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FMU 8º - DIREITO PENAL APLICADO - Caderno

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DIREITO PENAL APLICADO
MATÉRIAS EXCLUÍDAS DA PROVA:
Crime contra ordem tributária
Lavagem de dinheiro
Crimes contra a administração públicaProfessor Juliano Dessimoni
09/08/17
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Noções Gerais
No direito Brasileiro os CP de 1830 e 1890 não consagravam o crime de associação (quadrilha ou bando), mas sim trazia a expressão “ajuntamento ilícito”.
Associação Criminosa não se confunde com organização criminosa, que é uma reunião estável e permanente voltada a prática de crimes. Enquanto a organização criminosa é uma reunião de pessoas com uma estrutura hierarquizada com divisão de tarefas cujos crimes são praticados para obtenção de vantagem de qualquer natureza.
As organizações criminosas, nos moldes de hoje, tiveram origens nas máfias italianas e americanas 
Obs: o termo organização criminosa foi cunhado nos EUA.
2 – TRATADOS INTERNACIONAS E CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Até 1995 o Brasil não possuía qualquer legislação de crime organizado. Isto somente surgiu com a lei 9034. Essa lei foi bem sucinta na matéria e sequer mencionava qual era o conceito de organização criminosa.
Essa lei foi alterada pela 10.217/01, fazendo referencia expressa de organização criminosa.
O primeiro diploma que previu o conceito de organização criminosa foi a convenção de Palermo e passou a integrar nosso ordenamento jurídico pelo decreto 5015/04.
ELEMENTOS DO CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA (Pela convenção de Palermo)
Atuação conjunta de no mínimo 3 pessoas
Estrutura organizacional
Estabilidade temporal 
Atuação concertada
Finalidade de cometer infrações graves
Vontade de obter benefício econômico ou moral
Após essa convenção o Brasil editou a lei 12.694/12. Essa lei estabeleceu a possibilidade de criação de um colegiado de juízes para os processos envolvendo organizações criminosas. 
Essa lei, no art. 2º trouxe um conceito de organização criminosa:
Art. 2o  Para os efeitos desta Lei, considera-se organização criminosa a associação, de 3 (três) ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional.  
Após a edição desta lei, o Brasil avançou um pouco mais no tratamento da matéria com a edição da lei 12.850/13. Essa lei trouxe um conceito de organização criminosa em seu art. 1º, §1º que é levemente diverso do conceito trazido pela lei 12.694/12. A nova lei conceitua que a organização é formada por 4 ou mais integrantes enquanto que a anterior conceituava a organização com 3 elementos.
Diante deste paradoxo, qual lei deve ser aplicada?
2 correntes:
Cada lei mantém o seu conceito para a sua finalidade. Para fins de formação de um colegiado de juízes leva-se em conta o conceito trazido pela lei 12.694/12. Para fins de configuração de delito de organização criminosa e da utilização dos meios de obtenção de prova previstos na lei 12.850/13 o conceito a ser adotado é o do art. 1º, §1º da referida lei.
A lei 12.850/13 é lei posterior que disciplina o mesmo assunto, portanto, o conceito da lei 12.850 revogou tacitamente o conceito da lei 12.694.
ELEMENTOS DO CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – 12.850
Existência de uma organização criminosa estruturalmente organizada e caracterizada pela divisão de tarefas
Não basta uma reunião de pessoas com finalidade ilícita. É importante que haja uma hierarquia estrutural com um detalhamento da cadeia de comando (essa estrutura é criada para que haja eficiência na organização criminosa).
2. 
Objetivo de obter direta ou indiretamente vantagem de qualquer natureza.
Essa vantagem não precisa ser econômica (pode ser moral: Ex: Ataque a uma delegacia, a uma base da PM).
3. 
Prática de infrações penais com penas superiores a 
4
 anos
ATENÇÃO: Há outra diferença entre a lei 12.694 nesse aspecto: Neste novo contexto a pena deve ser superior, enquanto que na lei anterior o texto diz "igual ou superior" FICA ESPERTO(A)!
 
A prática de crimes é meio para obtenção de vantagem de qualquer natureza
Há duas possibilidades onde não se precisa observar essa quantidade de pena – previstas no art. 1º, §2º da 12.850:
Delitos transnacionais
Organizações terroristas internacionais
ATENÇÃO: Há uma diferença grande entre ORGANIZAÇÃO e ASSOCIAÇÃO criminosa
	Associação Criminosa
	Organização Criminosa
	3 ou mais pessoas
	4 ou mais pessoas
	Pena máxima igual ou inferior a 4 anos
	Pena máxima superior a 4 anos
	Aumento de pena (1/2) se assoc. armada ou com participação de criança ou adolescente 
	Aumentos de pena se houver emprego de arma de fogo, envolver criança ou adolescente, funcionário público, crime cometido (em todo ou parte) no exterior e conexão com outras organizações criminosas
	
	Agravante para quem exerce o comando (individual ou coletivo) da organização
	
	Delitos transnacionais ou Terroristas
TIPOS PENAIS
É um crime previsto no art. 2º da lei 12.850
Lei de organização criminosa 12.850/13
Associação criminosa – art. 288 CP
Milícia privada (associação) – art. 288-A CP
Associação para o tráfico – Lei 11.343
Art. 2º, 12.850 – Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa.
Pena: reclusão de 3 a 8 anos sem prejuízo das penas correspondentes às infrações praticadas.
Bem jurídico - O bem jurídico tutelado é a segurança da coletividade.
Crime comum – pode ser praticado por qualquer pessoa em número mínimo de 4 elementos – Crime de concurso necessário (o próprio tipo penal exige um número mínimo de participantes). Diferente do concurso eventual.
Sujeito passivo – a coletividade (Crime vago)
TIPO OBJETIVO
Norma penal em branco homogênea, pois é necessário recorrer a outro dispositivo (art. 1º, §1º). As condutas contempladas são: Promover, constituir, financiar, integrar.
Por isso é chamado de tipo penal de ação múltipla ou de conteúdo variado. Se houver mais de uma prática o agente responderá somente por um crime
	Promover – organizar, estruturar, dar suporte, tornar possível a existência da organização e de seu funcionamento
	Constituir – criar, formatar – o agente criminoso faz a engenharia da estrutura da organização criminosa.
	Financiar – custear, manter, arcar com os custos. Pode ser um financiamento de ordem moral (estimular a participação, fomenta o desenvolvimento da atividade da organização criminosa)
	Integrar – Fazer parte, agregar, associar.
TIPO SUBJETIVO
Dolo específico
CAUSAS DE AUMENTO E AGRAVANTES
Estão Previstas no §2º e 4º do art. 2º. No §3º do art. 2º temos a agravante específica.
AFASTAMENTO CAUTELAR DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO – Art. 2º, §5º
Quando houver indício que funcionário público integre organização criminosa o juiz poderá afastá-lo cautelarmente quando esta medida for necessária à investigação ou instrução processual.
PERDA DO CARGO
Havendo condenação transitada em julgado, esta acarretará na perda do cargo, função ou mandato eletivo bem como a interdição para exercício de função ou cargo público por 8 anos.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime consome-se com a simples organização da associação, não sendo necessário a prática de qualquer crime ou a obtenção de qualquer vantagem. É um crime de simples/mera atividade em que o legislador excepcionalmente pune atos preparatórios.
Os crimes praticados pela organização criminosa serão respondidos somente por aqueles que participaram do ato.
Não admite tentativa. A tentativa ocorre quando o agente, por circunstâncias alheias a sua vontade, não consegue sua execução e este crime pune ato preparatório.
4 – MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVAS
Colaboração Premiada 
Conceito
Trata-se de um favor legal concedido àquele que colabora com a justiça delatando seus comparsas. Deve ser fruto da livre manifestação pessoal do delator sem qualquertipo de pressão. Não precisa ser espontânea, mas tem que ser voluntária.
A lei 12.850 não foi a primeira a tratar de colaboração premiada. Existem inúmeras outras que tratam deste assunto:
	Lei de crimes hediondos
	Lei 9034 – (que foi revogada pela 12.850)
	Lei 7492/86 – crimes contra o sistema financeiro
	8137/90 – Crimes contra a ordem tributária
	9807/99 – Trata da proteção das vítimas e testemunhas
	11.343/06 – Lei de drogas
	9.613 – Lavagem de dinheiro
16/08/17
A – Colaboração premiada - ORCRIM - Lei n. 12.850/13 (continuação)
A iniciativa para proposição de acordo.
O MP pode tomar iniciativa para o acordo de delação, a lei prevê a possibilidade de a autoridade policial tomar iniciativa e celebrar o acordo da delação.
A doutrina critica a prerrogativa concedida a autoridade policial. A iniciativa parte do próprio colaborador.
O momento em que a delação é realizada repercute na extensão do acordo.
1. Requisitos - Art. 4, caput e § 1
	Art. 4o  O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, 	reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por 	restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente 	com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração 	advenha um ou mais dos seguintes resultados:
	§ 1o  Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a 	personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a 	repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
- Colaboração voluntária (não precisa se espontânea)
- Efetiva - a efetividade do acordo resultará da obtenção de um dos resultados previstos nos incisos do "caput".
- Não é cumulativo
- O benefício levará em conta a pessoa do colaborador, a natureza, as circunstância, a repercussão do fato e a eficácia.
