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Unidade II Tipos de Normas

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IED II
Unidade II
Tipos de Normas Jurídicas
Classificação das normas jurídicas
Diversos são os critérios utilizados para classificarem-se as normas jurídicas. Adotaremos a perspectiva de Tércio S. Ferraz Júnior, a partir de critérios gerais sintáticos, semânticos e pragmáticos.
Sob o ponto de vista sintático, as normas são analisadas comparativamente umas às outras. Nessa perspectiva, a primeira classificação foca a relevância de uma norma em relação a outras, denominando-as primárias ou secundárias.
Para a doutrina tradicional, as normas primárias seriam aquelas correspondentes à endonorma, ou seja, que estabelecem uma hipótese normativa e uma consequência. As normas secundárias, vistas como menos relevantes, trariam a perinorma, estabelecendo sanções em caso de violação à endonorma.
Hans Kelsen
Kelsen, porém, inverte a avaliação das normas e passa a designar a perinorma como primária e a endonorma como secundária. Isso se deve ao fato de o jurista austríaco considerar a sanção elemento fundamental do direito, sem o qual uma norma jurídica está incompleta.
Miguel Reale
Hoje talvez o significado de norma primária mais aceito seja aquele que corresponde às normas de conduta de Miguel Reale, ou seja, norma cujo objeto é um ato hipotético. Já a norma secundária seria aquela cujo objeto é outra norma, cumprindo papel semelhante a uma norma de organização.
Tal consideração deriva da obra de Hart, famoso jurista que trata da classificação acima. Segundo ele, se o direito possuísse apenas normas primárias (de conduta), enfrentaria três sérios problemas: a estática, a ineficiência e a incerteza.
Outras classificações
Vários juristas apresentam diversas classificações para as normas, e, assim, salienta-se as mais correntes:
Quanto ao sistema que pertencem: 
essa classificação relaciona-se ao local de atuação das normas, podendo ser nacionais, quando as normas devem ser observadas no limite de um país; 
de Direito estrangeiro, quando apesar de pertencerem a outro país, poderá ser aplicada no território do outro, pelas relações diplomáticas que possuem, 
e de Direito uniforme, quando dois ou mais países adotam as mesmas leis, que são usadas nos dois territórios. 
Quanto à fonte: 
relacionam-se a origem das normas, podendo ser legislativas, quando escritas e organizadas; 
consuetudinárias, quando as normas advém dos costumes, 
e jurisprudenciais, quando são retiradas de decisões dos tribunais. 
Quanto aos Diversos Âmbitos de validez: 
essa característica de subdivide em: 
No espaço: 
as normas podem ser gerais ou locais.
Gerais são aquelas que valem em todo o território nacional, sendo essas as leis federais, 
e as Locais, são aquelas que atuam apenas em parte do território, podendo ser as leis federais, estaduais ou municipais. 
No tempo: 
podem ser de vigência por prazo determinado, quando a própria lei determina o período que irá atuar, 
e de vigência por prazo indeterminado, quando a lei não prevê esse período de duração de sua atuação. 
Âmbito material de validez: 
podem ser de Direito Público, quando o Estado seria uma das partes da relação, e impõe seu poder, verificando, dessa forma, uma relação de subordinação, 
e de Direito Privado, na as partes são tidas como iguais, numa relação de coordenação.
Quanto à sanção: podem ser: 
	- Perfeitas quando a sanção para o descumprimento da norma é a nulidade do ato, ou seja, age como se o ato nunca tivesse existido. 
- Mais que perfeita: além de considerar nulo o ato na hipótese de descumprimento, a norma prevê sanção para aquele que violou a norma. 
- Menos do que perfeita: quando o descumprimento da norma é combatido apenas com a sanção (penalidade). 
- Imperfeita: quando não prevê nem a possibilidade de sanção ou nulidade do ato como consequência do descumprimento da norma.
Quanto à qualidade: 
podem ser positivas, quando a norma permite exige do indivíduo uma conduta compatível com uma ação ou omissão, 
ou negativas, quando a norma implica na proibição de uma ação ou omissão.
Quanto à vontade das partes: 
podem ser taxativas, quando independem da vontade das partes por abrangerem conteúdos de caráter fundamental, 
ou dispositivas, que leva em conta a vontade das partes, por se referirem aos interesses particulares, podendo ou não serem adotadas. 
Podem ser rígidas, quando o conteúdo não oferece outras alternativas, sendo impositiva a ordem (exemplo: aposentadoria compulsória), 
ou elásticas, quando admitem a maleabilidade da situação para o juiz, por conter termos de significação ampla (exemplo: ”usos e costumes da região...”).

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