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O Sinthoma de Jackes Lacan

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Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde.
PSICOLOGIA
O Sinthoma de Jackes Lacans
Sirlaine Moreira – 5962
Virgínia Alves – 5961
Guilherme Moreira – 6095
Emanuelly Carla – 6557
Kesia Carellos – 6013
Letícia Galvão –
VIÇOSA – 2015
A elaboração do conceito de sintoma aparece em diversos momentos da obra deste autor, passando por reformulações, ganhando novas nuances e guiando, até o final, sua noção de tratamento e cura.
Miller (1987) e Ocariz (2003) afirmam que o tema do sintoma em Lacan pode ser compreendido de três modos: o sintoma como mensagem endereçada ao outro, como gozo, e como produção e invenção do sujeito.
A começar pelo título, o sinthoma (Le sinthome), cuja grafia inova pela recuperação de uma forma antiga de escrever sintoma em francês toda uma tradição de jogos de palavras, equívocos e homofonias, que Lacan coloca como operadores da interpretação é por ele evocada, desde o abandono da forma antiga sinthome em benefício da grafia symptôme, a forma, digamos, moderna, adotada pela psicanálise até que ele fizesse essa intervenção. O derradeiro ensino de Lacan conduz ao uso do nó borromeano. Lacan vislumbrou pela primeira vez a inusitada aparição do nó borromeano durante um jantar, no brasão de uma dinastia milanesa: a família Borromée. Três anéis em forma de trevo simbolizam uma tríplice aliança, tendo como sua especificidade o fato de que, se cada um dos anéis for retirado, os outros três ficarão livres, sem que se forme um par.
Lacan mostra os cortes, a desconexão entre o Real, o Simbólico e o Imaginário, assim como as possibilidades de ligação R ◊ S ◊ I e, finalmente, como o sinthoma, – o quarto nó - liga-se aos três outros no nó triplo. 
A verdade do sintoma é uma verdade construída. Numa análise busca-se, portanto, que a palavra plena surja por meio da transferência e do trabalho de retificação subjetiva, no qual o sujeito pode-se com aquilo mesmo que o faz sofrer, dando-se conta de sua parte em seu sintoma, assumindo sua história.
O sintoma traz consigo uma disposição que denuncia um contentamento ali onde o sujeito se queixa de dor. 
Segundo Lacan (1973-2001, p. 537): “define esse paradoxo afirmando que a demanda daquele que sofre indica, ao mesmo tempo, que ele é feliz. Ele é feliz à medida que ele obtém, na formação de seu sintoma, uma satisfação da pulsão”.
Nesse sentido, o sintoma é, sobretudo, o resultado de um paradoxo. Nesse 
movimento, a medida que o recalcamento tenta calar o inconsciente, o sintoma, ao contrário, o faz falar. É por isso que para a psicanálise o sintoma não revela a verdade de uma doença, mas a verdade sobre a subjetividade do “sujeito do inconsciente”.
O seminário XXIII, lançado entre nós em 2005 graças à tradução de Sérgio Laia do original francês publicado nesse mesmo ano, confluem várias linhas do ensino que Jacques Lacan endereçou aos psicanalistas ao longo de várias décadas. Segundo Lacan, no final de uma análise a pulsão tem ainda sua função, contudo, neste momento ela perde seu impulso mortificante e faz do sintoma um parceiro do ser falante.
No seminário XXIII, Lacan diz: 	
“o que pela primeira vez define como sinthoma, é o que permite ao simbólico, ao imaginário e ao real ficarem juntos, mesmo que nenhum fique mais com o outro" (LACAN 2005, p. 73).
 O que se constata é que há dois pontos de falha estrutural que se produzem no enlaçamento do imaginário e do simbólico. Em um desses pontos de falha, o saber inconsciente para obter o sentido opera com o equívoco, o “não-sentido”, fazendo uma sutura, uma costura entre o imaginário e o simbólico. Conforme Lacan:
 "quando fazemos esta costura, ao mesmo tempo fazemos outra, entre o que é o sintoma e o real" (IDEM, p. 73), 
que é a sutura que se faz no outro ponto de falha da junção do imaginário e do simbólico. Nesse ponto, é o sinthoma que faz o enlace entre o imaginário, o simbólico e o real, mantendo-os juntos. Para Lacan o sinthoma tem uma relação com o inconsciente muito mais complexa do que ser uma mera formação dele.