Quais são os benefícios:
- Perdão Judicial
- Redução da pena em até 2/3
- Possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito
Esses benefícios serão concedidos por ocasião da sentença condenatória. Por que nela (na sentença) que se deve conceder o perdão judicial ou fixar a pena com os benefícios previstos em lei.
Art. 4º, parágrafo 5º - Permite a concessão de benefícios após a sentença penal condenatória, porém os benefícios são diferentes:
- Pena diminuída até a metade
	Progressão de regime, ainda que ausente os requisitos objetivos (ou seja, lapso temporal – o réu ainda não cumpriu o tempo determinado, mas ainda assim é beneficiado com a progressão).
PROCEDIMENTO DA COLABORAÇÃO PREMIADA
Durante as negociações entre o colaborador e a autoridade, o prazo para o oferecimento da denúncia ou o curso do processo poderão ser suspensos por até 6 meses (§3º, art. 4º).
Caso a denúncia já tenha sido oferecida o processo seguirá com relação aos demais réus. A suspensão atinge somente o colaborador.
O termo de delação (colaboração) deverá conter todos os requisitos do art. 6º
	Por escrito
	Conter o teor e possíveis resultados
	Condições da proposta do MP ou delegado de polícia
	Declaração de aceite do colaborador e de seu defensor
	Assinatura do representante do MP, Delegado, Colaborador e defensor
	Medidas de proteção ao colaborador e a sua família (se necessário)
Apresentado o termo de colaboração ao juiz, ele terá um prazo de 48 horas para fazer um exame de regularidade e voluntariedade do acordo – art. 7º, §1º. Para inferir a veracidade do acordo o juiz pode, inclusive, ouvir o relator.
Neste momento, o juiz não entra no mérito do acordo. Tão somente faz um exame de regularidade, legalidade
O acordo pode ser rejeitado caso não preencha os requisitos legais – art. 4º, §8º. A parte final do §8º, que diz que o juiz poderia adequar a proposta de acordo encontra-se em aparente conflito com a regra do §6º que veda a participação do magistrado na fase de negociações. Se o acordo for homologado o processo seguirá o procedimento legal até a sentença, ocasião em que serão aplicadas as medidas previstas no acordo. É na sentença que o juiz vai aferir a efetividade da colaboração em cotejo com as provas que foram produzidas.
No art. 4º, §4º, há a permissão legal para que o ministério público deixe de oferecer denúncia contra o colaborador desde que ele não for o líder da organização criminosa e for o primeiro a prestar colaboração.
Essa é uma exceção ao princípio de que o MP deve oferecer a denúncia havendo elementos para tanto.
	VALOR PROBATÓRIO DA DELAÇÃO
Segundo Cezar Roberto Bitencourt – “a colaboração ou delação premiada situa-se no patamar de indício de prova. Não pode haver condenação criminal somente com base nas palavras do delator.” Porque a delação é, principalmente, meio de prova, de forma que as autoridades devem se utilizar desses meios fornecidos pelo delator para a obtenção de provas que confirmem a versão do delator – art. 4º, §16.
	DIREITOS DO COLABORADOR
São direitos do colaborador – art. 5º
Usufruir de medidas de proteção em legislação específica – Lei 9.807/99
Ser conduzido em juízo separadamente dos demais
Participar das audiências sem contato visual dos demais acusados
Não ter sua identidade revelada ou sua imagem exposta sem a sua autorização
Cumprir a pena em estabelecimento penal diverso dos demais condenados
Visa deixar o colaborador seguro contra eventuais retaliações
B – AÇÃO CONTROLADA
Vem regulamentada nos artigos 8º e 9º. A lei preocupou-se em dar um conceito à ação controlada.
Essa termo “intervenção administrativa” (art. 8º) refere-se a atuação do MP.
Consiste num retardamento na atividade da polícia com o objetivo de obtenção de melhores provas. É uma exceção legal à regra que a autoridade deve proceder a prisão assim que presente uma situação de flagrância.
Esse retardo na ação policial se dá em cumprimento do estrito dever legal, pois nesta hipótese, o agente atua também conforme a lei. Os excessos, porém, poderão ser julgados.
Também há previsão desta ação na lei de drogas. Desta forma, se houver uma organização criminosa voltada para o tráfico será aplicada a lei de Organização Criminosa (12.850/13). Nas demais hipóteses, aplica-se a lei de drogas.
	PROCEDIMENTO DA AÇÃO CONTROLADA
A execução da ação controlada depende de prévia autorização judicial. O §1º do art. 8º fala em comunicação, mas boa parte da doutrina entende que é um pedido de autorização. Tanto é que o juiz poderá fixar os limites da ação controlada (tempo, até que ponto o agente deverá aguardar). O problema é que o momento da flagrância é que o agente deverá pedir a autorização do Juiz. Salvo em crimes permanentes, as demais hipóteses ficam praticamente inviáveis.
	INFILTRAÇÃO DE AGENTES
Tem previsão nos art. 10 a 14. Tem origem na doutrina francesa nos chamados “Espiões do Rei”, especificamente com início com o rei Luis XIV. Era concedido alguns benefícios ao espião para que prestasse informações sobre seus inimigos políticos. Como instituto, a infiltração começou a ser regulamentada na Europa na década de 80. No Brasil esse instituto surgiu em 2001 com a lei 10.217 que alterou a 9.034/95. Esta última foi revogada totalmente pela 12.850/13. 
	PROCEDIMENTOS E CONCEITOS DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES
Só cabe a infiltração na fase de inquérito policial (art.10 da lei). A doutrina exclui outros procedimentos investigatórios.
Depende de autorização judicial – o pedido decorre do MP ou autoridade policial e há uma restrição a esta medida: Só pode ser utilizada se a prova não puder ser produzida por outros meios (é um meio de obtenção de prova subsidiário) – §2º, art. 10.
O infiltrado, necessariamente, é um agente dos quadros da polícia, enquanto que o informante pode ser qualquer pessoa que conhecendo o ambiente criminoso e fazendo parte dele ou não, tem informações relevantes para a investigação.
INFORMANTE - pode ser qualquer pessoa que conhecendo o ambiente criminoso e fazendo parte dele ou não, tem informações relevantes para investigação.
O agente infiltrado não se confunde com a pessoa dodelator, pois este faz parte organização criminosa, enquanto o agente infiltrado e aquele que passa aparentemente a fazer parte da organização criminosa para obtenção de provas. Por não ter vinculo associativo o agente infiltrado não pode ser computado par fins de aferição de número mínimo para caracterizar a organização.
O agente infiltrado também não se confunde com a figura do agente provocador, que é o que instiga a prática do crime. Exemplo: abordar alguém para vender drogas e assim dá flagrante. A consequência da atuação deste é o crime impossível. Sumula 145 do STF.
O pedido de infiltração deverá conter os requisitos do art. 11.
Art. 11.  O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.
Neste pedido é preciso demonstrar a insuficiência de outros meios de prova. Também deverá delimitar quando possível, como, onde e junto a quem essa medida será cumprida.
A delimitação, tais como locais, em que é necessária para que futuramente se apure a responsabilidade criminal do agente.
O auto criminal será acessível a defesa com o oferecimento da denúncia. O Contraditório é garantido após a obtenção de prova. Art. 12, § 2
Responsabilidade do Agente Infiltrado
Está disciplinada no art. 13
Art. 13.  O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único.  Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Considerações:
1. A Lei não detalha como seria essa responsabilidade, ela colocou a análise do caso em concreto sobre o prisma da proporcionalidade.
2. Pode fixar algum parâmetro, por exemplo, o agente evidentemente não responderá pelo delito de organização criminosa. Lembrando que não há o ânimo associativo, além do agente está agindo de acordo com estrito dever legal.
3. Se há prática de um crime por parte do agente infiltrado já se encontrava na esfera ou no âmbito do projeto de infiltração, o agente infiltrado também estará acobertado pelo estrito cumprimento do dever legal. 
Caso o crime não se encontra dentro do projeto da infiltração:
Na hipótese em que o crime não estiver inserido no projeto de infiltração, eventual responsabilidade, deverá ser analisada de acordo com a proporcionalidade da medida.
Na hipótese em que o crime não está na esfera do projeto, eventualmente o agente estará acobertado pela excludente de culpabilidade decorrente da inexigibilidade de conduta diversa.
23/08/17
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA LEI 8.137/90
1. Noções Gerais
Os crimes contra a ordem tributária são tipificados pela Lei 8.137/90. Esta lei derrogou a Lei 4729/65 no que diz respeito ao crime de sonegação fiscal.
Os crimes de ordem tributária abrangem a sonegação fiscal.
A sonegação fiscal é a ocultação dolosa mediante fraude, astúcia ou habilidade do reconhecimento do tributo devido ao poder público.
2 - Sujeito Ativo
Em regra é o contribuinte. Comporta duas exceções
Nas condutas definidas no art. 2º, III e V o sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa.
As condutas estão contidas no art. 1 e 2. Os incisos são as formas da redução ou supressão do tributo. Caso a conduta não se enquadre nesses artigos poderá ser enquadrado em outra tipificação penal.
Art. 1º - Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas
I – Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias
II – Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de elementos inexatos, ou omitindo operação de qualuqer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata
Art. 2º - Constitui crime da mesma natureza:
I – Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
3 - Sujeito passivo
É o estado, na figura da Fazenda Pública.
