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Aula 03 Questões Comentadas de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico de Seguro Social - 2016 Professor: Herbert Almeida Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 79 AULA 3: Serviços públicos. Controle da Administração. Improbidade administrativa. Processo Administrativo. Sumário SERVIÇOS PÚBLICOS ..................................................................................................................... 2 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................. 12 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................................... 26 PROCESSO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 49 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................................................................ 66 GABARITO ................................................................................................................................. 78 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 78 Olá pessoal, tudo bem? 1D� DXOD� GH� KRMH�� YDPRV� HVWXGDU� RV� VHJXLQWHV� LWHQV� GR� HGLWDO�� ³7 Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização. 8 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado. Lei nº. 8.429/92 e alterações posteriores (dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências). 9 Lei n°9.784/99 e alterações posteriores (Lei do Processo Administrativo).´� Aos estudos, aproveitem! Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 79 SERVIÇOS PÚBLICOS CONCEITO 6HUYLoR� S~EOLFR� p� ³toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade.´��&DUYDOKR�)LOKR�������� FORMAS DE DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 1. CONCESSÃO de serviços públicos, precedida ou não de obra pública: a. é celebrada por contrato administrativo; b. é necessariamente por tempo determinado, admitindo-se prorrogação; c. sempre exige licitação ? na modalidade de concorrência, exceto no caso em que é aplicável o leilão; d. só se aplica à pessoas jurídicas e a consórcio de empresas; e. exige lei autorizativa prévia, com exceção das hipóteses previstas no art. 2º da Lei 9.074/1995 (saneamento básico, limpeza urbana e hipóteses previstas nas constituições e leis orgânicas). 2. PERMISSÃO de serviços públicos: a. é celebrada por contrato de adesão, de caráter precário, revogável a qualquer tempo pela Administração; b. é necessariamente por tempo determinado, admitindo-se prorrogação; c. sempre exige licitação, mas não necessariamente por concorrência; d. pode ser feita a pessoas físicas ou jurídicas; e. exige lei autorizativa prévia, exceto nas hipóteses previstas no art. 2º da Lei 9.074/1995 (saneamento básico, limpeza urbana e hipóteses previstas nas constituições e leis orgânicas). 3. AUTORIZAÇÃO de serviços públicos: a. é formalizada por ato administrativo, unilateral e de caráter precário, revogável a qualquer momento pela Administração e sem direito à indenização; b. pode ser feita por prazo indeterminado; c. não exige licitação; d. pode ser feita a pessoas físicas ou jurídicas; e. não exige lei autorizativa prévia. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 79 Muitos aspectos das questões sobre serviços públicos constam na Lei 8.987/1995. Por isso, colocamos um resumo mais breve e trabalharemos os detalhes nas questões. Vamos as questões. 1. (Cespe - Insp/PC CE/2012) A titularidade dos serviços públicos é conferida expressamente ao poder público. Comentário: o Poder Público é o titular dos serviços públicos. Dessa forma, ele poderá prestá-lo diretamente ou, então, delegar a execução à iniciativa privada. Neste último caso, somente a execução é transferida aos particulares, sendo que a titularidade permanece por conta da Administração. Assim, o item está correto. Gabarito: correto. 2. (Cespe - ATA/MDIC/2014) O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo de serviço singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário, embora sua prestação se destine à coletividade. Comentário: mesmo sendo um serviço que se destine à coletividade, o serviço de linha telefônica é mensurável individualmente e, portanto, trata-se de serviço singular. Também são exemplos de serviços dessa natureza a energia elétrica, o gás canalizado, a água encanada, a coleta de lixo domiciliar e outros. Gabarito: correto. 3. (Cespe - PT/PM CE/2014) Os serviços de energia domiciliar e os serviços de uso de linha telefônica são considerados serviços uti universi, pois são prestados à coletividade de forma indistinta e a grupamentos indeterminados de indivíduos. Comentário: a definição de serviço uti universi (serviços coletivos, gerais ou indivisíveis) está correta, pois são serviços prestados à coletividade de forma indistinta e a grupamentos indeterminados de indivíduos. Todavia, os dois exemplos (energia domiciliar e os serviços de uso de linha telefônica) são de serviços singulares, pois são passíveis de mensuração individual. Portanto, a questão está errada. Gabarito: errado. 4. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) O serviço público de iluminação urbana, por ser destinado a um número indeterminado de pessoas, classifica-se como serviço coletivo. Comentário: a iluminação urbana não é passível de mensuração individual, pois alcança um número indeterminado de pessoas. Logo, classifica-se como Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 79 serviço coletivo, geral ou indivisível. Conclui-se, pois, que a questão está correta. Gabarito: correto. 5. (Cespe - AA/PRF/2012) O serviço de iluminação pública pode ser considerado uti universi, assim como o serviço de policiamento público. Comentário: mais um item bem simples. A iluminação pública e o policiamento urbano são serviços que beneficiam um número indeterminado de pessoas. Além disso, não é possível quantificar o quanto cada usuário se utilizou desses serviços. Logo, são também serviços uti universi (gerais). Portanto, o item está correto. Gabarito: correto. 6. (Cespe - AL/CAM DEP/2012) Os serviços públicos próprios são aqueles que atendem às necessidades coletivas e que o Estado executa tanto diretamente quanto indiretamente, por intermédio de empresas concessionárias ou permissionárias. Comentário: nesta questão, a banca adotou a divisão tradicional de serviços próprios e impróprios. Por serviço próprio,entende-se aquele que represente comodidade material para a população, sendo disciplinado pelo regime de direito público quando prestado pelo Estado direta ou indiretamente, neste último caso por meio de concessão ou permissão de serviço público. Apesar de a permissão admitir também a prestação por pessoas físicas, a questão não pode ser considerada errada, pois não há nenhum termo restritivo do tipo ³VRPHQWH´�RX�³DSHQDV´��$VVLP��R�LWHP�HVWi�FRUUHWR� Gabarito: correto. 7. (Cespe ± Analista PGI/INPI/2013) A concessão, como delegação da prestação de um serviço público, estabelece relação entre o concessionário e a administração concedente, regendo-se pelo direito privado. Comentário: na delegação de um serviço público, a relação entre o concessionário e a Administração é regida predominantemente por direito público. Dessa forma, a Administração age sob as prerrogativas inerentes ao princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, podendo, entre outras coisas, alterar unilateralmente as cláusulas contratuais ou impor sanções. Gabarito: errado. 