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Gestão ambiental IV

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Gestão Ambiental e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Me. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Técnica:
Prof.a Dr.a Solange de Fatima Azevedo Dias
Revisão Textual:
Prof.a Dr.a Selma Aparecida Cesarin
Políticas Públicas Ambientais
• A eficiência dos instrumentos;
• Política Pública Ambiental Brasileira;
• Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil;
• Práticas de Gestão Ambiental;
• Ferramentas para a Sustentabilidade;
• A produção mais Limpa e a Ecoeficiência;
• Considerações Finais.
 · Tratar das Políticas Públicas Ambientais, de seus instrumentos e da 
Legislação brasileira envolvida nas questões ambientais e na avalia-
ção de impactos ambientais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Políticas Públicas Ambientais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
A Eficiência dos Instrumentos
Cada instrumento tem vantagens e desvantagens. Os instrumentos econômicos 
têm sido apontados como mais eficientes para induzir uma atitude mais dinâmica 
pelos agentes privados, comparando-os com os de comando e controle, que 
representam um peso para o Estado, já que sua eficiência depende de um aparato 
institucional dispendioso.
Vários estudos demonstram que os incentivos econômicos são mais eficientes 
que os instrumentos de controle e comando para alcançar os objetivos ambientais, 
pois acarretam menores custos para as empresas. Os instrumentos econômicos 
proporcionam, também, estímulos permanentes para que as empresas deixem 
de gerar poluição, ao passo que, quanto ao comando e controle, quando são 
alcançados os níveis estipulados pelas normas, as empresas deixariam de fazer 
novos esforços para reduzir a poluição de forma contínua.
Em relação aos tributos ambientais, a grande vantagem é trazer receita para os 
governos poderem investir em meio ambiente, fazendo com que os gastos decorrentes 
da degradação ambiental produzidos por empresas e sociedade sejam socializados.
Portanto, podemos dizer que não há como prescindir desses instrumentos, pois 
uma Política Ambiental deve se valer de todos e estar estar sempre atenta aos 
efeitos deles sobre a competitividade das organizações, principalmente quando 
atuam no Mercado externo.
No momento, é necessário impedir a degradação ambiental por meio de 
instrumentos de comando e controle, e os mecanismos econômicos, ao agirem 
sobre o custo/benefício das empresas, motivam a adoção contínua de busca pelas 
soluções que envolvem as causas ambientais.
Política Pública Ambiental Brasileira
Vamos iniciar nossa discussão sobre Políticas Públicas Ambientais brasileiras a 
partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, quando as preocupações ambientais 
começaram a ficar mais intensas.
Os estragos ambientais mais do que evidentes e a discussão desses problemas 
em nível planetário exigiram uma postura do Governo brasileiro. Em 1973, é 
criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente e muitos estados criam suas Agên-
cias Ambientais Especializadas, como a CETESB, em São Paulo, e a FEEMA, no 
Rio de Janeiro.
Em relação ao meio ambiente, o Brasil seguiu uma tendência observada em 
outros países, nos quais os problemas ambientais são percebidos e tratados de 
modo isolado e localizado, dividindo o ambiente em solo, ar e água.
8
9
No início da década de 1980, as questões ambientais passariam a ser tratadas 
de forma integrada e interdependentes e, portanto, as Políticas também deveriam 
ser tratadas dessa forma. A Legislação Federal sobre as questões ambientais, nessa 
fase, procura tratar problemas específicos dentro de uma abordagem segmentada 
do meio ambiente.
Em 1981, o Brasil definiu a Política Nacional do Meio Ambiente, por meio da 
Lei Federal no. 6.938, de 31.08.1981. E, em 1986, o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução no. 001/86, definiu como deve 
ser feita a Avaliação de Impactos Ambientais, criando dois instrumentos novos, o 
Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), 
definindo em que consiste cada um deles e estabelecendo a relação das atividades 
para as quais sua exigência é obrigatória (BRAGA, 2005).
A partir daí, o licenciamento passou a depender da prévia aprovação do EIA/
RIMA, conforme mostram os textos a seguir:
Definição do EIA.