4 - Bem Jurídico / Objeto Jurídico[1: Não confundir com o direito material, que é a coisa sobre recai a conduta.]
É o erário público e a Administração Pública em geral.
5 - Objeto Material
O tributo ou a contribuição devidos, inclusive acessórios (como a multa).
6 - Condutas Incriminadas
Estão definidas nos arts. 1º e 2º da lei. Geralmente estes crimes são praticados por empresas, mas não é a empresa não responderá criminalmente. Logo, quem responde serão os sócios administradores. Não basta a mera condição de sócio ou administrador para responder pelo crime de fraude tributária, pois isso seria responsabilidade objetiva (sem dolo ou culpa) é preciso apontar na denúncia, ainda que de forma sucinta, qual foi a conduta ou a participação do sócio ou administrador no crime (foi ele que emitiu a ordem, que assinou o documento...?). Se não houver menção do que se fez não será possível fazer a defesa – o réu defende-se dos fatos e não do tipo penal. É uma decisão pacífica do STJ e STF.
7 - Elemento Subjetivo
Dolo específico, pois tem que praticar a conduta com objetivo de suprimir ou reduzir tributo, bem como os acessórios
8 - Consumação e tentativa
O crime se consome com a redução ou supressão do tributo, contribuição ou acessório. É um crime material. Tentativa: os art. 1 e 2 trazem as condutas comissivas e omissivas. As condutas omissivas (negativas) não admitem tentativa. Nas condutas comissivas (positivas) admitirão a tentativa (em regra).[2: O crime se consuma com o resultado. No formal não e exige o resultado, somente com a prática. O Crime de mero exaurimento...]
9 – Competência
Depende do tributo ou contribuição devida. Se o tributo for federal a competência é federal, se o tributo for estadual será a estadual, se o tributo for Municipal será o estado (não há justiça municipal).
10. Representação Fiscal - Art. 83, Lei n 9.430/96
Para fins penais, o órgão responsável verifica a supressão do tributo e depois comunica o MP. Se não houver essa representação o MP pode investigar, pois:
A ação penal pública e incondicionada.
Essa representação fiscal não é a única para adquirir elementos contra a ordem pública tributária.
Leva-se encontra a súmula vinculante 24 do STF – não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo. A representação fiscal só será encaminhada após o lançamento definitivo do tributo.
11 – Extinção da Punibilidade
Nos crimes contra a ordem tributária, em qualquer momento da persecução penal, o pagamento integral do tributo, contribuição ou acessório, gerará a extinção da punibilidade. É uma causa extintiva da punibilidade fora do art. 107 CP. Essa previsão encontra-se no art. 83, §4º da lei 8430/96.
12 – Parcelamento do Débito
Há programas legais de parcelamento da dívida tributária. Se o contribuinte devedor estiver incluído em programa de parcelamento a pretensão punitiva e a prescrição ficam suspensas no período de parcelamento – art. 83, §§ 1º a 3º. Se for pago integralmente gera a extinção da punibilidade e o inadimplemento gera a continuidade da persecução penal.
13 – Impossibilidade de Pagamento do tributo.
Pode ser que a pessoa esteja impossibilitada de pagar o tributo. Um empresário pode escolher pagar dívidas trabalhistas a pagar os tributos. A visão aqui é qual seria a possibilidade dessa situação:
Estado de necessidade – se o contribuinte deixa de efeutar o pagamento do tributo para a sua própria subsistência tem-se que ele agiu em estado de necessidade (causa de extinção de ilicitude - Antijuridicidade)
Inexigibilidade de conduta diversa – a pessoa não tinha outra forma de agir. Isso afeta a culpabilidade.LAVAGEM DE DINHEIRO
Lei 9613/98
1 – noções gerais
A lavagem visa tornar aparentemente lícito valores ou bens que tem natureza ou origem ilícita. Tecnicamente, lavagem de dinheiro consiste no método pelo qual um indivíduo ou uma organização criminosa processa vantagens obtidas em atividades ilegais buscando dá-las aparência de licitude. A lavagem é um processo de legitimação de capital espúrio.
Esta lei foi alterada em 2012. Até 2012 tinha um rol de crimes que poderiam gerar a lavagem de dinheiro. Atualmente este rol não existe mais nenhum tipo penal específico, agora que qualquer tipo de crime que gere um produto ilícito poderá . 
“OCULTAR OU DISSIMULAR A NATUREZA, ORIGEM, OLOCALIAÇÃO, DISPOSIÇÃO0, MOVIMENTAÇÃO OU PROPRIEDADE DE BENS, DIREITOS OU VALORES provenientes direta ou inidretamente de infação penal
Pena de 3 a 10 anos em multa.
2 – Sujeito Ativo
Qualquer pessoa. Inclusive a pessoa autora do crime antecedente
A corrente minoritária, o autor antecedente praticar a lavagem, essa lavagem seria exaurimento do delito anterior “pos factum” impunível. Conduta praticada após fato. Ex: Furto de um celular. Depois do furto a pessoa destrói o aparelho.
Corrente majoritária – O infrator responderá por ambos os crimes (pela lavagem e pelo furto que tenha praticado).
3 – Sujeito passivo
O Estado.
4 – Objeto jurídico
O objeto jurídico é o patrimônio, a ordem econômica, o sistema financeiro e a Administração da Justiça. São múltiplos os bens jurídicos afetados com o crime de lavagem de dinheiro.
5 – Tipo objetivo
São duas condutas incriminadoras (dois verbos nucleaares)
Ocultar
Dissimular
Eles se complementam. Ambos significam esconder, disfarçar a natureza. Esse crime não possui vida própria, ou seja, precisa-se da prova do crime anterior.
6 – Tipo subjetivo
Dolo, não existindo nenhuma finalidade especial.
7 – consumação e tentativa
O crime consuma-se com a ocultação ou dissimulação dos bens sem que seja necessária a obtenção de proveito econômico. O crime se consuma independentemente do aproveitamento.
Quanto à tentativa, ela é possível. No momento em que se impede o empenho do dinheiro ilícito em uma empresa de fachada. O problema é a prova a ser obtida.
8 – Competência
Vai depender do crime anterior. Se o crime anterior for da Justiça Federal o crime de lavagem será processado nesta esfera. Se for da justiça estadual, será competência a justiça estadual.
9 – Suspensão do Processo (art. 2º §2º)
Nos crimes de lavagem de dinheiro não se aplica a suspensão do processo definida no art. 366 do CPP.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
Se não for localizado o acusado, será citado por edital. Decorrido o prazo de 15 dias o processo fica suspenso bem como o prazo prescricional.
Se o cidadão for citado por edital e não comparecer o processo seguirá sem a sua presença, à revelia (mas haverá um defensor).
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
1 – Disciplina no CP
HÁ UMA divisão dos capítulos que tratam dos crimes contra a administração. Do art. 312 ao 326 nós temos os crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração. Do 328 ao 337 C temos os crimes do particular contra a Administração. Dos art. 338 ao 359 temos os crimes contra a Administração da Justiça e por fim, do art. 359 A ao 359 H temos os crimes contra as finanças públicas
2 – Sujeito Ativo
Em regra será o funcionário público. 
3 – Sujeito Passivo
A Administração Pública
Art. 33, §4º CP nos crimes praticados contra a Administração a progressão do regime de cumprimento de pena fica condicionada à reparação do dano ou a devolução do produto do ilícito. Sem essa devolução não haverá a progressão.
Crime funcional x Ato de improbidade
Crime funcional é praticado pelo funcionário contra a Administração. Todo crime funcional corresponde a um ato de improbidade, mas nem todo ato de improbidade corresponde a um crime. Os atos de improbidade estão na lei 8439/02. Nem todo ato de improbidade caracteriza infração penal, que depende de preenchimento de lei penal.
Crime funcional próprio e impróprio
Nos crimes funcionais próprios a função pública é essencial à existência do crime. A ausência da condição de funcionário público acarretará na atipicidade absoluta da conduta. Exemplos:
Crime de prevaricação – art. 319 CP
        Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Funcionário público – Se retirar essa figura (de funcionário público), isso torna o fato um irrelevante penal.
Nos crimes funcionais impróprios, ausente a condição de funcionário público, o fato deixa de ser crime funcional, mas não deixa de ser uma outra infração penal. Ocorre portanto a tipicidade relativa. São crimes comuns que ganham tipificação própria quando presentes a condição de funcionário público. Exemplo: Peculato. Caso não seja praticado por funcionário público o crime ganha uma tipificação específica: o furto.
4 – Conceito De Funcionário Público – Art. 327 CP
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
        § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.      (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
É uma norma penal incriminadora explicativa.
Quem é funcionário público:
Quem possui cargo público – funcionário público
Emprego público – regime celetista
Exerce função pública – ainda que transitoriamente e sem remuneração. Exemplo: Mesário e membro do júri.
No §1º temos as equiparações
Aquele que exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal e empresas contratadas para a execução de atividade típica da Administração Pública (atividade fim) ou ainda empresa conveniada com o mesmo fim.
No §2º do art. 327, temos uma causa de aumento quando o autor do crime for ocupante de cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento.
        § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
30/08/17
PECULATO – Art. 312 CP
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio
Bem jurídico – Administração pública nos seus aspectos material e moral. Não se pune apenas em razão do dano material, mas também ara resguarda da moral da administração.
Sujeito Ativo
Funcionário público (conceito do art. 327) – é um crime próprio, pois exige uma característica própria do sujeito.
O particular só responderá pelo mesmo delito se tiver consciência de que o coautor era funcionário público. Ele responderá por um crime comum usando como regra a circunstância incomunicável – Art. 30 CP.
Sujeito Passivo
O Estado
Tipo objetivo
Conduta incriminada = apropriação. Na apropriação não há uma inversão da posse, o funcionário possui a posse lícita de um bem e posteriormente ele transforma essa posse em domínio, agindo como de dono fosse.
Apropriação x Furto
Na apropriação há a posse lícita do bem. Exemplo: um funcionário que utiliza o carro do governo, ele decide ficar com o bem e decide vendê-lo. A condutade alienação é onde ocorre o crime, pois alienar o bem é um ato de quem é dono. É um dolo subsequente, a intenção surge posteriormente, ao passo que no furto o dolo surge desde o início. No furto nunca houve contato dom o bem e quando tem já tem a intenção ter o bem para si.
O bem pode ser público ou particular não precisa ser necessariamente público. Os bens particulares que estejam sob o domínio da Administração torna-se um bem particular confiado à Administração, tornando-se assim um objeto que pode caracterizar o crime.
Peculato Desvio
No peculato desvio há destinação daquela prevista em lei.
Exemplo: Funcionário utiliza o carro do Estado com finalidade diferente daquela prevista em lei, usando o carro para finalidade particular.
Peculato desvio x Emprego irregular de verbas
No peculato desvio o emprego do dinheiro, valor ou qualquer bem móvel é feito para si ou para outrem (fim diverso da administração). No art. 315 o desvio ocorre dentro da própria administração (Ex: o prefeito desvia um valor de uma construção de uma escola e constrói uma ponte)
Tipo subjetivo
Dolo
Consumação e tentativa
Crime material que se consuma com a efetiva apropriação ou desvio. Admite tentativa.
Insignificância – duas correntes
Para o STF o princípio da insignificância é aplicável aos crimes contra a administração, bastando aferir a existência de uma ofensa mínima ao erário.
Para o STJ o princípio da insignificância não se aplica aos crimes contra a administração, pois não se tutela tão somente o patrimônio do Estado, mas também a sua moralidade.
PECULATO FURTO
Caracteriza-se quando o crime é praticado pelo agente que se utiliza das facilidades propiciadas pelo cargo.
Exemplo: Um carro que estava no pátio, e um investigador que se valendo de suas funções entrou neste pátio e subtrai o veículo.
Atenção: Caso o objeto possa ser furtado por qualquer pessoa será configurado furto.
Consumação
Consome-se o crime com a inversão da posse
PECULATO CULPOSO
Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. Não é um crime autônomo, depende da prática de outro crime.
É o único crime funcional culposo. Não há outros crimes culposos cometidos por funcionário público.
Exemplo: Funcionário está dormindo e um particular adentra na repartição e rouba um computador. O particular
Consumação 
Quando ocorre o furto, o resultado.
Tentativa
Não admite a tentativa
Benefícios Aplicáveis ao Peculato Culposo
PECULATO ESTELIONATO – Art. 313
        Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem
O funcionário público, percebendo o erro de terceiro, não o desfaz, recebendo o dinheiro ou utilidade. O erro da vítima é espontâneo.
Ex: Delegado que impõe uma fiança e o terceiro que lhe entregue o valor da multa.
Se o funcionário público induz em erro então responderá por Estelionato.
Ex: Delegado que impõe uma fiança e induz ao terceiro que lhe entregue o valor da multa.
Consumação e Tentativa
Consuma-se quando o funcionário apropria-se do dinheiro, não desfazendo o erro.
Admite a tentativa.
CONCUSSÃO
Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
É a extorsão. Ganha uma tipificação própria quando praticada por funcionário público
Bem jurídico tutelado
A administação publica
Sujeito ativo
São três possibilidades para a pessoa ser sujeito ativo:
Funcionário público no exercício da função
Funcionário público fora da função, mas que atua em razão dela. Ex: quando o funcionário está de férias, afastado por licença, etc.
Particular na eminência de assumir função pública
Se o crime for praticado por militar ele responderá pelo delito próprio do CPM – Código Penal Militar – art. 305
Sujeito Passivo
Primário – O Estado
Secundário – A pessoa constrangida
Tipo Objetivo
O verbo nuclear é EXIGIR – impor, compelir. O funcionário atua com abuso da sua função, fazendo com que o sujeito passivo tema por represálias. Aqui á um comportamento coercitivo, intimidativo.
Vantagem direta – feita pela própria pessoa.
Vantagem indireta – o funcionário se vale de um terceiro para que a exig~encia seja feita
Explicita – o pedido é feito diretamente
Implicita – velada
Ex: médico do SUS exige um valor para fazer uma cirurgia - concussão
Ex: médico do SUS pede um valor para fazer uma cirurgia – Corrupção passiva
Ex: médico do SUS simula que precisa um valor para fazer uma cirurgia - Estelionato
Se o particular faz-se passar por um funcionário público então o crime será de Extorsão.
Tipo Subjetivo
Dolo específico
Consumação e Tentativa
O crime se consuma com a exigência, pouco importando a obtenção da vantagem que, se ocorrer, será mero exaurimento – crime formal.
Tentativa: carta concussionária. A exigência é feita por escrito. Se a mesma for interceptada então caberá a tentativa
Corrupção Passiva
        Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem
O corrupto responde pelo 317 e o corruptor pelo art. 3
No tratamento da corrupção o código penal excepcionou a teoria Monista, segundo a qual todos aqueles que concorrem para um evento criminoso responderão por um único crime. Na corrupção o legislador adotou a teoria Pluralista, ou seja, o corrupto responde pelo crime do art. 317 e o corruptor responde pelo art. 333.
É um crime do funcionário público contra a administração e a Corrupção ativa é um crime cometido pelo particular contra a administração
Bem jurídico
Administração pública
Sujeito Ativo
Funcionário no exercício da função
Funcionário fora da função, mas em razão dela
Particular na iminência de assumir a função pública
Obs: se o sujeito ativo for militar, será o art. 308 CPM. Mas, como não há o verbo Solicitar neste artigo e houver esta ação ele responderá pelo 317 CP.
Sujeito passivo
Sujeito passivo primário: Estado, na figura da Administração.
	Sujeito passivo secundário: sujeito sobre o qual recaiu a conduta.
	Art. 317
	Art. 333
	Crime
	Solicitar
	Dar?
	NÃO
	Receber
	Oferecer
	SIM
	Aceitar promessa
	Prometer
	SIM
Não há correspondência entre solicitar e dar.
Solicitar – corresponde ao pedir. Ao solicitar a iniciativa parte do funcionário público
Oferecer/Prometer – parte do particular.
04/09/17
Corrupção passiva – Continuação
4 – Tipo objetivo
Verbo nuclear – Receber significa obter, tomar a vantagem que foi prometida ou negociado. O agente público recebe
Aceitar promessa – Significa concordar. O agente concorda com algo para o futuro. Não é entregue no momento. A ação é do corruptor.
A corrupção envolve a negociação de um ato e este ato tem que estar dentro das ações do agente público para ser engradado em corrupção.
Tráfico de influência (art. 322) não confundir com a corrupção passiva. É importante que o ato negociado seja de atribuição de autoridade que faz a solicitação. Se o ato não se inserir na atribuição terá que ser observado o concurso dos agentes. Se o dono do ato não tinha ciência da negociação, quem pediu em nome dele responderá por tráfico de influência.
Espécies de Corrupção
1 – corrupção passiva própria – é aquela praticada com a finalidade de realizar um ato injusto. Ex: carcerário que solicita dinheiro para facilitar a fuga de um preso.
2 – Corrupção passiva imprópria – A corrupção visa realizar um ato legítimo. Ex: Um oficial de justiça que para realizar uma citação solicita dinheiro.
3 Corrupção Passiva antecedente – O agente solicita, recebe ou aceita promessa para praticar o ato futuramente
4 – corrupção passiva Subsequente – o agente pratica o ato e depois solicita, recebe ou aceita a promessa
5 – Tipo subjetivo
O elemento subjetivo é o dolo específico, pois o ato é praticado com o objetivo de obter vantagem
6 – Consumação e tentativa
O crime de corrupção consuma-se com o verbo
Na solicitação o crimese consuma com o pedido, neste caso o crime é de natureza formal.
No recebimento o crime se consuma com a tradição, ou seja, a entrega – neste caso o crime é Material
Na aceitação da promessa o crime consuma-se com aquiescência, ou seja, com o recebimento daquilo que foi prometido. Neste caso é um crime material
Devido ao delito material cabe a tentativa. Se for formal, depende da forma que foi praticado, ou seja, na forma escrita é possível a ocorrência da tentativa. Exemplo: carta que é interceptada pedindo dinheiro.
7 – Corrupção passiva majorada
Aplica-se a corrupção passiva própria, pois é a pratica de um ato ilegítimo
8 – Corrupção passiva privilegiada - §2º
Ex: policial rodoviário que cede a influência ou pedido de alguém que se valha de influência, intimidando – Carteirada.