8. (Cespe ± Analista PGI/INPI/2013) A permissão e a concessão de serviços públicos apresentam, entre outras, a seguinte diferença: a primeira pode ser feita à Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 79 pessoa física ou à jurídica que, por sua conta e risco, demonstre capacidade para seu desempenho; já a segunda, só à pessoa jurídica ou a consórcios de empresas. Comentário: o artigo 2º da Lei 8.987/1995 apresenta a concessão como a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. Por outro lado, o mesmo artigo define a permissão como a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Desse modo, temos a correção da assertiva. Gabarito: correto. 9. (Cespe ± Analista PGI/INPI/2013) Tanto a concessão de serviço público quanto a autorização de serviço público são constituídas por meio de contrato administrativo. Comentário: a Lei estabelece que as concessões aconteçam mediante contrato, então a primeira parte da assertiva está correta. Porém, a ocorrência de autorização de serviço público se dá através de ato administrativo, ou seja, concedido pela Administração sob o regime jurídico de direito público, sem a celebração de um contrato administrativo. Gabarito: errado. 10. (Cespe - AUFC/TCU/2013) A permissão de serviço público possui contornos bilaterais, mas, diferentemente da concessão de serviço público, não pode ser caracterizada como de natureza contratual. Comentário: a permissão realmente possui contornos bilaterais, mas, diferentemente do que consta na questão, ela também possui natureza contratual, assim como ocorre na concessão. O caput do art. 40 da Lei 8.987/1995 dispõe que a permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão. Logo, o item está errado. Gabarito: errado. 11. (Cespe - Eng/MIN/2013) Um item que caracteriza a diferenciação entre permissão e concessão de serviço público é a delegação de sua prestação a título precário. Comentário: o art. 40 da Lei 8.987/1995 dispõe que o contrato de adesão deve REVHUYDU�DV�GLVSRVLo}HV�TXDQWR�³à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente´�� 3RUWDQWR�� XPD� FDUDFWHUtVWLFD� TXH� Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 79 diferencia a permissão da concessão é a sua precariedade. Portanto, a questão está correta. Gabarito: correto. 12. (Cespe - APF/PF/2012) Os contratos de concessão de serviços públicos sempre exigem licitação prévia na modalidade concorrência. Comentário: o item está erUDGR��HP�GHFRUUrQFLD�GR�³VHPSUH´��XPD�YH]�TXH�R� art. 27 da Lei 9.074/1995 admite a adoção do leilão em privatizações simultâneas com a concessão ou prorrogação de serviço público. Todavia, o item foi anulado pelo simples motivo de a Lei 8.987/1995 não constar no edital da prova. Estranhamente, a banca havia dado a questão preliminarmente como correta, PDV� QmR� ³GHX� R� EUDoR� D� WRUFHU´� SDUD� DOWHUDU� R� JDEDULWR� SDUD� LQFRUUHWR�� (P� resumo, o item está errado, porém foi anulado por exceder o conteúdo do edital. Gabarito: anulado. 13. (Cespe - Eng/MIN/2013) Nos casos de interesse público imediato, a licitação poderá ser dispensada para as concessões que não forem precedidas de execução de obras. Comentário: seja precedida de obra pública ou não, as concessões sempre serão precedidas de licitação, e sempre na modalidade de concorrência, vejamos (art. 2º, Lei 8.987/1995): II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; (grifos nossos) Logo, não existe a exceção prevista na questão. Portanto, o item está errado. Gabarito: errado. 14. (Cespe - AUD/TCE ES/2012) A natureza jurídica é a principal diferença entre a concessão de serviço público e a permissão de serviço público, consideradas, respectivamente, contrato administrativo e ato administrativo. Comentário: a doutrina considerava que a permissão era ato administrativo unilateral e precário. No entanto, a Constituição Federal estabeleceu que a lei Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 79 deveria dispor sobre o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão. Por conseguinte, a Lei 8.987/1995 definiu que a permissão se daria por contrato de adesão que deveria observar as normas quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral. Portanto, o contrato de permissão GH�VHUYLoR�S~EOLFR�QmR�p�³DWR�DGPLQLVWUDWLYR´��/RJR��R�LWHP�HVWi�HUUDGR� Gabarito: errado. 15. (Cespe - AA/PRF/2012) A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato administrativo. Comentário: a concessão será sempre formalizada por contrato administrativo, seja precedido de obra pública ou não. Nesse sentido, vejamos o que determina o art. 4º da Lei 8.987/1995: Art. 4o A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentese do edital de licitação. Portanto, a questão está correta. Gabarito: correto. 16. (Cespe - TNS/PRF/2012) A permissão é a delegação, a título precário, independentemente de licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Comentário: segundo o art. 2º, IV, da Lei 8.987/1995, a permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Logo, o único erro da questão é que a permissão depende de licitação. Gabarito: errado. 17. (Cespe - DPF/2013) Em se tratando de permissão de serviço público, o serviço é executado em nome do Estado por conta e risco do permissionário, e é atribuído exclusivamente à pessoa jurídica. Comentário: na permissão, o serviço é prestado em nome do permissionário, por sua conta e risco. Além disso, a permissão pode ser atribuída à pessoa física ou jurídica. Gabarito: errado. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 79 18. (Cespe - AA/PRF/2012) As concessões e permissões de serviços públicos deverão ser precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra. Comentário�� D� &RQVWLWXLomR� )HGHUDO� GHWHUPLQRX� TXH� ³Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos´��DUW�� 175). Assim, diferentemente do que ocorre com as contratações previstas na Lei 8.666/1993, em que a Constituição admitiu exceções (dispensa e inexigibilidade), não existem nenhuma exceção para as concessões e permissões. Dessa forma, sempre haverá necessidade de licitar, motivo pelo qual a questão está errada. Gabarito: errado. 19. (Cespe - AnaTA/SUFRAMA/2014) Tanto as concessões como as permissões de serviços públicos devem ser precedidas de licitação. Comentário: os dois regimes exigem a aplicação de licitação precedendo o serviço. Contudo, no caso das concessões, a modalidade licitatória deverá ser a concorrência; e para as permissões, não existe uma determinação legal. Gabarito: correto. 20. (Cespe - ATA/MIN/2013) Constitui obrigação do poder público, ou de seus delegados, fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e contínuos. Comentário: segundo a Constituição, é dever da Administração fornecer à coletividade um serviço adequado. Dessa forma, conforme disposto na Lei 8.987/1995, a prestação de um serviço apropriado deve satisfazer as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Gabarito: correto. 21. (Cespe - Adv/AGU/2012) À concessionária cabe a execução do serviço concedido, incumbindo-lhe a responsabilidade por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, não admitindo a lei que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue tal responsabilidade. Comentário: ao assumir um serviço delegado pela Administração, seja por concessão, seja por permissão, a delegada afirma ter competência para a realização do serviço incumbido, com prazo determinado e por sua conta e risco. Assim, se porventura, houver a ocorrência de prejuízo, a concessionária deverá arcar com este, sem que a Administração interfira na situação. O enunciado da questão é quase cópia do art. 25 da Lei 8.987/1995, vejamos: Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 79 Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo- lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. Gabarito: correto. 