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UNIPAC ON-LINE Nivelamento Português Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC CONHEÇA O AUTOR Darlan Roberto dos Santos Darlan Roberto dos Santos é graduado em Comunicação Social (Jornalismo). Doutor em Letras pela UFMG, possui Pós-Doutorado em Literaturas Brasileiras pela PUC-MG. Professor do Ensino Superior, dedica-se à docência e à pesquisa, nas áreas de Comunicação e Língua Portuguesa. Tem artigos publicados em Revistas Científicas renomadas, no Brasil e exterior. Link do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0745110465782994 O conteúdo a seguir contempla os seguintes tópicos: Reforma ortográfica; uso da crase; dúvidas frequentes sobre a Língua Portuguesa; uso da vírgula; colocação pronominal; regência (verbal e nominal); uso das conjunções em orações; tipologias textuais; elementos da comunicação e funções da linguagem. Todos os tópicos em questão são essenciais para o estudante de Graduação, pois, de sua correta aplicação depende a produção textual, fundamental na elaboração de relatórios, pesquisas acadêmicas, trabalhos de conclusão de curso e demais atividades que envolvam leitura, interpretação e produção de textos. Diante disso, o objetivo do conteúdo de apoio é auxiliar o discente, tanto na resolução das questões, como na aplicação cotidiana de nossa principal ferramenta de comunicação: a Língua Portuguesa. Esclaremos, no entanto, que se trata de um resumo básico. O ideal, para uma apreensão mais ampla das normas linguísticas, é a consulta a Gramáticas e outras obras, disponíveis na Biblioteca da Instituição, e cujas referências encontram-se no final deste conteúdo Desejamos-lhe bons estudos! APRESENTAÇÃO SUMÁRIO REFORMA ORTOGRÁFICA ................................................................................................................. 6 USO DA CRASE ...................................................................................................................................... 6 DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA ...................................................... 7 USO DA VÍRGULA ................................................................................................................................. 8 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ............................................................................................................ 9 REGÊNCIA ............................................................................................................................................... 9 VERBOS ................................................................................................................................................. 10 USO DAS CONJUNÇÕES EM ORAÇÕES ...................................................................................... 11 TIPOLOGIAS TEXTUAIS .................................................................................................................... 12 LEMBRETES IMPORTANTES ............................................................................................................ 13 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA LINGUAGEM ........................................ 13 SUGESTÕES DE OBRAS PARA CONSULTA DOS ALUNOS ...................................................... 15 6 REFORMA ORTOGRÁFICA O Novo Acordo Ortográfico, em vigor desde ja- neiro de 2009, estabelece novas regras na utilização da Língua Portuguesa. As normas básicas são as seguintes: Emprego do hífen com prefixos: Regra básica: sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem. Outros casos: 1. Prefixo terminado em vogal: • Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. • Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo. • Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom. • Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas. 2. Prefixo terminado em consoante: • Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário. • Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico. • Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante. Observações: 1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: cir- cum-navegação, pan-americano etc. 3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segun- do elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, coopera- ção, cooptar, coocupante etc. 4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc. 5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como gi- rassol, madressilva, mandachuva, pontapé, pa- raquedas, paraquedista etc. 6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casa- do, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. USO DA CRASE 1. Regra prática: para saber se há crase antes de uma palavra feminina, troque essa palavra por uma masculina correspondente e observe: . Se antes da palavra masculina aparecer ao, use crase antes da feminina: Ela foi à feira ontem. Ela foi ao mercado ontem. . Se antes da palavra masculina aparecer apenas a ou o não use crase: Os jogadores visitaram a cidade. Os jogadores visitaram o museu. 2. Casos em que a crase é facultativa: . Antes de pronomes possessivos femininos (por- que antes desse tipo de pronome o artigo é facultativo) Ele se refere à minha mãe. Ele se refere a minha mãe. . Antes de nomes de mulheres: Eu me referi à Maria. Eu me referi a Maria. 3. Casos em que não ocorre crase: . Antes de nomes masculinos (porque essas pala- vras não admitem o artigo a): Ele adora andar a cavalo, ela prefere andar a pé. . Antes de verbos (porque antes de verbos não aparece artigo): Assim que saíram, começaram a correr. 7 2. Ao encontro de: tem significado de “estar de acordo com”, “em direção a”, “favorável a”, “para junto de”: Meu novo trabalho veio ao encontro do que de- sejava. (Meu novo trabalho está de acordo com o que desejava.) Vamos ao encontro de nossa turma. (Vamos para junto de nossa turma) De encontro a: tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”: Esta questão está indo de encontro aos interesses da empresa. (Esta questão está indo contra os interesses da empresa). A decisão tomada foi de encontro às reivindica- ções do sindicato. (A decisão tomada foi oposta às rei- vindicações do sindicato). 3. Mal é advérbio, antônimo de bem. Ele pratica o mal; não faz o bem Mau é um adjetivo, antônimo de bom. O mau chei- ro tomou conta da sala, mas, na cozinha, o cheiro era bom. 4. No sentido de existir, acontecer, o verbo haver é impessoal, isto é, não tem sujeito; consequentemente, não flexiona. Portanto, a forma correta é: Houve opi- niões contrárias. E mais: se estiver combinado com um ou mais verbos auxiliares, toda a expressão ver- bal permanece no singular: Poderia haver opiniões contrárias. 5. Sempre que utilizar verbo de ligação (ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar), principalmente o verbo ser, e não houver elemento modificador do su- jeito (artigo, adjetivo, numeral), tanto o verbo quanto o predicativo do sujeito devem permanecer na forma masculina, singular. Caso contrário, ou seja, se houver o elemento modificador, ambos - o verbo e o predicati- vo - concordam com o modificador. Portanto, o modo correto de escrever é: É proibido entrada ou É proibida a entrada. Outrosexemplos: Pimenta é bom. / Esta pimenta está boa. É necessário dedicação. / A dedicação é necessária. Está proibido brincadeiras. / Estão proibidas as brincadeiras. 6. “Atrás” é grafado com “s”. É um advérbio de lu- gar: Ele estava atrás de mim quando tudo aconteceu. “Traz”, do verbo “trazer”, conjugado na terceira . Na combinação “singular + plural”: O filme não é direcionado a pessoas sensíveis. . Antes de nome de cidade Ex.: Fui a Curitiba visitar meus avós. . Em expressões com palavras repetidas: O tanque se encheu gota a gota. 4. Uso da crase envolvendo HORAS Regra prática – Substitua a hora por “meio-dia”: se der “ao meio-dia”, há crase; se não der, esqueça a crase. Observe: A transmissão começa às 6h30. Com crase, porque “A transmissão começa ao meio-dia”. Mas: O erro foi identificado pela reportagem após as 19h de ontem. Sem crase, porque “O erro foi identificado pela re- portagem após o meio-dia de ontem”. 5. CASOS ESPECIAIS em que se usa a crase: . Antes das palavras casa, terra e distância – quando determinadas: Voltei à casa de meus pais. Fique à distância de 10 metros Fomos à terra de meus avós. . Antes de pronomes demonstrativos, sempre que o regente admitir a: Esta camisa é igual àquela que você ganhou. Ninguém se referiu àquele erro que eu cometi. DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA: 1. “Afim” ou “A fim”? “Afim” é um adjetivo e significa igual, semelhante, parecido: Suas ideias são afins. Possuem tempera- mentos afins; por isso se relacionam tão bem. “A fim” faz parte da locução “a fim de”, que sig- nifica para, com o propósito, com o intuito e indica fi- nalidade: Fez tudo aquilo a fim de nos convencer de sua inocência. Apresentou-nos todas as propostas de pagamento a fim de vender os produtos. 