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Humanidades9 Vitruvius Melline Campos Professor: Amanda Machado Marcus Vitruvius Pollio (c. 90 - c. 20 A.C.), foi um arquiteto e engenheiro romano, que viveu no período do Imperador Augusto. Vitrúvio deixou como legado uma obra em 10 volumes, aos quais deu o nome de De Architectura (aprox. 40 a.C.). Essa obra se constitui no único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos dias atuais, sendo inspiração aos elementos arquitetônicos e estéticos das construções. Vitrúvio via no arquiteto uma pessoa que detém conhecimentos sobre as mais diversas ciências e artes, consideradas na época como “verdadeiras”, plausíveis. Geometria, História, Matemática, Música, Medicina, e até mesmo a Astronomia, deveriam ser conhecidas pelo arquiteto, que, ao contrário de outros profissionais, não deveria se especializar em um único tema, mas abranger diferentes áreas do conhecimento humano. Na verdade, o caráter geral da formação do arquiteto fundamentado por Vitrúvio, decorre do contexto no qual surgiu essa profissão, e também a figura que hoje entendemos como engenheiro. O trabalho no campo das Artes baseia-se na busca da produção perfeita das coisas, ou seja, a padrões estéticos aceitos pelo homem como adequados e que envolvem a simetria, a proporção e o ajuste das dimensões e formas aos modelos pretendidos e esperados. E que tem como base a inspiração encontrada na natureza, que confere soluções singulares para função e forma dos seres vivos. Nesse sentido, a influência de Vitrúvio se fez presente em grandes artistas da Renascença. A busca pela forma perfeita das coisas está fortemente presente no trabalho do renascentista Leonardo da Vinci, em especial no seu trabalho O Homem Vitruviano. O homem vitruviano (ou homem de Vitrúvio) é um conceito apresentado por Vitrúvio no livro De Architectura. Tal conceito é considerado um cânone das proporções do corpo humano, segundo um determinado raciocínio matemático e baseando-se, em parte, na divina proporção. O homem descrito por Vitrúvio apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza. A proporção áurea ou divina proporção (ou número de ouro, número áureo, ou ainda proporção dourada) é uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega φ (phi) e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. A Tríade Vitruviana foi apresentada por Vitruvius, que defendeu a existência de três pilares fundamentais da arquitetura: a firmitas se refere à estabilidade e ao carácter construtivo da arquitetura, a utilitas, se refere à comodidade e ao longo da história e foi associada à função e ao utilitarismo e a venustas que está associada à beleza e à apreciação estética. Entendemos que muitos detalhes de um projeto também passa por esses três pilares, ser firme e bem estruturado (firmitas), possuir uma função (utilitas) e for, principalmente, interessante de se ver (venustas). Preservar a identidade dessa forma de pensar e criar, como arte, que pode ser entendida como forma do universo da arte, constitui em uma totalidade e uma multiplicidade de diversos componentes que coexistem em qualquer espaço construído que se considera. As possibilidades de criação podem ser consideradas infinitas e dessa forma, mesmo um projeto já executado e criado, poderá possuir milhares de formas diferentes, e é nesse entendimento que se baseia o "Homem Vitruviano" de Leonardo. De modo geral vemos e alguns projetos onde um dos pilares de destaca de forma mais evidente, mas sem preder o equilíbrio. As utilistas, “funcionalidade, por sua vez, será conseguido se for bem realizada e sem qualquer impedimento a adequação do uso dos solos, assim como uma repartição apropriada e adaptada ao tipo de exposição solar de cada um dos gêneros.” Marco Vitrúvio Polião Ou seja, sem função não há arquitetura! A Villa Savoye é o exemplo de aplicação máxima dos princípios puristas e dos "cinco pontos de uma nova arquitetura" de Le Corbusier. Ela foi construída entre 1928-1929 em Poissy, na França, inicialmente para ser uma casa de fim de semana de um