Buscar

3 Princípios do direito de família

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Princípios
A palavra princípios vem do latim principium e que dizer início, começo, ponto de partida.
No art. 4º da LINDB (Lei de Introdução à Normas do Direito Brasileiro), o princípio é fonte de integração do direito.
A partir da Constituição Federal de 1988 - o princípio passou a ter força normativa, assim como as regras jurídicas. Tal posicionamento é defendido por Celso Ribeiro Bastos, Ronaldo Brêtas e Humberto Teodoro, dentre outros. Tal fato era visualizado com maior nitidez, inicialmente, na Justiça do Trabalho. Com fundamento no princípio da pluralidade de formas de família e no princípio da afetividade, o STF – Supremo Tribunal Federal reconheceu a união homoafetiva como família.
A forma de aplicação de princípio não é a mesma da regra jurídica (tudo ou nada). Em relação ao princípio adota-se a regra da ponderação (às vezes, o princípio é aplicado em maior ou menor intensidade).
O princípios são gerais e fundantes: a) gerais: aplicam-se a um série de hipóteses.
b) fundantes: na medida em que deles se pode extrair um conjunto de regras, que deles decorrem por lógica. 
Exemplo: do princípio do pluralismo, extrai-se que a família oriunda de união estável deve receber o mesmo tratamento da família baseada no casamento. 
Princípios jurídicos regentes da família.
Os princípios, em sua grande maioria, têm previsão na Constituição Federal. Pois, hoje, o Direito de Família tem status constitucional. 
1) Princípio da igualdade dos cônjuges:
 O art. 226, §5º.,da Constituição Federal prescreve que: “os direitos e deveres da sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”.
Tal igualdade existe tanto no campo do direito material quanto no campo do direito processual, pois o art. 139, I, do CPC diz que, “é assegurado às partes igualdade de tratamento”.
2) Princípio do pluralismo das entidades familiares:
A Constituição Federal passou a reconhecer várias formas de família: casamento, união estável, família monoparental. O STF reconheceu a família homoafetiva. A doutrina reconhece a família pluriparental, dentre outras. 
As entidades familiares previstas na Constituição Federal possuem caráter 
exemplificativo e não taxativo. Foi o que ocorreu quando o STF – Supremo Tribunal Federal reconheceu a união homoafetiva como família.
É com fundamento neste princípio, que, hoje em dia, começa a ser questionado um outro princípio, o da monogamia (FIÚZA, 2015, p. 1185).
Acórdão sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. CONVERSÃO DE UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA EM CASAMENTO. CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA PARA REGULAR PROCESSAMENTO DO FEITO. 1. Tendo em vista o julgamento da ADI nº 4.277 e da ADPF nº 132, resta superada a compreensão de que se revela juridicamente impossível o reconhecimento de união estável, em se tratando de duas pessoas do mesmo sexo. 2. Considerando a ampliação do conceito de entidade familiar, não há como a omissão legislativa servir de fundamento a obstar a conversão da união estável homoafetiva em casamento, na medida em que o ordenamento constitucional confere à família a "especial proteção do Estado", assegurando, assim, que a conversão em casamento deverá ser facilitada (art. 226, § 3º, CF/88). 3. Inexistindo no ordenamento jurídico vedação expressa ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, não há que se cogitar de vedação implícita, sob pena de ofensa aos princípios constitucionais da igualdade, da não discriminação, da dignidade da pessoa humana e do pluralismo e livre planejamento familiar. Precedente do STJ. 4. Afirmada a possibilidade jurídica do pedido de conversão, imperiosa a desconstituição da sentença, a fim de permitir o regular processamento do feito. APELO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70048452643, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 27/09/2012) (grifo nosso)
3) Princípio da solidariedade familiar:
Solidariedade é o sentimento que faz com que as pessoas se ajudem mutuamente. No atual ordenamento jurídico existem inúmeras normas constitucionais e infraconstitucionais que tratam da solidariedade. A título de exemplo pode-se citar o art. 229 da Constituição Federal e o art. 1.694 do Código Civil.
A solidariedade assenta-se na tolerância e no amor ao próximo.
“O tema é muito controverso, porém. Seria condenável a família que não aceita o filho travesti? (...) É fácil exigir a tolerância dos outros. (...) Vencer as barreiras sociais e, principalmente, as psicológicas é muito difícil. A solidariedade serve para isso, ajudar a cada um e a todos nessa luta por derrubar muralhas milenares de preconceitos e fobias” (FIÚZA, 2015, p. 1185). 
