Buscar

Consoante o doutrinador Aury Lopes Jr

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE DIREITO
Acadêmica: Vitória Oliveira Fassini
Espécies de ação penal pública.
Consoante o doutrinador Aury Lopes Jr., são duas espécies de ações de iniciativa pública, quais sejam: incondicionada e condicionada. 
A ação penal pública incondicionada é a regra geral, promovida pelo Ministério Público (titular do direito), mediante acusação, exercida através de denúncia, que deverá conter todos os requisitos (art. 41, CPP), em caso de ausência dos elementos do artigo supra, ocorrerá inépcia da inicial acusatória, porém, não impedindo nova acusação. No que tange ao número de testemunhas, serão 8 para rito comum ordinário e 5 para rito comum sumário, observando exceção para os delitos de tráfico de substâncias entorpecentes, tendo como limite 5 testemunhas (art. 55, § 1°, lei n° 11.343). O prazo para denúncia ser oferecida será de 5 dias, para o acusado que estiver cautelarmente preso e 15 dias se estiver solto, contados da data em que o MP receber os autos do IP, investigação preliminar, ou peças de convicção. Ademais, decorrido o prazo não gera sanção, podendo o ofendido ajuizar a queixa subsidiária.
A ação penal condicionada, também será promovida pelo MP, pois titular do direito. Porém, necessitará de representação/autorização do ofendido (representante legal) ou requisição do Ministro da Justiça, quando a lei exigir (ex.: delitos contra o presidente da República). Outrossim, serão observados os requisitos da representação, sendo eles: sujeito, objeto e a forma dos atos.
O doutrinador referido aborda a extensiva e a problemática em torno da ação penal nos crimes contra a dignidade sexual, sendo que os crimes contra os costumes eram de iniciativa privada e às exceções eram incondicionada e condicionada. Porém, a partir da lei n° 12.015/2009 ocorrem distinções, pois não haverá ação penal privada (art. 225, CP). Desta forma, a regra atual é que a ação penal seja de iniciativa pública, mas condicionada à representação da vítima ou representante legal. Excepcionalmente, a ação penal será pública incondicionada (vítima menor de 18 anos, em situação de vulnerabilidade ou na situação da Súmula n. 608 do STF – violência que resulte lesão corporal grave, gravíssima ou morte).
Regras e espécies da ação penal privada.
Ação penal privada é aquela em que o interesse do ofendido se sobrepõe ao interesse público, tendo em vista que os delitos selecionados para serem apurados por esse tipo de ação atingem a esfera da intimidade da vítima (e essa possui direito constitucional de preservá-la). Por isso, nesta modalidade de ação penal, a titularidade do direito de agir pertence à vítima (exclusivamente ou aos sucessores previstos no art. 24, § 1.°, do CPP — cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos) ou ao seu representante legal (pais, tutores e curadores).
	O doutrinador Aury, explana quatro regras/princípios, quais sejam: 
a) Oportunidade e conveniência: a vítima não está obrigada a exercer a ação penal, pois, ao contrário da ação penal de iniciativa pública, não há obrigatoriedade, senão plena faculdade. Caberá ao ofendido analisar o momento em que fará a acusação (desde que respeitado o prazo decadencial de 6 meses), bem como a conveniência de submeter seu caso penal ao processo, ponderando as vantagens e desvantagens.
b) Disponibilidade: ao contrário da ação penal de iniciativa pública, a ação penal de iniciativa privada é plenamente disponível, no sentido de que poderá o ofendido renunciar ao direito de ação, desistir do processo dando causa à perempção (art. 60), bem como perdoar o réu (mas somente produzirá efeito em caso de aceitação).
c) Indivisibilidade: em que pese a facultatividade e disponibilidade, por opção político-processual, a ação penal privada é indivisível, no sentido de que não poderá o querelante escolher – em caso de concurso de agentes – contra quem irá oferecer a queixa. Evitando um claro caráter vingativo (através da escolha), define o art. 48 que a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará por sua indivisibilidade.
d) Intranscendência: ao tratar da ação penal de iniciativa pública, a acusação não poderá passar da pessoa do autor do fato.
Outrossim, no que tange as espécies da ação penal privada, em suma são três, sendo elas:
a) Originária ou comum: trata-se da ação penal de iniciativa privada tradicional, sem qualquer especificidade, podendo ser ajuizada através da queixa, no prazo decadencial de 6 meses, pelo ofendido ou seu representante legal.
