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A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATÓIDE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA André Felipe Santos da Silva 1 , Camila Amaro Corrêa 1 , Débora Jardim Andrade 1 , Deise Lentz de Abreu 1 , Dóris Einloft 1 , Elizabete de Carvalho 1 , Alecsandra Pinheiro Vendrusculo 2 , Caren Schlottfeldt Fleck 2 e Melissa Medeiros Braz 2. 1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia - Centro Universitário Franciscano – UNIFRA – Santa Maria – RS. 2 Docente do Curso de Fisioterapia - Centro Universitário Franciscano – UNIFRA – Santa Maria – RS. Grupo de Pesquisa Promoção em Saúde Tecnologia aplicada à Fisioterapia. Resumo: A artrite reumatóide é uma doença inflamatória sistêmica, crônica e progressiva. Ataca principalmente as articulações e a membrana sinovial, podendo levar à destruição óssea e cartilaginosa. O Fisioterapeuta é um elemento muito importante dessa equipe multidisciplinar. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura, apontando os resultados observados em estudos que avaliam os tratamentos para artrite reumatóide. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica. O tratamento de Fisioterapia consiste em aliviar a dor, combater o processo inflamatório, preservar a amplitude articular e a atividade muscular, prevenir deformidades, promover o bem-estar físico, psíquico e social, assim como melhorar a qualidade de vida dos doentes. O Fisioterapeuta pode utilizar um grande espectro de modalidades terapêuticas no tratamento de doentes com Artrite reumatóide. As modalidades terapêuticas englobam as terapias manuais, agentes eletro-físicos, termoterapia e exercícios supervisionados. Palavras Chaves: artrite reumatóide, tratamento fisioterapêutico e fisioterapia. Abstract: Rheumatoid arthritis is an inflammatory disease, chronic and progressive. Especially attacks the joints and the synovium, can lead to bone and cartilage destruction. The aim of this study was a literature review, pointing out the results observed in studies evaluating treatments for rheumatoid arthritis. Methods: We performed a literature review. Physiotherapy treatment is to alleviate pain, fight inflammation, preserving joint range of motion and muscle activity, prevent deformity, promote physical well-being, mental and social as well as improve the quality of life for patients. The physiotherapist may use a wide range of therapeutic modalities in the treatment of patients with rheumatoid arthritis. Therapeutic modalities include manual therapies, electro-physical agents, thermal therapy and supervised exercise. Therapeutic modalities are most used application of heat, exercise and massage. Keywords: rheumatoid arthritis, physical therapy and physiotherapy. INTRODUÇÃO A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória sistêmica, crônica e progressiva [1]. A artrite reumatóide ocorre em todas as raças e em todas as partes do mundo, não havendo diferença na prevalência quanto à latitude, longitude ou clima [2]. Ataca principalmente as articulações (padrão bilateral e simétrico) e a membrana sinovial, podendo levar à destruição óssea e cartilaginosa. O paciente apresenta-se com imobilidade e os sinais cardinais da inflamação: dor, calor, rubor e edema [5]. As principais manifestações sistêmicas da AR são rigidez matinal. Seu diagnóstico é realizado por meio da associação de manifestações clínicas, radiológicas e laboratoriais [3]. Apesar de a etiologia da artrite reumatóide continuar desconhecida, existe evidência convincente de que a auto-imunidade desempenhe um papel proeminente em sua cronicidade e progressão, aproximando essa condição das outras denominadas doenças do tecido conjuntivo [6]. Tem-se demonstrado que aproximadamente metade dos pacientes do sexo masculino portadores de artrite reumatóide estão desempregados em conseqüência da incapacitação física [6]. Portanto a artrite reumatóide é uma doença com significativo impacto social devido à sua elevada morbimortalidade. A maioria dos pacientes terá sua independência afetada em graus variáveis, incluindo limitações nas