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Curitiba 2016 Legislacao de Transito I ~ç ^ Sumário Carta ao Aluno | 5 1. A legislação e o trânsito | 7 2. Administração de trânsito | 19 3. Educação para o trânsito | 25 4. Sistemática da habilitação | 35 5. Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) | 39 6. Sistemática do veículo | 53 Conclusão | 61 Referências | 63 Caro aluno(a), Este é o conteúdo da primeira disciplina específica do curso de graduação em Gestão de Trânsito da FAEL – Legislação de Trânsito I. Aqui você entenderá como se organiza o Sistema Nacional de Trânsito, o papel de todos os órgãos e entidades que cuidam da elaboração de leis, regulamentações, fiscalização e aspectos legais. Conhecerá a importância da educação para o trânsito, uma das mais importantes ferramentas para termos um trânsito seguro e cons- ciente. Por fim, aprenderá os processos para obtenção de CNH e como funciona toda a sistemática para habilitação. Carta ao Aluno – 6 – Legislação de Trânsito I A próxima disciplina, Legislação de Trânsito II, complementará seus conhecimentos sobre os aspectos legais do trânsito, incluindo vias públicas e sinalização, a regulamentação dos veículos, regras de circulação e conduta, e penalidades e infrações no trânsito. O curso de graduação em Gestão de Trânsito da FAEL é uma abrangente formação em Processos Gerenciais, com ênfase em assuntos relacionados ao trânsito. Ao final do curso, você terá conhecimentos sobre todos os aspectos do complexo Sistema Nacional de Trânsito. Entre os conteúdos específicos do curso, estão o funcionamento dos Centros de Formação de Condutores, noções de gestão de pessoal e de admi- nistração escolar, e até mesmo aspectos ligados a cidadania e meio ambiente, intimamente vinculados ao trânsito. Bons estudos! 1 A legislação e o trânsito 1.1 Contexto histórico, econômico, social e jurídico A Legislação de Trânsito engloba conhecimentos de caráter histórico, social, econômico e, principalmente, jurídico. O veículo automotor surge em 1884, na Europa, quando os franceses Édouard Delamare-Deboutteville e Léon Malandin patenteiam um veículo de quatro rodas, dotado de motor de com- bustão interna de quatro tempos. Legislação de Trânsito I – 8 – Os estudos relativos aos automotores haviam começado dois sécu- los antes, mas é no patenteamento do primeiro veículo que se tem este marco histórico. O veículo automotor chega ao Brasil com maior representa- tividade no início do século XX, nos anos 10, mas somente na década de 1950, com o advento da industrialização do país, se ini- cia a expansão e massificação de seu uso. No contexto econômico, são indiscutíveis os benefícios trazidos ao país por fábricas e montadoras de automóveis, com os muitos empregos gerados de forma direta e indireta. Esse cenário se concretiza com a crescente instalação de fábricas e mon- tadoras no Brasil entre 1957 e 1964. Em 1957, saiu às ruas o primeiro carro fabricado no Brasil: a perua DKW. Naquele ano, foram produzidos 30,5 mil veículos no Brasil. Na série histórica elaborada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2013 houve o pico da produção de veículos no Brasil: mais de 3,7 milhões de unidades. Possuir um automóvel transformou-se em símbolo de status, sem que, no entanto, o ser humano que o conduz pratique o tempo todo o que apren- deu quando prestou exame para obter sua Carteira Nacional de Habilitação. E é neste contexto social que se verifica a triste realidade brasileira: uma média de 43 mil mortes no trânsito a cada ano, segundo o histórico de esta- tísticas do Observatório Nacional de Segurança Viária. Não cabe somente aos órgãos oficiais tomar providências relativas à edu- cação e sistematização do trânsito. Todos os membros da sociedade devem atuar como educadores de trânsito, pois este envolve não só motoristas, mas também pedestres e ciclistas. Fonte: Shutterstock.com/RetroClipArt – 9 – A legislação e o trânsito Você sabia A Legislação de Trânsito tem por finalidade assegurar a integridade do indivíduo, seja ele condutor ou pedestre, permitindo que ele tran- site e alcance seu destino sem sofrer dano algum. 1.2 Elementos do trânsito Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e ani- mais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga. Os elementos do trânsito são: 2 o homem; 2 o veículo; 2 a via. A associação desses três elementos leva também a situações como con- gestionamentos, acidentes, excesso de tempo perdido, stress etc. O conheci- mento e a educação para o trânsito podem aliviar esses problemas. 2 O homem As pessoas reagem de formas diferentes diante de uma situação de perigo, porém as reações mais comuns são as de ansiedade e de medo. O comportamento no trânsito reflete o padrão de conduta social do dia a dia dos condutores e pedestres. A pessoa reproduz no trân- sito o que faz na sua vida diária. Um indivíduo ajustado socialmente tem mais capacidade de aceitar as regras e expressar um comportamento seguro no trânsito. Um indivíduo desajustado socialmente é passível de cometer infrações e provocar acidentes. Legislação de Trânsito I – 10 – 2 O veículo Os veículos foram criados por pessoas para transportá-las e para transportar coisas - criados e construídos, sobretudo, para atender uma necessidade vital que é o direito de ir e vir. 2 A via A via é a superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista de rolamento, a calçada, o acostamento, ilhas e canteiro central. 1.3 As leis de trânsito Com o uso crescente de veículos automotores, a sociedade urbana per- cebeu que não tinha estrutura física em suas cidades nem comportamento social adequado para suportar esse novo elemento. Por isso, surgiram as leis de trânsito. No Brasil, o primeiro Código Nacional de Trânsito foi instituído em 28 de janeiro de 1941 e atualizado em 1966. O quadro a seguir ilustra a crono- logia da legislação de trânsito brasileira: Quadro 1 - Cronologia das principais leis de trânsito brasileiras. DATA DOCUMENTO MATÉRIA 12/mar/1856 Decreto 1.733 Autoriza a primeira concessão de transporte urbano para veículos que se locomovem em trilhos e puxados por animais, no Rio de Janeiro. 27/out/1910 Decreto 8.324 Aprova o regulamento para o ser- viço supervisionado de transporte de passageiros ou mercadorias por meio de automóveis industriais, ligando dois ou mais Estados da União ou dentro de um só Estado. – 11 – A legislação e o trânsito DATA DOCUMENTO MATÉRIA 26/dez/1921 Lei 1.835-C Cria, dentro da Diretoria de Obras Públicas, uma Diretoria de Estra- das de Rodagem, estabelecendo normas para o estudo, construção e conservação, segurança e poli- ciamento das estradas de rodagem (“Lei Magnífica”). 24/jul/1928 Decreto 18.323 Cria a “Polícia de Estradas” e define regras de trânsito rodoviário. 17/dez/1929 Decreto 19.038 Promulga a convenção internacio- nal relativa à circulação de auto- móveis, firmada em Paris a 24 de abril de 1926. 31/jul1937 Lei 547 Cria o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), a partir da já existente Comissão de Estradas de Rodagem Federais. 28/jan/1941 Decreto-lei 2.994 Institui o primeiro Código Nacio-nal de Trânsito. 25/set/1941 Decreto-lei 3.651 Dá nova redação ao Código Nacional de Trânsito. Cria o Con- selho Nacional de Trânsito (Con- tran), com sede no Distrito Fede- ral e subordinado diretamente ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores, e os Conselhos Regio- nais de Trânsito (CRT), nas capi- tais dos Estados, subordinados aos respectivos governos. Legislaçãode Trânsito I – 12 – DATA DOCUMENTO MATÉRIA 27/dez/1945 Decreto-lei 8.463 Reorganiza o DNER e cria o Fundo Rodoviário Nacional, a partir de imposto sobre combus- tíveis, destinado a obras rodovi- árias. Surge a partir dessa data a denominação “Polícia Rodo- viária Federal”, uma vez que o artigo 2° concede ao DNER o direito de exercer o poder de polícia de tráfego. 13/ago/1948 Lei 302 Estabelece a participação dos municípios no Fundo Rodoviário Nacional, sendo a receita desti- nada à construção e à conservação de rodovias municipais. 12/dez/1957 Decreto 42.799 Determina que a Polícia Rodovi- ária Federal seja incorporada pela Divisão de Trânsito do DNER (órgão responsável pelos serviços técnicos e administrativos ligados à gestão do trânsito). 28/jun/1965 Decreto 56.510 Cria o Serviço de Polícia Rodovi- ária Federal, vinculado ao Depar- tamento Federal de Segurança Pública. Esse serviço supervisiona a atuação da Polícia Rodoviária Federal (do DNER), que passa a ser denominada Patrulha Rodovi- ária Federal para evitar a confusão de nomes. 21/set/1966 Lei 5.108 Institui o segundo Código Nacio-nal de Trânsito. – 13 – A legislação e o trânsito DATA DOCUMENTO MATÉRIA 23/fev/1967 Decreto-Lei 237 Modifica o Código Nacional de Trânsito e cria o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), integrante do Ministério da Jus- tiça e Negócios Interiores. 20/out/1967 Lei 5.356 Cria o Plano Nacional de Viação. 