Buscar

AULA 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Aula 05: O Ensinar e Aprender as Artes Visuais
O campo da Arte e suas diferentes linguagens (artes visuais, teatro, música e dança) são como possíveis desvios metodológicos. Estes desvios viabilizam outro tipo de aproximação e exploração do universo que permeia o processo do ensino-aprendizagem, no contexto escolar, e motiva a pesquisa de uma prática pedagógica que aproxime o campo das linguagens artísticas com as demais linguagens e outros campos do saber.
O caminho proposto é o diálogo aberto entre essas linguagens no contexto da escola e da vida dos educandos.
Linguagens artísticas
As linguagens artísticas são práticas sociais, inseridas na história e na cultura, que podem ser amplamente exploradas no contexto escolar contribuindo para a construção de conhecimentos, o resgate da história individual e social, a comunicação e expressão, a interação social.
Ensino-aprendizagem
Partindo da ideia de que o processo de ensino-aprendizagem tem como objetivo principal possibilitar a construção de sentidos, ou seja, que, neste processo, educador e educando são convidados a construir “significados internos, assimilando e acomodando o novo em novas possibilidades de compreensão de conceitos, processos e valores” (Martins, 1998, p.129), ressalta-se a importância da relação entre educador e educando como mediação facilitadora deste processo.
A educação em Arte e pela arte pode abrir um vasto campo de experiências sensíveis. Estas contribuem para desvelar, ampliar e propor desafios estéticos a partir de experiências lúdicas, cognitivas e sensíveis, e que envolvam a produção, fruição e o conhecimento no campo específico da arte e em outras áreas de conhecimento.
Através da experiência de criação artística nas Artes Visuais, no Teatro, na Música e na Dança, encontram-se outras possibilidades de produção de significados, de criação de narrativas materializadas em diferentes suportes, de exploração da intertextualidade, de mobilização das relações humanas.
Educação em Arte
A mediação do processo de criação e a construção de um espaço facilitador e motivador da reflexão, produção, fruição e conhecimento da linguagem artística deve ser objetivo da escola. 
A prioridade não está na formação de um artista ou apenas na formação técnica do aluno, mas na viabilização do acesso ao conhecimento do campo da Arte e da experiência sensível da criação artística que possam contribuir para despertar e estimular a formação de um olhar mais inteligente, crítico e sensível sobre a realidade. Neste sentido, tomamos a linguagem artística explorando sua potencialidade como prática mobilizadora de diferentes formas de olhar, revelar e compreender a realidade. 
As Artes Visuais e os Diferentes Modos de Ver e Representar o Mundo
Ao longo de toda sua existência, o homem demonstrou a necessidade de se comunicar e expressar por imagens visuais. Acompanhando sua evolução e os avanços tecnológicos, observamos que imagens foram produzidas, pesquisadas, manipuladas e registradas com a utilização de vários recursos naturais, artesanais, ópticos, mecânicos, tecnológicos, que foram e continuam sendo explorados de forma dinâmica e intercambiada. 
Desde a Pré-História, o homem vem pesquisando diferentes recursos materiais e técnicos, o que possibilitou a ampliação de seu universo de representação e produção de imagens visuais, materializadas através do desenho, pintura, fotografia, cinema, computador, dentre outros meios.
No contato com essas produções imagéticas, podemos conhecer os modos de aproximação da realidade que o homem vem explorando ao longo de sua história. A fruição, leitura e análise dessas imagens propiciam uma experiência subjetiva de conhecimento do mundo, uma vez que, “nas marcas do visível, é possível ver os efeitos das opções culturais” (Pillar, 1999, p.130).
Para saber mais + 
O homem e suas manifestações na arte e na cultura
Com o advento da modernidade, inúmeras e velozes foram as transformações ocorridas nos diferentes campos da sociedade que, consequentemente, afetaram os diferentes modos de subjetivação do homem e suas manifestações na arte e na cultura. Para melhor acompanharmos este processo, é preciso compreender como a apropriação das novas tecnologias redimensiona as formas de expressão e comunicação do homem moderno e como repercute, ainda hoje, nas formas de organização da sociedade contemporânea.
