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29/09/2017 1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES: HIPERTENSÃO ARTERIAL Profa. Ma. Luana Padilha Introdução Doenças Cardiovasculares - DCV Constituem a maior de todas as endemias nos países ocidentais desenvolvidos O aumento da incidência do infarto agudo do miocárdio é considerado uma epidemia progressiva Doenças Cardiovasculares- DCV Principais DCV Doença Arterial Coronariana – DAC Hipertensão Arterial Sistêmica -HAS Infarto Agudo do Miocárdio – IAM Insuficiência Cardíaca Congestiva-ICC Aterosclerose Doença crônica-degenerativa que leva à obstrução das artérias pelo acúmulo de lípides em suas paredes ROGERS, 1997 29/09/2017 2 Doença Arterial Coronariana - DAC Aterosclerose • Seu desenvolvimento está intimamente relacionado à presença de fatores de risco, que se subdividem em dois grupos: Não modificáveis Modificáveis ROGERS, 1997 Doença Arterial Coronariana - DAC Fatores de Risco Não Modificáveis Sexo masculino Idade: superior a 45 anos para homens e 55 anos para mulheres Hereditariedade para doença coronariana prematura Raça ROGERS, 1997 Doença Arterial Coronariana - DAC Fatores de Risco Modificáveis Presença de tabagismo Diabetes, Obesidade Hipertensão arterial Dislipidemias Sedentarismo Uso de medicamentos que possam aumentar o risco cardiovascular (anticoncepcionais hormonais) Estresse emocional ROGERS, 1997 Processo Aterosclerótico Aterosclerose Atero: gordura Esclerose: fibrose Caracteriza-se pelo acúmulo de material lipídico no espaço intra e extracelular na camada íntima do endotélio, recoberto por capa fibrosa SBC, 2001 29/09/2017 3 Processo Aterosclerótico Aterosclerose É um processo dinâmico, evolutivo e sistêmico que se desenvolve nas artérias musculares médias e grandes (coronárias e artérias das extremidades inferiores) e em artérias elásticas (aorta, carótidas e ilíacas) SBC, 2001 Processo Aterosclerótico Aterosclerose Os vários fatores de risco modificam a funcionalidade do endotélio Que se torna mais permeável e ativo, facilitando a entrada de partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL- Low density Lioprotein) para o espaço subendotelial Originando o processo aterosclerótico SBC, 2001 HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão Arterial Afeta aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo Um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares The Joint National Committee Report, 2003 29/09/2017 4 Hipertensão Arterial- Introdução Mecanismos de controle estão envolvidos na manutenção e na variação da pressão arterial Os mecanismos pressores e depressores interagem e determinam o tônus vasomotor Quando o equilíbrio se rompe com predominância dos fatores pressores Ocorre a Hipertensão Primária KENCIS, 2004 Pode ser provocada e/ou acelerada por: Hipertensão Arterial Fatores ambientais excesso de sal na dieta Estímulos psicoemocionais Outros KENCIS, 2004 Hipertensão Arterial Figure 2. NHANES III Age-Adjusted Prevalence of Hypertension* According to Body Mass Index Hipertensão x IMC Hipertensão Arterial Hipertensão x Idade 29/09/2017 5 Hipertensão Arterial Assassina Silienciosa Síndrome do Jaleco Branco Classificação da Pressão Arterial para Indivíduos a partir de 18 anos Principal objetivo do tratamento da Hipertensão arterial Hipertensão Arterial Redução da morbidade e mortalidade cardiovasculares e renais • Medidas não medicamentosas isoladas • Ou associadas a fármacos anti-hipertensivos The JNC Report, 2003 29/09/2017 6 Hipertensão - Modificações no Estilo de Vida: Adoção de um plano de vida saudável É o principal fator na prevenção do aumento da pressão arterial na população Sendo indispensável no tratamento de indivíduos hipertensos The JNC Report, 2003 Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão Modificações de estilo de vida está relacionada ao Controle Alimentar Qualitativo e Quantitativo Manejo Nutricional: visa não apenas a redução dos níveis tensionais, mas também a incorporação de hábitos alimentares permanentes Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão Dietoterapia Medida terapêutica Não Farmacológica Principal objetivo