16/jan/1968 Decreto-Lei 62.127 Regulamenta o Código Nacional de Trânsito. 08/nov/1968 Convenção Brasil participa da Convenção de Viena, na Áustria, referente ao transporte viário com regras inter- nacionais e padronização de sinali- zação de trânsito. 21/mar/1969 Decreto-Lei 512 Regula a Política Nacional de Via- ção Rodoviária e fixa diretrizes para a reorganização do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. 24/set/1974 Decreto 74.606 Cria a Diretoria do DNER e inte- gra a ela a Divisão do Serviço de Polícia Rodoviária. 10/dez/1981 Decreto 86.714 Promulga a Convenção de Viena sobre Trânsito Viário. 05/out/1988 Constituição Federal Promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. Institucionaliza e integra a Polícia Rodoviária Federal ao sistema de Segurança Pública. 12/abr/1990 Lei 8.028 Determina a integração da Polí- cia Rodoviária Federal à estrutura organizacional do Ministério da Justiça, como Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Legislação de Trânsito I – 14 – DATA DOCUMENTO MATÉRIA 27/out/1993 Decreto 761 Cria a Secretaria de Trânsito do Ministério da Justiça, com a fina- lidade de coordenar e exercer o controle da política nacional de trânsito. O Departamento Nacio- nal de Trânsito (Denatran), a Polí- cia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Ferroviária Federal (PFF) passam a integrar a estrutura regi- mental da Secretaria de Trânsito (posteriormente extinta em 1995). 24/jan/1996 Decreto 1.796 Integra o Departamento de Polí- cia Rodoviária Federal à estrutura da Secretaria de Planejamento de Ações Nacionais de Segurança Pública do Ministério da Justiça. 23/set/1997 Lei 9.503 Institui o atual Código de Trânsito Brasileiro. 05/jun/2001 Lei 10.233 Cria três novos órgãos para administrar a infraestrutura de transportes no Brasil: o Depar- tamento Nacional de Infraestru- tura de Transportes (DNIT), a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e a Agência Nacional de Transportes Aquavi- ários (ANTAQ). 14/fev/2002 Decretos 4.129, 4.130 e 4.122 Assinalam a implantação efetiva do DNIT, ANTT e ANTAQ, respectivamente. 14/fev/2002 Decreto 4.128 Extingue o DNER. – 15 – A legislação e o trânsito DATA DOCUMENTO MATÉRIA 13/ago/2010 Resolução 358 Regulamenta o credenciamento de entidades para capacitação de profissionais dos CFCs e detalha como os CFCs devem atuar na formação de motoristas e recicla- gem de condutores infratores. 05/mai/2016 Lei 13.281 Reformula e atualiza 34 artigos do CTB, sobre 25 temas diferentes, entre eles bloqueio de vias públi- cas, uso de celular ao volante e valores de multas. Fonte: Conselho Nacional de Trânsito Todas essas normas, que têm por objetivo disciplinar a ordem no trân- sito, fazem parte da Legislação de Trânsito, que é constituída de leis, decretos, resoluções, portarias e outros. 1.4 Definições jurídicas Lei, decreto-lei, decreto, resolução, portaria e outros elementos jurídicos têm diferentes objetivos, definições e usos: a) Lei: norma jurídica obrigatória, de efeito social, elaborada pelo Poder Legislativo (deputados e senadores), que elabora e vota. É sancionada pelo presidente da República. Ex: Lei 9.503/97, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro; b) Decreto: ato administrativo da competência exclusiva dos chefes do Poder Executivo (governo federal, estadual e municipal). O decreto detalha a lei, regulamentando seu fiel cumprimento. Pode ser individual (referindo-se a uma pessoa ou grupo – no caso de uma nomeação, por exemplo) ou geral (referindo-se a pessoas em uma mesma situação). Como ato administrativo, o decreto está sempre em situação inferior à da lei e, por isso mesmo, não pode ir contra ela. Ex: Decreto n° 2.327/97 de 23/ 09/97 — dispõe sobre Legislação de Trânsito I – 16 – a Coordenação do Sistema Nacional de Trânsito, composição do Contran e outras providências; c) Decreto-lei: foi extinto pela Constituição de 1988, sendo substi- tuído pela Medida Provisória, que poderá ser expedida pelo presi- dente da República, em caso de relevância e urgência, devendo ser convertida em lei no prazo de 30 dias, sob pena de perder eficácia (art.62 da Constituição), podendo ser renovada; d) Resolução: ato administrativo normativo expedido pelas altas auto- ridades do Poder Executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, ministros e secretários de estado, para disciplinar matéria de sua competência específica. Por exceção admitem-se resoluções individuais (destinada a uma só pessoa). As resoluções, normativas ou individuais, são sempre atos inferiores ao regulamento e ao regimento, não podendo trazer ino- vações nem contraria-los, apenas complementa-los. Ex: Resoluções do Contran e Cetran; e) Portaria: documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regu- lamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões. Ex: Portarias do Denatran; f ) Deliberação: ato administrativo normativo ou decisório, emanado de órgãos colegiados. Quando normativo, é um ato geral (desti- nado a pessoas em uma mesma situação); quando decisório, é um ato individual (voltado a um indivíduo ou grupo específico). As deliberações gerais são sempre superiores, de modo que o órgão que as expediu não pode contrariá-las nas decisões subsequentes. Ou seja, uma deliberação normativa nunca pode ser confrontada por uma deliberação individual do mesmo órgão. Ex: Deliberação do Contran; g) Circular: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou agentes administrativos incumbi- dos de certo serviço, ou do desempenho de certas atribuições em circunstâncias especiais. São atos de menor generalidade que as – 17 – A legislação e o trânsito instruções, embora colimem o mesmo objetivo: o ordenamento do serviço; h) Instrução: ordem escrita e geral expedida pelo superior hierárquico, a respeito do modo e forma de execução de determinado serviço público. Seu objetivo é orientar os subalternos no desempenho das atribuições que lhes estão afetas e assegurar a unidade de ação no organismo administrativo.As instruções não podem contrariar a lei, o decreto, o regulamento, o regimento ou o estatuto do serviço, uma vez que são atos inferiores, de meio ordenamento administrativo. 1.5 Tratados e convenções internacionais Como participante da Convenção de Viena, o Brasil assinou, em 1968, a Convenção sobre Trânsito Viário, um acordo internacional que estabelece regras de trânsito comuns entre os países signatários. Entre seus muitos tópicos, está a uniformidade de sinalização e de regras para todos os condutores circulando em qualquer desses países, para aumen- tar a segurança nas estradas e facilitar o trânsito internacional. No Brasil, o texto foi aprovado em 1980, pelo Decreto no 33, e promulgado em 1981, pelo Decreto n° 86.714. A legislação de trânsito brasileira tem por base esse tratado internacional. O Brasil também assinou o Acordo sobre Regulamentação Unificada de Trânsito, de 29/09/1992 (com países do Mercosul). 2 Administração de trânsito A organização do Sistema Nacional de Trânsito, do ponto de vista administrativo, mereceu atenção no Código de Trânsito Brasi- leiro (CTB), instituído pela Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997. O capítulo II, a partir do artigo 5º, descreve as funções e atribuições de cada órgão envolvido na administração do trânsito. O Sistema é composto por órgãos normativos, executivos, fis- calizadores e julgadores. Legislação de Trânsito I – 20 – 2.1 Órgãos normativos São os Conselhos de Trânsito, os que estabelecem as normas para o cum- primento do CTB. Também coordenam as atividades de outros órgãos liga- dos ao trânsito e prestam esclarecimentos e orientação acerca da legislação de trânsito em vigor. Somente existem em âmbito nacional e estadual. 2 CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito É o órgão máximo normativo nacional, coordenador de todas as políticas e dos órgãos que fazem parte do Sistema Nacional de Trânsito, com o objetivo de integrar suas atividades. Subordinado ao Ministério das Cidades, tem sede em Brasília, DF. Suas funções estão detalhadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 12. 2 CETRAN - Conselho Estadual de Trânsito e CONTRANDIFE - Conselho de Trânsito do Distrito Federal Com atribuições semelhantes, são os órgãos normativos em âmbito estadual e do Distrito Federal, respectivamente. Cada Estado do Brasil deve ter um CETRAN, com sede em sua respectiva capital. Entre suas responsabilidades, está o acompanhamento e coordena- ção de atividades de administração, educação, engenharia, fiscaliza- ção, policiamento ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Sis- tema no Estado, reportando-se ao CONTRAN. Suas demais funções estão detalhadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigos 14 e 15. 