22. (Cespe ± Analista PGI/INPI/2013) A falência de uma empresa concessionária de serviço público gera a extinção da concessão e a reversão ao poder concedente dos bens aplicados ao serviço. Comentário: a concessão será extinta em caso de falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular (art. 35, VI). A Lei ainda estabelece que § 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato. Dessa forma, correta a questão. Gabarito: correto. 23. (Cespe ± Analista PGI/INPI/2013) Caso o poder concedente constate nulidade na licitação ou na formação do contrato de concessão de serviço público durante sua execução, cabe a caducidade do contrato por parte do poder concedente. Comentário: a questão apresenta um caso de anulação de contrato e não de caducidade, visto que se trata de uma ilegalidade. Além disso, a caducidade só seria possível em caso de inexecução total ou parcial do contrato. Gabarito: errado. 24. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) O contrato de concessão de serviço público pode ser rescindido por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente. Comentário: a rescisão é a extinção do contrato em decorrência de inadimplência do poder concedente. Nesse caso, deverá ocorrer por iniciativa da concessionária e será sempre por meio de ação judicial movida para este fim. Vejamos o que estabelece a Lei 8.987/1995: Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Gabarito: correto. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 79 25. (Cespe - AUFC/TCU/2013) A rescisão, como forma de extinção da concessão, é de iniciativa da administração, determinada por ato unilateral e escrito no caso de descumprimento, pelo concessionário, de obrigações regulamentares. Comentário: acabamos de ver que a rescisão é de iniciativa do particular, por meio de ação judicial, para extinguir o contrato por inadimplência da Administração. O caso descrito na questão seria de caducidade (descumprimento das obrigações pela concessionária). Logo, a questão está errada. Gabarito: errado. 26. (Cespe - Adv/AGU/2012) Reversão consiste na transferência, em virtude de extinção contratual, dos bens do concessionário para o patrimônio do concedente. Comentário: quando da extinção do contrato, os direitos e privilégios transferidos ao concessionário retornam ao poder concedente. O mesmo ocorre com os bens reversíveis, que são aqueles previstos no contrato para serem incorporados ao patrimônio do poder concedente em caso de encerramento do contrato. Estes bens reversíveis são fundamentais para dar continuidade ao serviço público e, portanto, devem ser incorporados ao patrimônio público com essa finalidade, sendo que o concessionário receberá a devida indenização. Gabarito: correto. 27. (Cespe - Especialista em Regulação/Anatel/2009) Pelo princípio da modicidade tarifária, protege-se a margem de lucro do concessionário contra o efeito corrosivo da inflação,mas não contra eventos imprevistos, provocados por circunstâncias macroeconômicas ou pela própria administração. Comentário: o princípio da modicidade tarifária, além de garantir a cobrança de taxas acessíveis aos usuários do serviço público, deve garantir a margem de lucro do concessionário contra imprevistos que signifiquem um aumento de custo na prestação do serviço, bem como contra o efeito da inflação. Com efeito, além de eventos imprevistos, as alterações realizadas unilateralmente pela Administração também geram o dever de revisar o equilíbrio econômico- financeiro. Dessa forma, o item está errado. Gabarito: errado. 28. (Cespe - Eng/MIN/2013) Nas concessões de serviço público, ainda que haja transferência de risco para o prestador do serviço, não cabe revisão de tarifas para garantir o reequilíbrio econômico-financeiro, ficando restrita a atualização apenas ao reajustamento anual. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 79 Comentário: de fato há transferência de riscos ao prestador do serviço. No entanto, admite-se, no contrato de concessão, tanto a revisão quanto o reajuste. Esta ocorre em situações normais, representando mera atualização do valor da tarifa. Aquela, por sua vez, destina-se a manter o equilíbrio econômico financeiro do contrato. Assim, eventuais alterações unilaterais que impactem no equilíbrio econômico financeiro geram o dever de revisar os termos para manter o mencionado equilíbrio. Enfim, situações decorrentes da chamada ³iOHD� H[WUDRUGLQiULR� H� H[WUDFRQWUDWXDO´� JHUDP� D� UHYLVmR� GDV� FOiXVXODV� econômico-financeiras do contrato de concessão. Gabarito: errado. 29. (Cespe - AA/PRF/2012) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade. Comentário: isso mesmo. Tal afirmação se refere a um dos princípios do serviço público, qual seja o princípio da modicidade das tarifas. Segundo ele, os serviços devem ser remunerados a preços módicos, devendo ser avaliado o poder econômico dos usuários, proporcionando tarifas acessíveis à população, para evitar que as dificuldades financeiras deixem um universo de pessoas sem possibilidade de acesso aos serviços. Gabarito: correto. 30. (Cespe - AUFC/TCU/2013) Nos contratos de concessão de serviço público, vigora a regra da unicidade da tarifa, vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos, ressalvados os casos provenientes do atendimento a segmentos idênticos de usuários que, pelo vulto dos investimentos, exijam tal distinção. Comentário: vejamos o que estabelece o art. 13 da Lei 8.987/1995: Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. Portanto, diferentemente do que consta na questão, admite-se o estabelecimento de tarifas diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. Gabarito: errado. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 79 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCEITO Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pode-se denominar de controle da $GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�³R�FRQMXQWR�GH�PHFDQLVPRV�MXUtGLFRV�H�DGPLQLVWUDWLYRV�SRU�PHLR� dos quais se exerce o poder de fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das HVIHUDV�GH�3RGHU´� TIPOS OU CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE De forma geral, podemos apresentar os seguintes tipos de classificações para o controle da Administração Pública: o quanto ao fundamento, à existência de hierarquia ou à amplitude: a) hierárquico ± que resulta do escalonamento hierárquico dos órgãos administrativos; b) finalístico ± aquele que não possui fundamento na hierarquia. o quanto à origem ou ao posicionamento do órgão que o efetua: a) interno ± realizado no âmbito da própria Administração ou por órgão do mesmo Poder que editou o ato controlado; b) externo ± realizado por órgão independente ou de outro Poder do que efetuou o ato controlado; c) popular ± efetuado pela sociedade civil ou pelos administrados em geral. o quanto ao órgão que o exerce: a) administrativo ± aquele que decorre das funções administrativas do órgão; b) legislativo ± é o controle realizado no exercício da função típica do Poder Legislativo de fiscalizar1. Divide-se em controle parlamentar direto (exercido diretamente pelo Congresso Nacional); e controle parlamentar indireto (exercido pelo Tribunal de Contas da União); c) judicial ± é o controle realizado pelo Poder Judiciário sobre a atuação da Administração Pública. o quanto ao momento em que se efetua: a) prévio ± é o controle preventivo realizado atos do início da prática do ato ou antes de sua conclusão; b) concomitante ± ocorre durante o processo de formação do ato controlado; c) posterior ± também chamado de subsequente, é o controle que ocorre após a conclusão do ato. o quanto ao aspecto da atividade administrativa controlada: 1 Em linhas gerais, o Poder Legislativo possui duas funções típicas: legislar e fiscalizar. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 79 a) de legalidade ou legitimidade ± procura verificar a conformação do ato ou do procedimento com as normas legais que o regem; b) de mérito ± tem por objetivo comprovar a eficiência e os resultados do ato, além dos aspectos de conveniência e oportunidade. NATUREZA E ASPECTOS DO CONTROLE O art. 70, caput, da Constituição da República apresenta um importante dispositivo no que se refere ao controle da Administração Pública, Vejamos: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Por esse dispositivo, podemos analisar o controle da Administração Pública quanto à natureza em contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial. A fiscalização contábil destina-se à análise dos lançamentos e da escrituração contábil. A fiscalização financeira tem como objeto verificar a arrecadação das receitas e a execução das despesas. A fiscalização orçamentária, por sua vez, refere-se à elaboração e execução dos orçamentos. A fiscalização operacional, que é a novidade na Constituição Federal de 1988, refere-se ao desempenho dos programas de governo e dos processos administrativos. Por fim, a fiscalização patrimonial se refere ao controle e guarda do patrimônio público (bens móveis e imóveis). O art. 70, caput, da CF ainda aborda os aspectos do controle quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. O controle de legalidade verifica à obediência das normas legais pelo responsável fiscalizado. A legitimidade, por sua vez, é um complemento à legalidade. Para ser legítimo, um atodeve atender à moralidade, à conformação do ato com os valores e princípios do direito e da Administração Pública, destinando-os aos objetivos estatais. A economicidade, ou princípio da economicidade, está intimamente relacionada ao princípio da eficiência. Tecnicamente, a economicidade é definida como a minimização de custos no desenvolvimento de uma atividade, sem comprometer os padrões de qualidade. A Constituição ainda determina que o controle da Administração Pública deverá verificar a aplicação de subvenções e renúncias de receitas. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 79 CONTROLE INTERNO Pontua Hely Lopes Meirelles2 que o controle interno é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria Administração. Dessa forma, o controle realizado pelo Poder Executivo sobre seus serviços e agentes é considerado interno. Da mesma forma, será interno o controle realizado pelo Legislativo ou Judiciário, por seus órgãos administrativos, no exercício de suas funções atípicas de administrar. Na CF/88, o controle interno encontra-se disciplinado especialmente no art. 74, que impõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário mantenham, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I. avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II. comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III. exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV. apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. CONTROLE INTERNO O controle externo é aquele realizado por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro Poder. Nesse contexto, podemos exemplificar o controle externo quando o Poder Judiciário anula um ato administrativo do Poder Executivo; quando o Congresso Nacional susta os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V); quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República (CF, art. 49, IX); quando o Senado Federal aprova a escolha do Presidente H�GRV�GLULJHQWHV�GR�%DQFR�&HQWUDO��&)��DUW������,,,��³G´���TXDQGR�R�7ULEXQDO�GH�&RQWDV� da União julga as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos (CF, art. 71, II); etc. Sugerimos profundamente a leitura cautelosa dos artigos 70 a 75 da Constituição Federal, que abordam várias regras sobre o controle da Administração Pública. Os artigos 71, 72, 73 e 75 abordam os assuntos mais cobrados no que se refere ao controle externo. Vamos resolver algumas questões! 2 Meirelles, 2013, p. 742. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 79 31. (Cespe - Proc/TC DF/2013) Em relação ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, a fiscalização financeira diz respeito ao acompanhamento da execução do orçamento e da verificação dos registros adequados nas rubricas orçamentárias. Comentário: a elaboração e execução do orçamento é finalidade da fiscalização orçamentária, que verifica, entre outras coisas, o adequado registro nas rubricas orçamentárias. A fiscalização financeira, por outro lado, verifica se a receita e a despesa estão sendo executadas da forma adequada. Assim, a questão está errada. Gabarito: errado. 32. (Cespe - AFT/MTE/2013) O controle da administração realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio do TCU abrange o denominado controle de economicidade, pelo qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica na aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-benefício. Comentário: a economicidade se refere à minimização de custos, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Nessa esteira, busca-se a DGHTXDGD�UHODomR�FXVWR�EHQHItFLR��$GHPDLV��R�DUW�����GD�&5�IDOD�HP�³FRQWUROH� H[WHUQR´�� TXH� VHUi� H[HUFLGR� ³SHOR� &RQJUHVVR� 1DFLRQDO´�� (VVD� DWULEXLomR� p� complementadD� SHOR� DUW�� ���� FDSXW�� TXH� ³R controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da 8QLmR´��/RJR��SRGHPRV�SHUFHber que a questão está correta. Gabarito: correto. 33. (Cespe - Defensor Público/DPE-RR/2013 ± adaptada) O controle exercido pela administração direta sobre as autarquias é finalístico, externo e administrativo e não se baseia na subordinação hierárquica. Comentário: o Cespe considerou o item como correto, demonstrando que o entendimento da banca é que o controle exercido pela Administração Direta sobre as entidades administrativas classifica-se como externo. Gabarito: correto. Porém, recentemente, o Cespe aplicou uma questão controvertida, que, em nossa opinião, merecia no mínimo a anulação, vejamos. 34. (Cespe ± Agente Administrativo/MDIC/2014) As formas de controle interno na administração pública incluem o controle ministerial, exercido pelos ministérios sobre os órgãos de sua estrutura interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 79 Comentário: em primeiro lugar, é importante separar o controle ministerial, que é aquele exercido por um ministério sobre os órgãos a ele subordinados. Nesse caso, não há nenhuma dúvida que se trata de controle interno. Por outro lado, a supervisão ministerial se trata do controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta, mais especificamente o controle realizado pelo ministério ao qual a entidade administrativa encontra-se vinculada. Como vimos acima, importantes doutrinadores consideram isso como forma de controle externo, fato até confirmado em questões do Cespe. Assim, o mínimo que deveria ter ocorrido era a anulação da questão. Além disso, essa questão parece ter sido retirada do livro do Prof. José dos Santos Carvalho Filho, que dispõe o seguinte3: O controle ministerial é o exercido pelos Ministérios sobre os órgãos de sua estrutura administrativa e também sobre as pessoas da Administração Indireta