diminuir a morbimortalidade por meio de Mudanças no estilo de vida Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão 29/09/2017 7 Controle de Peso Adoção do Plano Alimentar DASH Restrição de Sódio Restrição de Álcool Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 Controle de Peso Prevenção e controle do aumento da pressão arterial manutenção do peso corporal dentro da faixa de normalidade do IMC: 18,5 a 24,9 kg/m² Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The JNC 7 Report, 2003 Controle de Peso Independente do valor do IMC, a distribuição da gordura corporal, com localização predominantemente abdominal Frequentemente associada: À Resistência à Insulina Aumento da pressão arterial Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SBH, 2003 Gordura corporal com localização abdominal 29/09/2017 8 1ª Etapa do tratamento dietoterápico Redução do peso corporal para indivíduos que estão acima do peso Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão IRIGOYEN, 2003 Controle do Peso Controle de Peso Adoção do Plano Alimentar DASH Restrição de Sódio Restrição de Álcool Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 IV DIRETRIZES BRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2002 Estudos: Dietas Vegetarianas Micronutrientes: potássio, cálcio e magnésio Macronutrientes: fibras e proteínas quando suplementados ou consumidos em maior quantidade Também poderiam exercer influência na redução da Pressão Arterial Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 DASH: Dietary Approaches to Stop Hypertension Abordagem Dietética para Redução da Hipertensão Arterial Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 29/09/2017 9 Plano Alimentar DASH A Dieta DASH: composta de produtos com baixa quantidade de gordura, como peixe, frango, carnes vermelhas magras e laticínios magros Redução do consumo de gordura saturada e colesterol e o aumento do aporte de proteína e cálcio (transportadores de cálcio na contração e relaxamento dos ventrículos do coração) Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 Plano Alimentar DASH É composta de quantidade abundante de frutas, vegetais, grãos, oleaginosas Todas fontes de potássio, magnésio e fibras Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 Plano Alimentar DASH Uma das características de grande relevância no Plano alimentar DASH está relacionada à quantidade de sódio Ao contrário da maioria das dietas para controle da hipertensão, nas quais o objetivo principal é a restrição de sódio Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 Plano Alimentar DASH No Plano alimentar DASH a quantidade de sódio é a mesma da dieta comum, que corresponde a uma dieta normossódica Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 29/09/2017 10 Plano Alimentar DASH A eficácia do Plano alimentar DASH na redução da pressão arterial Associada ao conjunto de nutrientes, e não exclusivamente com o sódio Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 1995 Plano Alimentar DASH No entanto, o sódio exerce, notadamente, papel importante na redução da pressãoarterial Benefícios ainda maiores são alcançados quando se associa o Plano Alimentar DASH a uma restrição de sódio (2.400mg) Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão SACKS, 2001 NUTRIENTE DIETA COMUM DASH Gordura Total (%) Gordura Saturada(%) Monoinsaturada (%) Poliinsaturada (%) Rel. Poliins./saturado Colesterol (mg) Carboidratos (%) Proteínas (%) Potássio (mg) Magnésio (mg) Cálcio (mg) Fibras (g) Sódio (mg) 37 16 13 8 0,5 300 48 15 1.700 165 450 9 3.000 27 6 13 8 1,35 150 55 18 4.700 500 1.240 31 3.000 Comparação da composição nutricional dieta comum e Plano Alimentar DASH Adaptado de Sacks, Obarzaneck, Windhaser, et al., 1995 Controle de Peso Adoção do Plano Alimentar DASH Restrição de Sódio Restrição de Álcool Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 IV DIRETRIZES BRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2002 29/09/2017 11 Restrição de Sódio O NaCl é considerado importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão O excesso de sódio eleva, inicialmente, a pressão arterial por aumento da volemia e, conseqüentemente, do