2.2 Órgãos executivos São os responsáveis por colocar em prática o que dizem as leis, fazendo-as serem cumpridas. Existem os órgãos rodoviários (com atuação em rodovias) e os órgãos de trânsito (com atuação em vias urbanas), tanto em esfera nacional quanto estadual e municipal, cada qual com uma atribuição específica. – 21 – Administração de trânsito 2 DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito Com sede em Brasília-DF, é o órgão máximo executivo do Sistema Nacional de Trânsito, com jurisdição sobre todo o território nacional. Cabe a ele, entre outras coisas, trabalhar em conjunto com outros órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de Transporte e de Segu- rança Pública, em prol de ações pela ordem e segurança no trânsito. Também é sua responsabilidade supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados com a engenharia, educação, administração, policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando à uniformidade de procedimentos. Suas funções são especificadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 19. 2 DETRAN – Departamento Estadual de Trânsito É o órgão executivo que atua em âmbito estadual. Cada Estado da federação possui o seu DETRAN, e também o Distrito Federal. Entre seus principais papeis, por delegação do DENATRAN, está a organização de todo o processo de formação e reciclagem de con- dutores, inclusive com a emissão e cassação da Carteira Nacional de Habilitação; vistoria e emplacamento de veículos, expedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento Anual; aplicação de multas e outras atribuições. Suas demais funções estão explicitadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 22. 2 Entidades executivas de trânsito dos municípios Cuidam do cumprimento da legislação de trânsito nas áreas sob sua jurisdição (a abrangência do município), sendo subordinadas ao DETRAN do seu Estado. Suas responsabilidades incluem planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, pedestres, ciclistas e animais, e por implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle viário. Outras atribuições são mencionadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 24. Legislação de Trânsito I – 22 – 2 DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Trans- porte e DER – Departamento Estadual de Estradas de Rodagem São órgãos executivos rodoviários, com atuação nas esferas federal e estaduais, respectivamente. Em alguns municípios, contam com o apoio de departamentos municipais de estradas de rodagem. Sua responsabilidade é garantir a movimentação adequada de pes- soas e bens nos sistemas rodoviários federal, estadual e municipal. Suas funções são explicitadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 21. 2.3 Órgãos fiscalizadores São os que controlam o cumprimento da lei, de acordo com a circuns- crição de cada um. Normalmente ligados à segurança pública, têm diferentes alçadas de atuação, mas sempre ligadas à manutenção da ordem pública. Além disso, as entidades executivas de trânsito e rodoviárias também podem exercer fiscalização (no limite de sua alçada) por meio de corpo pró- prio de funcionários destacados para essa função. 2 Polícia Rodoviária Federal Com atuação nas rodovias federais, tem a principal missão de exer- cer patrulhamento ostensivo. Suas funções são mencionadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 20. 2 Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal Podem trabalhar em conjunto com agentes de órgãos executivos de trânsito para fiscalização. Suas funções são mencionadas no CTB, Capítulo II, seção II, artigo 23. – 23 – Administração de trânsito 2.4 Órgãos julgadores São juntas administrativas que julgam recursos interpostos por condu- tores que não concordam com penalidades ou multas a eles impostos por um órgão executivo (tanto rodoviário quanto de trânsito). Cada órgão executivo tem a sua junta. 2 JARI - Junta Administrativa de Recursos de Infrações Regidas pelos termos dos artigos 16 e 17 do CTB, as JARI atuam junto a órgãos executivos em âmbito nacional, estadual e munici- pal, julgando recursos de infrações. 2 Conselhos de Trânsito Podem exercer a função de órgãos julgadores em algumas situações, apontadas pelo artigo 289 do CTB. 3 Educação para o trânsito 3.1 Trânsito cidadão A educação de trânsito visa preservar a vida e a integridade física dos seres humanos. Por isso, deve começar pelas crianças e ter continuidade na adolescência e na vida adulta, para que haja um constante aprimoramento e se consiga um trânsito seguro e confiável. Todas as pessoas - condutores ou pedestres - devem conhecer as regras básicas de comportamento e segurança no trânsito, para que possam respeitar e usufruir do direito de ir e vir. Legislação de Trânsito I – 26 – Essa convivência harmoniosa é ditada de maneira clara no Código de Trânsito Brasileiro (CTB): respeitadas as normas de circulação e conduta, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurançados meno- res, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, por preservar a vida do pedestre. (Cap. III, art. 29, § 2º ) 3.2 Educação para o trânsito nas escolas O trânsito é complexo, por seus muitos aspectos e atores envolvidos. A legislação de trânsito assegura aos indivíduos os seus direitos, deveres e obri- gações no dia a dia. Um dos fatores de caráter preventivo para aprimorar a segurança do trânsito é a educação. Embora não conste entre os temas transversais dos Parâ- metros Curriculares Nacionais, que norteiam os currículos escolares a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 1996), a educação para o trânsito já era sugerida em 1991 como tema transversal tanto no ensino fundamental quanto médio pela Portaria 678, de 1991, do Minis- tério da Educação. Mais tarde, em 1997, o Código de Trânsito Brasileiro dedica o artigo 76 à organização da educação para o trânsito nas escolas. Com as Diretrizes Nacio- nais para a Educação de Trânsito, criadas pelo Departamento Nacional de Trân- sito (Denatran) em 2009 (Portaria 147/09), o tema ganha mais visibilidade. No entanto, ainda são poucas as escolas das redes pública ou privada que adotam a orientação de preparar jovens cidadãos para aspectos como convívio social, locomoção, comunicação e segurança, tanto de motoristas e motoci- clistas quanto de pedestres, passageiros e ciclistas. Os condutores, por exemplo, precisam não só dominar as técnicas de condução de veículos, mas também conhecer a legislação, compreender a relação entre veículos e pedestres e saber como utilizar as vias respeitando o direito do outro. A quem vai prestar exame para obter a Carteira Nacional de Habilitação, a orientação dever ser no sentido de que o futuro motorista: 2 conheça a legislação de trânsito e sua aplicabilidade; – 27 – Educação para o trânsito 2 tenha o controle técnico do veículo e o controle emocional (saiba enfrentar situações de desafio no cotidiano do trânsito); 2 obedeça a legislação e faça cumpri-la, em seu favor e dos demais; 2 promova um trânsito seguro e confiável. Conduzir é um todo, ou seja, é o veículo, o conhecimento téorico, o conhecimento prático, as leis, as vias, o condutor e o pedestre. 3.3 Acidentes de trânsito Uma das tarefas mais difíceis no Brasil é estabelecer o índice real de acidentes e mortes no trânsito a cada ano. Diferentes fontes de informação e de tratamento dos dados resultam em medições contraditórias e, por isso, pouco confiáveis. A Resolução 607/16 do CONTRAN, publicada em maio de 2016, é mais uma tentativa de unificação desses dados – ela cria o Registro Nacio- nal de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (RENAEST). O objetivo é unir e padronizar as estatísticas de acidentes e mortes no trânsito. Com resultados mais precisos, espera-se que seja mais cuidadosa também a avaliação sobre o que ações podem ser tomadas para reduzir acidentes e mortes no trânsito. É comum que a orientação para o trânsito se volte com mais ênfase aos motoristas, a quem cabe ter redobrada atenção já que “conduzir não é apenas dirigir um veículo”. É preciso estar atento ao conjunto – homem, veículo, via – e ao comportamento de outros motoristas e pedestres. Entre as causas mais comuns de acidentes em que o condutor é respon- sável, estão: 2 má visibilidade; 2 excesso de velocidade; 2 embriaguez; 2 não observar o tráfego ao cruzar preferenciais ou vias de sentido único; 2 dar marcha à ré sem atenção e em locais proibidos; 2 não respeitar a sinalização das vias. Legislação de Trânsito I – 28 – Também é muito grande o número de acidentes causados por pedestres, por falta de atenção, imprudência ou desconhecimento das regras. Entre as causas principais de acidentes ocasionados por pedestres, estão: 2 sair às vias públicas embriagado; 2 caminhar contra o fluxo de tráfego sem tomar nenhuma precaução; 2 surgir repentinamente pelas laterais da via, em pontos sem visibili- dade nos cruzamentos; 2 sair subitamente de trás de veículos estacionados; 2 ficar indeciso numa travessia; 2 não ter conhecimento das regras de circulação e de seus deveres como pedestre. 3.4 Aspectos negativos do condutor A imprudência, a negligência e a imperícia são aspectos negativos dos condutores, que muitas vezes resultam em acidentes ou colaboram para a má fluidez do tráfego. 