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Unidade I Dir Público e Dir

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IED II
Washington Luiz Junior
Unidade I
NORMA JURÍDICA
O direito tem por objeto a experiência social na medida em que esta é disciplinada por certos esquemas ou modelos de organização e de conduta que denominamos normas ou regras jurídicas.
Sendo a norma um elemento constitutivo do direito, como que a célula do organismo jurídico, é natural que nela se encontrem as mesmas características já apontadas quando da observação do conceito do próprio direito.
A norma somente se apresenta ao final do processo concretizado, sendo que o texto normativo é o primeiro dado, ponto de partida e de referência. O sempre Ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal, apreendeu com correção: “ação direta de inconstitucionalidade é um mecanismo de controle de constitucionalidade de normas e não de textos ou dispositivos” (ADI 2063 MC, Relator Ministro Néri da Silveira, Tribunal Pleno, julgado em 23.03.2000, DJ 27.04.2001, p. 57, ement. vol. 02028-02, p. 324). A norma jurídica surge ao final do processo interpretativo, em que o texto normativo é a chave de entrada. Em síntese absolutamente genérica, norma jurídica é o texto normativo após a interpretação. (Zulmar Duarte)
Alguns autores sob a influência de Hans Kelsen, que efetivamente trouxe uma preciosa contribuição ao esclarecimento ao assunto, começam por dizer que a norma jurídica é sempre redutível a um juízo ou proposição hipotética, na qual se prevê um fato (F) ao qual se liga uma consequência (C) , de conformidade com o seguinte esquema:
Se “F” é, deve ser “C”
Segundo essa concepção, toda regra de direito contém a previsão genérica de um fato, com indicação de que, toda vez que um comportamento corresponder a esse enunciado, deverá advir uma consequência, que por sinal, na teoria de Kelsen, corresponde sempre a uma sanção.(Reale) 
Segundo o autor da Teoria Pura do Direito - Kelsen, a estrutura lógica da norma jurídica pode ser enunciada do modo seguinte:
em determinadas circunstâncias, um determinado sujeito deve observar tal ou qual conduta; se não a observa, outro sujeito, órgão do Estado, deve aplicar ao infrator uma sanção.(NADER)
Sanção 
Todas as regras, quaisquer que sejam: religiosas, morais, jurídicas ou de etiqueta, são evidentemente emanadas ou formuladas, da ou pela sociedade, para serem cumpridas. Inexiste regra que não implique certa obediência ou certo respeito.
As regras éticas existem para serem executadas. Se a obediência e o cumprimento são da essencial da regra, é natural que todas elas se garantam, se uma forma ou se outra, para que não fiquem no papel (ou tão somente no campo das ideias) como simples expectativas ou promessas.
As formas de garantia do cumprimento das regras denominam-se “sanções”;
Sanção é, pois, todo e qualquer processo de garantia daquilo que se determina em uma regra.
Apresentam-se tantas formas de garantia quantas são as espécies dos preceitos distintos.
Ramos do Direito
A maior divisão do Direito Positivo, também a mais antiga, é representada pelas classes do Direito Público e Direito Privado, peculiar aos sistemas jurídicos de tradição romano-germânica. Tal distinção, familiar aos romanos, só foi conhecida pelo Direito germânico no período da Renascença, com o fenômeno da incorporação do Direito romano. Envolvendo esta matéria, há discussões doutrinárias que se manifestam, a começar pela relevância ou não desta ordem de estudo. As dúvidas posteriores recaem sobre a natureza da matéria, quando se apresentam teorias monistas, dualistas e trialistas. 
A corrente monista, com duas vertentes, defende a existência de apenas um domínio. Internamente, os publicistas formam o grupo majoritário, enquanto nomes da expressão de Rosmini e Ravà formam o grupo oposto, que procura limitar o Direito Positivo ao Jus Privatum. É inegável que o Direito Privado, nos sistemas jurídicos de origem romano-germânica, além de ter sido único durante séculos, alcançou nível de aperfeiçoamento não atingido ainda pelo Direito Público. 
O dualismo, que sustenta a clássica divisão do Direito Positivo e constitui a corrente maior, é concebido sob diferentes critérios. Segundo Gurvitch, o jurista Hölinger chegou a arrolar uma centena de teorias diferenciadoras, que não lograram, todavia, precisão em seus resultados. 
O trialismo, que teve em Paul Roubier a sua principal figura, sustenta a existência de um tertium genus, denominado Direito Misto.
Direito público e direito privado 
Primeira divisão feita na história do direito, efetuado pelos romanos , segundo os critérios da utilidade (pública) ou particular da relação.
O primeiro diria respeito às coisas do Estado (ou quando dispõe sobre o exercício de uma função predominantemente pública), enquanto o segundo seria pertinente ao interesse de cada um.
No direito público geralmente as normas são cogentes, com subordinação imposta;
No direito privado, dado a “igualdade” entre as partes, em geral existe coordenação entre estas.
Quando é visado imediata e prevalecentemente o interesse geral, trata-se de direito público;
Quando o interesse é particular, privado.
Conclusão (Paulo Nader)
É um equívoco supor que haja antítese entre o Direito Público e o Direito Privado. O Direito Positivo não se compõe de substâncias diferentes, estranhas entre si. A principiologia básica, fundamental, informa a todos os ramos da árvore jurídica. 
Há um conjunto de princípios onipresentes na esfera do dever ser jurídico. Além de necessários e universais, proporcionam ao Direito o foro de ciência. 
Igualmente é única a fórmula da justiça, que enlaça tanto o Direito Público quanto o Privado: constante e permanente vontade de dar a cada um o que é seu.
(NADER)
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito, 37ª edição, 37th Edition. Forense, 10/2014. VitalBook file.
A distinção entre o Direito Público e o Privado é útil no plano didático e benéfica do ponto de vista prático, pois favorece a pesquisa, o aperfeiçoamento e a sistematização de princípios de um gênero e de outro. 
A teoria da natureza da relação jurídica, apesar de apresentar alguma falha, é simples, prática e se funda em critérios objetivos. Quanto aos ramos tradicionais do Direito Positivo, sem negar as dificuldades que alguns apresentam, notadamente o Direito do Trabalho e o Internacional Privado, em nossa opinião, assim se classificam: 
I) Direito Público: Direito Constitucional, Administrativo, Financeiro, Internacional Público, Internacional Privado, Processual; 
II) Direito Privado: Direito Civil, Comercial ou Empresarial e do Trabalho.

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