Em um de seus seminários, Lacan diz que o final da análise é sair de braços dados com seu sinthoma. Há que se viver com ele, sem padecer tanto. A abordagem se dá, na dimensão do simbólico, pelo viés do “inconsciente estruturado como linguagem” e, na dimensão do real, pela vertente do “inconsciente pulsional”. Na dimensão do simbólico, o sintoma-mensagem se sustenta num sentido recalcado, que pode ser decifrado como as demais formações do inconsciente. Porém Lacan, no desenrolar de sua elaboração, comprova que o franqueamento do recalcamento é estruturalmente impossível e que o significado permanece discordante, sem acesso à consciência. No sintoma, assim como nas demais formações do inconsciente, há uma satisfação de desejo, mas esta satisfação tem um caráter problemático e paradoxal, uma vez que é também uma “satisfação real” (FREUD, 1917/1980, p.421). O bem dizer do sintoma é um dizer de verdade que toca o real, um dizer sobre o núcleo do real do sintoma, que é irredutível. Eis a dimensão ética (e inédita) do sintoma em psicanálise. Diferentemente da medicina, em que se tenta abolir o sintoma, a psicanálise considera o sintoma como um signo do sujeito. Todavia trata-se de uma conciliação diferente do compromisso neurótico de recalcar a verdade da castração do sujeito. Segundo Lacan, recalcamos a verdade, e nos habituamos ao real.
O sintoma porta uma satisfação que não se pode parar de tentar buscar, e que, ao mesmo tempo, não se alcança. Por ser a via privilegiada de satisfação do sujeito "o sintoma pode desvelar a estrutura de sua subjetividade”. Nesse sentido "é com o sinthoma que temos de nos haver na própria relação sexual" (LACAN, 2007, p. 98). Para chegar ao sinthoma o sujeito precisa ter se havido com a falta no outro e ter passado pelo sintoma mórbido, pela queixa, para se dar conta de sua implicação, de como o sinthoma que porta lhe é caro.
Ao desvelar a estrutura do sujeito, o sintoma revela-se como a solução singular que o sujeito encontrou para dar conta de seu lugar no mundo dos falantes.
A conciliação com o sintoma no final da análise implica, por um lado, não recalcar a verdade do sintoma, mas sim bem dizê-la, e, por outro, habituar-se ao seu real, reduzido a um caroço ou núcleo irredutível. Mas qual é o efeito dessa redução? Este é um efeito sobre o mal-estar que o sintoma provocava. Neste sentido, bem dizer o sintoma é a condição para aquilo que Lacan propôs referindo-se à relação do sujeito com seu sintoma no final da análise: (savoir y faire), saber lidar com o sintoma (LACAN, 1976). O bem dizer do sintoma a que leva uma análise conduzida até seu final é a condição de saber lidar com ele, ponto a partir do qual podemos introduzir a questão do estilo. Contudo, no final de seu ensino, Lacan provou que o sintoma é, acima de tudo, um modo de gozo, ou seja, ele tem uma face ligada ao real e, portanto, à falta de sentido.
Referências:
BASTOS, Angélica. O sinthoma: uma questão de escrita. Ágora (Rio J.) vol.11 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 2008
Link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982008000200014
DIAS, Maria. O SINTOMA: DE FREUD A LACAN. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 2, p. 399-405, mai./ago. 2006.
Link: http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n2/v11n2a18.pdf
FONTES ,MEDEIROS e MAIA. O conceito de sintoma na psicanálise: uma introdução. Estilos clin. vol.17 no.1 São Paulo jun. 2012.
Link: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282012000100004
MELO, Letícia. Especificidades do sintoma segundo a psicanálise de orientação lacaniana: do sofrimento à invenção. Revista de Psicologia Plural, Belo Horizonte, n. 35, jan./jun., 2012, pp. 73 - pp. 95
Link: http://www.fumec.br/revistas/plural/article/view/1888/1196
NAKAGAWA, Patrícia. Formação dos sintomas. 2007.
Link: http://www.palavraescuta.com.br/textos/formacao-dos-sintomas
QUINET, Antonio.O estilo, o analista e a escola.
Link: http://lacan.orgfree.com/artigos/estiloanalistaescola.htmSOUZA, Vanessa. Compreender bem demais provoca desespero, disse Miller. 2010
Link: http://www.revistaamalgama.com.br/04/2010/compreender-bem-demais-provoca-desespero/

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