2 Atitudes imprudentes • fazer ultrapassagem forçada; • ter equipamentos de segurança do veículo defeituosos ou mal conservados; • dirigir após ter ingerido bebida alcoólica; • dirigir após ter consumido drogas; • imprimir velocidade excessiva ou incompatível com a segurança do trânsito; • desrespeitar a sinalização; • desrespeitar os pedestres. 2 Atitudes negligentes • não portar, no veículo que está dirigindo, os equipamentos obrigatórios; – 29 – Educação para o trânsito • não fazer manutenção regular destes equipamentos; • não dirigir defensivamente; • não portar os documentos obrigatórios (seus e do veículo). 2 Atitudes imperitas • inabilidade técnica, ou seja, não ter habilidade para dominar o veículo em qualquer situação; • inaptidão, ou seja, não estar capacitado para dirigir (não ter aprendido como fazê-lo, não conhecer as leis de trânsito e a sinali- zação etc.). 3.5 Regras de circulação para pedestres Tanto para condutores quanto para pedestres, existem regras para tra- vessia de vias e circulação por calçadas, rodovias (com e sem acostamento) e ruas. A sinalização ajuda a garantir a segurança e disciplinar o bom uso da infraestrutura viária, mas mesmo onde ela não está presente é possível agir de maneira prudente e evitar acidentes. 3.5.1 Comportamento do pedestre Uma combinação de bom senso, atenção e respeito garantem a integri- dade física do pedestre mesmo em locais de grande circulação de veículos. 2 Nas vias urbanas: • Respeitar a sinalização horizontal (no chão), vertical (placas) e sema- fórica (sinais sonoros e luminosos), bem como agentes de trânsito; • Caminhar sempre pela calçada ou faixas específicas, longe do meio- -fio, mantendo a direita para que o fluxo de pessoas seja organizado; • Onde não houver calçadas ou faixas privativas, o pedestre deverá circular sempre pela esquerda da via, em fila única, e em sentido contrário ao dos veículos; • Atenção para entrada e saída de garagens. Embora os carros devam ceder passagem aos pedestres (Cap. III, art. 38, parágrafo único, Legislação de Trânsito I – 30 – do Código de Trânsito Brasileiro), recomenda-se cautela ao cruzar entradas/saídas de garagens, com respeito mútuo entre veículos e pedestres. Assim, pedestres podem também aguardar a passagem dos veículos antes de prosseguir; • Se estiver com uma criança, o pedestre deverá segurá-la pelo punho, mantendo-a à sua direita (longe do meio-fio); • Se estiver com um animal de estimação, este também deverá ser conduzido à sua direita, sempre com coleira e, dependendo do porte do animal, focinheira; 2 Nas rodovias ou estradas rurais: • Caminhar sempre pelo acostamento, no sentido contrário à circu- lação dos veículos (ou seja, mantendo-se do lado esquerdo da via), em fila única; • Quando não houver acostamento, caminhar o mais distante pos- sível do espaço por onde passam os veículos, também em sentido contrário ao fluxo. Importante O ciclista desmontado, empurrando sua bicicleta, equipara-se ao pedestre em direitos e deveres (Cap. IV, art. 68, § 1º, do CTB) . 3.5.2 Regras de travessia A organização do trânsito prevê meios de proteção para que o pedestre possa cruzar vias públicas com o maior grau de segurança possível. O policial de trânsito, o semáforo para pedestres, a sinalização vertical (placas) e a sinali- zação horizontal (no chão) são os meios de proteção mais utilizados.Em locais dotados desses recursos, o pedestre pode atravessar a via verificando: 2 a utilização da faixa de pedestres demarcada no chão; – 31 – Educação para o trânsito 2 a indicação de travessia dada pela luz verde no semáforo para pedestres; 2 a parada total de veículos determinada pela luz vermelha no semá- foro para veículos; É proibido, sob pena de multa, parar e/ou estacionar sobre a faixa de pedestres ou, quando existir, a guia rebaixada para travessia de pessoas com dificuldade de locomoção. Importante O agente de trânsito (policial de trânsito) tem autoridade maior do que a sinalização horizontal ou vertical, portanto ele pode organizar e delimitar o fluxo de veículos e a travessia dos pedestres mesmo que a sinalização existente indique outra coisa, e todos devem respeitar as indicações dele. Ao atravessar uma via, seja ela rua ou estrada, em que não haja meios de proteção, o pedestre deve: 2 Olhar mais de uma vez para ambos os lados, certificando-se de que nenhum veículo se aproxima ou, mesmo que haja veículos, calcu- lando se há tempo suficiente para atravessar sem risco de atropela- mento ou de obstruir/retardar o tráfego; 2 Realizar a travessia de maneira perpendicular à calçada ou borda da pista, a passos rápidos (sem correr), sem hesitação ou demora; 2 Optar por locais de maior visibilidade (retas planas), evitando cur- vas, aclives (subidas) ou declives (descidas); 2 Utilizar a passarela de pedestres, quando existir. 3.5.3 Determinações do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) O CTB estabelece, em seus artigos 68 a 71, regras de circulação para pedestres e condutores de veículos não motorizados. Legislação de Trânsito I – 32 – Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passa- gens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utiliza- ção de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres. § 1°. O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres. § 2°. Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida. § 3°. Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento, será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslocamento de veí- culos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida. § 4°. Os pedestres poderão utilizar-se da pista de rolamento, observadas as normas dos §§ 1° e 2°, quando se deslocarem trans- portando objetos que atrapalhem a circulação dos demais pedes- tres. (VETADO) § 5°. Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condições, usar o acostamento. § 6°. Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedes- tres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deverá assegu- rar a devida sinalização e proteção para circulação de pedestres. Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precau- ções de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas exis-tirem numa distância de até cinquenta metros dele, observadas as seguintes disposições: I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo; II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista: – 33 – Educação para o trânsito a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes; b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos; III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada, observadas as seguintes normas: a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos; b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade. Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as dis- posições deste Código. Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semá- foro liberando a passagem dos veículos. Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condi- ções de visibilidade, higiene, segurança e sinalização. 4 Sistemática da habilitação A chamada “sistemática da habilitação”, ou o processo que começa na formação de instrutores e culmina na concessão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a um candidato a moto- rista, engloba várias etapas e procedimentos e é regido por uma série de regulamentações. Essas regulamentações especificam as atribuições dos dife- rentes agentes que fazem parte do processo. Uma das mais impor- tantes é a Resolução 358/10 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que trata sobre o credenciamento de instituições públicas ou privadas para capacitação, qualificação e atualização de profissionais, e de formação, qualificação, atualização e reciclagem de candidatos e condutores. Legislação de Trânsito I – 36 – Também do CONTRAN, são ainda relevantes as resoluções 168/04, 169/05, 222/07, 285/08, 307/09 e 360/10. Entre os aspectos da sistemática da habilitação, três são bastante rele- vantes: as Controladorias Regionais de Trânsito, os Centros de Formação de Condutores e a Base de Índice Nacional de Condutores. 