débito cardíaco Após, por mecanismos de auto-regulação, há aumento da resistência vascular periférica, mantendo os níveis de pressão arterial elevados Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão GUYTON, 1991 Restrição de Sódio A sensibilidade ao sal determina respostas diferentes entre indivíduos Indivíduos sal-sensíveis: apresentam predisposição maior ao desenvolvimento de hipertensão em decorrência de ingestão salina Cerca de 30 a 60% dos pacientes com hipertensão essencial são sal-sensíveis Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão GUYTON, 1991 Dietoterapia- Restrição de Sódio Dieta hipossódica em torno de 100mEq ou 2.400mg de sódio/dia ou 6 g de cloreto de sódio Na prática deve-se considerar 4g (70mEq) como sal de adição (sódio extrínseco) O restante, aproximadamente, 30mEq deve ser proveniente do sódio intrínseco dos alimentos Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 Dietoterapia- Orientação Nutricional Deve-se preconizar: Não ingestão de produtos processados (enlatados, embutidos, conservas, molhos prontos, caldos de carne, temperos prontos, defumados, bebidas isotônicas, e energéticas) Preparar as refeições com pouco sal Não utilizar saleiro à mesa Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 29/09/2017 12 Dietoterapia- Orientação Nutricional O uso do substituto do sal, contendo cloreto de potássio (KCl) poderá ser recomendado Porém o uso desses substitutos deverá ser cuidadosamente monitorado na presença de doença renal, que é contra-indicado Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 A palatabilidade das dietas hipossódicas é fator de má aceitação A utilização de molhos à base de frutas, ervas aromáticas e incremento de temperos caseiros com alho e cebola são instrumentos importantes na elaboração das refeições Hipertensão- Dietoterapia Controle de Peso Adoção do Plano Alimentar DASH Restrição de Sódio Restrição de Álcool Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 Report of JNC, 2003 IV DIRETRIZES BRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2002 Restrição de Álcool O consumo de álcool eleva a pressão Além de ser uma das causas de resistência terapêutica anti-hipertensiva O uso de bebidas alcoólicas deve ser desaconselhado aos indivíduos hipertensos Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 JNC Report, 2003 29/09/2017 13 Restrição de Álcool Para aqueles que já fazem uso do álcool: É aconselhável que o consumo não ultrapasse 30 ml de etanol /dia: 60 ml de bebida destilada ou 240 ml de vinho ou 720 ml de cerveja Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 JNC Report, 2003 Restrição de Álcool 30 ml de etanol /dia Restrição de Álcool 15 ml etanol/dia Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 JNC Report, 2003 Homens Mulheres Restrição de Álcool 30 ml de etanol /dia 1 dose de whisky 1½ taça de vinho 2 latas de cervejas Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 JNC Report, 2003 Homens Restrição de Álcool 15 ml etanol/dia 30 ml de bebida destilada ou ½ dose 120 ml de vinho ou 350 ml de cerveja Manejo Nutricional no Controle da Hipertensão The 7 JNC Report, 2003 Mulheres 29/09/2017 14 Paciente J.V.M., 45 anos; Sexo: masculino Profissão: motorista; Estado civil: desquitado e casado pela segunda vez; Cor: negra. HDA - paciente rastreado como suspeito de ser hipertenso, informou que, eventualmente, sentia um pouco de tontura, mas não valorizava este fato já que também bebia e pensava que era alguma coisa relacionada com o “fígado”. A pressão arterial medida na consulta foi de 180 x 106mmHg (média de 3 medidas). Fumante de 20 cigarros/dia (está querendo abandonar o vício). Faz uso moderado de bebida alcoólica. Sedentário no momento. Não sabe se é diabético, mas informa que já teve colesterol alto. Dados antropométricos: Altura: 1,65cm; Peso: 86kg; PA: 180 x 106mmHg (média de 3 medidas). CASO CLÍNICO Reflita sobre o caso desse paciente e descreva seu manejo nutricional, elaborando um exemplo de plano alimentar a ser seguido pelo mesmo. CASO CLÍNICO DOENÇAS CARDIOVASCULARES: HIPERTENSÃO ARTERIAL Profa. Ma. Luana Padilha
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