Atenção: nesta situação não há negociação
PREVARICAÇÃO – Art. 319 CP
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Bem jurídico
É a Administração Pública, em especial no dever de fidelidade que o funcionário possui com a Administração.
Sujeito Ativo
Funcionário Público – Crime próprio
Sujeito Passivo
O Estado, na figura da Administração
Tipo Objetivo
Retardar – Demorar, delongar a prática do ato. O ato é praticado, mas com atraso. É aferido este atraso com o descumprimento do prazo.
Deixar de praticar – O ato não é praticado. Há uma omissão pura e simples. Ex: Policial que observa o tráfico ocorrendo e nada faz.
Praticar contra disposição expressa de lei – Problema: Quando a lei é inconstitucional? 1 - Se for flagrantemente inconstitucional o seu descumprimento não gera prevaricação.
2 – Caso a inconstitucionalidade seja duvidosa (dependendo de um debate jurídico), a princípio, o funcionário responderá por prevaricação.
Caso seja declarada a inconstitucionalidade:
1 – se tiver sido condenado por uma sentença transitada em julgado, sua absolvição dependerá de revisão criminal. A revisão criminal não tem prazo
2 – se estiver sendo processado mas ainda não há trânsito em julgado, a punibilidade será extinta pela abolicio criminis
Elemento Subjetivo do Tipo
Dolo específico. As condutas são praticadas para satisfação do interesse ou sentimento pessoal
Sentimento pessoal – é o estado afetivo ou emocional do funcionário decorrente de paixão ou emoção. Ex: funcionário que deixa de praticar um ato por uma intensa rivalidade política.
Interesse pessoal – é a relação de reciprocidade entre o prevaricador e um determinado bem ou pessoa. Ex: prefeito que contrata a empresa do genro sem licitação.
Consumação e tentativa
Nas condutas omissivas, a consumação ocorre quando o ato não é praticado, ou não praticado no seu tempo. Não admite tentativa (crime omissivo não admite tentativa).
Na conduta praticar, consuma-se com a realização do ato.
Diferença entre Prevaricação e Corrupção Passiva Privilegiada
Prevaricação – praticada para satisfação de interesse ou sentimento pessoal
Não há pedido ou influência, o funcionário se autocorrompe
Corrupção passiva privilegiada – interesse de outrem
O funcionário cede a pedido ou influência de outrem
FALSO TESTEMUNHO
        Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral
Bem jurídico – Administração da justiça
Sujeito ativo: As pessoas indicadas no tipo. São crimes de mão própria
Negar a verdade – Verdade, para o direito penal comporta duas correntes:
Teoria objetiva. Corresponde aquilo que efetivamente aconteceu
Teoria Subjetiva – Verdade é aquela correspondente ao que a testemunha viu, ouviu ou ficou sabendo – é a teoria adotada no Brasil.
Para se configurar o falso testemunho deve ser aferido o que a testemunha fala é aquilo que ela viu, ouviu ou ficou sabendo. Há uma confrontação entre o que foi dito anteriormente (depoimento) e o que é dito posteriormente (tribunal).
A vítima não presta testemunho, assim, não responde por este crime. O réu se mentir também não comete este crime (no Brasil não há crime de perjúrio).
A testemunha o tradutor ou o interprete praticam o crime de falso testemunho
Contador e perito o crime de falsa perícia.
As pessoas que não prestam compromisso praticam o crime:
1 – Se a testemunha não prestou o compromisso ela não estava obrigada a dizer a verdade e portanto não pode praticar as condutas do tipo – Entendimento preponderante.
2 – O compromisso não é elementar do tipo, além disso, ninguém tem o direito em um processo ou procedimento que envolve interesses alheios, de transigir com a verdade.
Elemento Subjetivo – Dolo. Não se exige nenhuma finalidade especial.
Consumação e tentativa
A falsa perícia (praticada pelo perito e contador) consuma-se quando o laudo ou os cálculos são entregues em cartório.
O falso testemunho consome-se quando a testemunha lança sua testemunha lança sua assinatura no termo de oitiva.
São crimes formais (não admitem a tentativa)
Causa de aumento (§1º, 342):         § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Nestas hipóteses há o aumento pois há os valores em risco: a liberdade (no processo penal) e o bem coletivo (a Administração)
Retratação – Pode ocorrer até a sentença no processo em que o crime foi praticado. A Não é o processo do falso testemunho, mas sim naquele que ela praticou o crime. A retração não exige formalidade.
PROCESSO PENAL
PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTO COMUM (Ordinário e Sumário)
1 – Classificação do procedimento
2 – Oferecimento da peça acusatória
Antes da lei 11.719/08, o critério para determinação do procedimento era a natureza da pena. Se a pena fosse de reclusão o procedimento era o ordinário, se a pena fosse de detenção o procedimento era o sumário.
Após a lei (e o critério é o atual) o procedimento será escolhido coforme a quantidade da pena.
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
Será adotado o procedimento ordinário quando a pena máxima for igual ou superior à 4 anos
Ex: Furto simples – pena de 1 a 4 anos.
PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Será adotado o procedimento sumário quando a pena máxima for inferior a 4 anos e superior a 2 anos.
Ex: homicídio culposo na condução de veículo automotor
Sumaríssimo – pena não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa – Art. 9099/95
CONCURSO DE CRIME
Afeta na determinação do procedimento. Seja qual for o concurso (material, formal) será somadas as penas
Causas de aumento ou diminuição
Deve-se levar em consideração as causas de aumentou ou diminuição. Leva-se em consideração a máxima de aumento e o mínimo de diminuição.
	Agravantes e atenuantes
NÃO SE LEVAM EM CONSIDERAÇÃO para fins de fixação do procedimento.
A lei não trás de antemão o aumento ou diminuição. Assim, não é possível auferir este quantitativo e não se usa este para que haja a fixação do procedimento.
Qualquer que seja o procedimento, o primeiro ato será o oferecimento da denúncia. A denúncia deverá conter os requisitos do art. 41 CPP
06/09/17
1 - CLASSIFICAÇÃO
2 – OFERECIMENTO DA DENÚNCIA
PROCEDIMENTO COMUM (ORDINÁRIO E SUMÁRIO)
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Esse procedimento inaugura o processo.
A denúncia e a queixa devem observar os requisitos do art. 41 CPP – exposição dos fatos e suas circunstâncias, individualização do acusado, classificação do crime, rol de testemunhas – que varia conforme o procedimento:
Testemunhas:
ProcedimentoComum – 8 testemunhas
Procedimento Sumário – 5 testemunhas
Procedimento Sumaríssimo – 3 testemunhas
*Importante: as testemunhas são pelo fato e não pelo processo – Ex: 2 roubos: para cada um poderá ter o máximo de testemunhas – Comum: 8 + 8, Sumário: 5 + 5, etc.
3 – RECEBIMENTO OU REJEIÇÃO DA DENÚNCIA
Recebimento
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Consequência do recebimento da denúncia: Interrompe a prescrição.
Da decisão que recebe a denúncia não cabe recurso
É possível impetrar Habeas Corpus contra a decisão do recebimento da denúncia (ainda que não seja recurso). O fundamento do HC: violação do art. 41 (principalmente quanto à narrativa dos fatos), a falta de justa causa e a presença de eventual causa extintiva da punibilidade.
A decisão que recebe a denúncia deve ser fundamentada de forma ponderada, pois o juiz não pode fazer análise profunda das provas, se fizer, está fazendo um pré julgamento (antecipando o julgamento) e esse não é o momento processual (que é somente na sentença).
Rejeição
A rejeição será nas hipóteses do Art. 395
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Quando não cumprir os requisitos do art. 41 (em especial quanto à narrativa do fato)
II faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; As condições de ação: legitimidade de agir, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido.
III faltar justa causa para o exercício da ação penal. – A justa causa, para alguns autores, é condição de ação, mas o legislador colocou em separado, em inciso próprio, para dar destaque.
Cabe recurso da decisão que rejeita a denúncia. Este recurso é o RESE, com fundamento no art. 151, I
O acusado pode apresentar contrarrazões e deverá ser intimado para as apresentar quando a denúncia for rejeitada e for utilizado o RESE. Súmula 707 – STF
A decisão do recurso pelo tribunal vale como recebimento da denúncia, de forma que neste momento, fica interrompida a prescrição. Súmula 709 – STF
Somente na hipótese de declaração de nulidade da decisão de 1º grau (Ex: decisão sem fundamentação) é que a decisão do tribunal não equivalerá ao recebimento da denúncia. Nas demais hipóteses, ou seja, quando o tribunal analisa o mérito em sentido estrito do recurso (ex: discussão da presença ou não de justa causa) a decisão, por si só, importará em recebimento da denúncia.
Na lei 9099/95 o recurso cabível quanto à rejeição da denúncia é a Apelação, conforme seu art. 82.
4 – CITAÇÃO DO ACUSADO
A regra é que a citação seja pessoal. No processo penal admite-se hoje a citação por hora certa (quando há suspeita de ocultação). Se o réu não for localizado será citado por edital.
O edital tem um prazo de 15 dias. Decorrido este prazo, sem que o réu compareça aos autos, o processo e o prazo prescricional ficarão suspensos – art. 366 CPP
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
A suspensão dar-se-á pelo prazo prescricional correspondente à pena máxima abstratamente cominada à infração.
