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USO DE ANTICOAGULANTES ORAIS: ATENÇÃO ESPECIAL COM A
NUTRIÇÃO1
Francislene Aparecida Biederman2
Ariana Rodrigues Silva Carvalho3
Marister Piccoli4
INTRODUÇÃO: Os anticoagulantes são substâncias que retardam a coagulação, sendo
os anticoagulantes orais (AO) utilizados para ajudar a prevenir e tratar
tromboembolismo venoso, coágulos sanguíneos associados com a substituição de
válvula cardíaca e fibrilação atrial. Segundo Batlouni; Ramires (1999), os AO ou
também conhecidos como antagonistas da vitamina K são derivados cumarínicos ou da
indadiona, sendo os primeiros mais amplamente utilizados pelas suas propriedades
farmacológicas benéficas. Segundo Melchior et al. (2004), eles vão atuar inibindo a
síntese de fatores de coagulação dependentes da vitamina K, esta é necessária para a
produção de fatores coagulantes que ajudam o sangue coagular e prevenir hemorragias.
Como a vitamina K é encontrada em alguns alimentos tais como vegetais verdes, folhas
e alguns óleos vegetais faz-se necessário um controle na ingesta destes alimentos. Existe
uma necessidade urgente que se faça rigorosamente um controle do tempo de
coagulação dos usuários da terapia de AO, pois se esse tempo for curto demais, existe
um risco aumentado para formação de trombos e se o tempo de coagulação for alargado
1 Este trabalho é um recorte do trabalho de conclusão de curso da graduação em Enfermagem da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
2 Aluna da 4ª série de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE. Rua Arquitetura 1069 – 04, Bairro Universitário, Cascavel – PR. Telefone: (45) 99261754.
E-mail: francislenebiederman@hotmail.com 
3 Enfermeira, Docente do Colegiado de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE, Mestranda em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá – UEM.
mauroari2@aol.com 
4 Enfermeira, Docente do Colegiado de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE, Doutoranda em Enfermagem Fundamental pela EERP/USP. Email:
maristerpiccoli@aol.com 
demais, um foco hemorrágico pode surgir. Esse limite entre a formação de trombos ou
de um sangramento é muito tênue, e por isso a preocupação em controlar os exames
laboratoriais desses indivíduos. A monitoração do nível adequado de anticoagulação é
baseado no INR (International Normalized Ratio), sendo que os valores normais variam
de 2,0 a 4,0, dependendo dos níveis de intensidade. O enfermeiro é figura essencial na
equipe que cuida desse indivíduo usuário de AO no que visa ao grande número de
orientações que envolvem a utilização dessas medicações para que qualquer
complicação possa ser prevenida. De acordo com o acima exposto, propomos este
estudo conforme o objetivo adiante.
OBJETIVO: Realizar uma revisão da literatura sobre os cuidados nutricionais para
pacientes em uso de terapia de anticoagulação oral.
METODOLOGIA: Este estudo é um recorte de um trabalho monográfico realizado por
meio de revisão da literatura em busca no banco de dados LILACS, artigos publicados
desde 1990, além de livros específicos da área. De acordo com Krainovich-Miller
(2001), revisão da literatura é um conceito essencial para o crescimento da teoria,
pesquisa, educação e prática da enfermagem, criando uma base de conhecimento para
realizar pesquisa e outras atividades especializadas. A pesquisa ocorreu no período de
01 de março a 01 de maio de 2005, sendo que o banco de dados foi acessado nos dias 08
e 13 de março, 05 e 17 de abril. Foram selecionados os resumos em português, inglês e
espanhol, utilizando-se dos seguintes descritores: Terapia anticoagulante oral,
anticoagulação oral, warfarina e fibrilação atrial. Nessa busca, não foi selecionado
nenhum artigo on line que abordasse a temática sobre cuidados nutricionais na AO.
Assim, os resultados à seguir foram baseados em 01 capítulo de livro de literatura
específica e 03 artigos impressos e um manual intitulado guia do paciente em uso de
AO, organizado e distribuído pela Bristol-Myers Squibb Farmacêutica.
RESULTADOS: A AO tem sido utilizada, segundo Bovil (2004) apud Tondato (2004)
por mais de sessenta anos para a prevenção de fenômenos tromboembólicos. A
intensidade e a duração dos efeitos do AO podem ser aumentados ou reduzidos devidos
a fatores intrínsecos, relacionados à idade e a capacidade de absorção da vitamina K, e
fatores extrínsecos, como a interação medicamentosa, dieta alimentar e hábitos de vida
(FRANCO, 2004 apud TONDATO, 2004). Os AO agem inibindo algumas enzimas da
cascata de coagulação dentre os fatores dependentes de vitamina K (fatores II, VII, IX e
X) impedindo assim, a formação de vitamina K e fatores coagulantes. Deste modo, a
ingesta diária de vitamina K pode alterar significativamente os níveis de anticoagulação.