Relatório técnico, elaborado por equipe multidisciplinar, independente 
do empreendedor, profissional e tecnicamente habilitada para analisar os 
aspectos físico, biológico e socioeconômico do ambiente, que, além de 
atender aos princípios e objetivos da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente, deve obedecer às seguintes diretrizes gerais:
I. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do 
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
II. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados 
nas fases de implantação e de operação;
III. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afe-
tada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, consi-
derando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; e
IV. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em 
implantação, na área de influência do projeto e sua compatibilidade 
(inclusive diretrizes específicas e peculiares ao projeto, adicionais, fi-
xadas pelo órgão estadual ou, quando couber, municipal, competente.
Conteúdo Mínimo do EIA.
I. Informações gerais do empreendedor (identificação, histórico, locali-
zação etc.);
II. Caracterização do empreendimento (objetivos, porte, etapas de im-
plantação etc.);
III. Área de influência do empreendimento;
IV. Diagnóstico ambiental da área de influência – descrição e análise dos 
recursos ambientais e suas interações, tal como existentes, com os 
meios Físico, Biológico e Socioeconômico;
9
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
V. Análise dos impactos e empreendimentos e de suas alternativas – Iden-
tificação, Previsão de Magnitude e Importância(permanência, reversi-
bilidade, cumulatividade, sinergismo, distribuição social, dos custos e 
benefícios etc.) dos Impactos relevantes prováveis; 
VI. Definição de medidas mitigadoras dos Impactos Negativos; e 
VII. Definição de Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos 
impactos e das medidas mitigadoras através dos fatores e parâmetros 
ambientais de interesse.
Definição do Rima.
Relatório-resumo dos estudos do EIA, em linguagem objetiva e acessível 
para não técnicos, contendo, no mínimo:
I. Objetivos e Justificativas do empreendimento;
II. Descrição do empreendimento e das alternativas locacionais e 
tecnológicas existentes (área de influência, matéria-prima, energia, 
processo, efluentes, resíduos etc.;). 
III. Síntese dos resultados do diagnóstico ambiental;
IV. Descrição dos Impactos Prováveis;
V. Caracterização da qualidade ambiental futura;
VI. Efeitos esperados das medidas mitigadoras;
VII. Programa de acompanhamento e monitoramento; e
VIII. Conclusões e recomendações da alternativa mais favorável.
Atividades que dependem do EIA/Rima para licenciamento.
Depende da elaboração do EIA/Rima, a ser submetido à aprovação do 
órgão estadual competente e da Secretaria do Meio Ambiente (SMA – 
Órgão Federal), em caráter supletivo, o licenciamento de atividades 
modificadoras do meio ambiente, tais como:
I. Estradas de rodagem com 2 ou mais faixas de rolamento;
II. Ferrovias;
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV. Aeroportos;
V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários 
de esgotos sanitários;
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica acima de 230 KW;
VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como 
barragem para quaisquer fins hidrelétricos acima de 10 MW, obras 
de saneamento ou de irrigação de abertura de canais para nave-
gação, drenagem e irrigação, abertura de canais para navegação, 
drenagem e irrigação, retificação de cursos de água, abertura de 
barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
10
11
VIII. Extração de Combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX. Extração de minério;
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxi-
cos ou perigosos;
XI. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de 
energia primária, com potência instalada acima de 10 MW;
XII. Complexo e Unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, 
siderúrgicos, químicos, destilarias de álcool, hulha, extração e 
cultivo de recursos hidróbios;
XIII. Distritos Industriais e Zonas estritamente industriais (ZEI);
XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em área acima de 
100 ha ou menores, quando atingir áreas significativas em termos 
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XV. Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas 
de relevante interesse ambiental a critério da SMA e dos órgãos 
municipais e estaduais competentes;
XVI. Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou 
produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia;
XVII. Projetos agropecuários que contemplem áreas significativas em 
termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, 
inclusive nas áreas de proteção ambiental.
Os procedimentos do Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA) têm sido cada vez mais detalhados e aprimorados. É 
sem dúvida notável o progresso para assegurar a qualidade ambiental, fruto do 
esforço da Educação ambiental e Técnico-ambiental abraçadas pelas Universidades 
e Associações, embora maior rapidez e aperfeiçoamento sejam necessários.
A instituição do EIA/RIMA para Licenciamento Ambiental foi um passo impor-
tante para garantir a qualidade ambiental e o desenvolvimento socioeconômico; 
não fosse assim, estaríamos limitados apenas a uma Legislação Ambiental correti-
va, que demandava custos insustentáveis.
