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Recuperação Judicial e Falência

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por Mônica Gusmão
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AULA 16
RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA DE EMPRESAS
  
Prof. Waleska de Figueiredo Maciel Silveira 
19/05/2014
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por Mônica Gusmão
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1. LEGISLAÇÃO E INCIDÊNCIA DA LEI
Tanto a Recuperação Extrajudicial, quanto a judicial e a falência são regidos pela Lei 11.101/05 (Lei de Recuperação e Falências – LRF).
Estão sujeitos a tais institutos, o empresário e a sociedade empresária.
O artigo 2º da LRF exclui de sua incidência algumas sociedades:  
empresa pública e sociedade de economia mista; 
instituição financeira pública e privada; 
cooperativa de crédito; 
consórcio; 
entidade de previdência complementar; 
 
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sociedade operador de plano de assistência à saúde; 
sociedade seguradora; 
sociedade de capitalização; 
 outras entidades legalmente equiparadas;
sociedades irregulares e os proibidos de atuar empresarialmente.
Esse artigo deve ser interpretado conjuntamente com os demais dispositivos da lei, pois existem sociedades que são excluídas da falência ou apenas da recuperação, como por exemplo, o empresário e a sociedade empresária irregular, que estão sujeitos à falência, mas não serão alcançados pela recuperação. 
 
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2. RECUPERAÇÃO JUDICIAL
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2.1.CONCEITO
Instituto jurídico que objetiva sanear o estado de crise econômico-financeira do empresário – art. 47 LRF
A recuperação não pode ser encarada como um valor jurídico absoluto: as más empresas devem ser eliminadas do mercado (falência) para que as boas não se prejudiquem
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2.2.PRESSUPOSTO OBJETIVO
ESTADO DE CRISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO DEVEDOR EMPRESÁRIO - art. 47 LRF
FATORES: 
Inadimplemento de obrigações (não pagamento de obrigação no vencimento)
Iliquidez (inadimplemento provisório do devedor
Insolvência (superação do ativo pelo passivo)
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2.3 REQUISITOS SUBSTANCIAIS
ART. 48 LRF
I- devedor não ser falido ou comprovação da extinção de suas obrigações na falência
II- não concessão do favor há menos de cinco anos
III- não concessão do favor há menos de oito anos – plano especial – art. 70 LF
IV- inexistência de condenação do devedor, sócios controladores ou administradores pelos crimes previstos em lei
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2.4 LEGITIMIDADE ATIVA 
Devedor empresário que exerça regularmente atividade empresarial há mais de dois anos - art. 48, caput, LRF
 Cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócios remanescente - art. 48, parágrafo único, LRF (legitimidade especial )
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2.5 CRÉDITOS ABRANGIDOS
Art. 49, caput LRF – todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos
créditos trabalhistas e acidentários
créditos com garantia real
créditos com privilégio especial
créditos com privilégio geral
créditos quirografários
créditos subordinados
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2.6 CRÉDITOS EXCLUÍDOS
Créditos fiscais e previdenciários – Art. 6º,§7º LRF,c/c CTN, art. 155-A,§3º 
 Art. 5º, I, e II LRF
Art. 49, §§3º e 4º LRF – Ex. Arrendamento mercantil, alienação fiduciária em garantia.
Adiantamento de contrato de câmbio - Art. 86,II LRF
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2.7 PEDIDO DE RECUPERAÇÃO
ORIGINÁRIO – ainda não há pedido de falência do devedor empresário
SUPERVENIENTE OU INCIDENTAL – o pedido de recuperação se dá no prazo para apresentação de contestação na falência – art. 95 LRF
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DEVE CONTER OS SEGUINTES REQUISITOS:
(ART. 51LF c/c art. 282,CPC) 
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
 a) balanço patrimonial; 
 b) demonstração de resultados acumulados;
 c) demonstração do resultado desde o último exercício 	social;
 d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção.
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III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
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V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.
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2.8 DETALHES DO PROCESSO
III- ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam(...)
OBSERVAÇÃO:
ART. 52,III - O PRAZO E SUSPENSÃO ESTÁ ADSTRITO ÀS REGRAS DO ART. 6º,§§4º E 5º - PRAZO MÁXIMO DE 180 DIAS
 EXCECÕES:
as ações previstas nos §§ 1º , 2º e 7º do art. 6º desta Lei 
as ações relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49
En. 54 do CJF: “O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos.”
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2.9 RESPONSABILIDADE DOS COOBRIGADOS
Art. 49,§1º, LRF 
A recuperação judicial não altera a responsabilidade dos coobrigados (Ex. fiadores, avalistas)
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2.10 PLANO DE RECUPERAÇÃO
Prazo de 60 dias para apresentação, a contar da decisão que determinar o processamento da recuperação – art. 53
Prazo de 1 ano para pagamento dos créditos trabalhistas ou acidentários – art. 54
Prazo de 30 dias para pagamento de mora salarial – art. 54, par. único
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2.11 ESTADO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
ARTS. 61 E 62 – prazo de dois anos após a concessão da recuperação
Descumprimento de obrigação prevista no plano – convolação da recuperação em falência com a reconstituição dos direitos e garantias dos créditos – arts. 61,§§ 1º e 2º
Descumprimento de obrigação após o estado de recuperação – art. 62
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2.12 ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
ART. 63 
Cumpridas as obrigações o juiz deve proferir sentença de encerramento da recuperação judicial.
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3. FALÊNCIA
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3.1. CONCEITO
Art. 75. LRF
 