casal com um filho residente em Paris, que fica próximo ao local. "A idéia [da casa] era simples: eles tinham um parque magnífico formado por um campo cercado de árvores; eles desejavam viver no campo; eles estariam ligados a Paris por um caminho de 30 quilômetros de automóvel. Vai-se portanto até a porta da casa de carro, e é o arco mínimo de curvatura do automóvel que fornece a dimensão mesma da casa. O automóvel entra sob o pilotis, contorna os serviços comuns, pára no meio, na porta do vestíbulo, entra então na garagem ou segue seu caminho de saída: eis o fundamental. Outra coisa: a vista é muito bonita, a grama é uma coisa bela, a floresta também: se tocará neles o mínimo possível. A casa se colocará em meio à grama como um objeto, sem molestar nada." As firmitas, “O princípio da solidez estará presente quando for feita a escavação dos fundamentos até ao chão firme e se escolherem diligentemente e sem avareza as necessárias quantidades de materiais.” Marco Vitrúvio Polião Ou seja, sem estrutura sua obra não se sustenta! O ponto focal do projeto é uma praça pública sombreada pela enorme cobertura suspensa. O arquiteto, enfatizando a conexão entre o espaço e a vista além, procurava enquadrar a vista do rio com um espaço sem pilares. Dois volumes monumentais suportam a cobertura, sendo que um deles é o edifício projetado para abrigar os principais espaços expositivos dos pavilhões. A cobertura marcante é uma tremenda proeza de tecnologia, engenharia e de projeto moderno. É formada por um arco de catenária suportado por cabos de aço estendidos entre os pórticos. O espaço lateral entre os cabos foi posteriormente preenchido com concreto protendido. Usando a mesma tecnologia de uma ponte pênsil, a cobertura foi concebida como uma estrutura de cabos tensionados enrijecidos com concreto para eliminar a oscilação devido à elasticidade do material. Além de dar à cobertura uma textura elegante e limpa, o concreto pintado traz peso a ela, prevenindo contra a ação de fortes correntes de vento capazes de movê-la ou levantá-la a partir de baixo As Venustas, “Finalmente, o princípio da beleza atingir-se-á quando o aspecto da obra for agradável e elegante e as medidas das partes corresponderem a uma equilibrada lógica de comensurabilidade.” Marco Vitrúvio Polião Mas, preocupação apenas com estética não é arquitetura! As artes plásticas podem ser compreendidas por meio de dois aspectos, que julgados pelos expectadores é definidos com belo ou não. Conjuntos de linhas, planos e volumes, tudo de forma a encantar ou não seu usuário. A igreja, apesar de ser considerada como a obra-prima do conjunto, recebeu muitas críticas dentro do ambiente cultural tradicional da cidade, e especialmente das autoridades eclesiásticas, que por 14 anos não permitiram a consagração da capela, devido, entre outras coisas, a sua forma pouco ortodoxa. Esta forma representa um uso completamente revolucionário do concreto para obras religiosas. É característico o uso do concreto neste trabalho, no qual se conseguiu os volumes de grande riqueza formal, incorporando, ao mesmo tempo, valores poéticos da cultura do país. Suas curvas e linhas oblíquas, lhe conferem um caráter assimétrico e flexível, refletindo a exploração máxima das possibilidades plásticas e potencialidades escultóricas oferecidaspelo concreto armado. Estas curvas também mantém uma continuidade visual harmônica entre os volumes habitáveis, que se relacionam para gerar um grande espaço comum com diversas formas de ser percorrido. Biografia: http://www.seminario2016.docomomo.org.br/artigos_publicacao/DOCO_PE_MANE NTI.pdf http://dalilasousa.blogspot.com.br/2010/12/villa-savoye.html http://www.archdaily.com.br/br/783137/classicos-da-arquitetura-pavilhao- portugues-na-expo-98-alvaro-siza-vieira http://aboavistapaisagismo.blogspot.com.br/2008/09/utilitas-firmitas-venustas.html http://www.archdaily.com.br/br/01-83469/classicos-da-arquitetura-igreja-da- pampulha-slash-oscar-niemeyer Igreja da Pampulha- Oscar Niemeyer Foto: Bruno do Val
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