Esta vitamina é obtida predominantemente da filoquinona dos vegetais de folhas verdes
escuras, como espinafre, brócolis, couve e outros vegetais como repolho, couve-flor e
nabo; os óleos vegetais como de canola, de oliva ou de soja também contêm filoquinona
(BATLOUNI, RAMIRES, 1999). A maionese e a margarina possuem uma quantidade
de filoquinona maior que gorduras de fonte animal, como a manteiga. Os queijos e
derivados do leite em geral, assim como as refrigerantes, bebidas alcoólicas, café e
sucos de frutas possuem quantidades reduzidas de filoquinona (BOOTH, 1995 apud
TONDATO, 2004). As recomendações dietéticas adequadas de vitamina K, segundo
Melchior (2004) no momento são baseadas somente pela coagulação, variando assim de
paciente para paciente. Para Tondato (2004), os alimentos como o espinafre, brócolis,
nabo, repolho, couve-flor e óleos de canola e soja que são ricos em vitamina K,
possuem em média 266µg, 154µg, 650µg, 149µg, 191µg, 830µg e 200µg
respectivamente (µg de vitamina K por 100g de alimento). Em estudos, Melchior (2004)
afirma que a atividade fibrionolítica dos pacientes foi aumentada com a ingestão de 60g
de cebolas cozidas e fritas, porém não há comprovação científica a respeito destes
achados, mesmo assim o uso é evitado durante a terapia. Além destes alimentos, o uso
de ervas medicinais pode interferir na coagulação normal e, por serem de fácil aceso a
população, não necessitando de prescrição médica são ingeridos sem controle de
posologia para as mais diversas doenças. Hoogan (1983) apud Melchior (2004) afirma
que alguns chás feitos com ervas que contenham cumarina, em quantidades suficientes,
podem promover a ruptura da coagulação normal. O AO pode ser inibido pelo
“ginseng” e potencializado pela sálvia e pela angélica, estas ervas possuem derivados
cumarínicos que acabam por interferir nos níveis de IRN (TONDATO, 2004). O mesmo
autor afirma ainda que os produtos derivados do alho e da “gingko” podem inibir a
agregação plaquetária e complicações hemorrágicas em pacientes em uso ou não de
terapia anticoagulante. Assim, faz-se necessário durante a anamnese, a interrogação do
profissional da saúde ao paciente sobre o uso destas substâncias, visto que na maioria
dos casos a utilização de ervas medicinais é omitido pelo paciente e esquecido pelos
cuidadores. Durante a terapia, o uso de álcool deve ser evitado, se possível
completamente. O efeito de uma bebida alcoólica ocasionalmente por um paciente não
parece ser prejudicial no estado de coagulação, porém, o álcool pode agir na estimulação
de enzimas hepáticas as quais são responsáveis pela inativação da cumarina. Assim, o
uso de bebidas alcoólicas em paciente em terapia anticoagulante pode ser prejudicial ounão no estado de coagulação. Os suplementos de vitaminas são geralmente, ricos em
vitamina K. As vitaminas lipossolúveis A, D e E, em suplementos se ingeridos
concomitantemente ao AO, aumentam o risco de hemorragia (MELCHIOR, 2004).
CONCLUSÕES: A terapia com anticoagulantes orais configura-se atualmente como
uma prática benéfica em pacientes com risco de fenômenos tromboembólicos, sendo
que nos pacientes portadores de fibrilação atrial sua maior indicação em cardiologia
(GRINBERG, 2004). O risco para hemorragia é a principal complicação do uso de
anticoagulantes, e segundo Batlouni; Ramires (1999) em alguns tecidos ou órgãos seu
aparecimento está relacionado a valores de INR acima do recomendado para o caso (os
valores variam de 2,0 a 4,0, dependendo dos níveis de intensidade). O presente estudo
buscou abordar os fatores dietéticos que mais comumente interferem na ação dos
anticoagulantes orais, esclarecendo que como alguns destes fatores ainda não são
cientificamente comprováveis e os valores de vitamina K em determinados alimentos
ainda não foram precisamente apurados, recomenda-se uma ingesta constante de
alimentos que contenham derivados cumarínicos, evitando grandes variações diárias,
visto que estes alimentos possuem também outros componentes importantes para a
dieta. Os pacientes devem ser orientados pelos profissionais de saúde sobre quais
alimentos são ricos em vitamina K e quais deles devem ser evitados ou moderadamente
consumidos, bem como informados sobre a utilização de suplementos que contenham
vitamina A, D e E, além da utilização de álcool cronicamente. Sugere-se assim, um
melhor acompanhamento do paciente pela equipe multidisciplinar e uma adaptação da
dieta ao estilo de vida do paciente. A presença de um enfermeiro bem formado em um
ambulatório ou programa para usuários de AO, orientando corretamente como utilizar
tais medicações, seus efeitos colaterais e reações adversas, além das suas ações frente a
certas combinações alimentares, colaboraria para um melhor atendimento a esses
usuários, prevenindo ou diminuindo as chances de quaisquer desses eventos sanguíneos
indesejáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATLOUNI, M.; RAMIRES, J.A.F. Farmacologia e terapêutica cardiovascular. São
Paulo: Atheneu, 1999.
GRINBERG, M. Estratégia pró-adesão à anticoagulação oral. Arquivos brasileiros de
cardiologia. São Paulo, v. 82, n. 4, Abril 2004.
KRAINOVICH-MILLER, B. Revisão de literatura. In: LOBIONDO-WOOD, G. ;
HABER, J. Pesquisa em Enfermagem - métodos, avaliação crítica e utilização. Cap. 4,
4ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
MELCHIOR, C. et al. Revisão de artigos: realidade sobre a interação de alimentos com
anticoagulantes orais. Revista da Sociedade de Cardiologia do estado de São Paulo.
São Paulo, v.14, n.6, nov/dez 2004. Suplemento.
TONDATO, F. Interação de fármacos e alimentos com a warfarina. Revista da
Sociedade de Cardiologia do estado de São Paulo. São Paulo, v.14, n.5, set/out 2004.

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