8 USO DA VÍRGULA Estando a oração em ordem direta (seus termos se sucedem na seguinte progressão: sujeito ? verbo ? complementos do verbo (objetos) ? adjunto adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o uso da vírgu- la é, de modo geral, desnecessário. Assim: 1. Não se usa vírgula: Não se usa vírgula separando termos que, do pon- to de vista sintático, ligam-se diretamente entre si: a) entre sujeito e predicado: Todos os alunos da sala foram advertidos. b) entre o verbo e seus objetos: O trabalho custou esforço aos realizadores. 2. Usa-se a vírgula: Para marcar intercalação: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço. b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. c) das expressões explicativas ou corretivas: As in- dústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. Para marcar inversão: a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. Usa-se vírgula para separar entre si elementos co- ordenados (dispostos em enumeração): Era um garoto de 15 anos, alto, magro. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. pessoa do singular, é escrito com “z”: O autor traz para o seu romance a questão da seca. “Trás” (com “s” e acento) significa “na parte poste- rior” e é sempre precedido por preposição: Ele estava por trás disso tudo desde o começo. 7. Emprego dos Porquês POR QUE (separado) é empregado em perguntas e questionamentos: Por que você comprou o celular? Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa. POR QUÊ (separado e com acento) é empregado em perguntas, no final da frase: Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê? PORQUE (junto) é empregado em respostas: Vou ao supermercado porque não temos mais carne. PORQUÊ (junto e com acento) representa um substantivo. Significa “causa”, “razão”, “motivo” e nor- malmente surge acompanhado de palavra determinan- te (artigo, por exemplo): Não consigo entender o porquê de sua alegria. 8. “Haja visto” seu empenho... A expressão é haja vista e não varia. Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. 9. “Fazem” cinco anos? Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois sécu- los. / Fez 15 dias. 10. “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. É as- sim que se evitam acidentes. Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados. 11. Atraso implicará “em” punição. Implicar é dire- to no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade. 12. Não sabiam “aonde” ele estava. O certo é: não sabiam onde ele estava. “Aonde” se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer che- gar. / Aonde vamos? 9 Usa-se a vírgula para isolar: - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. COLOCAÇÃO PRONOMINAL A colocação correta de pronomes em relação ao verbo faz parte da tríade denominada próclise (o pro- nome vem antes do verbo), mesóclise (vem no meio) e ênclise (vem depois do verbo). A próclise ocorre mediante os seguintes casos: . Com os advérbios de maneira geral: Aqui se cultiva a paz e a harmonia. Talvez lhe traga a encomenda que pediu. . Com os pronomes substantivos: Todos te ajudarão nesta importante tarefa. Aquilo me deixou estarrecida. . Com os pronomes relativos: Os policiais estão à procura do rapaz que se eva- diu do local. O pátio é o lugar onde me sinto à vontade. . Com as conjunções subordinativas: Farei isso se me for útil. É necessário que o leve à festa. . Com a preposição seguida de gerúndio: Em se tratando de saúde, toda cautela é pouco. . Em frases exclamativas e interrogativas: Quanto me custou ter que partir agora! Quanto lhe devo por este pedido? . Em frases optativas (que expressam desejos, previsões): Que o futuro lhe traga sucesso. Que Deus o abençoe. A mesóclise, embora não seja muito usual, so- mente ocorre com os verbos conjugados no futuro do presente e do pretérito. Comemorar-se-ia o aniversário se todos estives- sem presentes. Planejar-se-ão todos os gastos