federal. Naquele caso o controle é interno e por subordinação e neste é externo e por vinculação. Quando se exerce sobre as entidades da administração descentralizada recebe a denominação de supervisão ministerial, prevista no Decreto-lei nº 200/1967, cujo art. 19 estampa a regra de TXH�³todo e qualquer órgão da administração federal, direta ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente´�� (grifos nossos) Parece claro, portanto, que o autor coloca a supervisão ministerial como forma de controle externo. Portanto, entendemos que o gabarito deveria ser questão errada, mantendo consonância com o posicionamento da banca. Gabarito: correto (mas o adequado seria considerar o item errado ou anulá-lo). Será que o entendimento do Cespe evoluiu? A resposta é não! Isso porque, três meses após essa prova do MDIC, a banca voltou a aplicaruma questão afirmando categoricamente que o controle exercido pela Administração sobre as entidades da administração indireta é externo, vejamos: 35. (Cespe ± ANAP/TC-DF/2014) O controle exercido pela administração sobre as entidades da administração indireta, denominado tutela, caracteriza-se como controle externo. Na realização desse controle, deve-se preservar a autonomia da entidade, nos termos de sua lei instituidora. Comentário: o item foi considerado correto, não deixando dúvidas sobre o entendimento do Cespe/Unb para este assunto. Gabarito: correto. 3 Carvalho Filho, 2014, 960. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 79 36. (Cespe ± Analista Judiciário/Administração/STM/2011) O termo controle interno exterior pode ser utilizada para designar o controle efetuado pela administração sobre as entidades da administração indireta. Comentário: nesse caso, a banca adotou os ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, segundo o qual o controle efetuado pela administração sobre as entidades da administração indireta pode ser chamado de interno exterior. Gabarito: correto. 37. (Cespe - Assessor Técnico Jurídico/TCE-RN/2009) Entre os vários critérios adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue entre interno e externo, dependendo de o órgão que o exerça integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão controlado. Nesse sentido, o controle externo é exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta. Comentário: aqui sacramento o posicionamento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho, ou seja, é controle externo aquele exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta. Gabarito: correto. Retomando a aula! 38. (Cespe - TJ/TRE RJ/2012) A administração pública está sujeita a controle interno ² realizado por órgãos da própria administração ² e a controle externo ² a cargo de órgãos alheios à administração. Comentário��TXDQGR�D�TXHVWmR�IDOD�HP�³SUySULD�DGPLQLVWUDomR´�HOD�TXHU�GL]HU� no mesmo Poder. Assim, será interno o controle realizado pelos órgãos da própria Administração e externo o controle realizado por órgãos alheios. (VVD� GHVLJQDomR� ³SUySULD� DGPLQLVWUDomR´� FRQVWD� QD� REUD� GH� +HO\� /RSHV� Meirelles. Assim, a questão está correta. Gabarito: correto. 39. (Cespe - PT/PM-CE/2014) Considera-se controle por vinculação o poder de fiscalização e correção que os órgãos da administração centralizada exercem sobre as pessoas jurídicas que integram a administração indireta. Comentário: o controle da administração centralizada, ou direta, realizado sobre a administração descentralizada, ou indireta, denomina-se controle finalístico. Além disso, pode ser chamado de controle por vinculação, uma vez que não há subordinação entre o controlador e o controlado, mas apenas a vinculação. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 79 Outras formas de designar essa forma de controle é a tutela ou supervisão ministerial. Portanto, o item está correto. Gabarito: correto. 40. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) O controle prévio dos atos administrativos do Poder Executivo é feito exclusivamente pelo Poder Executivo, cabendo aos Poderes Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos somente após sua entrada em vigor. Comentário: todos os Poderes podem exercer o controle prévio dos atos do Poder Executivo. Aos órgãos do próprio Poder Executivo podem ser atribuídas competências de fiscalização prévia, como a necessidade de aprovação de um projeto antes do início de uma obra, por exemplo. O Poder Legislativo, por sua vez, possui competência para aprovar previamente a nomeação de determinadas autoridades escolhidas pelo Presidente da República, como a indicação do Presidente e os diretores do Banco Central (CF, DUW������,,,��³G´�� Por fim, a Constituição Federal defende, no artigo 5º, XXXV, o acesso ao Poder Judiciário para afastar lesão ou ameaça a direito. Assim, é possível que o controle judicial ocorra antes mesmo da ocorrência do ato. Portanto, o item está errado, pois há possibilidade de controle prévio pelos Poderes Legislativo e Judiciário. Gabarito: errado. 41. (Cespe - DPF/2013) O controle prévio dos atos administrativos é de competência exclusiva da própria administração pública, ao passo que o controle dos atos administrativos após sua entrada em vigor é exercido pelos Poderes Legislativo e Judiciário. Comentário: o item é somente para fixação, pois vai na mesma linha da questão anterior. A afirmativa está errada, uma vez que os três Poderes podem exercer o controle prévio. Gabarito: errado. 42. (Cespe - PT/PM CE/2014) O controle administrativo sobre os órgãos da administração direta é um controle interno, que permite à administração pública anular os próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes. Comentário: vejamos o conteúdo da Súmula 473 do STF: Súmula 473 ± A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 79 ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Com efeito, o controle administrativo é sempre um controle interno, que permite que a Administração Pública anule seus próprios atos, quando ilegais, ou revogue-os por motivo de conveniência ou oportunidade. Gabarito: correto. 43. (Cespe - Proc/TC DF/2013) O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas próprias condutas. Comentário: de fato o controle administrativo é um controle de legalidade e mérito. No entanto, todos os Poderes exercem esse tipo de controle quando estiverem no exercício da função administrativa. Logo, não é exclusividade do Poder Executivo, o que torna a questão errada. Gabarito: errado. 44. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Os órgãos administrativos do Poder Judiciário, no exercício do controle administrativo, podem confirmar ou rever condutas internas, conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade. Comentário: nesse caso, a questão abordou especificamente os órgãos administrativos do Poder Judiciário, logo estamos falando do desempenho da função administrativa desse Poder. Nesse caso, é possível que o Judiciário exerça o controle administrativo sobre os seus próprios atos, podendo confirmar ou rever condutas internas, conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade (mérito). Portanto, a assertiva está correta. Gabarito: correto. 45. (CESPE - Tec MPU/2013) O direito de petição constitui instrumento de controle administrativo da administração pública. Comentário: os instrumentos utilizados no controle administrativo são a fiscalização hierárquica, o direito de petição, o processo administrativo ± bem como seus recursos administrativos, e o instrumento da arbitragem. O direito de petição encontra-VH�SUHYLVWR�QR�DUW�����;;;,9��³D´��GD�&)��FRPR�IRUPa de assegurar o direitodo administrado de obter resposta da Administração Pública para a defesa de direitos ou contra ilegalidades ou abuso de poder. Gabarito: correto. 