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Língua Portuguesa / Aula 7 - Estratégias para uma boa leitura Cultura letrada Já vimos conceitos importantes como concordância, regência, crase, pontuação, etc, mas vamos voltar nosso olhar de volta ao texto, que é nosso alvo de interesse. Como todos já sabem, viemos de uma cultura letrada, onde a escrita tem alto valor. Quem lê e escreve com desenvoltura é reconhecido na sociedade e, muitas vezes, ascende socialmente. Exemplo: Dificilmente, um grande executivo alcança essa posição sem uma boa base de leitura e a partir de uma escrita “pobre” em termos de padrão linguísticos. Por isso é sempre bom alimentarmos nosso conhecimento de mundo para que possamos ampliar nosso vocabulário. Esse conhecimento é o saber que adquirimos na vida ao longo do tempo em diversas situações cotidianas: Conversas, leituras, observações etc. Uma dica é investir em leituras, com textos de bons autores. Claro que nem sempre se deve ler Camões, mas é interessante conhecer de tudo um pouco, afinal: “Quanto mais lemos, melhoramos nosso vocabulário e adquirimos mais material linguístico para interpretar e escrever textos” FORMAÇÃO DE PALAVRAS Muitas palavras são formadas a partir de um RADICAL, ou seja, de uma raiz. Isso significa que podemos acrescentar prefixos e sufixos a esse radical, formando vocábulos novos. Ex.: De acordo com Garcia (1997): “Se o estudante lembra ainda do processo de formação das palavras, pode ter seu vocabulário extraordinariamente aumentado. Conhecido o significado básico de certo radical e dos afixos mais comuns, ser-lhe-á possível, em muitos casos pelo menos, reconhecer pelo sentido um número às vezes bastante considerável de vocábulos novos, sem necessidade de recorrer ao dicionário. Seja, por exemplo, o radical loqui (i) e sua variante loc (u), que significa ‘falar’. Juntando-se-lhes prefixos e sufixos – e mesmo outros radicais –, formam-se derivados e compostos facilmente identificáveis, visto ser conhecido seu núcleo significativo. Obtém-se, assim, cerca de 20 palavras novas: locução, locutor, loquaz, loquacidade, locutório, loquela, alocução, elocução, elóquio, eloquência, circunlóquio, colóquio, antelóquio, prolóquio, grandíloquo, grandiloquente, magniloquente”. VOCABULÁRIO A Língua portuguesa possui um vocábulo muito extenso. Por isso, é impossível conhecer todas as palavras e seus significados. Provavelmente, você não conhece algum termo citado por Garcia, né? Mas basta sabermos o significado do radical e dos afixos (prefixos e sufixos) desses novos vocábulos para conseguirmos, pelo menos, depreender seu sentido. [GRANDI]LOQUENTE = (prefixo) = muito, excessivamente Logo, GRANDILOQUENTE = Muito eloquente, aquele que se expressa bem, com uma linguagem rebuscada. TIPOS DE VOCÁBULOS Tipos de vocabulários que a língua portuguesa dispõe. Garcia (1997) afirma que há quatro tipos: Língua falada ou coloquial (falada no cotidiano para satisfazer as necessidades básicas da comunicação oral); Escrita (linguagem falada acrescido de termos que raramente circulam na linguagem coloquial); Leitura (vocabulário que não costumamos utilizar, mas cujo sentido nos é familiar, sem a necessidade de um dicionário); Simples contato (Só os três primeiros são mais importantes). PARÁGRAFO E TÓPICO FRASAL Quando lemos ou escrevemos, estamos em contato com ideias principais ou acessórias, ou seja, com tema e subtema que vão se entrelaçando para formar o texto. De modo geral, os textos se organizam em parágrafos. O que é e para que serve um parágrafo? A noção de parágrafo é, antes de tudo, visual. Isso significa que escrever um parágrafo é organizar o olhar do leitor quanto à disposição das informações do texto. Por isso criou-se um conceito de tópico frasal ou ideia núcleo. De acordo com Garcia, o parágrafo-padrão é composto por: PARÁGRAFO E TÓPICO FRASAL TIPOS MAIS COMUNS DE TÓPICOS FRASAIS Declaração inicial: Quando afirmamos ou negamos algo