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MICROBIOLOGIA DO LEITE CURSO: NUTRIÇÃO DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS DEFINIÇÃO DE LEITE CLASSIFICAÇÃO DO LEITE CLASSIFICAÇÃO DO LEITE COMPOSIÇÃO DO LEITE FATORES QUE ALTERAM A COMPOSIÇÃO DO LEITE PASTEURIZAÇÃO DO LEITE CONTAGEM DE MICRORGANISMOS MICROBIOLOGIA DO LEITE • Excelente substrato para mo • Alterações físicas, químicas e sensoriais (bom ou ruim????) • Mo patogênicos e/ou deteriorantes • Assim podemos dividir os microrganismos em: • benéficos (fermentativos) • patogênicos (causadores de enfermidades) • deteriorantes (alteram as características do leite e derivados) • saprófitos que estão no leite por acaso e não provocam nenhum tipo de interferência. MICROBIOLOGIA DO LEITE • O leite, mesmo o que procede de animais saudáveis, sempre contém uma serie de mo cuja taxa é variável entre 103-106 UFC/mL • Os microrganismos que o leite cru possui ao chegar a uma central decorrem de três fontes principais: • o interior do úbere • o exterior do úbere • equipamentos e outros utensílios utilizados na ordenha e transporte do leite. LEGISLAÇÃO Variável De 01/07/05 até 01/07/08 De 01/07/2008 até 01/07/2011 A partir de 01/07/11 Contagem Bacteriana Total (UFC/mL) Máx. 1,0 x 106 Máx. 7,5 x 105 Máx. 1,0 x 105 (individual) Máx. 3,0 x 105 (leite de conjunto) Contagem de Células Somáticas (cels/mL) Máx. 1,0 x 106 Máx. 7,5 x 105 Máx. 4,0 x 105 ➢ Instrução Normativa, Nº 51 de 18 de setembro de 2002 do MAPA. Tabela 1- Padrões de qualidade do leite cru refrigerado MICROBIOTA DO INTERIOR DO ÚBERE E CONTAMINAÇÃO EXTERNA • A carga original é pequena, constituída por micrococos, estreptococos, bactérias Gram positivas esporuladas ou não e Gram negativas • No momento que o leite sai do úbero ele fica exposto a contaminações posteriores. • As principais fontes de contaminação são: tetas, ar, ordenha manual (ordenhador e ambiente) e água. Microbiota do interior do úbere e contaminação externa • O tipo de microrganismo que provem destas fontes é muito variável: • esporos (solo, ar, camas, silo, etc.) • coliformes (esterco, água, etc.), • micrococos (pêlos, ar), • bactérias psicrotróficas (camas, forragens, água), • bactérias lácticas (alimentos verdes), • patógenos (homem, animal), etc. Equipamentos de ordenha, coleta e transporte de leite cru • Todos os equipamentos utilizados na ordenha devem ser devidamente higienizados. • T (ºC) que o leite sai do úbere • Criar rapidamente condições que inibam sua proliferação: resfriamento (abaixo de 8 ºC) Taxa de cresc. de mo • A microbiota inicial (tipo de mo), a taxa, a TºC e o tempo de armazenamento são parâmetros que influenciam na proliferação das bactérias durante o armazenamento em estado cru • Gráfico de influência da temperatura no desenvolvimento bacteriano em leite cru a partir de 300 000 UFC/ml Figura - Desenvolvimento de bactérias através de diferentes contagem de células iniciais de colônias em duas temperaturas diferentes e a carga final obtida em 24, 48 e 72 horas. Grupos microbianos mais importantes em leite e derivados • Bactérias lácticas • Bactérias esporuladas • Bactérias psicrotróficas • Bactérias de origem fecal • Microrganismos patogênicos • Células somáticas • Miscelânea BACTÉRIAS LÁCTICAS • A ação dessas bactérias pode ser benéfica ou deteriorante. • A ação deteriorante: metabolizam a lactose produzindo ácido lático • Colaboram com elas outras bactérias que não são lácticas, mas que também metabolizam a lactose, como coliformes e enterococos. • Os efeitos benéficos: hidrólise da lactose produzindo ácido láctico; degradação proteica (processos de maturação); produzem acetaldeído, entre outros compostos. Lactobacillus sp. FERMENTAÇÃO LÁCTICA BACTÉRIAS ESPORULADAS • No leite pode ser encontradas formas esporuladas principalmente dos gêneros Bacillus e Clostridium, eles são importantes em leites esterilizados e em queijos duros e semiduros. • Se a temperatura de esterilização (UHT) não for aplicada adequadamente os esporos podem sobreviver e posteriormente se multiplicar e promover alteração no leite, os esporos mais resistentes à temperatura são o de Bacillus stearothermophilus, Bacillus subtilis e Bacillus cereus. • Em relação aos queijos, os esporos que adquirem maior importância são os do gênero Clostridium, a pasteurização não destrói as formas esporuladas: ESTUFAMENTO TARDIO. BACTÉRIAS PSICROTRÓFICAS • O leite logo após a ordenha e até chegar ao local de processamento deve ser mantido sob refrigeração. • Contudo, a aplicação de frio acarretou a possibilidade das bactérias psicrotróficas de proliferar-se e produzirem por elas mesmas e por suas enzimas extracelulares, efeitos indesejáveis. • As cepas descritas pertencem aos dois grandes grupos de bactérias Gram positivas e negativas e foram incluídas em pelo menos 15 gêneros, onde predominam Pseudomonas ssp. BACTÉRIAS PSICROTRÓFICAS • As proteases e as lipases extracelulares produzidas por algumas cepas são termorresistentes (mesmo em tratamentos UHT). • As proteases originárias dos psicrotróficos apresentam capacidade de coagular a proteína do leite e possuem atividade