atividades sociais, de lazer e profissionais [4]. Assim, tanto para o indivíduo acometido quanto para a sociedade, a artrite reumatóide acarreta considerável ônus socioeconômico. Seu diagnóstico é realizado por meio da associação de manifestações clínicas, radiológicas e laboratoriais [3]. O tratamento de fisioterapia consiste em avaliar a dor, combater o processo inflamatório, preservar a amplitude articular e a atividade muscular, prevenir deformidades, promover o bem-estar físico, psíquico e social, assim como melhorar a qualidade de vida dos doentes [1]. O papel da terapia por exercício na luta contra a deficiência reumática é grande. A Fisioterapia em artrite reumatóide deve ser parte do tratamento global, mas, infelizmente, é muitas vezes negligenciado e subestimado [7]. Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura, apontando os resultados observados em estudos que avaliam os tratamentos para artrite reumatóide. MATERIAS E MÉTODOS Esta pesquisa caracteriza-se como uma revisão bibliográfica. Foi realizada uma revisão com pesquisas em bases de dados da saúde (Bireme, Google Acadêmico, Scielo, Pubmed), livros e artigos científicos. Estes foram selecionados a partir do ano de 1993 até a atualidade, está pesquisa foi realizada no período de maio/2010 a junho/2010. RESULTADO E DISCUSSÃO Segundo SULLIVAN e SCHMITZ (1993), a maioria das formas de lesões vasculares que está associada à artrite reumatóide é silenciosa, embora a forma fulminante de artrite reumatóide possa pôr em risco a vida do paciente, sendo acompanhada por desnutrição, infecção, insuficiência cardíaca congestiva e sangramento gastrointestinal. Já nas manifestações neurológicas são observadas neuropatias periféricas brandas na artrite reumatóide, particularmente em pacientes idosos, e não relacionados à vasculite. A (AR) prolongada se caracteriza pelo aspecto macroscopicamente edematoso da sinóvia, com delgadas projeções vilosas voltadas para a cavidade articular. Há alterações vasculares distintas inclusive a distensão venosa, obstrução capilar, infiltração neutrofílica das paredes arteriais, e áreas de trombose e hemorragia. Caso persista a AR, o tecido de granulação resultará em aderências e anquilose fibrosa ou óssea da articulação. A inflamação crônica pode também enfraquecer a cápsula articular e suas estruturas ligamentares de sustentação, alterando a estrutura e funções articulares. A ruptura do tendão e a dilaceração das bainhas tendíneas podem acarretar uma tração muscular desequilibrada sobre estas articulações patologicamente alteradas, resultando nas características deformidades musculoesqueléticas, observadas na artrite reumatóide avançada [5]. As principais manifestações sistêmicas da artrite reumatóide são rigidez matinal por mais de 30 minutos, dificuldade de movimentar-se ao despertar e a rigidez generalizada, a despeito da atividade matinal, ajudam a diferenciar este sinal de rigidez observada na doença articular degenerativa (DAD), em seguida a inatividade. A rigidez matinal pode ser qualificada em termos de sua gravidade e duração, ambos diretamente relacionados ao grau de atividade da doença. Como ocorre com outras doenças sistêmicas, também podem estar presentes anorexia, perda de peso e fadiga [5]. Sendo sua ocorrência observada em todos os grupos étnicos. Tem prevalência de, aproximadamente, 1% na populaçãobrasileira, similar à literatura mundial, e predominante no sexo feminino, entre as idades de 20 e 60 anos [3]. As antigas estratégias terapêuticas, especialmente para o tratamento das articulações inflamadas, favoreciam o repouso. Entretanto, mais recentemente, os estudos sugerem que os pacientes com condições reumáticas que participam de programas de exercícios regulares melhoram a flexibilidade, a força máxima, o estado cardiovascular e o funcionamento físico sem exacerbar a artrite ou aumentar os sintomas articulares. As modalidades terapêuticas como tratamento englobam as terapias manuais (mobilização articular e massagem), agentes eletro- físicos (diatermia, ultra-sons, estimulação elétrica transcutânea, laser), termoterapia (calor