4.1 Controladorias Regionais de Trânsito (CRTs) As Controladorias Regionais de Trânsito (CRTs) são entidades espe- cializadas, com capacidade técnica comprovada, que podem ser credencia- das - por meio de licitação - pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (DETRAN) e autorizadas posteriormente pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). As principais atribuições das CRTs são: 2 certificar e auditar o funcionamento dos Centros de Formação de Condutores (CFC); 2 capacitar examinadores, instrutores de trânsito, diretor geral e dire- tor de ensino de CFCs, mediante cursos específicos teórico-técnico e de prática de direção; 2 elaborar e aplicar os exames teóricos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para que uma entidade possa ser credenciada como CRT, ela deve cum- prir uma série de exigências. Deve estar legalmente estabelecida e contar com um corpo diretivo, administrativo, de avaliação, de auditoria e de examina- dores com capacitação na área de formação de condutores. Também precisa apresentar condições financeiras e organizacionais compatíveis com as fun- ções a serem desenvolvidas e dispor de infraestrutura física adequada para aulas e aplicação de exames teórico-técnicos. Seu nível de informatização deve garantir o acompanhamento do regis- tro dos candidatos e dos dados referentes a seus testes para obtenção da Car-– 37 – Sistemática da habilitação teira Nacional de Habilitação (CNH), em sistema interligado ao DETRAN do Estado ou do Distrito Federal, e ao DENATRAN. Além disso, a CRT deve contar com mecanismos de segurança para evitar fraudes na elaboração e realização das provas, e garantir a proteção dos dados dos candidatos e dos exames por eles realizados. Para isso, deve elaborar, aplicar e corrigir as provas teóricas com equipamentos capazes de integrar seus dados ao sistema RENACH (Registro Nacional de Condutores Habilitados, rede única que interliga os DETRANs com informações sobre condutores de todo o Brasil). 4.2 Centros de Formação de Condutores (CFCs) São empresas privadas, com infraestrutura física adequada e corpo de instrutores especializados, cujo objetivo é formar condutores de veículos, oferecendo-lhes conhecimentos teóricos e práticos. Dependendo de sua atuação, os CFCs podem ser classificados em três categorias: 2 A - ensino teórico-técnico 2 B - ensino de prática de direção 2 AB - ensino teórico-técnico e de prática de direção Várias portarias do DENATRAN e resoluções do CONTRAN deta- lham o funcionamento desses centros, sendo as mais importantes as Resolu- ções 168/04, 358/10 e 493/14. De forma resumida, esses centros especializados devem possuir salas de aula com tamanho e equipamentos adequados e, para as aulas práticas, veículos das categorias a que se propõe preparar os alunos (motos, carros, caminhões, ônibus etc). Em termos de recursos humanos, devem contar com um diretor geral, um diretor de ensino e no mínimo dois instrutores de trânsito. Os CFCs devem ser certificados pelos CRTs, credenciados pelo DENA- TRAN e registrados pelos DETRANs. Legislação de Trânsito I – 38 – 4.3 Base de Índice Nacional de Condutores (BINCO) A Base de Índice Nacional de Condutores (BINCO) é um banco de dados nacional que concentra todas as informações a respeito dos condutores. Além dos dados básicos (CPF, identidade e filiação), o sistema guarda tam- bém o histórico de cada condutor. É possível saber datas e locais em que foram feitas provas para emissão da carteira de habilitação, nome do CFC e até do instrutor e do médico responsável pelos exames. Além disso, ainda constam detalhes sobre multas e pontos acumulados. Como funciona de maneira integrada no Brasil todo, o sistema permite detectar, por exemplo, se um motorista com carteira suspensa em um Estado está dirigindo normalmente em outro. Também é possível cruzar os índices de infrações por região, identifi- cando se os infratores tiveram, por exemplo, aulas em um mesmo CFC ou se foram avaliados por um mesmo examinador. Isso pode orientar ações para prevenir a formação de maus condutores. O BINCO é alimentado com dados do Registro Nacional de Conduto- res Habilitados (RENACH). 5 Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é o que permite a uma pessoa dirigir legalmente um veículo no Brasil. Válida em todo o território nacional, funciona também como documento de identi- dade. A CNH tem validade também nos países que assinaram a Con- venção de Viena, tratado internacional que unifica regras de trânsito. Sua aparência e conteúdo são definidos pela Resolução 598/16 do CONTRAN, que estabelece também uma série de carac- terísticas técnicas para evitar falsificações. Em todo o Brasil, a CNH tem um modelo único, em que constam fotografia, identificação e CPF do condutor. Legislação de Trânsito I – 40 – O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determinou que, antes de obter a CNH definitiva, um motorista iniciante deve ficar durante um ano com um documento provisório, a Permissão para Dirigir. Além da CNH e da Per- missão para Dirigir, também existe a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC). Esses três tipos de documentos só são expedidos pelos DETRANs. É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir, da ACC ou da CNH quando o condutor estiver dirigindo o veículo. O número de identificação da Carteira Nacional de Habilitação é único e pessoal, continuando com a pessoa mesmo quando ela emite nova CNH e não se repetindo em nenhum outro Estado. A CNH fica gravada no Registro Nacional de Condutores Habilitados (RENACH), através da Base Índice Nacional de Condutores (BINCO). Uma pessoa pode solicitar habilitação em cinco categorias, cada uma destinada a um tipo de veículo. 5.1 Categorias de habilitação São cinco as categorias da Carteira Nacional de Habilitação, definidas pelo artigo 143 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), complementado pelo Anexo I da Resolução 168/04. Elas estão relacionadas ao tipo de veículo que o motorista pode conduzir. 2 Categoria A - Veículos motorizados, de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral (motos). 2 Categoria B - Veículos motorizados, de quatro rodas, cujo peso bruto total não passe de 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, além do motorista (automóveis). Pode ter uma unidade acoplada ou rebocada, desde que atenda a lotação e capacidade de peso para a categoria. Também pode conduzir motorhome (motor- casa ou casa sobre rodas), desde que o peso do veículo não exceda a 6.000 kg ou cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista. Pela Lei 13.097/15, também está autorizado a conduzir, em via pública, trator de roda e equipamentos automotores desti- nados a executar trabalhos agrícolas. – 41 – Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) 2 Categoria C - Todos os veículos motorizados utilizados em trans- porte de carga, cujo peso bruto total seja maior do que 3.500 kg (como caminhões); tratores, máquinas agrícolas e de movimenta- ção de cargas; motorhome (motocasa ou casa sobre rodas); combina- ção de veículos em que a unidade acoplada ou rebocada não passe de 6.000 kg de peso bruto total. Também permite dirigir todos os veículos abrangidos pela categoria B. 2 Categoria D - Veículos motorizados utilizados no transporte de passageiros (ônibus e vans, por exemplo), com mais de oito luga- res, além do motorista. Também permite dirigir todos os veículos abrangidos pela categoria B e C. 2 Categoria E - Combinação de veículos motorizados, em que a uni- dade conduzida se enquadre nas categorias B, C ou D e a unidade acoplada ou rebocada tenha mais de 6.000 kg ou transporte mais do que oito passageiros. Os trailers são enquadrados nessa catego- ria, que também permite conduzir veículos mencionados nas cate- gorias B, C e D. Existe ainda a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC). O detalhamento das categorias de habilitação e formação de condutores pode ser encontrado no CTB e nas Resoluções 168/04, 169/05 e 192/06, todas do CONTRAN. Importante Em 31/12/2016, ficam revogadas a Resolução 192/06 e a Resolução 511/14, substituídas pela Resolução 598, de 24/05/2016. Dessa data em diante, fica instituído o modelo único da Carteira Nacional de Habilitação, e os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal devem adequar seus procedimentos para emissão. 5.2 Pré-requisitos para obter a CNH A primeira habilitação para conduzir veículos automotores será conce- dida ao candidato que atenda alguns pré-requisitos, mencionados no artigo Legislação de Trânsito I – 42 – 140 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): saber ler e escrever, possuir docu- mento de identidade e número no Cadastro de Pessoa Física (CPF), e ter 18 anos completos (ou seja, já capaz de responder judicialmente por seus atos). Também é necessário ser aprovado em exames específicos, realizados junto ao órgão ou entidade executiva do Estado ou Distrito Federal (DETRAN) onde reside o candidato, que vão avaliar suas condições físicas, psicológicas e técnicas. Todas as informações sobre o candidato à habilitação ficam cadastra- dasno Registro Nacional de Condutores Habilitados (RENACH). De início, o condutor recebe uma Permissão para Dirigir, e somente depois de um ano é que pode obter a CNH definitiva, desde que não tenha cometido infrações graves ou gravíssimas, nem seja reincidente em infrações médias (Art. 148 § 3o. do CTB). Para cada categoria, o candidato deverá provar habilidades e conheci- mentos específicos. Se for a primeira habilitação, o candidato só poderá pre- tender as categorias A e B. Para a categoria C (Art. 143, §1º do CTB): Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os últimos doze meses. Para as categorias D e E (Art. 145, §1º do CTB): Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo de trans- porte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos: I - ser maior de vinte e um anos; II - estar habilitado: a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar- -se na categoria E; III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravissíma ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos doze meses; IV- ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN. – 43 – Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Os condutores de veículos que transportam produtos perigosos devem, além de ter pelo menos 21 anos de idade, comprovar que receberam treina- mento específico. 