A Gestão Ambiental por meio do EIA/RIMA criou um Mercado de Trabalho 
de consultoria, projetos etc., propiciando, ainda, a formação de competências 
técnicas para sua utilização.
Com novos enfoques, as Políticas de Gestão ativas e preventivas colocam em 
cada setor da Economia, de Produção ou de Serviços responsabilidades na cons-
trução de processos de Gestão Ambiental adequados às suas atividades, para que 
atinjam níveis de qualidade ambientais cada vez melhores. 
Esses níveis poderão ser estabelecidos a partir de absorção pelo empreendedor 
público ou privado, de Sistema de Gestão Ambiental, de procedimentos e normas 
de conduta para a redução de impactos ambientais, correlacionados à produção de 
serviços e produtos de sua atividade econômica, e orientados para a conservação 
dos recursos naturais e pela sustentabilidade ambiental (PHILIPPI, 2005).
11
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
A avaliação dos impactos faz parte, também, das Normas Internacionais de 
Qualidade Série ISO 14001, adotadas e reguladas como um instrumento de 
Certificação Ambiental, um selo de qualidade ambiental das operações, produtos e 
serviços das empresas que possuem o Certificado.
Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil
A Avaliação de Impacto Ambiental é um instrumento de Política e Gestão 
Ambiental caracterizado pela exigência de elaboração do EIA e do RIMA, na 
fase anterior à implantação do empreendimento, ou seja, na fase de estudos de 
viabilidade técnica e econômica, utilizando essa nova variável, que é o estudo das 
questões ambientais, para avaliar pelo enfoque ambiental.
O processo todo é iniciado com a definição ou não da necessidade da elaboração 
do EIA e do RIMA pelo Órgão Ambiental, que poderá ser de nível federal, estadual 
ou municipal; isso vai depender da abrangência do projeto. Em caso afirmativo, 
ou seja, verificada a necessidade da elaboração, o empreendedor será responsável 
pela contratação do Estudo e por todos os custos decorrentes do EIA, inclusive do 
Licenciamento Ambiental.
Como já mencionado, a elaboração do EIA-RIMA foi regulamentada pela 
Resolução 001/86 do CONAMA, que prevê, no Art. 7º., a elaboração, por equipe 
multidisciplinar independente, com apresentação ao Órgão Ambiental responsável, 
para que seja solicitada a Licença Ambiental Prévia do empreendimento.
As atividades que exigem o EIA e o RIMA estão elencadas no Art. 2º. do 
CONAMA 001/86, mas outras atividades podem ser adicionadas, se forem 
consideradas relevantes.
Em relação à definição dos estudos ambientais pertinentes em cada caso, deve 
ser considerada a Resolução CONAMA 237, de 19/12/1997, que dispõe sobre a 
descentralização da Gestão Ambiental e estabelece as competências e as atividades, 
objeto de Licenciamento Ambiental (CONAMA, 1997).
Depois de elaborado o EIA-RIMA, os documentos devem ser apresentados ao 
Órgão Ambiental e divulgada formalmente sua apresentação na Imprensa Oficial, 
disponibilizando-o para as comunidades interessadas.
Após a análise técnica pelo Órgão Ambiental, esse emitirá seu parecer com base 
nas consultas e avaliações, estabelecendo os condicionantes técnicos e as medidas 
mitigadoras correspondentes aos impactos detectados e, se a decisão for favorável, 
determinará a implantação do Empreendimento.
Uma parte crucial de todo esse processo se dá por meio da participação das comu-
nidades e da sociedade interessada nas consequências ambientais do Empreendimento. 
12
13
Portanto, dentro do processo de avaliação de impacto ambiental, é obrigatória a divul-
gação pública dos pedidos de Licenciamento Ambiental, com referência à elaboração 
dos estudos, bem como à disponibilidade do RIMA.
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um relatório que deve ser elaborado 
em linguagem adequada para a compreensão de todos, resultado do Estudo de 
Impacto Ambiental de um determinado Empreendimento, utilizado paradivulgar 
os impactos do Projeto em estudo, das medidas para a mitigação dos impactos e 
das condições em que se torna viável do ponto de vista ambiental.
No processo de Avaliação de Impacto Ambiental, deve ser considerada, 
também, a realização de Audiências Públicas antes da tomada de decisão pelo 
Órgão Ambiental competente, para que as comunidades interessadas no Projeto 
se posicionem. Essa medida também foi regulamentada pela Resolução CONAMA 
009, de 03/12/1987.