referentes a este ano. E, por último, a ênclise, que tem incidência nos se- guintes casos: . Em frase iniciada por verbo, desde que não este- ja no futuro: Vou dizer-lhe que estou muito feliz. Pretendeu-se desvendar todo aquele mistério. . Nas orações reduzidas de infinitivo: Convém contar-lhe tudo sobre o acontecido. . Nas orações reduzidas de gerúndio: O diretor apareceu avisando-lhe sobre o início das avaliações. . Nas frases imperativas afirmativas: Senhor, atenda-me, por favor! REGÊNCIA A regência verbal ou nominal determina se os seus complementos são acompanhados por preposição. Os nomes pedem complemento nominal; e os ver- bos, objetos diretos ou indiretos. Exemplo: - Ela tem necessidade de roupa. Quem tem necessidade, tem necessidade “de” al- guma coisa. De roupa: complemento nominal. - Fiz uma referência a um escritor famoso. Quem faz referência faz referência “a” alguma coisa. A um escritor famoso: complemento nominal Quem prefere, prefere alguma coisa “a” outra. A frase fica correta desta forma: “Prefiro cinema a teatro”. “Prefiro ir à praia a estudar.” (Preferir a + a praia: a + a: à - veja Crase). Outras regências: Acessível a Acostumado a ou com Alheio a Alusão a 10 Ansioso por Atenção a oupara Atento a ou em Benéfico a Compatível com Cuidadoso com Desacostumado a ou com Desatento a Desfavorável a Desrespeito a Estranho a Favorável a Fiel a Grato a Hábil em Quanto à regência verbal, os verbos podem ser: - Transitivo direto - Transitivo indireto - Transitivo direto e indireto - Intransitivo ASPIRAR O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou tran- sitivo indireto. Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tra- gar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição. - Ela aspirou o aroma das flores. - Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo. Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a pre- posição “a”. - O candidato aspirava a uma posição de destaque. - Ela sempre aspirou a esse emprego. Obs.: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substi- tuir por “a ele(s)”, “a ela(s)”. - Aspiras a este cargo? - Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”). ASSISTIR O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transi- tivo direto e intransitivo. Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presen- ciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a preposição “a”. - Assisti a um filme. (ver) - Ele assistiu ao jogo. Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “aju- dar” e exige complemento sem preposição. - O médico assiste o ferido. (cuida) Obs.: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usa- do com a preposição “a”. - Assistir ao paciente. Intransitivo: quando significa “morar” exige a pre- posição “em”. - O papa assiste no Vaticano. (no: em + o) - Eu assisto no Rio de Janeiro. “No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar. CHAMAR O verbo chamar pode ser transitivo direto ou tran- sitivo indireto. É transitivo direto quando significa “convocar”, “fa- zer vir” e exige complemento sem preposição. - O professor chamou o aluno. É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”. - Ela chamava por Jesus. Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou tran- sitivo indireto. Admite as seguintes construções: - Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo) - Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo) - Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo) - Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo) VISAR Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição). Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto. - O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto) 11 - O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar) Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a preposição “a”. - Muitos visavam ao cargo. - Ele visa ao poder. Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não se diz: viso-lhe. Obs.: Quando o verbo “visar” é seguido por um in- finitivo, a preposição é geralmente omitida. - Ele visava atingir o posto de comando. ESQUECER – LEMBRAR - Lembrar algo – esquecer algo - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal) No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição. - Ele esqueceu o livro. No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos. - Ele se esqueceu do caderno. - Eu me esqueci da chave. - Eles se esqueceram da prova. - Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu. SIMPATIZAR Ambos são transitivos indiretos e exigem a prepo- sição “com”. - Não simpatizei com os jurados. QUERER Pode ser transitivo direto (no sentido de “dese- jar”) ou transitivo indireto ( no sentido de “ter afeto”, “estimar”). - A criança quer sorvete. - Quero a meus pais. NAMORAR É transitivo direto, ou seja, não admite preposição. - Maria namora João. Obs.: Não é correto dizer: “Maria namora com João”. OBEDECER É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a). - Devemos obedecer aos pais. VER É transitivo direto, ou seja, não exige preposição. - Ele viu o filme. USO DAS CONJUNÇÕES EM ORAÇÕES As conjunções podem ser consideradas “elemen- tos de coesão”; auxiliam na ligação entre orações co- ordenadas e entre orações principais com subordina- das. As conjunções, coordenadas ou subordinadas, possibilitam a construção de períodos argumentativos. 1. Conjunções coordenadas e atos argumentativos Os períodos construídos por coordenação podem utilizar-se de conjunções. Nesse caso, as orações são chamadas de orações coordenadas sindéticas e sua classificação será feita de acordo com o tipo de con- junção coordenativa que as introduz. As conjunções coordenadas podem assumir funções aditivas, adver- sativas, explicativas, conclusivas e alternativas. • Conjunções com função aditiva: expressam ideia de adição, de soma ou de sequência de ações. As principais conjunções aditivas são: e, nem (e não), não só... mas também, não só... como também. Ele refletiu um pouco e concluiu que deveria acei- tar o emprego. Não só ele deveria aceitar a derrota, mas tam- bém propor uma trégua. • Conjunções com função adversativa: são aque- las que denotam uma ideia ou atitude de oposi- ção, contraste, refutação. As principais conjun- ções adversativas são: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto. Ele deveria sair mais cedo, mas acabou se atrasando. João estudou; entretanto, foi reprovado. • Conjunções com função explicativa: exprimem um motivo, uma razão, uma explicação e as prin- cipais conjunções são: que, porque, pois (antes do verbo). 12 Tais medidas deveriam ser adotadas, pois elas podem salvar o país. Não tenha atitudes como essas, porque elas são cruéis. • Conjunções com função conclusiva: expressam uma conclusão. As principais conjunções conclu- sivas são: portanto, logo, por conseguinte, pois (após o verbo), por isso. O país encontra-se crise, portanto devemos economizar. Vivemos sob a ameaça de invasão. Não pode- mos, pois, abrir as fronteiras. • Conjunções com função alternativas: exprimem ideia de escolha, de alternância. As principais conjunções são: ou, ou...ou..., ora... ora..., quer... quer. Ou vamos à praia ou ao cinema. Ora comia, ora dormia. 2.As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto adverbial de uma outra oração e vêm, normalmente, introduzidas por conjunção subordinati- va. Elas têm função semântico-argumentativa de: . Causa: Como não tinha dinheiro no bolso, não comprou o carro. / A felicidade sempre há de existir, porque so- mos otimistas. . Comparação: Ele era mais idealista que prático. / Seu discurso era empolgante, tal qual um sonhador. . Concessão: Não pude resistir, embora devesse evitar doces. Ainda que a praia não limpa, pretendo dar um mergulho. . Condição: Se você quiser, sairemos para jantar. . Conformidade: Segundo a legislação, dirigir embriagado é crime. . Consequência: O calor é tão intenso, que as pessoas estão desmaiando. . Finalidade: Estudo para realizar meus sonhos. Ele comprou novos cadernos para escrever um livro. . Tempo: Quando chegarmos, iremos dormir. . Proporção À medida que cavava, o buraco ficava mais fundo. TIPOLOGIAS TEXTUAIS 1. DESCRIÇÃO: A descrição caracteriza-se por um texto imagético. Ou seja: criar, na mente do leitor, a imagem do que se deseja descrever. Para isso, devem ser apresentadas as caracterís- ticas, dados, informações sobre o que se deseja des- crever. O uso de adjetivos é indicado. 