5.3 Exames para a obter a CNH A Permissão para Dirigir, documento inicial e provisório antes da CNH, somente será expedida após o candidato ter sido considerado apto na realiza- ção dos exames: 2 de aptidão física e sanidade mental (exame médico); 2 psicológico; 2 escrito, com questões sobre legislação de trânsito, primeiros socor- ros, mecânica, direção defensiva e meio ambiente e cidadania (exame teórico-técnico); 2 de direção veicular (exame prático), realizado em via pública, em veículo da categoria para a qual estiver se habilitando. Esses exames estão previstos no artigo 147 do CTB e em legislações complementares do CONTRAN, especialmente a Resolução 425/12 e seus anexos, que contêm orientações para a realização desses exames. Os resulta- dos dos exames e a identificação dos respectivos examinadores ficam também registrados no RENACH. 5.3.1 Exame de capacidade física e mental O Exame de Capacidade Física e Mental é realizado pelo serviço médico dos DETRANs (ou por seus credenciados) e começa com a chamada ana- mnese, ou uma entrevista do candidato com um profissional de saúde, para investigar possíveis doenças e queixas, e conhecer o histórico de saúde fami- liar da pessoa. Depois o candidato se submete a um exame físico geral, em que são verificados sua atenção, memória, comportamento, orientação e compreen- são geral. A critério médico, poderão ser efetuados exames complementares, como avaliações oftalmológica, otorrinolaringológica, neurológica, cardior- respiratória, do aparelho locomotor e dos distúrbios do sono. Legislação de Trânsito I – 44 – O laudo médico apontará se o candidato está apto, apto com restrições, inapto temporariamente ou inapto. Todo indivíduo só poderá ser um condutor se estiver física e mental- mente saudável. 2 Acuidade visual É a capacidade do indivíduo de perceber e identificar determinados detalhes, conseguindo ter amplitude e nitidez para identificar obs- táculos, objetos e animais dos quais se aproxima. A capacidade de ver com nitidez um objeto a uma distância razoá- vel é o que permite reações adequadas para fazer manobras em cur- vas, calcular a distância nas ultrapassagens, parar em cruzamentos, ler e identificar sinais de trânsito, frear com antecedência e outros procedimentos ao volante. 2 Visão de profundidade Complementar à acuidade visual, é importante para calcular dis- tâncias e fazer ultrapassagens seguras com margem de tempo, frear com segurança, manter distância segura dos veículos ao redor, dar marcha à ré e estacionar com precisão. 2 Campo visual horizontal Também conhecido como visão periférica ou indireta, é o ângulo dentro do qual o condutor, mantendo os olhos fixos à frente, con- segue perceber o que se passa lateralmente, pelo “canto do olho”. Assim, ao mesmo tempo em que dirige olhando para a pista e o veículo à sua frente, consegue perceber, por exemplo, um carro ou pedestre se aproximando pela lateral, uma placa indicativa, uma bola ou uma criança que surge repentinamente da margem da via. 2 Senso cromático É a capacidade de identificar e diferenciar cores e suas tonalida- des, o que é importante para compreender e respeitar a sinalização semafórica (sinais luminosos). De acordo com a Resolução 425/12 do CONTRAN, o candidato deverá ser capaz de identificar as cores verde, vermelha e amarela. – 45 – Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) O condutor deve prestar atenção não só ao que se passa à sua frente, mas constantemente utilizar- -se dos espelhos retrovisores e da visão periférica para acompanhar o que se passa à sua volta. 2 Acuidade auditiva É a capacidade de definir a intensidade dos sons. Se a pessoa tem uma perda auditiva significativa, pode ter sua capacidade de dirigir afetada, já que é incapaz de ouvir sons como apito de um agente de trânsito, outros veículos, buzinas ou apitos de trem em cruza- mentos etc. A Resolução 425/12 do CONTRAN especifica os limites dessa incapacidade, a partir da chamada “prova da voz coloquial”, em que o examinador fala algumas palavras em tom normal de voz, a certa distância do candidato e sem que este leia seus lábios. Se a pessoa não for aprovada neste exame, é solicitada uma audiometria (exame que avalia a audição por meio de equipamentos). Dependendo do resultado desse exame mais sofisticado, o candi- dato a condutor pode ser impedido de obter sua CNH ou ter nela a anotação de que é obrigado a portar uma prótese auditiva quando estiver dirigindo um veículo. Os Anexos III e IV da Resolução 425/12 detalham esses níveis e procedimentos de teste. 2 Deficiência física Para os portadores de deficiência física, a Resolução 425/12 deter- mina que o exame de aptidão física e mental seja realizado por Junta Médica Especial designada pelo diretor do órgão ou entidade execu- tivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (Art. 4o. §1º) Quando os exames de aptidão física revelam restrições, a lei deter- mina que o condutor porte determinados equipamentos de uso pessoal (lentes de contato/óculos, prótese auditiva) ou tenha o veí- culo adaptado (pedais, volante, troca de marchas etc). Essas exigên- cias devem ser mencionadas na Carteira Nacional de Habilitação. Legislação de Trânsito I – 46 – A tabela a seguir mostra os códigos das adaptações necessárias no caso de deficiências: Quadro 2 - Adaptações obrigatórias em caso de deficiência do condutor. RESTRIÇÕES CÓDIGO NA CNH obrigatório o uso de lentes corretivas A obrigatório o uso de prótese auditiva B obrigatório o uso de acelerador à esquerda C obrigatório o uso de veículo com transmissão automática D obrigatório o uso de empunhadura/manopla/pômo no volante E obrigatório o uso de veículo com direção hidráulica F obrigatório o uso de veículo com embreagem manual ou com automação de embreagem ou com transmis- são automática G obrigatório o uso de acelerador e freio manual H obrigatório o uso de adaptação dos comandos de pai- nelao volante I obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel para os membros inferiores e/ou outras partes do corpo J obrigatório o uso de veículo com prolongamento da alavanca de câmbio e/ou almofadas (fixas ) de com- pensação de altura e/ou profundidade K obrigatório o uso de veículo com prolongadores dos pedais e elevação do assoalho e/ou almofadas fixas de compensação de altura e/ou profundidade L obrigatório o uso de motocicleta com pedal de câm- bio adaptado M obrigatório o uso de motocicleta com pedal do freio traseiro adaptado N obrigatório o uso de motocicleta com manopla do freio dianteiro adaptada O – 47 – Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) RESTRIÇÕES CÓDIGO NA CNH obrigatório o uso de motocicleta com manopla de embreagem adaptada P obrigatório o uso de motocicleta com carro lateral ou triciclo Q obrigatório o uso de motoneta com carro lateral ou triciclo R obrigatório o uso de motocicleta com automação de troca de marchas S vedado dirigir em rodovias e vias de trânsito rápido T vedado dirigir após o pôr-do-sol U obrigatório o uso de capacete de segurança com viseira protetora sem limitação de campo visual V Aposentado por invalidez W Outras restrições X Fonte: Conselho Nacional de Trânsito. 2 Avaliação psicológica A avaliação psicológica é realizada pelo serviço psicológico dos DETRANs (ou por seus credenciados) e, consta de entrevistas e aplicação de testes para verificação de equilíbrio psíquico e da capa- cidade de percepção e reação motora. Esse exame só é realizado na primeira habilitação, porém se o con- dutor é motorista profissional remunerado, deverá se submeter ao exame psicológico sempre que for renovar sua habilitação. Assim como o laudo médico, o laudo psicológico indicará se o candi- dato está apto, apto com restrições, inapto temporariamente ou inapto. 