hidrolítica em varias frações de caseína (Kappa, alfa e beta), mas possuem baixa atividade sobre as proteínas do soro. IMPORTÂNCIA NA QUALIDADE E NA VIDA DE PRATELEIRA DE PRODUTOS LÁCTEOS COMO QUEIJOS, LEITE LONGA-VIDA E CREME DE LEITE BACTÉRIAS PSICROTRÓFICAS • Para evitar esses problemas a refrigeração é essencial • Porem o resfriamento do leite na propriedade não é a única estratégia. • O rápido abaixamento da temperatura do leite após a ordenha é uma das medidas mais eficazes para garantir a boa qualidade microbiológica do produto. • Medidas de controle de mastite, adequados procedimentos de higiene durante a ordenha, limpeza e desinfecção adequados dos utensílios e equipamentos de ordenha e boa qualidade da água utilizada na fazenda. Para evitar a presença de bactérias psicrotróficas no leite cru, em proporções elevadas devem-se tomar as seguintes medidas: • a) obtenção do leite de forma higiênica. • b) Resfriamento imediato (antes de 2 horas) do leite cru até 4 ºC ou menos. • c) Manutenção dessa temperatura até o momento do tratamento térmico nas usinas de beneficiamento. • d) Limpeza e esterilização efetivas dos equipamentos utilizados na produção, coleta e transporte do leite BACTÉRIAS DE ORIGEM FECAL • A presença de elevadas taxas de bactérias de origem fecal no leite cru é um indicador de ? • Os coliformes metabolizam a lactose, produzindo, entre outras substâncias, ácido láctico e CO2. • O ácido láctico produzido junto com o que é produzido pelas bactérias lácticas, promove o aumento da acidez do leite. • Temperaturas mais baixas inibem a multiplicação de todas essas bactérias. • O CO2 produzido por essas bactérias vai apresentar importância nos queijos. BACTÉRIAS DE ORIGEM FECAL • Os coliformes proliferam-se ativamente nos primeiros dias de maturação dos queijos, o CO2 produzido fica retido na massa dos queijos, provocando o aparecimento de pequenos buracos. • Se o numero de coliformes for excessivo, o gás pode provocar o inchamento do queijo, é o que se conhece por ESTUFAMENTO PRECOCE. BACTÉRIAS DE ORIGEM FECAL • Algumas cepas são patogênicas, como a Escherichia coli, Serratia, Klebsiella, Citrobacter e bactérias fermentadoras da família Enterobacteriaceae, porem tratamentos térmicos garantem a eliminação dos patogênicos. • Bactérias lácticas de origem fecal, mas não fermentadoras de lactose,como gênero Salmonella, que são patogênicas, são destruídas na pasteurização. MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS ASSOCIADOS AO LEITE • Dos microrganismos patogênicos relacionados ao leite, a Listeria monocytogenes é a mais importante. Na década de 80 foram identificados graves surtos de listeriose, por consumo de leite ou queijos frescos. CÉLULAS SOMÁTICAS • As Células somáticas são quaisquer células do corpo que formem tecidos ou órgãos do corpo, tal como a célula da pele. • No mundo todo, as células somáticas se tornaram a principal ferramenta de avaliação da qualidade do leite. • Elas adquiriram este papel porque representam um espelho do estado sanitário da glândula mamária. IMPORTANTE PAPEL NA IMUNIDADE CONTRA MASTITE CÉLULAS SOMÁTICAS X MASTITE • Uma das principais mudanças que a mastite causa no leite é o aumento no número de células somáticas. • Estas células são estruturas de defesa do organismo que, devido a presença de patógenos na glândula, migram para o interior desta, a fim de combatê-los. • Desse modo, a contagem de células somáticas (CCS) no leite indica o estado sanitário do úbere. MICRORGANISMO DE INTERESSE • Brevibacterium linnens: bactéria pigmentada, de cor vermelho- alaranjada, que se instala na superfície de alguns queijos (Limburger, Saint Paulin, etc.) e também participa da degradação proteica durante a maturação. Queijo Limburger MICRORGANISMO DE INTERESSE • Penicillium camemberti: mofo de cor esbranquiçada que se desenvolve na superfície do queijo Camembert, Brie e similares, suas enzimas difundem-se no interior da massa, promovendo degradações proteicas e lipídicas. QUEIJO CAMEMBERT MICRORGANISMO DE INTERESSE • Penicillium roqueforti é o mofo azul responsável pelos processos bioquímicos que ocorrem nos chamado queijos azuis como gorgonzola e roquefort Gorgonzola Roquefort MICRORGANISMO DE INTERESSE • Streptococcus cremoris, Streptococcus lactis, Leuconostoc cremoris: iogurtes MICRORGANISMO DE INTERESSE DETERIORAÇÃO DE LEITE E DERIVADOS • Sua composição o torna um excelente meio de cultura • Alta atividade de água, pH próximo ao neutro e riqueza em nutrientes • Substâncias inibitórias para os microrganismos, como lactoperoxidase e aglutininas, presentes em leite cru recém-ordenhado, são inativadas rapidamente • SABORES E ODORES ESTRANHOS • Delicados e facilmente alteráveis • Multiplicação de microrganismos resistentes à pasteurização • Fermentação de açúcares • Fermentação láctica e butírica • Sabor amargo: presença de peptídeos (proteólise) • Aroma de ranço: oxidação da gordura DETERIORAÇÃO DE LEITE E DERIVADOS • ALTERAÇÕES NA COR • Características físicas e composição química DETERIORAÇÃO DE LEITE E DERIVADOS DETERIORAÇÃO DE LEITE E DERIVADOS
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