46. (Cespe - Administrador/MIN/2013) O controle administrativo tem como fundamento o dever-poder de autotutela que a administração pública tem sobre suas atividades, atos e agentes, sendo um de seus instrumentos o direito de petição. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 79 Comentário: o fundamento do controle administrativo é o poder-dever de autotutela, já consagrado na famosa Súmula 473 do STF. Com efeito, dentre as várias formas de controle administrativo, podemos mencionar o direito de petição, ou seja, o direito do administrado de obter resposta. Gabarito: correto. 47. (Cespe - ATA/MJ/2013) O controle administrativo é instrumento jurídico de fiscalização sobre a atuação dos agentes e órgãos públicos, realizado de ofício por iniciativa própria, não se aceitando provocação da parte interessada. Comentário: o item começa bem, mas termina com um erro. Isso porque o controle administrativo pode ser realizado de ofício ou mediante provocação do interessado. Gabarito: errado. 48. (Cespe - AJ/TJDFT/2013) O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas abusivas praticadas por determinado servidor do TJDFT no exercício da função pública, mesmo não sendo diretamente afetado pela irregularidade perpetrada, deve fazê-lo por meio do instituto da reclamação. Comentário: na reclamação, o administrado está questionando um ato que afete diretamente um direito seu, ou seja, a pessoa deve ser diretamente afetada pela irregularidade. Quando não há essa relação direta, o instrumento adequado é a representação. Logo, o item está errado. Gabarito: errado. 49. (Cespe - Proc/TC DF/2013) Caso deseje o reexame de decisão relativa a determinado ato administrativo pela mesma autoridade que a emanou, o interessado deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade à qual o interessado se dirigir não ocupar cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o recurso interposto será um recurso hierárquico impróprio. Comentário: esse item parece um pouco confuso, por isso deve ser analisado com calma. São duas orações distintas que devem ser verificadas. No primeiro momento, o item afirma que o recurso dirigido à mesma autoridade que tomou a decisão é um pedido de reconsideração, o que está correto, uma vez que esse é o instrumento utilizado com essa finalidade, isto é, pedir que a mesma autoridade reconsidere o ato. No segundo momento, a questão aborda uma nova classificação, tratando como recurso hierárquico impróprio aquele dirigido à autoridade que não ocupa cargo na mesma hierarquia daquela que emitiu o ato, o que também é verdadeiro. Um exemplo é o recurso direcionado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ± CARF, que é um órgão especializado no julgamento de Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 79 recursos contra as decisões de delegacias da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Gabarito: correto. 50. (Cespe - Proc/AGU/2013) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é dirigido à autoridade de órgão não integrado na mesma hierarquia daquela que proferiu o ato, independe de previsão legal. Comentário: o recurso hierárquico (próprio) ocorre quando há hierarquia e, como nessa situação o controle é absoluto, independe de previsão legal. Por outro lado, o controle hierárquico impróprio só ocorre se existir expressa previsão legal, estabelecendo o órgão competente, as hipóteses de ocorrência e os limites de atuação. Assim, a questão está errada. Gabarito: errado. 51. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando estes estiverem eivados de vícios. Comentário: com base no princípio da autotutela, a Administração Pública tem o poder-dever de rever seus atos quando estiverem eivados de vícios (ilegalidades). No entanto, isso não ocorre a qualquer tempo. Nessa perspectiva, vamos dar uma olhada no conteúdo do art. 54 da Lei 9.784/1999: Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Outras leis específicas podem estabelecer outros prazos. Caso não exista nenhuma previsão legal, a doutrina adota o prazo prescricional de dez anos que consta no art. 205 do Código Civil. Gabarito: errado. 52. (Cespe - AJ/CNJ/2013) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar e controlar os atos praticados pelas entidades integrantes da administração direta, não sendo cabível este tipo de controle em face dos entes que compõem a administração indireta. Comentário: o controle legislativo pode ser exercido sobre as funções administrativas de todos os Poderes, mas direciona-se com maior força aos atos do Poder Executivo e da administração indireta. Nesse sentido, vale a leitura da competência atribuída ao Congresso Nacional pelo art. 49, X, da CF: X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 79 Além disso, ainda podemos mencionar o exercício do poder de fiscalização do Tribunal de Contas da União, que é considerado controle parlamentar e alcança todas as entidades da administração direta e indireta. Logo, o item está incorreto. Gabarito: errado. 53. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Portaria de caráter normativo editada pelo Ministério da Educação que seja ilegal poderá ser sustada pelo Congresso Nacional. Comentário: a Constituição Federal outorgou a competência ao Congresso 1DFLRQDO� SDUD� VXVWDU� RV� ³DWRV� QRUPDWLYRV´� GR� 3RGHU� ([HFXWLYR�� 3RUWDQWR�� podemos incluir nesse caso as portarias normativas dos ministros de Estado, conforme o caso mencionado na questão. Assim, o item está correto. Gabarito: correto. 54. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que a SUFRAMA, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pretenda contratar serviços de consultoria para auxiliar na elaboração do Plano Diretor Plurienal da ZFM, julgue o item a seguir. Realizada, a referida contratação estará submetida ao controle do Tribunal de Contas da União, órgão que auxilia o Congresso Nacional na sua atividade de controle externo. Comentário: o controle externo realizado pelo Tribunal de Contas da União alcança todas as entidades da administração direta e indireta. Dessa forma, a contratação realizada pela Suframa estará submetida ao controle do TCU. Com efeito, o titular do controle externo é o Congresso Nacional, sendo que o TCU o auxilia no exercício dessa atividade. Logo, a questão está correta. Lembrando��SRUpP��TXH�QmR�VH� WUDWD�GH�XP�yUJmR�³DX[LOLDU´��PDV�VLP�GH�XP� órgão que presta auxílio, pois existem atribuições próprios do Tribunal de Contas que são exercidas sem nenhuma participação do Congresso e que, inclusive, não podem ser modificadas por este último órgão. Gabarito: correto. 55. (Cespe - ACE/TC DF/2012) Cabe ao controle parlamentarapreciar a legalidade dos atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e contas. Comentário: o art. 70, CF, estabelece que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 79 interno de cada Poder. Assim, a questão está incorreta, pois é possível analisar a atuação administrativa sobre os aspectos da legitimidade, legalidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas. Gabarito: errado. 56. (Cespe - Adm/MIN/2013) O controle legislativo, que se aplica estritamente à administração pública direta, restringe-se ao controle político e financeiro. Comentário: o controle legislativo não se resume à administração pública direta (de todos os Poderes), alcançando também as entidades da administração indireta. Por isso, já poderíamos considerar a questão errada. A parte final do item, no entanto, fica um pouco complicada de julgar. Isso porque há inúmeras formas de designar a competência de fiscalização prevista no art. 70 da CF. $OJXQV�GRXWULQDGRUHV�FKDPDP�HOD�DSHQDV�GH�³ILVFDOL]DomR�ILQDQFHLUD´��R�TXH� tornaria a parte final da questão como correta. De outra forma, porém, poderíamos entender essa parte como errada, pois não mencionou o controle contábil, orçamentária, operacional e patrimonial. De qualquer forma, a questão, como um todo, está errada. Gabarito: errado. 57. (Cespe - Proc/AGU/2013) O TCU tem o dever de prestar ao Congresso Nacional, a qualquer de suas Casas ou de suas comissões, informações sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial que executar, bem como sobre os resultados das auditorias e inspeções que realizar. Comentário: essa é a regra estabelecida art. 71, VII, da CF, que determina que o TCU deve prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas. Assim, o item está perfeito. Gabarito: correto. 58. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as contas dos administradores de sociedades de economia mista e empresas públicas, visto que a participação majoritária do Estado na composição do capital não transmuda em públicos os bens dessas entidades. Comentário: a Constituição Federal estabelece que compete ao Tribunal de &RQWDV�GD�8QLmR�³julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 79 federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público´��&)��DUW������,,�� Perceba que não há nenhuma exceção na administração indireta, ou seja, o controle do TCU alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista. Antigamente, existia o entendimento de que as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não se submetiam ao controle do Tribunal de Contas da União. No entanto, em 2005, o STF mudou esse entendimento, concluindo que os tribunais de contas possuem competência para fiscalizar as empresas estatais exploradoras de atividade econômica. Nesse sentido, vejamos a ementa do MS 25.092/DF4: EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o responsável pelo seu acompanhamento em juízo deixa de apelar. O argumento de que a não-interposição do recurso ocorreu em virtude de não ter havido adequada comunicação da publicação da sentença constitui matéria de fato dependente de dilação probatória, o que não é possível no processo do mandado de segurança, que pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de segurança indeferido. (STF, MS 25.092/DF, Relator Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgamento em 10/11/2005, publicação no DJ 17/3/2006, p. 6) Assim, conclui-se que o item está errado. Gabarito: errado. 59. (Cespe - PRF/2013) Os atos praticados pelos agentes públicos da PRF estão sujeitos ao controle contábil e financeiro do Tribunal de Contas da União. Comentário: a Polícia Rodoviária Federal é um órgão da administração direta e que administra recursos públicos federais, logo os atos de seus agentes públicos submetem-se ao controle do Tribunal de Contas da União. Mesmo 4 Disponível em MS 25.092/DF. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 79 mencionando somente o controle contábil e financeiro, isso não torna a questão incorreta. Gabarito: correto. 60. (Cespe ± AnaTA/SUFRAMA/2014) Uma das formas de controle da administração pública é o controle judicial, que incide tanto sobre o mérito quanto sobre a legalidade dos atos da administração pública. Comentário: o controle judicial é um controle de legalidade e legitimidade e, portanto, não pode adentrar no mérito administrativo. Assim, o item está errado. Gabarito: errado. 61. (Cespe - Adm/MJ/2013) O Poder Judiciário pode examinar atos da administração pública de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos da legalidade e, também, da moralidade. Comentário: quando se fala que o controle do Poder Judiciário envolve a legalidade e legitimidade, diz-se que o ato será analisado quando à conformação com as normas e com o Direito, buscando analisar se o ato está de acordo com os princípios administrativos, dentre eles a moralidade. Portanto, pode-se dizer que o controle judicial avalia a moralidade do ato administrativo. Além disso, esse controle alcança os atos da administração de qualquer natureza, inclusive os discricionários. Dessa forma, o item está correto. Gabarito: correto. 62. (Cespe - Analista/BACEN/2013) O ato discricionário, dada sua natureza, não está sujeitoa apreciação judicial. Comentário: o que o controle judicial não verifica é o mérito, porém os atos discricionários podem sim ser analisados. Isso ocorre, por exemplo, quando se verifica o exercício do poder de polícia, buscando analisar a razoabilidade e a proporcionalidade dos atos restritivos. Conclui-se, pois, que o item está errado. Gabarito: errado. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 79 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONCEITO A Constituição da República se referiu à improbidade administrativa como forma de violação à moralidade administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema. Todavia, o dispositivo de importância maior é o §4º, art, 37, da Constituição, que estabelece a base para a responsabilização dos atos de improbidade administrativa: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Uma vez que se insere no texto constitucional, essa norma alcança a administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes, de todos os entes da Federação. Nesse contexto, a Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) define os sujeitos ativo e passivo do ato de improbidade (arts. 1º ao 3º); o próprio ato de improbidade, ainda que não o faça de maneira tão clara (arts. 9ª ao 11º); as sanções cabíveis (art. 12); e as normas da ação judicial em decorrência da prática do ato de improbidade (art. 17). SUJEITO PASSIVO DO ATO DE IMPROBIDADE De acordo com o art. 1º da Lei 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa podem ser praticados contra (sujeitos passivos): a) a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território; b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual; c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 79 SUJEITO ATIVO DO ATO DE IMPROBIDADE O sujeito ativo é representado pelas pessoas que podem praticar os atos de improbidade administrativa e, por consequência, sofrer as devidas sanções previstas na Lei 8.429/1992. Nesse contexto, existem dois tipos de sujeitos ativos dos atos de improbidade: a) os agentes públicos (art. 2º); b) os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º). NATUREZA DA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E CUMULAÇÃO DE INSTÂNCIAS A regra é a independência das instâncias penal, civil e administrativa, motivo pelo qual uma pessoa poderá sofrer ações nas três esferas. Todavia, a ação penal, que possui um procedimento mais solene, poderá interferir nas demais instâncias da seguinte forma5: a) a condenação criminal, invariavelmente, acarreta a condenação nas esferas civil e administrativa; b) a absolvição na esfera penal estende-se às outras instâncias exclusivamente quando fundada na inexistência do fato ou na ausência de autoria. Quanto à natureza da ação de improbidade, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo consideram que as penalidades previstas na Lei 8.429/1992 possuem natureza: a) administrativa: perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público, proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios; b) civil: ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, multa civil; e c) política: suspensão dos direitos políticos. ,QGHSHQGHQWHPHQWH� GR� TXH� VH� FRQVLGHUD� SRU� ³QDWXUH]D´�� R� IDWR� p que os atos de improbidade administrativa não geram sanções penais, sendo necessário, para tanto, a interposição de ação própria. ESPÉCIES DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A Lei 8.429/1992 classifica os atos de improbidade administrativa em três grandes grupos. 