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Língua Portuguesa / Aula 10 - Estratégias para uma boa escrita
Resumo do conteúdo
A influência do conhecimento de mundo na leitura;
A importância das linguagens verbal e não verbal em textos diversos;
Os sentidos denotativo e conotativo;
As figuras de linguagem.
Nessa aula, vamos conversar sobre a importância do texto não verbal na produção de sentido. Nesse processo de construção de significados, diversos aspectos devem ser considerados, tais como vocabulários, o contexto de uso da língua, os recursos sintáticos etc. 
Vamos falar também sobre as figuras de linguagem o valor que elas assumem em nosso cotidiano. 
ATO DE LEITURA
A leitura é muito importante para enriquecer nosso conhecimento na língua portuguesa. 
Segundo Fulgêncio e Lberato (1998), o ato de ler: 
LER = Decodificar Informação Visual (IV) +  Informação não Visual (InV)
* Decodificar informação visual: Aquela que nossos olhos captam. 
Exemplo: 
As palavras que vemos;
Os desenhos que compõem uma tira;
As cores de uma propaganda;
* Informação não visual.
Saber que armazenamos em nosso cérebro.
Exemplo: 
Conhecimento do sistema linguístico; 
Conhecimento dos processos de significação da língua;
Conhecimento de mundo. 
É através da leitura que estabelecemos relações de sentidos entre os textos. 
Tipos de linguagem que podemos interpretar a partir de uma leitura mais profunda
Informação visual e não visual
Não nos comunicamos somente através de palavras. Um texto pode ser:
Verbal: Que utiliza vocábulos da língua.
Não verbal: Aquele que utiliza imagens, expressões fisionômicas, sinais, símbolos, cores, traços etc. 
Essas linguagens são capazes de se unir a um texto publicitário e de aprofundar a ideia divulgada. 
Exemplo:
Nesse caso, as linguagens verbais e não verbais coexistem e completam o sentido da ideia que se pretende transmitir e enfatizar: A preservação do meio ambiente. 
Mas o que dizer em sequencias textuais em que predomina apenas uma dessas linguagens?
Os sinais de trânsitos são exemplos de textos ou unidades de significação em que prevalece a linguagem não verbal. 
Como sabemos, eles precisam ser interpretados apenas com base pelas cores que apresentam. 
Imagine se as pessoas não soubessem fazer uma leitura correta de seus significados?
Seria difícil manter a segurança no trânsito. 
Outros exemplos, em que a construção semântica só é possível a partir do conhecimento de certas informações. 
Conhecimento enciclopédico
Esse texto propagandístico só será coerente para nós se soubermos:
O significado da palavra “Devassa”;
Quem é a artista que participa dela e o que representa para a sociedade;
Você percebeu quanto conhecimento enciclopédico é preciso acionar para compreender, de fato, um texto como esse?
E quanto ás sequências textuais que nos remetem a implícitos, ou seja, a questões que não aparecem expressas claramente no conteúdo escrito?
Veremos adiante.
CONOTAÇÃO X DENOTAÇÃO
Como variar nossa escrita através do jogo de palavras:
Ao usar a expressão “vira a página”, a propaganda conseguiu criar um interessante efeito de sentido entre os seguintes atos: “Mudar de página” – atitude física, literal (sentido denotativo);“Mudar a vida de alguém” – atitude mais subjetiva (sentido conotativo).
Esta propaganda foi utilizada para apresentar um novo modelo das sandálias Havaianas. O uso da expressão “pezinho na praia”, em sentido figurado ou conotativo, permite ao leitor interpretar o texto dentro do contexto em que foi empregado: a ideia inovadora desse produto é proporcionar mobilidade ao consumidor.
Vamos ver como a conotação pode ser explorada em uma canção de Mariza Monte.
O que você entende dos seguintes trechos?
O mundo é uma escola
A vida é um circo?
Essas frases foram escritas no sentido conotativo, o que sugere inúmeras interpretações.
Usamos a conotação quando queremos que o leitor crie certa imagem em sua mente a respeito de um texto, estabelecendo determinado sentido para ele.
Mas, nessa letra, também há passagens denotativas que nos remetem ao sentido literal do signo linguístico, tais como:
Nós, que passamos apressados
Pelas ruas da cidade,
Merecemos ler as letras e
as palavras de gentileza.
FIGURAS DE LINGUAGEM
Sua importância como recurso na escrita. 
HIPÉRBOLE: Exagero. Ex.: Vou morrer de rir, vou comprar um milhão de roupas...
ELIPSE: É a omissão de um ou mais termos em uma oração que podem ser identificados com facilidade. Ex.:
METÁFORA: É quando você faz uma afirmação e usa a palavra com sentido diferente do que ela tem. Ex.: Dos meus olhos escorrem pérolas.
METONÍMIA: É quando você substitui uma palavra por outra por aproximação. Funciona muito com marcas. Ex.: “Gilete (lâmina de barbear), Kibom (sorvete), isopor (eps).
ZEUGMA: É um recurso que omite um termo que já foi mencionado antes na oração. É como se fosse uma elipse. Ex.: Ele gosta de Biologia, eu de Geografia. O verbo “gostar” apareceu antes e está oculto.
	Neste caso, o nome da marca “Nestlé” foi ocultado:
Nestlé faz o melhor chocolate e (Nestlé) dá receitas.
PLEONASMO: Reforço de ideias ou uma repetição desnecessária de palavras. Ex.: Vamos fugir pra outro lugar, baby. (Gilberto Gil – Vamos fugir) “Fugir” significa sair de um lugar em direção a outro.
NA MINHA OPNIÃO...
Já está implícito que a “opinião” é algo pessoal, não é mesmo?
Portanto, neste caso, não é necessário redigir a frase dessa forma. Basta constar: “Na minha opinião...”.
Nos exemplos a seguir, o pleonasmo é estilístico, pois realça uma ideia:
Vi, claramente visto, o lumo vivo.
(Luís de Camões)
E rir meu riso
(Vinícius de Moraes)
EUFEMISMO: É quando você tenta abrandar uma informação que é muito dura. Ex.: Fulano morrer/ fulano virou uma estrelinha.
Encontramos em música: “O jeito é dar uma fugidinha com você”. Não é com a intenção de fugir. 
Neste caso, em lugar de usar a palavra “morte” ou “morrer”, a propaganda optou pela oração “perdendo um cliente atrás do outro”.
SILEPSE: Ação de reunir, tornar em conjunto. Trata-se de uma figura de linguagem que exprime uma concordância psicológica, ou seja, aquela que se relaciona à ideia de um termo, e não a forma gramatical que aparece na frase. Há três tipos de silepse: