθ= ∫ 2pi 0 [ 1 2 + 2 3 sin(θ) ] dθ= pi. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 151 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 47 Use o teorema de Stokes para calcular ∫∫ S rot~F ·d~S, onde ~F(x,y,z) = xz~i+ yz~j+ xy~k e~S é a parte da esfera x2+ y2+ z2 = 4 que está dentro do cilindro x2+ y2 = 1 e acima do plano xy. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 152 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 47 Use o teorema de Stokes para calcular ∫∫ S rot~F ·d~S, onde ~F(x,y,z) = xz~i+ yz~j+ xy~k e~S é a parte da esfera x2+ y2+ z2 = 4 que está dentro do cilindro x2+ y2 = 1 e acima do plano xy. Solução A curva fronteira C é obtida pela intersecção de x2+ y2+ z2 = 4 com x2+ y2 = 1, isto é, uma circunferência unitária no plano z= √ 3. Assim temos que~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ √ 3~k. Logo~r′(t) =−sin(t)~i+ cos(t)~j e ~F(~r(t)) = √ 3cos(t)~i+ √ 3sin(t)~j+ cos(t)sin(t)~k. De forma que∫∫ S rot~F ·d~S= ∮ C ~F ·d~r = ∫ 2pi 0 [− √ 3cos(t)sin(t)+ √ 3cos(t)sin(t)]dt = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 153 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 48 Use o teorema de Stokes para calcular ∮ C ~F ·d~r, onde ~F(x,y,z) = z2~i+ y2~j+ x~k e C é o triangulo com vérteces (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1) no sentido antihorário. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 154 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 48 Use o teorema de Stokes para calcular ∮ C ~F ·d~r, onde ~F(x,y,z) = z2~i+ y2~j+ x~k e C é o triangulo com vérteces (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1) no sentido antihorário. Solução Note que o plano que liga os vértices do triangulo é dada por z= 1− x− y. Assim ∇×~F = ∣∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z z2 y2 x ∣∣∣∣∣∣∣= (2z−1)~j. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 155 / 168 O teorema de Stokes Exemplo 48 continuação Note ainda que ~G= ∇×~F = (2z−1)~j, assim∮ C ~F ·d~r = ∫∫ S rot~F ·d~S = ∫∫ S ~G ·d~S= ∫∫ D [ −P∂g ∂x −Q∂g ∂y +R ] dxdy = ∫∫ S (2z−1)dxdy= ∫ 1 0 ∫ 1−x 0 (1−2x−2y)dydx = ∫ 1 0 (x2− x)dx=−1 6 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 156 / 168 Cálculo vetorial Campo vetorial~F(x,y) =−y~i+ x~j Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 157 / 168 Cálculo vetorial Campo vetorial ∇f (x,y) = 2x~i+2y~j Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 158 / 168 Integrais de linha Semicírculo unitário x2+ y2 = 1 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 159 / 168 Integrais de linha Caminho C como a união de C1 e C2 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 160 / 168 Integrais de linha Hélice x= cos(t), y= sin(t) e z= t Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 161 / 168 Integrais de linha Campo vetorial~F(x,y,z) = x2~i− xy~j Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 162 / 168 Integrais de linha Caminhos de integração C1 e C2 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 163 / 168 Integrais de linha Caminhos de integração C1 e C2 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 164 / 168 Teorema de Green Caminho de integração triangular Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 165 / 168 Teorema de Green Curva fronteira Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 166 / 168 Teorema de Green Curvafronteira Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 167 / 168 Teorema de Green Curva fronteira Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Maio 2011 168 / 168
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