5 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 898-899. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 79 Os arts. 9º, 10 e 11 estabelecem os grupos de atos de improbidade, dividindo-os em atos que: a) importam enriquecimento ilícito (art. 9º); b) causam prejuízo ao erário (art. 10); c) atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11). A partir do enquadramento do ato em um desses grupos, serão aplicadas as penalidades previstas no art. 12 da Lei. Nesse caso, há uma verdadeira hierarquia das sanções, sendo que as penalidades mais rigorosas se aplicam aos atos que importam enriquecimento ilícito, e as penas mais brandas aos que atentam contra os princípios da Administração Pública. Atos que importam enriquecimento ilícito De acordo com o art. 9º da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito ³auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou DWLYLGDGH�QDV�HQWLGDGHV´ Atos que causam lesão ao erário Consoante o art. 10 da LIA, constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades abrangidas pela Lei. Com efeito, o art. 10 foi claro em mencionar que este grupo alcança qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa. A doutrina e a jurisprudência consideram que é necessário demonstrar a existência do elemento subjetivo do ato, ou seja, o dolo ou a culpa. O dolo ocorre quando o agente possui a intenção de praticar a conduta prevista na lei; por outro lado, a culpa ocorre quando ele atua com negligência, imprudência ou imperícia. No caso dos atos de improbidade administrativa, só se admite conduta culposa naqueles que causam lesão ao erário; enquanto, nos outros casos (os que importam enriquecimento ilícito e os que atentam contra os princípios da Administração Pública) só admitem conduta dolosa. O dolo, no entanto, conforme entendimento do STJ, não precisa ter finalidade específica (dolo específico), basta o dolo genérico. Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública Constitui ato que atenta contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 79 SANÇÕES CABÍVEIS Deacordo com o art. 12 da Lei 8.429/1992, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: a) para os atos que importam enriquecimento ilícito: o perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; o ressarcimento integral do dano, quando houver; o perda da função pública; o suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; o pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e o proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; b) para os atos que causam prejuízo ao erário: o ressarcimento integral do dano; o perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância; o perda da função pública; o suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; o pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e o proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; c) para os atos atentam contra os princípios da Administração Pública: o ressarcimento integral do dano, se houver; Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 79 o perda da função pública; o suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e o proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Todavia, a autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual (art. 20, caput e parágrafo único). Ademais, o art. 21 determina que a aplicação das sanções previstas na Lei independe: a) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Por fim, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES O art. 13 da LIA determina que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. REPRESENTAÇÃO Conforme consta no art. 14, é facultado a qualquer pessoa representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. COMPETÊNCIA A competência para processar e julgar a ação civil por ato de improbidade administrativa é do juiz de 1º grau (Federal ou estadual) com jurisdição na sede da lesão. A ação tramitará na Justiça Federal se houver interesse da União, autarquias ou empresas públicas federais (CF, art. 109, I); caso contrário, será de competência da justiça estadual. Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 79 PRESCRIÇÃO O art. 23 da Lei 8.429/1992 determina que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas em decorrência de ato de improbidade administrativa podem ser propostas: a) em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; b) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. (VVH�SUD]R�SUHYLVWR�QR�LWHP�³E´�YDULD�FRQIRUPH�R�HQWH�GD�)HGHUDomR��1R�FDVR�GD�8QLmR�� o prazo prescricional é de cinco anos, conforme consta no art. 142, I, da Lei 8.112/19906. Vamos praticar? 63. (Cespe - Proc/TC-DF/2013) O ato de improbidade, que, em si, não constitui crime, caracteriza-se como um ilícito de natureza civil e política. Comentário: o art. 37, §4º, da LIA determina que as penalidades decorrentes dos DWRV�GH�LPSURELGDGH�DGPLQLVWUDWLYD�GHYHP�VHU�DSOLFDGDV�³VHP�SUHMXt]R�GD�DomR� penaO� FDEtYHO´�� 3RUWDQWR�� D� DomR� H� VXDV� SHQDOLGDGHV� QmR� SRVVXHP� QDWXUH]D� penal. De acordo com Maria Di Pietro, o ato de improbidade administrativa caracteriza um ilícito de natureza civil e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. Dessa forma, o item está correto. Gabarito: correto. 64. (Cespe - ATA/MIN/2013) Os agentes políticos cujos atos puderem configurar crimes de responsabilidade não se submetem ao regime da Lei de Improbidade Administrativa. Comentário: o conceito de agente público da Lei 8.429/1992 é amplo, abrangendo todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades alcançadas pela Lei. 6 Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; Noções de Direito Administrativo ± INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida ± Aula 03 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 79 Todavia, o STF, na Reclamação 2.138/DF, declarou que os agentes políticos passíveis de responder por crime de responsabilidade, na forma prevista no art. ����� ,�� ³F´�� GD� &RQstituição Federal, e na Lei 1.079/1950, não se sujeitam às disposições da Lei 8.429/1992. Assim, em linhas gerais, podemos considerar a assertiva correta. Gabarito: correto. 65. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Um ato de improbidade administrativa praticado por servidor público não pode ser simultaneamente enquadrado como um ilícito administrativo, o que exime a autoridade competente de instaurar qualquer procedimento para apuração de responsabilidade de natureza disciplinar. Comentário: as instâncias são independentes. Logo, um ato de improbidade administrativa também poderá ser enquadrado nas esferas administrativa e penal. Por exemplo, um servidor público federal que dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei poderá ser responsabilizado na esfera penal (Lei 8.666/1993, art. 89); na esfera administrativa (Lei 8.112/1990, art. 132, I e IV); e por ato de improbidade administrativa ± esfera civil (Lei 8.429/1992, art. 10, VIII). Logo, o servidor público poderá ser enquadrado simultaneamente pelo ilícito
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