2. NARRAÇÃO A narração é composta de: apresentação, ação complicadora, clímax e desfecho.Verbos que indicam ação caracterizam a narração. Em uma narrativa, o que deve ser priorizado são as ações dos personagens. A narração pode ser construída em primeira pes- soa do singular (EU). Neste caso, o narrador também se torna um personagem. Elementos de descrição podem ser utilizados em uma narração, como maneira de contextualizar o local da ação, ou caracterizar personagens. 3. DISSERTAÇÃO Um roteiro auxilia na produção de um texto dissertativo. Dissertação deve ser dividida em introdução, de- senvolvimento e conclusão. A argumentação é fundamental em uma disserta- ção e deve aparecer no desenvolvimento. A enumeração de ideias aparece após a introdu- ção. É fundamental que as ideias apresentadas sejam desenvolvidas com bons argumentos. Repetições de ideias e até mesmo de trechos nos textos dissertativos não são indicadas, pois demons- tram a falta de argumentos. A utilização de exemplos enriquece o texto disser- tativo. Os exemplos não devem ser em primeira pes- soa do singular. O ideal é tornar o texto impessoal. Cuidado com a utilização de dados. Caso tenha dívidas quanto aos valores, utilize termos como: “apro- ximadamente”, “a grande maioria”, “grande parcela da população”... Uso da primeira pessoa do plural (NÓS) e terceira pessoa (ele/eles, ela,/elas) são os mais indicados nos textos dissertativos. Ex.: Nós, cidadãos... A socieda- de... As pessoas... 13 LEMBRETES IMPORTANTES Gírias e ditados populares não são indicados para a produção de textos. Cuidado para não fugir ao tema em sua redação. Este é um erro grave. Prefira frases mais curtas. A utilização de rascunho em redações é indicada. Antes de produzir a redação final, exponha suas ideias no rascunho, para organizá-las melhor. Título e tema não são necessariamente idênticos. Aliás, o ideal é dar um título diferente do “tema”. O internetês deve ser evitado nos textos (vc, tb, ☺...) ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA LINGUAGEM A comunicação é fundamental em nossas vidas, e se processa de diferentes maneiras. Alguns elementos são comuns à oralidade e aos escritos - e também a outras formas de comunicação, seja por gestos, símbolos, imagens etc. Trata-se dos “Elementos de Comunicação”: emissor, receptor, men- sagem, código, canal, contexto ou referente. . EMISSOR - É o responsável por emitir a men- sagem. Para isso, precisa definir de que maneira tal mensagem será construída. . RECEPTOR - É quem recebe a mensagem. Mas não basta recebê-la; é preciso entendê-la, interpretá-la. . MENSAGEM - É a “matéria-prima” da comunica- ção. Todo o processo de comunicação gira em torno da mensagem. . CÓDIGO - É o sistema linguístico, necessá- rio para a transmissão e recepção da mensagem. Em nosso país, o código linguístico oficial é a Língua Portuguesa. Por isso é essencial conhecer suas re- gras, para efetuarmos os atos de comunicação com sucesso. . CANAL - É o meio pelo qual a mensagem é trans- mitida. Temos desde canais físicos, como nossas cor- das vocais e nossos ouvidos, a canais tecnológicos, como os telefones, computadores, rádios etc. . CONTEXTO OU REFERENTE - É o contexto, a situação a que se refere a mensagem. Uma conver- sa descompromissada sobre futebol, em um bar, por exemplo, representa um referente distinto ao de uma palestra sobre futebol, em um curso de Educação Física. Cada um dos elementos de comunicação exerce uma função. As funções são as seguintes: referen- cial (centrada no contexto ou referente); emotiva ou expressiva (centrada no emissor); conativa ou apela- tiva (centrada no receptor); poética (centrada na men- sagem); metalinguística (centrada no código) e fática (centrada no canal). . Função centrada no contexto ou referente: re- ferencial ou denotativa. Esta função fica eviden- ciada em qualquer ato de comunicação em que se transmite uma informação, com exposição de dados, de maneira objetiva. É a função predomi- nante em textos científicos, jornalísticos e técni- cos, assim como nas redações dissertativas e nos relatórios informativos. A função referencial dá destaque ao referente, ou seja: ao assunto, objeto ou situação em destaque na mensagem. Como exemplo, podemos citar os livros científi- cos, as palestras realizadas na faculdade, as ex- plicações durante uma aula de anatomia… . Função centrada no emissor: emotiva ou ex- pressiva. Na função emotiva ou expressiva, o destaque fica por conta do emissor, quando este se propõe a transmitir