2 Exame teórico-técnico É uma prova escrita, com no mínimo 30 questões sobre legislação de trânsito, primeiros socorros, funcionamento do veículo, direção defensiva, e meio ambiente e cidadania. Legislação de Trânsito I – 48 – Antes de se submeter a ela, porém, o candidato deve passar obri- gatoriamente por uma formação teórica com no mínimo 30 horas de aula em um Centro de Formação de Condutores (CFC) creden- ciado (Anexo II da Resolução 168/04 do CONTRAN). Prática de direção veicular Após ser aprovado no exame teórico-técnico, o pretendente à Permissão para Dirigir recebe um documento especial, a Licença para Aprendizagem de Direção Veicular (LADV), que o autoriza a aprender a dirigir nas ruas (Art. 155 Parágrafo Único do CTB). Esse curso prático de direção deve ser feito obrigatoriamente em um CFC e deve ter duração mínima de 20 horas de aula (para categoria A) ou 25 horas (para categoria B), das quais 20% no período noturno. Para a categoria B, até 30% das aulas podem ser realizadas em simulador de direção. (Resolu- ção 493/10 do CONTRAN). Essa mesma resolução define a carga horária da prática veicular no caso de mudança de categoria ou de adição de nova cate- goria, bem como os conteúdos didáticos abordados. 2 Exame prático de direção veicular O Exame de Direção Veicular é composto de duas partes: a direção do veículo na via pública urbana ou rural e a colocação do veículo em vaga delimitada por balizas removíveis. Durante a prova, o examinador avalia, com base em critérios e pon- tuações definidos nos artigos 18, 19 e 20 da Resolução 168/04 e adotados em todo o território nacional, se o candidato comete fal- tas leves, médias, graves ou tão sérias que se tornam eliminatórias, – 49 – Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) reprovando o candidato de imediato. A soma de sua pontuação por faltas não pode ultrapassar três, sob risco de ele ser reprovado. 5.4 Permissão para dirigir Ao candidato julgado apto em todos os exames será expedida uma Per- missão para Dirigir, com validade de um ano, que funcionará como um “está- gio probatório” para o condutor. Ele só receberá a Carteira Nacional de Habi- litação se nesse período de 12 meses não cometer nenhuma infração grave ou gravíssima, ou se não cometer infrações médias mais de uma vez. Saiba mais Para conduzir veículos de transporte coletivo, de passageiros, de escolares, de emergência ou de produtos perigosos é necessário ser maior de 21 anos, possuir CNH da categoria e ser aprovado em curso especializado de treinamento, em prática veicular e situações de risco. 5.5 Renovação da CNH A CNH precisa ser renovada de tempos em tempos, principalmente para verificar as condições médica e psicológica do motorista. Em geral, esses exames têm validade de cinco anos para quem tem até 65 anos de idade, e de três anos para quem tem mais de 65 anos (Art. 147 § 2o. do CTB). Esses prazos podem ser diferentes por causa de restrições médicas etc. Se, no momento em que for renovar sua carteira, o condutor não tiver feito curso de direção defensiva e primeiros socorros, será obrigado a fazê-lo (Art. 150 §1º do CTB). Para renovação da CNH, são exigidos os seguintes exames médicos, segundo a Resolução 425/12, e alterações dadas pelas Resoluções 517/15 e 583/16 do CONTRAN: Legislação de Trânsito I – 50 – 2 anamnese (entrevista com o médico) e exame físico geral; 2 avaliação oftalmológica (olhos); 2 avaliação otorrinolaringológica (ouvidos, nariz e garganta); 2 avaliação cardiorrespiratória (coração e pulmão); 2 avaliação neurológica (cérebro – atenção, memória, raciocínio); 2 avaliação do aparelho locomotor (movimento de braços e pernas); 2 avaliação dos distúrbios do sono e exames complementares ou especializados, solicitados a critério médico. 5.6 Informações complementares sobre o processo de habilitação Os artigos 151 a 160 do Código de Trânsito Brasileiro trazem outras determinações ao processo de aprendizagem, exames e documentação. 2 A aprendizagem prática Os veículos destinados à formação de condutores serão identifica- dos por uma faixa amarela, de 20 centímetros de largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTOESCOLA na cor preta. As aulas deverão ser dadas por instrutores credenciados nos termos, locais e horários estabelecidos pelo órgão executivo de trânsito. O aprendiz poderá ter essas aulas práticas de direção depois de aprovado no exame médico/físico e téorico/legislação de trânsito. O CONTRAN é o responsável pela regulamentação que organiza o credenciamento de Centros de Formação de Condutores e que estabelece exigências para que instrutores e examinadores exerçam suas atividades. – 51 – Obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) 2 Os exames Se for reprovado no exame escrito sobre legislação de trânsito ou no prático de direção veicular, o candidato só poderá repetir o exame 15 dias depois da divulgação dos resultados. Uma comissão de três pessoas, com pelo menos uma habilitada na categoria pretendida pelo candidato, vai fazer a avaliação de sua competência ao volante. O candidato habilitado terá em seu cadastro a identificação de seus ins- trutores e examinadores. Se estes cometerem quaisquer falhas no pro- cesso, podem ser responsabilizados e punidos com advertência, suspen- são ou até cancelamento da autorização para o exercício da atividade. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN. Se estiver envolvido em acidente grave, o condutor poderá ter que se submeter a exames (a critério da autoridade executiva estadual de trânsito) e até ter sua CNH apreendida até a sua aprovação nos exames realizados. 2 A documentação A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigirsomente terão validade para a condução de veículo quando apre- sentada no original. Cada CNH será cadastrada no Registro Nacional de Condutores Habilitados (RENACH), e a cada condutor corresponderá um único registro nesse sistema, com todas as informações referentes a ele. A validade da CNH é dada pela vigência do exame médico. Para reno- var sua CNH ou emitir uma nova via (em caso de perda ou roubo), o condutor deverá estar quite com débitos de multas e infrações. 5.7 Modelo da Carteira Nacional de Habilitação (2016) Fonte: Denatran 6 Sistemática do veículo Os veículos foram criados para facilitar o transporte de pes- soas e cargas entre diferentes localidades, reduzindo tempo de des- locamento e esforço físico. O objeto de estudo neste curso são os veículos que circulam em terra, seja em zonas urbanas ou zonas rurais. Podem ser movidos por tração animal, propulsão humana, motor elétrico, a vapor ou com diferentes tipos de combustível. Servem a diferentes propósi- tos: transporte de passageiros e de cargas, casas sobre rodas, lazer de fim de semana, deslocamento diário. É para organizar o tráfego de tantos e tão distintos veículos em território nacional que existem as leis de trânsito. Elas orientam o comportamento dos motoristas e disciplinam o uso das vias, bem como regulamentam e registram cada veículo e cada condutor. Legislação de Trânsito I – 54 – Os documentos básicos dos veículos automotores são o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). O Código de Trânsito Brasileiro estabelece as regras para emissão desses documentos e prevê sanções para casos de falsificação ou adulteração. Várias resoluções do CONTRAN regulamentam aspectos da lei, sendo uma das mais importantes e abrangentes a 599/16, em vigor a partir de 1o. de janeiro de 2017 (revogando várias anteriores), que trata dos modelos, especificações, produção e expedição desses documentos. 6.1 Documentos do veículo 2 Certificado de Registro de Veículo (CRV) O Certificado de Registro de Veículo (CRV) é o documento emi- tido pelos Departamentos de Trânsito quando o veículo é regis- trado. Este registro deverá ocorrer no local de residência ou domi- cílio do proprietário. Neste documento constam todos os dados do veículo, de seu proprietário e restrições de venda (bem como res- trições de ordem administrativa ou judicial, como financiamento). Figura 1 - CRV Fonte: Denatran – 55 – Sistemática do veículo O primeiro registro, quando o carro é zero quilômetro, é feito com a Nota Fiscal da concessionária que realizou a venda. Qualquer transferên- cia posterior será sempre feita mediante o CRV, pois em seu verso constam os dados da venda, com informações sobre o comprador e assinatura do(s) vendedor(es) com firma reconhecida. O porte desse documento não é obrigatório. Confeccionado em papel moeda, é impresso com a mesma técnica utilizada para impressão de notas de dinheiro: a calcografia ou talho-doce (com um cilindro de metal em que estão gravadas as informações), com fibras luminescentes (pequenos “fios” que só aparecem sob luz ultravioleta) e microletras impressas em ambos os lados, para impedir a falsificação ou a adulteração. As Resoluções 130/02 e 599/16, do CONTRAN, trazem mais detalhes. 