Acórdão sobre o tema:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. ALIMENTOS. BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA. Os alimentos entre os companheiros têm caráter de mútua assistência (artigo 1.566, inciso III, do Código Civil), encontrando-se amparados no dever da solidariedade (artigo 1.694, do código Civil), os quais vêm consagrados no princípio da solidariedade familiar, com fundamento nos artigos 1.702 e 1.704, caput, ambos do Código Civil. Contudo, para a fixação dos alimentos, imperioso comprovar a necessidade da alimentada e a impossibilidade de prover o próprio sustento. Ausente tal prova, descabida a fixação dos alimentos. DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. (Agravo de Instrumento Nº 70056419807, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: AlzirFelippeSchmitz, Julgado em 12/12/2013) (grifo nosso)
4) Princípio da afetividade:
Este princípio faz com que no âmbito familiar a afetividade se sobreponha a questões patrimoniais. A primazia da afetividade também está prevista em várias normas constitucionais e infraconstitucionais. Exemplo.: art. 1.593 do Código Civil.
Segundo César Fiúza, “por ser o afeto um sentimento, não pode ser alçado à condição de norma” (FIÚZA, 2015, p. 1190).
5) Princípio da paternidade responsável:
 Revela-se como co-extensão do princípio da dignidade da pessoa humana que tem previsão na Constituição Federal. Os pais tem o dever de guarda, educação e sustento dos filhos. Tem previsão constitucional, artigo 229.
O não cumprimento das obrigações de guarda, educação e sustento dos filhos pode gerar a perda ou suspensão do poder familiar, nos termos dosarts. 1.637 e 1.638 do CC. 
6) Princípio da igualdade de filiação:
Proíbe qualquer forma de discriminação no tocante à filiação, seja a filiação decorrente de casamento, encontros esporádicos, adoção, inseminação artificial, dentre outras. Tal princípio é originário do princípio da igualdade previsto no caput do art. 5º, da Constituição Federal. No Código Civil de 1916 havia uma classificação no que se refere à filiação: filhos legítimos legitimados, incestuosos, adulterinos. Os filhos adotivos tinham menos direitos que os filhos naturais.
Não é possível a aplicação do princípio da igualdade nas relações de afeto. Exemplos: a lei não pode obrigar o pais a gostar de todos os filhos com a mesma intensidade.
Arts. 1.845, 1.846 e 1.849 do CC.
Não se pode admitir tratamento diferenciado em relação ao dever de amparo, de cuidado (alimento, abrigo, saúde). O filho do segundo casamento vive como um príncipe e o filho do primeiro casamento vive como um escravo.
(FIÚZA, 2015, p. 1186-1188).
7) Princípio do melhor interesse da criança: 
Nos processos judiciais que têm por objeto a guarda, seja esta oriunda da dissolução da sociedade conjugal ou colocação em família substituta, deve-se sempre observar o melhor interesse da criança. Isso significa dizer que o interesse da criança se sobrepõe ao dos pais. Tal princípio vigora em nível interno e internacional (art. 13 da Convenção de Haia).
Acórdão sobre o tema:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE GUARDA CUMULADA COM ALIMENTOS E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. FILHO MENOR. GUARDA COMPARTILHADA. ALTERAÇÃO.DESCABIMENTO. INTERESSE DA CRIANÇA. A guarda deve atender, essencialmente, ao interesse do menor, devendo permanecer o status quo quando não há motivos para alteração. A fixação de alimentos, inclusive os provisórios, há de atender ao binômio possibilidade-necessidade. Situação que recomenda sejam mantidos os alimentos provisórios no patamar em que fixados até que, com as provas que ainda serão produzidas, reste melhor visualizada a real situação financeira do alimentante e a necessidade do alimentando. Princípio da imediação. Agravo de instrumento desprovido, de plano. (Agravo de Instrumento Nº 70056074776, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 04/10/2013)
8) Princípio da prioridade no atendimento da criança: 
Este princípio tem natureza constitucional (art. 227 da Constituição Federal) e infraconstitucional, pois está previsto no art. 4º do ECA – Estatuto da Criança de do Adolescente. A criança tem prioridade de atendimento em quaisquer circunstâncias, ou seja, nos serviços público ou de utilidade pública.
9) Princípio da dissolubilidade do vínculo
Substitui o princípio da indissolubilidade do casamento que tinha caráter religioso.
Não havendo mais vontade ou interesse de manter a vida a dois, não pode o casal ser obrigado a viver maritalmente. Com fundamento neste princípio, é possível que ocorra o divórcio, mesmo sem partilha de bens, conforme norma do art. 1.581 do CC. 
10) Princípio da dinamicidade do grupo familiar: Ex.: quatro irmãos. Duas irmãs moram a vida inteira juntas, cuidam dos pais e depois uma cuida da outra. Não se criou um núcleo mais restrito entre elas. Tal fato não poderia gerar alteração na ordem de vocação hereditária?

Outros materiais