A falência é o procedimento por meio do qual, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, se objetiva preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
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3.2 REQUISITOS OBJETIVOS
Qualidade de empresário do devedor
(empresário individual, sociedade empresária e empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI);
Estado de insolvência presumida (arts. 94, I, II e II da LF) ou confessada (art. 97, I da LF).
Declaração judicial do estado de falência (requisito formal da falência)n – art. 99 da LF.
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INSOLVÊNCIA EMPRESARIAL
A insolvência na falência não tem correlação com o ativo e passivo do devedor empresário. 
Pode ser:
a) presumida = impontualidade ( art. 94,I)
b) confessada = auto-falência ( arts.97, I e art. 105)
INSOLVÊNCIA CIVIL
Critério real = Art. 748 do CPC
Passivo maior que o ativo
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IMPONTUALIDADE – Art. 94,I LF
REQUISITOS:
Não pagamento de obrigação líquida e certa no vencimento;
Inexistência de relevante razão de direito para o não pagamento – art. 96;
Crédito tem que ser superior ao valor de 40 salários mínimos;
O título tem que ter executoriedade;
A impontualidade do título extrajudicial ou judicial tem que ser comprovada com o protesto – art. 94,§3º - condição especial da ação.
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3.3 LEGITIMIDADE ATIVA
ART. 97 LRF 
I – próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – espólio do devedor empresário – art. 96,§1º
III – cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade – hipótese diversa da do art. 138,§1º, LSA – auto-falência
IV – qualquer credor
OBS: Art. 94,I - § 1º - Admissibilidade da reunião de credores para, juntos, perfazerem o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I. 
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3.4 LEGITIMIDADE PASSIVA
Devedor empresário – arts.1º LRF, 966 CC/02 e Lei 12.441/2011 (980-A, CC)
Sociedade anônima antes de liquidado e partilhado seu ativo – art. 96,§ 1º LRF
Espólio antes de 1 (um) ano da morte do devedor - art. 96,§ 2º LRF
Sócios com responsabilidade ilimitada – art. 81 LRF
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3.5 ASPECTOS PROCESSUAIS
Citação do devedor para apresentação de contestação no prazo de 10 dias – art. 98 LF
Matérias de defesa – art. 96 LF– rol não é taxativo
O depósito elisivo impede a decretação da falência
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3.6 SENTENÇA DE FALÊNCIA
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3.6.1 SENTENÇA DENEGATÓRIA
 Improcedência do pedido de quebra
Autoriza a condenação do autor em perdas e danos nos próprios autos caso, ou em ação própria, comprovados dolo/culpa/abuso do direito no requerimento – art. 101 LRF
3.6.2 SENTENÇA DE FALÊNCIA
Declara a existência de um estado de insolvência
Constitui novo estado jurídico
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3.6.3 EFEITOS DA FALÊNCIA 
Antecipação do vencimento das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros – art. 77 LRF
Inabilitação do falido para o exercício da empresa – art. 102 LRF (o falido só se reabilita com a sentença de extinção de suas obrigações – arts. 158 e 159 LRF)
Suspensão de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário – arts. 6º e 99,V LRF
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EXCEÇÕES A SUSPENSÃO: 
 Ações que demandem quantias ilíquidas – art. 6º,§1º LRF
(as ação devem prosseguir no juízo de origem, promovendo-se a substituição do pólo passivo para massa falida representada pelo Administrador Judicial. Tornado líquido o crédito, deve ser incluído no quadro geral de credores, permitindo-se que o juiz competente para apreciar a demanda determine a reserva na falência da quantia estimada ao autor. )
Ações trabalhistas –arts. 6º,§2º e 76, caput LRF (especialidade do juízo)
 Débitos Tributários do Falido.
(A Fazenda Pública não está sujeita ao concurso de credores ou ao procedimento de habilitação, conforme art. 187, do CTN. Para receber o crédito, deve apenas comunicar, por ofício, ao juízo falimentar para que reserve a quantia necessária para o pagamento da quantia devida, observada a ordem de preferência prevista no art. 83, da LRF.)
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3.7 QUADRO GERAL DE CREDORES
6ª Art 83 LF
Créditos por acidente do trabalho e trabalhistas, estes limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos.
Créditos por garantia real até o limite do valor do bem gravado
Créditos tributários, excluídas as multas.
Privilégio especial
Privilégio geral
Quirografário
Multas
Subordinados
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3.8 ENCERRAMENTO DO PROCESSO 
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Após realizado o ativo e pagos os credores, o Administrador prestará suas contas em 30 dias.
10 dias para qualquer interessado impugnar, contados da publicação do aviso da prestação de contas.
As contas serão julgadas por sentença, que desafia recurso de apelação.
A sentença que não aprovar as contas fixará desde logo a indenização devida pelo Administrador.
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3.9 EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO
ART. 158 LF
I- Pagamento integral dos credores
Extinção das obrigações 
II- Pagamento de + de 50% dos quirografários
Todos os privilegiados satisfeitos.
Depósito da quantia faltante para atingir o percentual
III- Decurso do prazo prescricional de 5 anos da sentença
 de encerramento, se o falido ou seus sócios não tiverem sido
condenados por crimes falimentares.
IV- De 10 anos, em caso de condenação.
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