Buscar

Caso 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DE XX 
 
Proc. Nº ... 
 
 
MATEUS, já qualificado na denúncia oferecida pelo membro do Ministério Público, por seu Advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso – doc. 1), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
 com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
DOS FATOS 
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, do Código Penal, por crime praticado contra Maisa, de 19 anos de idade.
Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: 
“No mês de agosto de 2010, em dia não determinado, o réu dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com a vítima, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima com ele a manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.
Ocorre que a vítima não é deficiente mental, que o acusado já a namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Insta salientar que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria.
Por fim, o acusado informa que não há qualquer prova da debilidade mental da vítima.
DO DIREITO
DA NULIDADE PROCESSUAL 
Segundo o art. 564, III, 'b" do Código de Processo Penal:
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
(...)
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
(...)
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; 
É o que se observa no caso em tela, visto que nos presentes autos só constam a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado.
DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
Ainda que no curso da instrução penal seja comprovada a debilidade mental da vítima, trata-se a hipótese de atipicidade em razão inequívoca de ausência de dolo do agente.
O acusado atuou em erro de tipo por ter uma falsa percepção da realidade, uma vez que não tinha consciência e vontade de praticar todos os elementos do tipo penal.
Não sabia e nem tinha como saber que tratava-se de pessoa portadora de doença mental e que tal doença lhe retirava tal capacidade de discernimento.
Cuida-se, portanto, de evidente situação de absolvição sumária, uma vez que o fato narrado não constitui crime.
 
DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer:
Seja anulado “ab initio” o processo nos termos do artigo 564, IV do Código de Processo Penal. 
Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência requer seja absolvido sumariamente o acusado nos termos do artigo 397, III, do Código de Processo Penal. 
Se não for o caso, requer seja intimada as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas na audiência de instrução e julgamento. 
Requer a juntada de documentos com o presente pedido. 
 Termos em que, 
 Pede-se deferimento 
 Local/data 
 Advogado OAB/UF 
 Rol de testemunhas: 
Olinda
Alda
Maísa

Outros materiais