b) Personalíssima: é uma ação penal de iniciativa privada e, mais do que isso, restrita à iniciativa pessoal da vítima. Atualmente, com a revogação do delito de adultério (art. 240 do CP) pela Lei n. 11.106/2005, persiste em nosso ordenamento apenas um delito de iniciativa personalíssima: o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, previsto no art. 236 do CP. Nesse crime, exige o parágrafo único do art. 236 que a ação penal somente poderá ser ajuizada pelo contraente enganado. Significa que não se opera a sucessão prevista no art. 31 do CPP e, por consequência, com a morte do ofendido, extinguem-se a punibilidade e a ação penal. Ademais, se o cônjuge enganado for menor de 18 anos, a queixa somente poderá ser prestada após cessada a menoridade. Isso porque a emancipação pelo casamento não gera nenhum efeito no processo penal, nem para torná-lo imputável, nem para lhe outorgar capacidade para exercer a ação penal.
c) Subsidiária da pública: também chamada de queixa substitutiva, exige uma atenção maior, pois se trata de uma legitimação extraordinária para o ofendido exercer ação penal em um crime que é de iniciativa pública. Está consagrada constitucionalmente no art. 5º, LIX, e também nos arts. 29 do CPP e 100, § 3º, do CP.
O valor indenizatório presente na sentença penal condenatória e a ação cível ex delicti
Quando a sentença condenatória transitar em julgado, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros poderão promover a sua execução no juízo cível para obter a reparação dos danos causados pela prática do crime, tendo em vista que o disposto nos arts. 63 do CPP e 475-N, II, do CPC (com a alteração promovida pela Lei 11.232/2005) estabelece a natureza de título executivo judicial a ser executado no juízo cível. Trata-se de ação civil ex delicto de execução. Até o advento da Lei 11.719/2008, afirmava-se que a parte requerente somente deveria pleitear a liquidação do dano como etapa antecedente à execução, não havendo qualquer discussão sobre a culpa ou sobre o evento, uma vez que essa matéria já estaria acobertada pela autoridade da coisa julgada material no juízo criminal.
Contudo, com a eleição do diploma legal acima referido, na esteira da celeridade processual, “novo” direito fundamental inserido ao rol do art. 5.° da CF (inciso LXXVIII), o legislador infraconstitucional, na tentativa de agilizar a prestação jurisdicional à vítima ou aos seus familiares, determinou ao juiz que, ao prolatar a sentença condenatória, fixe um valor mínimo referente aos prejuízos causados ao ofendido pela ação ou omissão do agente delitivo. Este é o teor do parágrafo único do art. 63 do CPP: “transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido”. 
O art. 387, IV, também produto das recentes reformas, dispõe que o magistrado: “fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido”.
Assim, a necessidade de liquidação da sentença penal condenatória no juízo cível deixa de ser uma etapa obrigatória a ser percorrida pelo titular da ação civil ex delicto, já que ao juízo criminal competirá a fixação do quantum debeatur. Contudo, apenas os danos de fácil constatação pelo juízo criminal é que serão fixados em sentença (danos materiais, maisespecificamente os emergentes, que são aqueles facilmente constatáveis). As demais modalidades de dano (lucros cessantes – que são espécie do gênero danos materiais – e os morais) devem ser apuradas em liquidação da sentença penal condenatória. 
Quanto à sentença penal transitada em julgado, temos que a condenatória não só não impede a ação civil como faz coisa julgada no cível, impedindo a discussão do conteúdo da decisão. Com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, que constitui título executivo, basta promover a liquidação do dano para, então, promover a ação de execução civil.
Já a sentença penal absolutória transitada em julgado pode ou não impedir a ação civil. Se a sentença penal reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, ou seja, situação em que o autor do fato encontra-se acobertado por uma das excludentes de antijuridicidade, em regra a ação civil não poderá ser proposta. No entanto, ocorrem situações excepcionais, que mesmo acobertado pela excludente da ilicitude, o autor absolvido penalmente estará obrigada a indenizar.
Também impedirá a ação civil a sentença penal absolutória, quando tiver sido, categoricamente, reconhecida: a inexistência material do fato ou de sua autoria (negativa de autoria).

Outros materiais