No Brasil, a análise do EIA é submetida à análise dos Conselhos de Meio 
Ambiente, que são compostos por representantes governamentais e pela sociedade 
civil organizada em entidades não governamentais. A análise é submetida antes das 
decisões oficiais do órgão governamental competente. A deliberação do Conselho 
pode ter peso jurídico e administrativo, dependendo da Legislação Ambiental 
específica do estado ou do município envolvido.
Sendo a Avaliação de Impacto Ambiental um instrumento de caráter preventivo, 
que deve ser elaborado na fase de planejamento, apresenta como seus principais 
objetivos subsidiar a decisão entre a escolha e as possíveis alternativas de um 
Projeto, incluindo a hipótese de não execução; gerenciar as ações do Projeto em 
todas as suas fases do ponto de vista ambiental e auxiliar o processo de decisão 
da viabilização do uso dos Recursos Naturais e Econômicos, promovendo o 
desenvolvimento sustentável.
A Avaliação de Impactos envolve muitas variáveis, como procedimentos técnicos 
científicos, administrativos, políticos e institucionais. Nos técnicos científicos, são 
utilizados métodos e técnicas em todas as áreas do conhecimento, principalmente, 
as do meio físico, biótico, social e econômico.
No institucional, métodos de planejamento e gestão e toda a Legislação 
Ambiental, e no campo político, é solicitada a garantia da participação da sociedade 
no processo de tomada de decisão sobre a realização de projetos que venham a 
afetar negativamente o ambiente.
Nesta Unidade, abordamos aspectos das Políticas Públicas e da Legislação 
brasileira na avaliação de impactos ambientais. Os temas abordados podem 
e devem ser aprofundados a partir da Bibliografia citada e também do Material 
Complementar indicado.
13
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Cada vez mais a Gestão Ambiental é considerada um componente de um pro-
cesso bem mais abrangente, no qual é a sustentabilidade das organizações. A Ges-
tão Ambiental está diretamente relacionada às tendências que provocam as empre-
sas a buscarem formas novas de gestão. As tendências principais são a Gestão da 
Sustentabilidade Organizacional e a Responsabilidade Social.
As organizações consideradas sustentáveis são as que conseguem atingir um 
bom desempenho econômico aliado ao bom desempenho ambiental e social. O 
desafio principal para as organizações atingirem a sustentabilidade é encontrar 
uma nova forma de gestão. A Gestão da Sustentabilidade acontece por meio da 
gestão das ações ambientais e sociais, gerando novas oportunidades econômicas; 
tais ações podem acontecer tanto interna quanto externamente à Organização.
As ações internas estão baseadas nas preocupações com o aumento da poluição, 
com o aumento e as formas de consumo e da produção dos resíduos após consumo 
e criam mecanismos de combate à poluição, com redução de resíduos e emissões 
provenientes das operações produtivas. O objetivo é melhorar os índices de 
ecoeficiência, que reduzem os custos e otimizam a gestão da Organização.
Externamente, as ações são motivadas pela resposta da sociedade civil e maior 
transparência; as empresas procuram desenvolver produtos com menores impac-
tos ambientais. Essa nova forma de gestão e desenvolvimento de produtos traz 
para a Organização a melhoria da sua imagem junto à Sociedade e maior legitimi-
dade organizacional.
As principais motivações para que uma Organização busque a sustentabilidade 
é a revolução ambiental, a busca pelas tecnologias limpas e a divulgação das marcas 
das organizações e da ideia socioambiental. Como contrapartida, as organizações 
podem se beneficiar, também, com o posicionamento favorável da Organização 
diante de seus concorrentes.
Com a adequada gestão da Organização, as ações internas e externas podem 
criar um valor da Instituição junto aos investidores, além de gerar situações de 
melhoria nos resultados ambiental e social.
Práticas de Gestão Ambiental
As organizações podem estar envolvidas com a Gestão Ambiental de diferentes 
maneiras e em diferentes níveis. Esses diferentes níveis refletem o grau de 
comprometimento de uma Organização em relação ao meio ambiente e o grau do 
seu envolvimento quanto ao planejamento, organização e controle dos instrumentos 
de Gestão Ambiental.