Segundo Jobim e Souza (2000a; 2000b), para construir uma consciência plena dessas transformações, deve-se elaborar uma história do olhar, visando à compreensão das formas de mediação dos novos instrumentos e tecnologias. Isto porque estes instrumentos atuam como mediadores deste olhar ao se interporem entre o sujeito e o modo como passou a se acercar da materialidade do mundo, de suas manifestações culturais e subjetivas.
Exemplo disso são as transformações ocorridas na modernidade, tema amplamente abordado pelo filósofo Walter Benjamin (1987a): “na era da reprodutibilidade técnica, percebemos que a invenção da fotografia veio alterar radicalmente este quadro, afetando diretamente a relação do homem com a arte e a produção de imagens. A superação do caráter único das coisas, através da possibilidade de sua reprodução, permitiu ao homem moderno o crescimento de seu desejo de possuir o objeto o mais próximo possível, o que concretamente tornou-se viável com a representação da imagem na fotografia. Essa descoberta inaugura toda uma nova concepção da arte, na qual sua aura – entendida como o caráter único, singular das obras de arte – é destruída. A obra de arte deixa de ser única, pois as novas técnicas de reprodução passam a permitir multiplicações infinitas
Desde 1826, quando Daguerre inventou o primitivo aparelho de fotografia, foram observadas várias transformações e criações tecnológicas que permitiram o aperfeiçoamento das inúmeras possibilidades de registrar e fixar imagens.
Esta descoberta nos remete a invenções anteriores, a recursos tecnológicos criados nos séculos XV e XVI, como a câmera obscura, a perspectiva monocular e objetiva, e ao modelo de imagem construído no período do Renascimento.
Estes recursos forneceram a pesquisa e o conhecimento básico no campo da ótica para a construção das tecnologias de produção “automática” de imagens.
Nesta nova linguagem audiovisual, passam a conviver novas e múltiplas linguagens no campo de produção e comunicação de conhecimentos e ideias. 
Este novo contexto imagético requer um outro olhar sobre a realidade que nos cerca, a fim de que possamos desvelar seus mistérios e significados, compreendendo como nos é traduzido e revelado os modos de ser na chamada “civilização da imagem” (Aumont, 1995).  Podemos, assim, afirmar que “depois da fotografia a experiência humana não é mais a mesma, pois conquistamos uma consciência cultural e subjetiva do mundo que nos transformou de forma radical” (Jobim e Souza, 2000b).
Proposta Metodológica de Ensino das Artes Visuais
Conscientes desta multiplicidade de formas de ver e representar o mundo atual, e mergulhados neste universo imagético contemporâneo, somos desafiados a repensar as propostas de trabalho com as artes visuais e a questão da visualidade no contexto escolar.
Através de uma metodologia adequada de ensino das artes visuais, podemos abrir o diálogo crítico e reflexivo sobre o contexto sócio-histórico e cultural contemporâneo, aonde a imagem permeia nosso cotidiano, de múltiplas e diferentes maneiras. 
Trazer essa questão para a sala de aula é uma das possíveis formas de provocarmos uma reflexão crítica sobre a constituição do sujeito no mundo contemporâneo, sobre sua relação com o mundo físico e social, sobre as transformações artísticas e culturais.
Através de interferências planejadas e adequadas, o educador poderá facilitar ao educando o conhecimento cada vez maior a respeito de si mesmo e da arte, valorizando seu papel na sociedade.
Educador
Trazendo para a sala de aula propostas que aproximem o educando, de forma crítica e sensível, do acervo imagético que encontramos nas produçõesartísticas e culturais da comunidade e ampliando seu contato com o acervo nacional e universal, o educador contribui para a ampliação de seu repertório, como também, para o enriquecimento da experiência estética e o conhecimento dos aspectos mais significativos da cultura brasileira e de outros contextos históricos e culturais. Desta forma, aprimora-se o saber prático e teórico do campo das Artes Visuais, vinculando o fazer artístico (produção), ao conhecer (contextualização histórica) e compreender a arte (leitura da obra).
Conheça mais sobre como o professor pode construir uma proposta metodológica de ensino das artes visuais.

Outros materiais