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comunidade Quilombola Caraíbas

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Já na chegada a comunidade Quilombola Caraíbas, percebemos forte ligação com seus ancestrais, com o movimento negro e o povo africano. Estampado na camisa de dona Xifroneze que lidera a Associação Quilombola Dona Paqueza Piloto, conseguimos ver o mapa de Sergipe duas mãos se cumprimentando(uma branca e uma negra), que é a representação do Movimento Quilombola de Sergipe, e as suas cores como o Verde representando a terra que vem sendo tomada e a natureza derrubada, o amarelo das riquezas minerais roubadas, e o vermelho do sangue derramo na resistência, uma resistência que vem da época da Etiópica, e são representados pelos movimentos negros e africanos. Uma resistência que permanece viva no olhar e no coração de cada um dos Quilombola ao relembrar das fugas da escravidão.
Pouco antes de iniciar o nosso diálogo com a comunidade aconteceu um imprevisto com o ônibus, onde tive a alegria de ver a alegria deles, alegria não por ter acontecido algo de ruim, mas sim por todos estarem bem e saber que os danos matérias são besteira. 
Em meio as ruinas do acontecido podemos ver o riso que não se desfez e continuou por todo dia, não só o dela, mas de todos que lá estavam.
Ao chegar no local da apresentação percebi um tambor que representa a sua religião também africana, que foi trazida a séculos atrás. Antes de iniciar a roda de apresentação dona Néze convidou a todos para cantar uma música a Oxalá, que é o orixá associado a criação do mundo e da espécie humana, Deus de Luz, para poder abençoar a todos.
Ao iniciar a apresentação dona Néze relembra os problemas que seus bisavos, avos, pais e ela vem passando até hoje e que o povoado deu início com a chegada da família Piloto e logo após a família Sertão, onde encontraram um lugar apropriado para o refúgio e liberdade para produzir seu próprio alimento com o solo fértil do local. 
O grande problema começou com a pecuária começou a tomar posse das suas terras na época onde a “estrutura e distribuição da propriedade fundiária – aliada a circunstância de que em geral é a grande propriedade que ocupa as terras mais favoráveis, seja pelas suas qualidades naturais, seja pela sua localização – faz com, que, de um lado, uma considerável parcela da população rural se encontre insuficientemente aquinhoada, e não disponha de terra suficiente para sua manutenção em nível adequado. ” 
A grande maioria dos quilombolas tiveram que trabalhar em situações deploráveis de miséria material e moral, para fazer pequenos plantios em troca de uma baixa remuneração e ao final tinham que plantar o capim dos gados. Com a venda das roças para outros proprietários, foi privado o acesso as terras, fazendo a comunidade viver totalmente sem-terra e arrodeados por arames farpados.

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