2 Certificado de Licenciamento Anual (CLA) ou Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) O Certificado de Licenciamento Anual (CLA) é a nomenclatura prevista para o documento de licenciamento quando entrou em vigor o atual Código de Trânsito Brasileiro, em 1997. Porém, na prática, o papel ainda permanece com o nome antigo: Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). É um documento que traz os dados do veículo e de seu proprietá- rio, bem como informações sobre o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), do licenciamento e do seguro obrigatório (DPVAT). De porte obrigatório pelo motorista quando estiver circulando com o veículo, esse documento é expedido pelos DETRANs e deve ser renovado anualmente, conforme o calendário de licenciamento de cada Estado. Só poderá ser emitido se o veículo não possuir débitos de IPVA, DPVAT, taxas e multas, o que comprovará que o veículo está regular e licenciado. As Resoluções 110/00 e 599/16, do CONTRAN, trazem mais informações. Assim como o CRV, o CRLV também é confeccionado em papel moeda, com as mesmas características que o protegem contra frau- des e falsificações. Legislação de Trânsito I – 56 – Figura 2 - CRLV Fonte: Denatran 2 Registro Nacional de Veículo Automotor (RENAVAM) É o número de identificação do veículo, válido em nível nacional, emitido pelo DETRAN do Estado em que for registrado. Esse número acompanha o veículo de maneira permanente e não pode ser trocado, mesmo que o veículo seja transferido para outro Estado, e aparece em todos os seus documentos, como o CRV e o CRLV. O detalhamento das funções do RENAVAM está no Código de Trânsito Brasileiro, Capítulo XI, artigo 122 ao 127. Figura 3 - Renavam Fonte: Denatran – 57 – Sistemática do veículo 2 Base de Índice Nacional (BIN) A Base de Índice Nacional (BIN) é um banco de dados que centra- liza informações oficiais sobre todos os veículos da frota nacional, oriundas do sistema de Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM). Integrada aos sistemas dos DETRANs de todo o país, a BIN armazena informações como número do chassis, placa, número do RENAVAM, cor e modelo, etc. Uma das utilidades da BIN é nos casos em que existe suspeita que um veículo é proveniente de furto ou roubo. Uma consulta à BIN pode levantar o histórico do veículo se houver registro da ocorrên- cia junto a um DETRAN, já que estão todos interligados. O acesso a esse e a outros bancos de dados do DENATRAN, como o RENACH (Registro Nacional de Condutores Habilita- dos), o RENAINF (Registro Nacional de Infrações de Trânsito) e o RENAEST (Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito), são restritos a determinados órgãos e empresas. Os pro- cedimentos são regulados pela Portaria 15/2016, do DENATRAN. 6.2 Taxas e impostos sobre o veículo 2 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) O IPVA é o imposto devido pelo proprietário de um veículo ao Estado em que este está registrado. Pago anualmente, o imposto recai sobre quem for o dono oficial do veículo no dia 1o. de janeiro do ano em exercício, e deve ser pago ao Estado em que o veículo está registrado nessa data. 2 Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores em Vias Terrestres (DPVAT) O DPVAT é o seguro contra danos provocados a pessoas, trans- portadas ou não, em acidentes com veículos automotores. Cada proprietário de veículo contribui com um determinado valor, que forma um fundo destinado a indenizar as eventuais vítimas. Legislação de Trânsito I – 58 – As vítimas de acidentes de trânsito (ou seus descendentes legais) têm direito a indenização em caso de morte ou invalidez e reem- bolso de despesas médico-hospitalares, independentemente do veí- culo ter sido ou não identificado. O pagamento da indenização será efetuado mediante simples prova do acidente e do dano decorrente. Os valores máximos dessas indenizações e os procedimentos que as regem estão descritos na Lei 6.194/74 e na Lei 8.441/92, que altera alguns dispositivos da anterior. 6.3 Vistoria do veículo A vistoria de veículo é realizada quando se transfere a propriedade de um veículo, ou quando suas características são alteradas, ou ainda quando o proprietário muda de cidade ou de Estado. A finalidade da vistoria é verificar as características originais dos veí- culos, a legitimidade da propriedade, a autenticidade dos documentos e da identificaçãodo veículo, e se este tem instalados todos os equipamentos exi- gidos pela Legislação de Trânsito. As regras para essa vistoria são dadas pela Resolução 599/16 do CONTRAN. 2 Equipamentos obrigatórios Para circular em vias públicas, os veículos devem estar dotados de certos equipamentos obrigatórios e em perfeito funcionamento. A falta ou falha desses equipamentos é passível de multa. Entre os equipamentos obrigatórios, estão faróis e lanternas sem lâmpadas queimadas, parachoques, limpador de parabrisa, velocí- metro, cintos de segurança, pneus em bom estado, roda sobressa- lente, chave de roda, “triângulo” refletor para sinalização de emer- gência, encosto de cabeça, air bag e uma série de outros itens que visam a garantir a segurança dos passageiros e a correta operação do veículo quando estiver circulando, preservando assim os demais veículos e vidas na via. As determinações para caminhões, ônibus, tratores, quadriciclos e reboques incluem ainda equipamentos específicos dependendo da categoria, como registrador de velocidade e tempo (tacógrafo) – 59 – Sistemática do veículo e protetores para as rodas traseiras (“apara-barro”). Até mesmo as bicicletas foram alvo dessa regulamentação, com exigências como campainha e refletores noturnos. Os equipamentos obrigatórios dos veículos são determinados pelo Artigo 105 do CTB, com detalhamento pela Resolução 14/98 do CONTRAN. O teor dessa resolução sofreu inúmeros acréscimos e modificações por resoluções posteriores, entre elas: 44/98, 46/98, 87/99, 92/99, 380/11 e 568/15. 2 Placas de identificação Os veículos serão identificados por placas dianteira e traseira con- tendo os mesmos caracteres de registro e da correspondente licença, lacradas em suas estruturas com forma, dimensões e cores estabele- cidas pelo Conselho Nacional de Trânsito. Esse detalhamento é dado pelo Artigo 115 do Código de Trân- sito Brasileiro e pelas Resoluções 231/07, 241/07 e 309/09 todas do CONTRAN. 2 Inspeção técnica de veículos A inspeção de veículos estabelecida pelo Artigo 104 do Código de Trânsito Brasileiro tem dois aspectos: a) Inspeção veicular de segurança, de acordo com as normas do Con- selho Nacional de Trânsito (CONTRAN), b) Inspeção de emissão de ruídos e de gases poluentes, de acordo com as regras do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). No entanto, na prática, essas inspeções que deveriam ter começado em março de 1999 ocorrem apenas em um ou outro Estado do país. Mesmo não havendo cumprimento integral da lei, os legisladores decidiram acrescentar dois parágrafos a esse artigo do CTB, isentando dessas inspeções os veículos novos (Lei 13.281, em vigor a partir de 01/11/2016): Art. 104 (...) § 6o Estarão isentos da inspeção mencionada, durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamento, os veículos novos classificados na categoria particular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde Legislação de Trânsito I – 60 – que mantenham suas características originais de fábrica e não se envol- vam em acidente de trânsito com danos de média ou grande monta. § 7o Para os demais veículos novos, a isenção será de 2 (dois) anos, desde que mantenham suas características originais de fábrica e não se envol- vam em acidente de trânsito com danos de média ou grande monta. Em termos ambientais, os municípios com frotas superiores a três milhões de veículos deveriam apresentar um Plano de Controle de Polui- ção Veicular e um programa de inspeção e manutenção de veículos em uso, por determinação da Resolução 418/09 do CONAMA. Essa obrigatoriedade recai também sobre os órgãos ambientais dos Estados e do Distrito Federal. Conclusão Legislação de Trânsito I – 62 – Desde que a sociedade começou a se organizar em cidades, locomover-se de um lado ao outro tornou-se mais comum e mais necessário. Para arranjar as aglomerações urbanas e organizar a circulação de pessoas e veículos, cria- ram-se vias. E, com cada vez mais gente e mais veículos, passou a ser essencial regulamentar esse ir e vir, a fim de garantir a segurança de todos e a fluidez do tráfego. A perfeita combinação de bom senso, atenção e respeito às regras é o que se deve buscar no trânsito. Para aprender isso, a educação para o trânsito tem papel fundamental, mesmo que não seja ainda plenamente adotada nas escolas brasileiras. Se cada condutor tiver a noção de que é parte de um todo, que o trân- sito também inclui pedestres e ciclistas, e dominar o conhecimento sobre a organização e as leis, certamente teremos uma convivência mais harmoniosa nas ruas e estradas brasileiras. Referências Legislação de Trânsito I – 64 – ANFAVEA -- Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automoto- res. Estatísticas -- Séries Temporais. Disponível em http://www.anfavea.com. br/tabelasnovo.html ARAÚJO, Julyver M. de. Comentários sobre o Código de Trânsito Brasileiro. Online, 2016. Disponível em http://www.ctbdigital.com.br/index.php BEUX, Armindo. Infortunística no trânsito. 1a. ed; Porto Alegre: Sagra Luzzato, 1996. BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto 86.714, de 10/12/1981. Convenção sobre o Trânsito Viário (Convenção de Viena). 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