Ex: O mano roubou um celular. A pena é de 4 a 10 anos. A pena máxima é 10 anos. O processo ficaria suspenso pelo prazo de 16 anos, passado esses 16 anos, haverá mais 16 anos para o oferecimento da denúncia.
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
5 – RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Citado, o Mano terá 10 dias para oferecer resposta à acusação
Art. 396 – A, CPP
Será o momento para o réu apresentar ou arguir a sua defesa (matérias processuais e de mérito) e será o momento ainda de apresentar documentos e rol de testemunhas
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
6 – OITIVA DO MP
Após a resposta da acusação o MP manifestará a defesa, cumprindo do princípio do contraditório. Não tem previsão legal, nem prejuízo, mas esta fase ocorre por conta deste princípio.
7 – ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA OU DESIGNAÇÃO DA AIJ (Audiência de Instrução e Julgamento)
Art. 397 CPP
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396“A” e parágrafos deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I a existência ¹manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; - ¹o termo mais importante, pois tem que estar de forma evidente, pois o juiz não pode ter dúvida alguma para que haja a absolvição. Ex: legítima defesa.
II a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; - coação moral irresistível, obediência hierárquica, etc.
III que o fato narrado evidentemente não constitui crime; - isso alcança a tipicidade do fato. Ex: princípio da insignificância. Quando considerado este princípio, que não há uma afetação do bem jurídico, não é constituído crime.
IV extinta a punibilidade do agente. As causas estão exemplificativamente no art. 107 CP
É cabível recurso contra decisão sumária de absolvição. O recurso é a Apelação. Caso o juiz não absolva sumariamente ele designará AIJ.
Há um prazo para se marcar a AIJ:
Ordinário: 60 dias
Sumário: 30 dias – art. 399 e 400 CPP
Sumaríssimo: 15 dias – art. 27, p.ú.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
O princípio adotado na audiência é o da oralidade. A consequência deste princípio é:
Concentração dos atos processuais – é evitar a realização de mais de uma audiência
Imediatidade da relação do Juiz com as provas – É o juiz que colhe imediatamente as provas no processo
Identidade física do Juiz – Art. 399, §2º. O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. Não se aplica este princípio quando houver: promoção, licença, aposentadoria.
Sequência dos atos processuais da AIJ:
Colheita da declaração da vítima
Inquirição de testemunhas – serão ouvidas primeiro as testemunhas de acusação. Quem começa perguntando a estas testemunhas é a acusação. Anteriormente o juiz começava perguntando (sistema presidencialista). Agora o sistema adotado é o Cross Examination (as perguntas são diretas e cruzadas). A pergunta é direta para a testemunha. O juiz somente fará perguntas ao final do testemunho. Depois será ouvida as testemunhas de defesa. Quem começa perguntando é quem arrolou – o defensor, depois o MP e posteriormente o Juiz. A inversão da oitiva das testemunhas só será nula se houver prejuízo. A nulidade é relativa. Quando o juiz vai fazer isso ele pergunta primeiramente à defesa e faz constar da ata da audiência.
Esclarecimentos dos peritos – quando for o caso.
Acareação – não é um ato obrigatório. Acareação é a confrontação entre dois sujeitos do processo (Vítima x Testemunha, Testemunha x Testemunha).
Reconhecimento de pessoas e coisas
Interrogatório do acusado – Para que haja uma melhor defesa do acusado. É mais benéfico.
Concluída a audiência, as partes poderão requerer diligências cuja necessidade de apuração tenha originado de circunstâncias apuradas na instrução. Se não houver esse pedido de diligência, iremos às alegações finais. Essas alegações são feitas, em regra, de forma oral. Cada parte terá 20 minutos para semanifestar, sendo possível a prorrogação por mais 10 – Art. 403 CPP. 
Há algumas situações em que as alegações finais serão por escrito.
11/09/17
A – complexidade da causa ou o número de acusados (arts. 403, §3º e 404, CP)
B – diligências após a instrução (arts. 403, §3º e 404, CP)
C – acordo entre as partes – Não está previsto em lei, decorre da prática
9 – SENTENÇA
Será proferida por ocasião do encerramento da instrução, após a apresentação das alegações orais (o juiz sentencia no próprio termo de audiência) ou depois de 10 dias da apresentação das alegações escritas (art. 404, p.u., CPP)
10 – DIFERENÇAS ENTRE PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO x ORDINÁRIO
	A – despacho que designa AIJ
Ordinário: AIJ deverá ocorrer no prazo de 60 dias
Sumário: AIJ deverá ocorrer no prazo de 30 dias
	B – Número de testemunhas
Ordinário: 8 testemunhas
Sumário: 5 testemunhas
	C – Diligências
Ordinário: Há previsão legal
Sumário: Não há previsão legal das diligências após a instrução (Obs: a jurisprudência admite)
D – Substituição de alegações finais orais por memoriais
Ordinário: Há previsão legal
Sumário: ñao há previsão legal de substituição de alegações finais orais por memorial escrito. ATENÇÃO: na prática isso ocorre, a jurisprudência admite, pois não há prejuízo).
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
1 – Origem e previsão constitucionais
2 – Princípios
3 – Procedimento do Júri
	1 – 1ª Fase “judicium acusationis”
	2 – 2ª Fase “juricium causal”
TRIBUNAL DO JÚRI
O Juri originou-se da forma como concebemos na Magna Carta de João sem Terra (1215). Não é um consenso na doutrina, mas uma parcela significativa aponta esta teoria.
No Brasil, o júri surgiu em 1822, para o julgamento de crimes de imprensa. Com a constituição de 1824, o júri passou a ser um órgão do Poder Judiciário. Foi regulamentado pelo código de processo criminal de 1832. Na constituição de 88, o júri foi previsto no art. 5º, XXXVIII. Ocupa um patamar de garantia individual. 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
PLENITUDE DA DEFESA – Essa expressão é o mesmo que dizer Ampla Defesa? duas correntes:
1 – Diz que é a mesma coisa, que o constituinte preferiu esta palavra, mas é sinônimo.
2 – A plenitude é mais extensa do que a ampla defesa na medida em que abrange não somente as questões técnicas ou jurídicas, mas também a chamada Argumentação extrajurídica, a qual diz respeito a questões sociais, morais, políticas, religiosas, etc.
O SIGILO DAS VOTAÇÕES 
Ninguém pode conhecer o conteúdo do voto dos jurados. Há instrumentos que prezam a garantir esse sigilo:
	1 – Sala secreta. Concluídos os debates em plenário, as partes irão para a sala secreta. Só vão à esta sala os jurados, o juiz, advogado e o promotor e alguns serventuários da justiça. Se não houver esta sala o público é obrigado a deixar o plenário do júri. Isso é feito para que haja o sigilo e quaisquer interferências na decisão do júri.
	2 – Incomunicabilidade dos jurados. Os jurados não podem conversar entre eles sobre questões relativas ao caso. Quem fiscaliza isso são as partes, o juiz e os serventuários da justiça. Caso a incomunicabilidade seja quebrada é causa de nulidade absoluta do julgamento.
	3 – Interrupção da quesitação quando atingida a maioria. O conselho de sentença tem 7 membros. A cada um é dado uma cédula para que haja uma votação e, na contagem, quando se atinge a maioria, a contagem é interrompida para que se garanta ainda mais o sigilo da votação.
SOBERANIA DOS VEREDITOS
O tribunal, no mérito, não pode alterar a decisão dos jurados. Quando as partes recorrem, o tribunal pode modificar a pena, o tipo da pena e, no máximo, realizar um novo julgamento quando a decisão dos jurados for contrária às provas apresentadas.
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA
Aqui temos uma expressão técnica e não fática, ou seja, observa-se no Código Penal quais são os crimes dolosos contra a vida.
Assim sendo, um latrocínio, um estupro com morte não é julgado no tribunal do júri.
O júri não julgará os crimes dolosos contra a vida praticados por quem tem foro por prerrogativa de função. 
Essa competência não pode ser suprimida, diminuída, pois é Cláusula Pétrea, o que não significa que não possa ser modificada. Caso a modificação seja para ampliar ela será constitucional.
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
O procedimento do tribunal do júri é chamado de bifásico ou escalonado.
A primeira fase deste procedimento é chamado de “judicium acusationis “ ou sumário da culpa
A segunda fase é chamado como “judicium causae” ou juízo da causa.
Na primeira fase o Juiz verificará se existem elementos mínimos de autoria e prova de materialidade. Na segunda fase ocorre o julgamento propriamente dito.
A primeira fase é basicamente o procedimento comum. Deve terminar em 90 dias (art. 412 CPP). Ao fim desta fase o Juiz terá 4 possibilidades:
	1 – Pronúncia (art. 413, CPP) – ele profere uma decisão de pronúncia quando o juiz convencido de indícios de autoria e da prova da materialidade encaminha o acusado para ser julgado pelo tribunal do júri. A pronúncia faz apenas um juízo de admissibilidade, não tem a função de absolver ou condenar. Por este mesmo motivo, deverá o juiz utilizar a “linguagem moderada”, ou seja, deve limitar-se a indicação dos requisitos (indícios e autoria e prova da materialidade). Não pode utilizar-se da eloquência acusatória para que não haja influência na decisão dos jurados. A violação da linguagem moderada é causa de nulidade.