sobre determinado tema, realizamos uma declaração. Exemplo “A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. O discurso da mídia tornou comuns as ações de bandidos, uma vez que investiu no tema para ganhar audiência. Nunca se viram tantos programas de TV cujo conteúdo é a violência. ” Definição: Quando delimitamos o significado de algo, realizamos uma definição. Trata-se de um bom recurso didático que serve para vários tipos de texto, mas que é encontrado, usualmente, em textos dissertativos/informativos. Exemplo “O jornal é um meio de comunicação periódico constituído por notícias, reportagens, crônicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público. Os jornais brasileiros são famosos no mundo todo por sua estrutura e qualidade. Nossos cronistas são respeitados, bem como nossos anunciantes. ” DIVISÃO Divisão: O parágrafo pode ser iniciado por divisão de assunto, o que indica como o tema será desenvolvido. Esse recurso serve para vários tipos de texto. Exemplo “As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão. Entretanto, sabemos que a TV, atualmente, é mais popular, haja vista seu grande alcance e apelo às classes populares. ” Interrogação: Quando quer aguçar a curiosidade do leitor sobre o tratamento dado a determinado tema no texto, o autor realiza uma pergunta ou interrogação. Esse recurso serve para vários tipos de texto, mas é encontrado, usualmente, em textos argumentativos. Exemplo “O crescente uso da internet provocará o fim do jornal impresso? Eis a questão que nos faz refletir a respeito da leitura dos jornais. Em países como os Estados Unidos, vários impressos já deixaram de circular ou se tornaram 100% on-line. ” Alusão/ Citação: Neste caso, o autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa, usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Esse recurso serve para vários tipos de texto. Exemplo “Conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Entretanto, não há estudos científicos suficientes para comprovar tal tese do crivo popular. ” ALGUNS USOS IMPORTANTES DA LÍNGUA Ao meu ver X A meu ver: A expressão correta é: “a meu ver” = do meu ponto de vista Exemplo A meu ver, todos os recursos foram necessários. “Ao meu ver” NÃO existe! Na rua X Á rua: Os termos “sito”, “situado”, “residente” pedem preposição “em”, e NÃO preposição “a”. Exemplos A empresa possui sede na Rua Carlos Pinto. A empresa UNITAS, sito/situada na Rua Carlos Pinto, está em reforma. Ele é residente na Rua Carlos Pinto. Verbo “adequar”: Apesar de alguns estudiosos aceitarem a conjugação completa do verbo “adequar”, de acordo com tradição gramatical, trata-se de um verbo defectivo, que é aquele que não pode ser flexionado em todas as pessoas verbais. Considerando essa vertente teórica tradicional, temos: Exemplos O referido móvel não se adéqua ao ambiente. (Forma verbal equivocada) O referido móvel não é adequado/apropriado ao ambiente. (Forma verbal aceita) Face ao X Em face de: A expressão correta é: “em face de” = diante de, perante, defronte Exemplos Em face do novo decreto, não poderemos mais agir assim. Em face de tal fato, acredito não haver problemas. Ratificar X Retificar: Não se confunda com estas expressões: “ratificar” = confirmar; “retificar” = corrigir. Exemplos Liguei para o gerente, a fim de ratificar a informação do saldo. Como ela estava errada, resolveu retificar a informação. Haja visto X Haja vista: A expressão correta é: “haja vista” = uma vez que, por conta de Exemplo A reunião foi remarcada para semana que vem, haja vista as obras na sala. “Haja visto” NÃO existe! Ao encontro de X De encontro a: Não se confunda com estas expressões: “ao encontro de” = situação favorável,conformidade de ideias; “de encontro a” = ideia contrária, de confronto. Exemplos “Não se procura amor o amor vem ao encontro de cada um de nós”. Não posso ajudar! Minhas ideias vão de encontro às suas.
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