úmido, gelo, parafina) e exercícios supervisionados. A Hidroterapia é também uma das modalidades terapêuticas muito utilizadas nos doentes com artrite reumatóide. O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamentos e relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de tolerância ao exercício e à fadiga [1]. Os agentes físicos como o gelo e o calor podem combater os processos álgicos quando corretamente indicados e utilizados. Estes métodos usados no tratamento da fisioterapia, como a cinesioterapia, ondas curtas e crioterapia. A aplicação de calor pode produzir alívio da dor e relaxamento muscular pela elevação da temperatura subcutânea, porém é contra-indicado em pacientes com déficit circulatório, sedados, alteração de sensibilidade e casos de câncer. A utilização de gelo tem a vantagem de baixo custo, de fácil aplicação. O gelo age diretamente no fuso muscular e no órgão tendinoso, portanto uma sobrecarga na execução dos exercícios após resfriamento do músculo pode levar a uma nova lesão muscular [7]. Considerando a topografia anatômica irregular e a atividade termocalórica gerada pelos efeitos fisiológicos convencionais, o efeito térmico do ultra-som, assim como sua distribuição através dos nervos periféricos, tem-se mostrado positivo e significativo [9]. Segundo Silva et al[7], o tratamento utilizado somente a cinesioterapia não foi benéfico na variável dor, porém apresentou resultados positivos na melhora da qualidade funcional, ganho de amplitude de movimento e ganho de força muscular. Os resultados sugerem que os pacientes com condições reumáticas que participam de programas de exercícios regulares melhoram a flexibilidade, a força máxima, o estado cardiovascular e o funcionamento físico sem exacerbar a artrite ou aumentar os sintomas articulares. A implicação lógica da terapia iniciada antes do desenvolvimento total da artrite reumatóide é que esta pode proporcionar maiores benefícios aos pacientes. Isto significa que os pacientes que podem apresentar formas da doença mais severas são identificados e tratados nos estágios mais iniciais da artrite reumatóide [6]. REFERÊNCIAS [1] BÉRTOLO, Manoel Barros; BRENOL, Claiton Viegas; SCHAINBERG, Cláudia Goldenstein; NEUBARTH, Fernando. Atualização do Consenso Brasileiro no Diagnóstico e Tratamento da Artrite Reumatóide. Temas de Reumatologia Clínica. São Paulo, março de 2009; 1(10): 6-14. [2] BRANDÃO, Lenise; FERRAZ, Marcos Bosi; ZERBINI, Cristiano Augusto de Freitas. Avaliação da qualidade de vida na artrite reumatóide: revisão atualizada. Revista Brasileira de Reumatologia. São Paulo – SP, Set./ Out. 1997; 6(37): 275-281. [3] BRENOL, Claiton Viegas; MONTICIFLO, Ordilei André; XAVIER, Ricardo Machado; BRENOL, Jõao Carlos Tavares. Artrite Reumatóide e Aterosclerose. Revista Associação Médica Brasileira. São Paulo, Set./Out. 2007; 5(53): 465-470. [4] MOTA, Licia Maria Henrique da; LAURINDO, Ieda Magalhães; NETO, Leopoldo Luiz dos Santos. Artrite Reumatóide Inicial- conceitos. Revista Associação Médica Brasileira. São Paulo, 2010; 2(56): 227-229. [5] O’ SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. 2 ed. São Paulo, Editora Manole Ltda, 1993. [6] RODRIGUEZ, Célia Regina; DAL BÔ, Silvia; TEIXEIRA, Raquel Maria. Diagnóstico Precoce da Artrite Reumatóide. Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Curitiba - PR, 2005; 4(37): 201- 204. [7] SILVA, Adriana Lucia Pastore; IMOTO, Daniela Mayumi; CROCI, Alberto Tesconi. Estudo comparativo entre a aplicação de crioterapia e ondas curtas no tratamento da osteoartrite de joelho. Acta Ortopédica Brasileira. São Paulo, 2007; n.15, p. 204-209. [8] BULJINA, Amir I.; TALJANOVIC, Mihra S. et al. Physical and Exercise Therapy for Treatment of the Rheumatoid Hand. Arthritis Care & Research. v. 45, n. 4, p.392-397, august 2001. [9] PINTO, Vinícius de Mello et al. A utilização terapêutica com ultra - som contínuo de 1MHz nos processos dolorosos da artrite reumatóide da articulação temporomandibular. Fisioterapia Brasil, vol. 10, n.4, julho/agosto de 2009. p. 270- 273. e-mail: deborajandrade@hotmail.com
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