14
15
As muitas práticas operacionais incluem as mudanças nos produtos e sistemas 
de produção das organizações, que são vitais no rumo da Gestão Ambiental. Po-
demos classificar as práticas ambientais em dois grupos: produtos e processos pro-
dutivos (Nogueira ,1999).
As práticas relacionadas a produtos têm como foco projetar e desenvolver 
produtos ambientalmente mais adequados. Isso envolve projetos para reduzir a 
poluição e a toxidade de matérias-primas, com o objetivo de reduzir a quantidade 
de recursos e diminuir os desperdícios, aumentando a reutilização e a reciclagem.
Algumas maneiras operacionais em relação aos produtos são: mudança de 
materiais poluentes ou tóxicos; alteração do Projeto dos produtos com foco na 
diminuição do consumo de Recursos Naturais e a redução dos desperdícios no uso 
dos produtos; redução da geração de resíduos; reutilização e reciclagem, de acordo 
com a análise do ciclo de vida dos produtos.
O desenvolvimento de Produtos com foco na redução de recursos e desperdícios 
é uma importante prática de Gestão Ambiental e está direcionado a produtos que 
consumam menos energia, menos água e menos matéria-prima e que possam ser 
reciclados e reutilizados. Para tanto, é importante a adoção de práticas focadas na 
ecoeficiência, buscando a diminuição dos impactos ambientais da área de produção 
e operação das empresas.
Para apresentar produtos melhores do ponto de vista ambiental, é necessária 
a adoção de práticas chamadas de 3 Rs da Gestão Ambiental: Reduzir, Reutilizar 
e Reciclar.
Ferramentas para a Sustentabilidade
A perspectiva de uma Empresa sustentável insere na Organização uma raciona-
lidade nos processos de produção com a Economia sendo um meio para buscar a 
justiça social e a distribuição de renda. O pensamento para a atuação empresarial 
sustentável deve estar pautado no princípio de que os processos produtivos eficien-
tes são os que estão diretamente ligados aos benefícios coletivos e aos valores de 
cidadania corporativa.
Nesse novo princípio, são adotadas as dinâmicas ambientais, sociais e econô-
micas, nas quais há o estímulo de hábitos conscientes de consumo e produção de 
bens que não impactam negativamente o meio natural.
De forma mais objetiva, para uma Organização se tornar sustentável, entre 
outras coisas, é necessário alterar suas formas de gestão, minimizando os impactos 
ao meio ambiente em função de suas atividades e reduzir o consumo de matéria-
-prima e energia ao longo do clico de vida de seus produtos e serviços.
15
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
No processo de construção da sua sustentabilidade, a Organização deve estabe-
lecer uma política em que em todas as suas ações exista a visão de planejamento e 
de operação em curto, médio e longo prazo. Existem fatores que são fundamentais 
para se atingir esse objetivo, um deles é a adoção de ferramentas como a ecoefi-
ciência, levando a Empresa a uma melhor e maior produção com menor uso de 
matéria-prima e recursos naturais, atuando de forma mais responsável socialmente 
(ALMEIDA, 2002).
A produção mais Limpa e a Ecoeficiência
Entre os conceitosmais presentes nas organizações, estão os de ecoeficiência e 
de produção mais limpa, que se relacionam e se complementam, fortalecendo os 
Sistemas de Gestão Ambiental nas empresas. Os objetivos da ecoeficiência e da pro-
dução mais limpa é a sustentabilidade, ou seja, conseguir que os recursos naturais se 
transformem efetivamente em produtos e não gerem resíduos (DIAS, 2015).
Ecoeficiência
O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, no informe 
chamado “Mudando o Curso”, assim definia as empresas ecoeficientes:
[...] aquelas empresas que alcancem de forma contínua maiores níveis de 
eficiência, evitando a contaminação mediante a substituição de materiais, 
tecnologias e produtos mais limpos e a busca do uso mais eficiente e a 
recuperação dos recursos através de uma boa gestão.
A partir desse momento, o conceito de ecoeficiência vem sendo desenvolvido 
pelo WBCSD e demais organizações. No primeiro workshop ampliado de 
ecoeficiência, em 1993, foi elaborada a seguinte definição:
A ecoeficiência atinge-se através da oferta de bens e serviços a 
preços competitivos, que, por um lado, satisfaçam as necessidades 
humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por outro, reduzam 
progressivamente o impacto ecológico e a intensidade de utilização de 
recursos ao longo do ciclo de vida, até atingirem um nível, que pelo 
menos, respeite a capacidade de sustentação estimada para o planeta 
(DIAS, 2015 apud WBCSD, 2000).