Havendo crime conexo, o acusado também será pronunciado por ele. O jurado pode julgar um crime que não seja doloso contra a vida, desde que conexo. Ex: Pessoa que mata e altera a cena do crime, ou que pratica ato sexual com a vítima. Esses crimes serão julgados com o homicídio
	Efeitos da pronúncia:
Limitar a acusação em plenário – se o juiz pronunciou-se sobre um homicídio simples a acusação não poderá levantar qualificadoras da pronúncia
Princípio da imodificabilidade da pronúncia – A pronúncia não pode ser alterada após ser proferida, salvo se verificar circunstância superveniente que altera a classificação do delito.
Ex: Genro atira 6 vezes na sogra e está sendo processado por tentativa de assassinato, mas no decurso do processo a “véia” morre. Se já houver realizado a pronúncia esta poderá ser modificada.
Se ocorrer a circunstância superveniente após o julgamento não há como modificar a situação tendo em vista que não existe revisão criminal a favor da sociedade.
Sana as nulidades relativas que não foram arguidas oportunamente
O recurso cabível da decisão de pronúncia é o RESE – Recurso em Sentido Estrito
	2 – IMPRONÚNCIA (art. 414, CPP) – A pronúncia é realizada quando há indicio de autoria e prova da materialidade, logo, a impronúncia é proferida quando o Juiz não tem a certeza de autoria e materialidade. A impronuncia só faz coisa julgada formal. Surgindo novas provas é possível oferecer nova denúncia; havendo uma nova prova haverá um novo processo. Em havendo crime conexo, com a impronúncia do crime doloso contra a vida, será remetido ao juiz competente.
		2 B – Despronúncia – é a modificação da pronúncia para impronúncia em razão de juízo de retratação no RESE ou julgamento do recurso pelo tribunal.
Pronúncia	RESE		JUIZ
				Reforma: impronúncia - DESPRONÚNCIA
				Mantém: TJ – mantém
						Impronúncia – DESPRONÚNCIA
Da impronúncia cabe apelação (art. 416 CPP)
	3 – DESCLASSIFICAÇÃO – Ocorrerá quando o juiz se convencer da existência de um delito que não seja doloso contra a vida.
Ex: atropelamento com morte. O MP denuncia que é dolo eventual, o juiz entende que é um crime culposo, segundo o 316 do CTB, assim, remete os autos ao juiz competente.
Caso o juiz verifica a existência de um crime diverso daquele imputado na denúncia mas aindaassim doloso contra a vida, presentes os requisitos legais ele deverá pronunciar
O juiz só remete os autos, no caso de desclassificação, ao juiz competente após o trânsito em julgado da decisão, pois as partes poderão recorrer. Da decisão de desclassificação cabe RESE.
	4 – ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415 CPP) – O juiz deve ter certeza das hipóteses deste artigo, pois está retirando esta competência do júri.
Conteúdo da prova: até hoje
Grupos: 4 ou 5 – no máximo.
JURI
PROCEDIMENTO
Reconhecimento de pessoas ou coisas e oitivas de perito (se for o caso)
	No tribunal do júri, ao contrário que acontece no procedimento comum, o juiz começa perguntando às testemunhas – art. 473 CPP
	Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação.
Interrogatório do réu
A lei limitou o número de peças a serem lidas em plenário. Não é qualquer peça que pode ser lida em plenário, somente as provas colhidas por meio de carta precatória e as provas cautelares poderão ser lidas em plenário. Art. 473, §3º - CPP
Debates
São iniciados logo após o encerramento da instrução – art. 476 CPP. As partes expõe as suas teses. Em primeiro lugar a palavra é do MP; terá 1:30h. Após será a vez da defesa, que terá o mesmo período.
Logo após estas falas poderá ter a réplica e a tréplica – com uma hora para estas sustentações.
Havendo mais de um acusado, o tempo de debates será estendido em uma hora (uma hora a mais para as falas iniciais e para a réplica e tréplica).
Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor eles dividirão o tempo entre eles. Se não houver acordo o juiz fará essa divisão.
	Cuidado com o art. 478, I CPP
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
Esse dispositivo não veda a leitura da pronúncia em plenário, não poderia mesmo porque os jurados têm acesso a ela, mas o que ele veda que a pronúncia seja utilizada como argumento de autoridade.
Outra vedação:
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
Objetivo: evitar a surpresa e dar ampla defesa.
Concluído o debate o juiz indagará aos jurados se eles estão aptos a votar. Havendo alguma dúvida o juiz esclarecerá o jurado com base nos autos. Se a dúvida não for sanada e o jurado considerar-se inapto será dissolvido o conselho de sentença
Se os jurados estiverem aptos a votar, os jurados irão para a sala secreta para a realização da quesitação
Os quesitos são as perguntas que deverão ser respondidas pelo jurado quanto às questões relevantes para o julgamento da causa.
Os quesitos são elaborados pelo juiz e as partes manifestam-se sobre eles (os quesitos podem ser impugnados pelos jurados)
Temos dois sistemas de quesitação:
1 – Sistema francês – Para este sistema o veredito é obtido através da formulação de diversos quesitos. Os jurados não conversam entre si. 
2 – Sistema Anglo Americano – há uma única indagação ao jurado: se o acusado é culpado ou inocente. Sistema usado quando os jurados podem conversar entre eles
Até a reforma de 2008 o sistema adotado pelo Brasil era o francês, com a modificação trazida pela lei 11.689/08, incluiu-se, dentre os quesitos, uma indagação aos jurados na qual se questiona se eles absolvem o réu. Por conta da inclusão deste quesito, parcela da doutrina sustenta que o Brasil passou a adotar um sistema misto.
A discussão é se o país adotou o sistema misto ou continua com o francês.
1 – Materialidade
Em primeiro lugar o jurados serão questionado sobre a materialidade do crime.
Aqui geralmente o jurado responde por duas perguntas: no dia “x” a vítima foi atingida por arma. Se os jurados votarem não, encerra-se, mas se responderem que sim, responderão por mais uma pergunta: “as lesões causadas por esta arma foram a causa de sua morte”
2 – Sobre a autoria
O acusado foi quem realizou o disparo/golpe? Se responderam que não o julgamento se encerra, se responderem que sim, haverá outra questão
3 – Absolvição
“o jurado absolve o acusado?” – Todas as teses defensivas são concentradas nesse quesito. No passado as teses defensivas eram desmembradas, mas agora são aglutinadas numa pergunta só, pois acaba por beneficiar o réu.
4 – Eventual causa de diminuição
5 – Eventuais qualificadoras
	O jurado foi praticado por motivo torpe?, Explosão?
As agravantes e atenuantes são afetas ao juiz, portanto não são quesitadas.
Esta ordem está contida no art. 483 CPP
Atingida a maioria (4 votos), encerra-se a conferência dos votos.
Concluída a quesitação, o juiz terá o veredito e proferirá a sentença, não podendo contrariar o que foi decidido pelos jurados. Essa sentença do júri é chamada de Subjetivamente Complexa.
É Subjetivamente Complexa, pois envolve dois órgãos jurisdicionais distintos: O júri (que fica responsável pelo julgamento das questões de fato) e o juiz de direito – responsável pelas questões de direito (ou jurídicas); dosimetria da pena, regime inicial de cumprimento e questões processuais, como o direito de responder em liberdade ou não.
DECISÕES JUDICIAIS
CAI NA PROVA!!!
DESPACHOS – Atos de mera movimentação processual. Quem pode despachar é o juiz ou o servidor por delegação. Em regra não cabe recurso deste tipo de decisão, salvo duas considerações:
	1 – Excepcionalmente quando o ato for abusivo ou tumultuário caberá o recurso chamado CORREIÇÃO PARCIAL. Ex: juiz arquiva os autos sem pronunciamento do MP.
	2 – Embargos de declaração. Pelo código somente cabe quanto às decisões e não quanto à despachos, mas parte da doutrina acredita que o ato deve ser expresso, compreensivo, então se este ato não for claro enseja sempre um enfrentamento, uma oposição por Embargos de Declaração.
ATENÇÃO PARA POSSÍVEL PERGUNTA DE PROVA:
CONTRA DESPACHO CABE RECURSO?
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
São aquelas que não encerram o processo. Há algumas espécies de decisões interlocutórias:
	Decisão Interlocutória Simples – Esta decisão é aquela que não encerra o processo, não conclui nenhuma fase do procedimento nem julga nenhum pedido incidental. Ex: recebimento da denúncia.
	Decisão Interlocutória Mista Não Terminativa – é aquela que encerra uma fase do procedimento sem julgar o mérito do processo e sem colocar fim a ele. Ex: Decisão de pronúncia
	Decisão Interlocutória Mista Terminativa – é a decisão que julga o mérito de um pedido incidental sem colocar fim ao processo. Ex: decisão que julga pedido de restituição de coisas apreendidas / decisões de prisão preventiva.
SENTENÇA
É ato que põe fim ao processo. Em regra decidindo o mérito da causa (condenação ou absolvição). 
Espécies de Sentença
	SENTENÇA TERMINATIVA – É aquela que encerra o processo sem o julgamento do mérito. Ex: impronúncia (não aprecia o mérito).