suas vontades pessoais, emoções e desejos. Assim, a mensagem con- centra-se nos posicionamentos do emissor. Por isso, apresenta-se na primeira pessoa (EU/NÓS). A função emotiva ou expressiva ocorre em poe- sias, em textos com teor dramático ou romântico. Mas também ocorre em textos mais “racionais”, como opiniões políticas, redações que mostram indignação com a violência ou na defesa de uma causa, como a ecologia. Como exemplo, pode- mos citar os diários, os poemas, um desabafo contra a corrupção, cartas de amor… . Função centrada no receptor: conativa ou ape- lativa. Não se trata, literalmente, de uma função “exercida” pelo receptor, mas que se concentra nele. Ocorre quando, no processo de comunica- ção, há a intenção de convencer ou influenciar o receptor. Quando, através da mensagem, bus- ca-se levar o receptor a algum tipo de compor- tamento, ou tenta-se mudar sua opinião acerca de um assunto. Como exemplo, a função conati- va ou apelativa é muito utilizada na propaganda (quando se deseja fazer o receptor consumir um determinado produto), nas campanhas políticas (em que se busca influenciar o eleitor) e nas or- dens dadas em uma empresa. 14 . Função centrada na mensagem: poética. Apesar desta função nos remeter, imediatamente, às po- esias, elas não são as únicas a serem contem- pladas neste tópico. Na verdade, a função poéti- ca acontece toda vez que não nos preocupamos apenas com o conteúdo da mensagem, mas, sim, com sua forma. De que maneira? Utilizando pala- vras que chamam a atenção, rimas, construções criativas de textos, enfim, quando damos extre- ma importância à “embalagem” das mensagens. Como exemplos, temos, além dos poemas (em que há toda uma preocupação com a beleza das palavras e das rimas, e não só com o conteúdo), os discursos de formatura, em que os alunos pro- curam fazer um belo texto, com palavras e frases que chamem a atenção dos ouvintes. . Função centrada no código: metalinguística. Essa função pode ser considerada de ordem “técnica”. Ela se refere à metalinguagem, porque ocorre quando utilizamos o código para expli- car a si mesmo. Dizendo de outra forma: quan- do usamos a Língua Portuguesa para falar de si mesma; quando, em um filme, busca-se explicar o funcionamento do próprio cinema. Como exem- plos, podemos citar: o dicionário (em que usamos o Português para apresentar os significados das palavras), um making off exibido antes do filme (mostrando, no próprio filme, os mecanismos uti- lizados pelo cinema). . Função centrada no canal: fática. Trata-se de outra função essencialmente “técnica”. Seu ob- jetivo é bastante prático: testar ou abrir o canal, para que a mensagem seja transmitida da melhor maneira possível. Como exemplos, temos algu- mas expressões e atos que usamos no dia a dia, até mesmo em conversas, que não têm um sen- tido específico, mas ajudam no desenvolvimento do ato de comunicação: “Alô, alô, testando” (ao pegarmos um microfone, antes de iniciarmos um discurso); quando enviamos um e-mail de teste aos nossos contatos, apenas para verificar se o recurso está funcionando corretamente... Embora as funções possam “trabalhar” de manei- ra combinada, geralmente, sempre há uma fun- ção predominante, dependendo do objetivo da comunicação. Anotações __________________________________________________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 15 SUGESTÕES DE OBRAS PARA CONSULTA DOS ALUNOS ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antonio. Língua portuguesa: noções básicas para cursos supe- riores. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. CIPRO NETO, Pasquale. Concordância verbal. São Paulo: Publifolha, 2002. _____ . Regência verbal e nominal. São Paulo: Publifolha, 2005. CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007. FIORIN, Jose Luis; SAVIOLI, Francisco Platao. Lições de texto: leitura e redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 2006. MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. 4. ed. São Paulo: Ática, 2007. SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática contemporânea: teoria e prática. São Paulo: Escala Educacional, 2006. TUFANO, Douglas. Guia Prático da NOVA ORTOGRAFIA. Disponível em: < http://michaelis.uol.com.br/novaor- tografia.php>. Acesso em: 07 jan.2016
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