O conceito de ecoeficiência engloba três objetivos principais:
 · Diminuir o consumo de recursos, incluindo a minimização da utilização de 
energia, dos materiais, da água e do solo com favorecimento da reciclagem 
e durabilidade do produto no intuito de fechar o ciclo dos materiais;
 · Diminuir o impacto na natureza, incluindo a redução das emissões gasosas e 
líquidas, reduzir desperdícios e dispersão das substâncias tóxicas e promover 
o incentivo da utilização consciente dos recursos renováveis;
16
17
 · Melhorar o valor de serviços e produtos, fornecendo mais benefícios aos 
clientes, oferecendo mais serviços extras, vendendo necessidades funcionais.
A ideia de introduzir práticas ecoeficientes está relacionada à melhoria contínua 
e, por conta disso, é importante ter em mente a capacidade de um Sistema de 
resistir a diferentes impactos ambientais. A ecoeficiência se alcança pela entrega 
de produtos e serviços com preços competitivos que satisfaçam as necessidades 
humanas e melhorem a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que seus impactos 
ecológicos são reduzidos a um nível equivalente à capacidade de carga do Planeta 
(ALMEIDA, 2002).
A ecoeficiência faz a junção do desempenho econômico com o desempenho 
ambiental, com o intuito de criar valores com um menor impacto ambiental. 
O uso demasiado dos Recursos Naturais desequilibra o Sistema Econômico e 
Socioambiental.
Uma forma de fazer a avaliação da implantação de sistema de sustentabilidade 
é avaliando a quantidade de resíduos gerados ao longo da linha de produção e 
serviços, haja vista que a ecoeficiência promove a mudança dos fluxos de material, 
como a customização de produtos, reduzindo o desperdício, pois os recursos in-
desejados pelo consumidor deixam de ser produzidos. Essa estratégia “verde” de 
produção alinha naturalmente a Gestão da Qualidade, a Gestão da Sustentabilidade 
e a Gestão Estratégica Empresarial com a Gestão do Conhecimento, ferramentas 
fundamentais para o empresariado do século XXI (LEAL, 2009).
Para alcançar a ecoeficiência, as empresas precisam traçar estratégias de Gestão 
Ambiental nas quais aspectos ambientais são considerados no ciclo de vida dos seus 
produtos e serviços, no sentido de unir a excelência ambiental com a empresarial. 
Para implantar esse Sistema de Gestão na Empresa, algumas práticas devem ser 
consideradas, como: reduzir o consumo de energia com bens e serviços; reduzir o 
consumo de materiais com bens e serviços; reduzir a emissão de substâncias tóxicas; 
aumentar a reciclagem de materiais; maximizar o uso de recursos renováveis; 
prolongar a durabilidade dos produtos e agregar valor aos bens e serviços.
Figura 1 – Etapas de Ecoe� ciência.
Início:
Decisão de implan-
tação\Diagnóstico
Estratégias/
sensibilização
&
Alinhamento 
organizacional
Plano Estratégico
& Indicadores
Plano de Ação/
Certicação
Gestão dos
Indicadores/
Monitoramento Gestão da
Ecoeciência
Etapas de Ecoeciência
Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images.
17
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Considerações Finais
Dentro do conhecimento apresentado ao longo da Unidade, foram vistos 
exemplos aplicáveis à área de Avaliação de Impacto Ambiental.
Esperamos ter atingido o objetivo para a formação de novos profissionais 
conscientes e preparados nesse campo tão vasto que é o meio ambiente.
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19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Sacolas Plásticas e Políticas Públicas - Ministério do Meio Ambiente
https://youtu.be/AEeENr60upg
Politicas Ambientais | DEScomplicando
https://youtu.be/ZWWqgOmnTZQ
 Leitura
Sustentabilidade Ambiental das Organizações através da Produção mais limpa ou pela Avaliação do Ciclo de Vida
HINZ, R.T.P.; VALENTINA, L.V.D; FRANCO, A.C. Sustentabilidade ambiental das organizações 
através da produção mais limpa ou pela avaliação do ciclo de vida. Estudos tecnológicos, v.2, 
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https://goo.gl/lxaxNb
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UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
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