	SENTENÇA CONDENATÓRIA – Aquela que julga procedente a pretensão acusatória, ou seja, o pedido de condenação.
	SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
		Própria – é aquela que julga improcedente um pedido condenatório não impondo nenhuma sanção ao acusado (sentença de absolvição por falta de provas)
		Imprópria – aquela em que o juiz absolve o acusado mas impõe a ele uma medida de segurança
	SENTENÇA VAZIA – É aquela desprovida de fundamentação. Essa sentença é nula!
	SENTENÇA SUICIDA – É aquela que não há congruência entre a fundamentação e o dispositivo.
	SENTENÇA EQUIVOCADA – Comporta duas espécies:
		Por error in procedendo – Erro procedimental. Ex: o juiz sentencia sem que as partes apresentem as alegações finais. Estassentenças devem ser anuladas, podendo ser corrigida de oficio pelo juiz.
		Por erro in judicando – Erro em valoração do caso, o juiz erra na convicção. Neste caso a decisão é reformada pelo tribunal.
CORRELAÇÃO ENTRE A ACUSAÇÃO E A SENTENÇA
O acusado não pode ser julgado por fato diverso daquele que lhe foi imputado. É necessário que haja uma ligação entre a acusação e a sentença. Para que essa correlação seja sempre mantida existem dois fenômenos processuais:
	Emendacio libelli
	Mutatio libelli
EMENDACIO LIBELLI
NA Emendacio Libelli o juiz, sem modificação dos fatos, corrige a classificação do crime, ainda que tenha que aplicar pena mais grave. “Emendacio = correção; Libelli = Acusação
Ex: pessoa que entra no mercado e pega uma “Balalaika” e coloca uma “Smirnoff”. A pessoa é acusada de estelionato, mas o juiz entende que é furto mediante a fraude.
Não há necessidade de aditamento pois os fatos são os mesmos, inclusive o juiz pode aplicar pena de maior gravidade.
Outra hipótese é um erro material na classificação do crime na denúncia. Ex: promotor narrou um crime de roubo e na capitulação foi de um crime de furto.
O momento adequado desta correção é no momento da sentença.
A emendacio não enseja a oitiva das partes. Não precisam ser ouvidas previamente.
	Emendacio em segundo grau – O Tribunal de Justiça pode aplicar a emendacio libelli em segundo grau, desde que se respeite o princípio da non reformatio in pejus – Havendo recurso exclusivo da defesa (só a defesa recorreu) a situação do réu não poderá ser piorada (art. 617 CPP).
Logo, O Tribunal pode aplicar a Emendacio Libelli, mas se somente o réu recorreu a situação do réu não poderá ser agravada.
Resumo:
Os fatos permanecem os mesmos
Não há necessidade de oitiva das partes
Como os fatos são os mesmos não é necessário o aditamento
O juiz pode aplicar pena mais grave
É possível em segundo grau, respeitado o princípio da non reformatio in pejus
11/10/17
CORRELAÇÃO ENTRE A ACUSAÇÃO E A SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI – 384. CPP
Ocorrerá quando no curso da instrução do processo surge provocação de uma elementar não contida na peça acusatória.
Há uma modificação da base fática por conta do conhecimento posterior da elementar.
Haverá o aditamento da denúncia para acrescer a nova circunstância.
O procedimento é regulamentado pelo art. 384 – CPP.
Surgindo circunstância nova o MP de ofício, ou mediante provocação pelo juiz, deverá ocultar a denúncia em 5 dias, podendo arrolar até 3 testemunhas para comprovação daquela nova elementar.
Obs: o aditamento pode ser feito na própria audiência ou por escrito.
Em seguida, para garantir o contraditório, a defesa terá 5 dias para manifestar-se ou fará na própria audiência. Em seguida, o juiz decide se recebe ou não o aditamento.
Uma vez recebido o aditamento, o processo segue para oitiva das novas testemunhas arroladas ou para sentença.
Se o juiz rejeita o aditamento?
Ao rejeitar, caberá RESE com base no art. 581, I –CPP
Embora o art. 581 CPP não mencione o cabimento do RESE para a decisão que rejeita o aditamento da denúncia a doutrina entende que nesse caso é cabível o RESE por se tratar de interpretação extensiva do dispositivo e não nova hipótese de recurso de forma que o princípio da taxatividade fica conservado.
Não é cabível a mutacio libelli em segunda instância sob pena de violação do duplo grau de jurisdição.
Na hipóteses da violação do 384 o tribunal anula a sentença para que o juiz proceda a mutatio libelli
Súmula do STF – 453
	EMENDATIO
	MUTATIO
	Os fatos permanecem iguais
	Os fatos se alteram
	Como os fatos são iguais, não precisa de aditamento
	Como surge uma circunstância nova é preciso do aditamento
	Não a oitiva da parte contrária
	Precisa da oitiva da parte contrária
	É cabível em 2º grau (com respeito ao princípio da non reformatio um pejus)
	Não cabe em 2º - Súmula 453 – STF
DISPOSIÇÕES COMUNS ENTRE EMENDATIO E MUTATIO
1 – Se da ocorrência da emendatio e da mutatio houver a modificação de competência os autos deverão ser encaminhados ao juiz competente. Ex: infração comum que é desclassificada e considerada de menor potencial ofensivo: Vai para o JECRIM.
Art. 383, §2º. CPP – aplicável a emendatio e mutatio
2 – Se em decorrência da emendatio ou da mutatio for cabível a suspensão condicional do processo ou a transação o juiz deverá proceder na forma da lei 9099 – JECRIM
Art. 383, §1º
NULIDADES
1 – CONCEITO
Os atos processuais devem ser realizados de acordo com a lei. Assim agindo, ocorre a tipicidade processual – o enquadramento do ato processual com o enquadramento da lei. Em contrapartida, a atipicidade processual ocorre quando há uma desconformidade entre o ato praticado e o modelo trazido pela lei. Esse ato praticado em desconformidade pode vir a ser anulado. A nulidade não é o ato em si, mas sim uma sanção que se aplica ao ato defeituoso. Os modelos e regras são aplicadas para que haja segurança jurídica entre as partes.
2 – SISTEMAS DE APRECIAÇÃO
Há 3 sistemas de apreciação de nulidades. 
SISTEMA DA LEGALIDADE OU DA INDECLINABILIDADE DAS FORMAS
As formas devem ser obedecidas sob pena de invalidade. Todo o vício processual gera uma nulidade
SISTEMA DA LIBERDADE DAS FORMAS OU TOTAL INSTRUMENTALIDADE
Os atos processuais são praticados de forma livre. A lei apenas ofereceria sugestões.
SISTEMA DA INTRUMENTALIDADE DAS FORMAS
A lei, como regra, deve ser observada, mas nem toda violação gera uma nulidade. As formas processuais não são um fim em si mesmas, mas se prestam a atingir uma finalidade. Se o ato atingiu a sua finalidade, ainda que sem observar um modelo legal, ele deverá ser conservado. – ESSE É O MODELO ADOTADO NO BRASIL.
3 – ESPÉCIES DE ATOS PROCESSUAIS
Atos perfeitos – São aqueles praticados de acordo com a lei e, portanto, válidos e eficazes. 
Atos meramente irregulares – São aqueles em que há desatendimento de exigências formais não relevantes. Nesse tipo de ato as consequências do desatendimento são extraprocessuais. Ex: laudo pericial entregue fora do prazo. Não gera invalidade do processo. Art. 564, IV
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
Atos nulos – são aqueles em que a falta de adequação ao modelo legal PODE levar ao reconhecimento de sua inaptidão para produzir efeitos no mundo jurídico. Os atos nulos sempre dependem de pronunciamento judicial, o juiz precisa reconhecer que o ato é nulo; enquanto o juiz não reconhece que o ato é nulo ele produzirá normalmente os seus efeitos. O ato que reconhece a invalidade de outro possui efeito ex tunc retroagindo até a data do ato inválido.
Atos inexistentes ou não apto – é aquele em que há ausência de um elemento de maneira absoluta e relevante. Ex: sentença proferida pelo juiz após a sua promoção. O juiz se promoveu do local e mesmo assim proferiu uma sentença da comarca anterior. A característica deste ato é que não depende de pronunciamento judicial para o seu reconhecimento. Não se pode reconhecer um vício de um ato que não existiu.
4 – ESPÉCIES DE NULIDADES
	A – Nulidade absoluta
Na nulidade absoluta, a gravidade do ato viciado é flagrante e o seu prejuízo é manifesto. O vício atinge o interesse público.
Possui duas características essenciais:
	1 – O prejuízo é presumido – não precisa comprovar concretamente que houve efetivo prejuízo a qualquer das partes, basta que se demonstre a inadequação entre o ato e o modelo legal
	2 – Pode ser arguida a qualquer tempo não ficando sujeitas à sanação (não podem ser sanadas)
Hipóteses em que se pode reconhecer a nulidade absoluta
	1 – Nulidades cominadas sem previsão de sanação – são as nulidades do art. 564 não previstas no art. 572. 
O art. 564 trás um rol exemplificativo, o art. 572 são possíveis de sanação, fazendo menção a algumas das hipóteses do 564
	2 – Violação de norma constitucional – Ex: sentença sem fundamentação (art. 93, IX).
	B – Nulidade relativa
O vício atinge preponderantemente o interesse das partes.
Possui duas características:

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